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Exercícios sobre o efeito da ansiedade nos sistemas fisiológicos

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24/08/2021 OneNote
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17/08 
terça-feira, 17 de agosto de 2021 17:45 
DISPARADOR 3 – “ ACELERADA ... ” 
 
PROBLEMAS 
 
1. Dificuldades para dormir 
2. Dores por todo corpo 
3. Sempre ligada/preocupada com as coisas do trabalho 
4. Palpitações 
5. Dores abdominais 
6. Chegou 30 minutos antes da consulta e aguardou inquieta 
7. Taquipsiquismo 
8. Irritabilidade 
9. Maior frequência de idas ao banheiro 
10. Dispneia 
11. Inquietação 
12. Fadiga 
 
 
HIPÓTESES 
 
 
1. Insônia (1,2, 12) 
2. Ansiedade (1-12) 
3. Hiperatividade (1,3, 6, 7, 11) 
4. Transtorno Obsessivo Compulsivo -TOC (3, 6, 9, 11) 
5. Taquicardia (1, 4, 10) 
6. Síndrome de Burnout (1, 3, 6, 8) 
7. Hipertireoidismo (1, 2, 4, 5, 8) 
8. Síndrome do Intestino Irritável (4,9) 
9. Feocromocitoma (4, 10, 11, 12) 
 
 
PERGUNTAS 
 
 
1. Quais as alterações fisiológicas causadas pelo transtorno de ansiedade nos seguintes sistemas: 
 
• Gastrointestinal 
O Sistema Nervoso Central (SNC) e os diversos ramos que o compõem são influenciados e
regulados pelo eixo intestino-cérebro, desse modo quando a microbiota se encontra saudável, o
eixo é mantido estável, a relação entre os microrganismos da flora e o hospedeiro ocorre
beneficiando ambos. Porém qualquer problema nessa relação acarreta a desregulação do
metabolismo gerando consequências negativas, entre as quais estão os distúrbios endócrinos
metabólicos e neurais, nestes últimos estão presentes fatores desencadeantes de transtornos
mentais (VIZCAÍNO et al., 2016). De acordo com Generoso et al. (2020), os mecanismos fisiológicos
do organismo humano são afetados quando não há o equilíbrio necessário no eixo intestino-
cérebro, que diz respeito à intercomunicação entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso
central, assim as doenças psiquiátricas podem ser desenvolvidas a partir de respostas indevidas do
sistema imune, que elevam a quantidade de mediadores inflamatórios inadequadamente. 
As relações hormonais, imunológicas e fisiológicas existentes entre o cérebro e o intestino são
conhecidas há mais de três décadas e o conceito de eixo microbiota-intestino cérebro vem sendo
lapidado ao longo dos anos, com a contribuição de diversas áreas da ciência, que tentam entender
esse fenômeno. O conhecimento acerca da influência do Sistema Nervoso Central (SNC) sobre o
intestino, a exemplo da regulação da produção de muco e hormônios, além do controle da
motilidade muscular lisa e papel imunológico, é posto há mais tempo, já a resposta oferecida pelo
Sistema Nervoso Entérico (SNE), diante dessa influência, é mais recente (FRANÇA, 2019). O SNE
tem a capacidade de modular o SNC, à medida que é modulado por ele, ocorrendo um conjunto
de fatores interligados: a rede neural periférica do sistema gastrointestinal, a microbiota que nele
reside e os metabólitos ou compostos produzidos pelo sistema e os microorganismos. As bactérias
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benéficas, habitantes dos intestinos, são capazes de metabolizar compostos importantes, que
possuem papel regulador, como neurotransmissores, a exemplo da serotonina e do Ácido gama-
aminobutírico (GABA), fundamentais no balanceamento do humor e de transtornos depressivos e
de ansiedade (FRANÇA, 2019). A serotonina deve ser destacada, pois a maior parte desse
neurotransmissor pode ser encontrada no sistema entérico e é sintetizada no trato
gastrointestinal de humanos e outros animais. Desequilíbrios na função fisiológica e modificações
patológicas a nível de sistema entérico, a exemplo de alteração na microbiota intestinal, são
causas de desregulação no eixo microbioma-intestino-cérebro. 
<DE ABRANTES, Rodrigo Sousa et al. A microbiota intestinal e sua interface com a saúde mental.
Saúde Mental e Suas Interfaces: Rompendo Paradigmas, p. 30.> 
• Respiratório 
• Cardiovascular 
A ansiedade é caracterizada pelo sentimento de tensão, nervosismo, apreensão e preocupação que
pode alterar a modulação do sistema nervoso autônomo sobre a condução elétrica ligada ao
coração, determinando a intensidade nos batimentos cardíacos modificando a variabilidade da
frequência cardíaca que é um importante indicador de condições normais e patológicas. 
Em contraste, Kemp et al. 12, relatam um aumento do marcador LF/HF que representa predomínio
simpático em detrimento do parassimpático em indivíduos portadores de transtornos de
ansiedade, o que foi constatado pelo grupo controle (não ansiosos). Corroborando com isso,
Sanchez-Gonzalez et al. 13, afirmam que a presença da ansiedade provoca uma diminuição dos
tônus vagais, aumentando a atividade do sistema nervoso simpático e atenuando a reatividade
cardíaca ao estresse. Nesse sentido, o cérebro interage com o coração e regula a atividade cardíaca
em resposta aos estímulos psicológicos. A ansiedade e o estresse são exemplos desses estímulos. O
uso de atividades mentais pode aumentar a capacidade cardiológica, Yu et al.14. Um aumento
elevado da ansiedade durante situações de estresse pode sugerir a vulnerabilidade dos indivíduos
às doenças cardiovasculares. 
Sanchez-Gonzalez et al. 13, demostraram que a ansiedade está relacionada à um envelhecimento
cardiovascular, mostrando que indivíduos jovens com altos níveis de ansiedade apresentam índices
de desempenho cardíaco semelhantes à indivíduos de meia idade com taxas menores de
ansiedade. Esses indivíduos jovens ansiosos apresentaram, ainda, uma maior reatividade
cardiovascular em comparação com os de sua mesma idade, que possuem uma ansiedade menor. 
<Pinheiro, G. V., Martiniano, E. C., Alcântara, G. C., Silva, J. R. A. da, Silva, M. do S. da, Monteiro, L. R. L.,
Mangueira, L. B., Moraes, Y. M. de, Valenti, V. E., & Santana, M. D. R. (2018). Relação entre ansiedade e
modulação autonômica cardíaca. ABCS Health Sciences, 43(3).
https://doi.org/10.7322/abcshs.v43i3.1092> 
• Endócrino 
O hipotálamo e o estado de estresse 
O organismo animal é dotado de atributos especiais que possibilitam a sua existência sob
inúmeras condições antagônicas à vida, já que todos os órgãos e tecidos são capazes de
ajustar o seu funcionamento e manter estáveis as condições do organismo. Por definição,
homeostasia é essa capacidade que tem o organismo vivo de manter suas condições
internas constantes, frente a enorme variabilidade de estímulos externos. O hipotálamo é a
área do sistema nervoso (SN) central responsável por uma série de funções que são
fundamentais para a vida. 
A Figura 1 mostra de forma esquemática as estruturas e os mecanismos mais importantes
que são ativados pelo hipotálamo durante os estado de estresse. Nesta podemos observar
que, por meio do SNA e do sistema endócrino, o hipotálamo promove mudanças orgânicas
fundamentais para a manutenção da homeostasia, tais como a regulação da glicemia e da
atividade dos sistemas cardiovascular, digestivo e respiratório. Através de suas conexões
com a formação reticular (FR), o hipotálamo participa da regulação do ciclo sono-vigília,
influenciando no grau de atenção e expectativa do indivíduo, bem como na graduação do
tônus muscular. Além disso, por meio de mecanismos próprios (tais como os mecanismos
“da fome”, “da sede” e da regulação térmica corporal), o hipotálamo produz subsídios que
possibilitam uma atuação integrada do organismo e a preservação da sua harmonia
funcional. Abaixo, segue uma descrição sucinta dessas estruturas, mecanismos e respostas
adaptativas e suas inter-relações. 
Sabemos que o hipotálamo regula o sistema endócrino através da hipófise. A neuro-
hipófise ou hipófise posterior se relaciona com o hipotálamo pelo trato nervoso
hipotálamo-hipofisário, que emerge dos núcleos hipotalâmicos supra-óptico e
paraventricular, e transporta os hormônios: antidiurético (ADH) e oxitocina, produzidos
nesses núcleos. O ADH tem uma função importante a serviçoda homeostasia, pois atua
nos ductos renais, diminuindo a perda hídrica pela urina. Na adenohipófise ou hipófise
anterior há células produtoras de hormônios que atuam em outras glândulas. Sua relação
com o hipotálamo se dá através do sistema portahipofisária; uma rede de capilares
formada a partir das veias portais hipofisárias. De pequenos núcleos hipotalâmicos situados
no tuber-cinéreo (ex.: núcleo arqueado) partem fibras neuro-secretoras que lançam no
sangue porta-hipofisário fatores ou hormônios produzidos naqueles núcleos, que regulam
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a função adeno-hipofisária. Assim, o hipotálamo controla a adenohipófise na liberação dos
hormônios gonadotróficos (LH e FSH), tireotrófico (TSH), adrenocorticotrófico (ACTH) e
somatotrófico (GH), que regulam, respectivamente, as funções das gônadas, da tireóide, da
supra-renal e o crescimento corporal. 
A secreção do ACTH é estimulada pelo fator hipotalâmico CRF (corticotrophic releasing
factor). O ACTH regula a sua própria liberação, seguindo um mecanismo feedback que
envolve o controle da liberação do CRF pelo hipotálamo. Essa ligação entre o hipotálamo,
hipófise e adrenal, que envolve as liberações vinculadas de CRF, ACTH e GC, determina um
eixo funcional que é o HHA. O ACTH é o maior, mas não o único, sinal fisiológico que regula
a síntese de cortisol pelo córtex da adrenal, pois o GH e SN simpático (SNS), através das
catecolaminas, podem contribuir nessa regulação. 
A neuro-hipófise também influencia na liberação de ACTH, já que o ADH estimula a
liberação de CRF e, consequentemente, de ACTH; e a oxitocina inibe10. O ADH e a
oxitocina alcançam a hipófise através de dias vias, pois são secretados para o líquor e
diretamente para o sistema porta-hipofisária. 
Respostas neuroendócrinas disparadas pelo estresse 
O estado de estresse se caracteriza por um aumento da atividade ao nível de quase todos
os tecidos, exigindo que a taxa sanguínea de glicose (glicemia) atenda às necessidades
orgânicas. No caso do SN, este atendimento é prioritário, já que suas funções são
dependentes diretamente da glicemia11, dada inabilidade das células nervosas para
armazenar glicogênio. Além disso, aminoácidos, sais e vitaminas são indispensáveis para
sustentar o aumento metabólico geral. Em função dessa demanda, vários mecanismos
neuroendócrinos são disparados, com o objetivo de resolver as carências sistêmicas. 
Resposta do SNA ao Estresse. 
Tanto no estado de estresse físico quanto emocional, o hipotálamo aciona o SNA. O SNS é
responsável por um aumento geral de respostas orgânicas, não só por sua ação direta, mas
também pela sua relação com a MSR. São respostas que incluem: aumento da glicemia e
do metabolismo celular geral; aumento da força muscular e do fluxo sanguíneo para os
músculos ativos, com diminuição em órgãos menos ativos; aumento da frequência
cardíaca, da força de contração ventricular e da pressão arterial; aumento da coagulação
sanguínea e da atividade mental do indivíduo. A soma desses efeitos amplia a capacidade
relativa de desempenho físico e mental9 . Por outro lado, o SN parassimpático (SNP), de
funções complementares àquelas do SNS, compõe o complexo circuito através do qual o
hipotálamo coordena a expressão da emoção, já tendo sido demonstrado que o circuito
vagal é influenciado diretamente pelos. As estimulações do SNS e SNP produzem efeitos
diferentes nos diversos órgãos; e a hiperatividade do SNA pode desencadear desequilíbrios
que são chamados de neurovegetativos. 
Respostas da FR ao Estresse. 
A FR constitui uma rede de neurônios frouxamente organizada que se dispõe ao longo do
tronco cerebral, desde segmentos medulares cervicais até o tálamo13. Vários núcleos da
FR do tronco encefálico mantêm conexões recíprocas com o hipotálamo, influenciando no
controle do SNA14 e endócrino, especialmente os núcleos da rafe da ponte, que contêm
serotonina (5HT) e a noradrenalina (NAD). Na FR do tronco encefálico caudal, há centros
que regulam a pressão arterial, a frequência cardíaca e a respiratória. A FR do mesencéfalo
compõe o sistema reticular ativador (SRA), que é envolvido com o ciclo de sono e vigília,
recebendo sinais do cerebelo, gânglios basais, hipotálamo e córtex cerebral. A estimulação
de regiões hipotalâmicas dorsais aos corpos mamilares excita o SRA provocando vigília,
interesse e excitação, além do aumento da atividade do SNS17. Já a estimulação de áreas
hipotalâmicas anteriores e laterais inibe a porção mesencefálica do SRA, causando sono18.
O tônus muscular esquelético geral envolve mecanismos relacionados com a FR e o SRA. O
estresse e os estados psíquicos anormais podem modificar consideravelmente o grau da
atividade da FR e alterar o tônus muscular esquelético, causando excitabilidade ou
depressão motora. 
Respostas da Supra-renal. 
A MSR é um gânglio nervoso atípico que contém uma massa de células com grânulos de
adenosina trifosfato (ATP) e catecolaminas, além de terminações pré-sinápticas. MSR
secreta AD e pequena quantidade de NAD.. A MSR recebe rica inervação do tronco
simpático e a liberação dos seus hormônios se dá principalmente em resposta a descargas
simpáticas. Assim, a MSR é ativada durante situações emergenciais, ou de alarme, para
prolongar os efeitos simpáticos por meio de mecanismo hormonal; pois as catecolaminas
aumentam do tônus basal dos músculos esqueléticos e outras funções orgânicas,
mantendo o indivíduo preparado para atividade física. Mas durante o estresse, a liberação
das catecolaminas também é regulada também pelos GC. As catecolaminas têm
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importante ação hiperglicemi-ante, ativando a glicogenólise e gliconeogênese hepáticas,
inibindo a síntese de insulina e estimulando a de glucagon. Este reforça os efeitos das
catecolaminas sobre o fígado e a insulina antagoniza. 
O CSR secreta corticosteróides, composição formada por três famílias de hormônios:
glicocorticóídes (GC), mineralocorticóides (que têm importante ação sobre o controle
plasmático dos íons Na+ , Cl, K+ e bicarbonato, agindo ao nível renal) e andróge-nos
(conjunto de hormônios análogos quimicamente aos produzidos pelas gônadas
masculinas). Mas são os GC que têm importância primária nos estados de estresse. Em sua
composição encontramos, no ser humano, o cortisol ou hidrocortisona numa taxa de 95%
e, em menor quantidade, a corticosterona e a cortisona. 
A taxa plasmática diária de GC é regulada por um mecanismo de feedback negativo
exercido pelo ACTH sobre o hipotálamo e a hipófise. Entretanto, a exposição continuada ao
estressor se sobrepõe a este mecanismo feedback negativo de controle circadiano e
mantém os níveis plasmáticos de GC aumentado durante todo o tempo necessário. Essa
sobreposição é definida principalmente pelo sistema límbico, que estimula os núcleos
hipotalâmicos secretores de CRF. Além disso, durante o estresse outros hormônios
influenciam no controle da taxa plasmática do ACTH e cortisol. 
Efeitos Gerais do Cortisol. 
O efeito mais pronunciado do cortisol é a sua capacidade de aumentar a taxa de glicose
sangüínea e proteger o organismo da hipoglicemia. É um hormônio de extrema
importância durante jejum prolongado; sendo a ativação do eixo HHA induzida pelo
estresse precedida por queda glicêmica. Por outro lado, aumento pronunciado da glicemia
eleva os níveis plasmáticos de cortisol e pode ampliar as respostas características do
estresse. 
O aumento da glicemia pelos GC resulta da ativação da gliconeogênese hepática e de
certos efeitos sistêmicos do cortisol. Estes causam rápida mobilização de aminoácidos e
ácidos graxos das reservas celulares, já que ativam a lipólise das gorduras e inibem a
lipogênese no tecido adiposo, dando lugar à formação de ácidos graxos, e aumentam o
catabolismo protéico e diminuem a síntese de proteínasem quase em todos os teci-dos,
com exceção do fígado. 
Os GC estimulam a síntese de RNA11, de proteínas e glicogênio em alguns tecidos. Têm
efeito inverso ao da insulina e inibe a sua secreção, enquanto estimula a do glucagon. GC,
catecolaminas e glucagon reforçam mutuamente os seus efeitos glicêmicos. 
Os GC regulam as respostas alérgica e inflamatória, sendo de grande importância nos casos
de estresse físico. Interferem diretamente na resposta histamínica, estabilizam as
membranas lisossômicas e reduzem a permeabilidade capilar e a fagocitose. Inibem a
formação do ácido araquidônico e as sínteses de prostaglandinas, prostaciclinas e
leucotrienos. Assim regulam a febre e favorecem os processos de regeneração e
cicatrização tecidual. Também influen-ciam a resposta imune, pois reduzem o número de
linfócitos e eosinófilos circulantes e a produção de anticorpos; bloqueiam a síntese de
interferon e inibem as interleucinas, causando supressão das respostas mediadas pelos
linfócitos T. 
No aparelho cardiovascular, os GC ampliam a ação catecolaminérgica (Figura 1),
aumentando o tônus vas-cular e a força de contração miocardíca. Seu efeito inibitório na
síntese das substâncias inflamatórias vasodilatadoras contribui na recuperação da pressão
arterial em casos de hemorragia. 
No SN, os CG influenciam desde a regulação de processos básicos de multiplicação e
diferenciação celular até alterações da atividade eletrofisiológica. Os GC se ligam com
grande especificidade em pontos específicos do cérebro; especialmente em estruturas do
sistema límbico e no hipocampo. Certas habilidades do SN no processamento de
informações são dependentes do cortisol, estando sob sua influência os padrões de humor,
de motivação e aprendizagem, já que interfere nos sistemas de neurotransmissores. Regula
o sistema de catecolaminas (aumenta a síntese de tirosina hidroxilase, feniletanolalamina,
N-metil--transferase e dopamina 13-hidroxilase), induzindo a transformação de NAD em AD
na medula adrenal. Ativa a síntese de enzimas do sistema colinérgico32 e aumenta a
síntese da triptofano-hidroxilase, enzima relacionada com a produção da 5HT. Os circuitos
de 5HT do cérebro têm importante papel nas respostas autônomas, comportamentais e
neuroendócrinas ao estresse, sendo parte intrínseca do mecanismo do sono e
determinação do estado de humor, pois regulam o nível de ansiedade e motivação. 
Efeitos Negativos do GC. 
Apesar das importantes funções dos GC, a exposição prolongada do organismo a este
hormônio, ou a exposição de curta duração a taxas muito altas, provoca uma série de
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alterações negativas em todo organismo. Os GC ativam a degradação e a inibição da
síntese protéica nos músculos, nos tecidos adiposo, linfóide e conjuntivo, e na pele; além
de suprimirem a duplicação de DNA e, em doses maiores, promoverem a sua degradação.
O conteúdo de gordura do corpo decresce visivelmente sob ação de altas taxas de cortisol,
sendo este efeito mais pronunciado nas extremidades do corpo. Assim, ocorrem quadros
de distribuição centrípeta de gordura, que acumula na região torácica9 . Pelo efeito
antagônico ao da insulina, o cortisol inibe o transporte de glicose para os músculos e
adipócitos, podendo causar a diabete por excesso de esteróide (diabete supra-renal). Além
disso, a intensa mobilização de gordura dos depósitos pode gerar hiperlipidemia e
hipercolesterolemia. 
A exposição crônica ao cortisol nas primeiras fases do pós-natal causa decréscimo do peso
cerebral e do seu conteúdo em DNA, diminuindo o número de células. Inibe a
mielinogênese e a formação de sinapses, retardando o crescimento dos dendritos corticais,
podendo produzir efeitos potencialmente adversos sobre a fisiologia do hipocampo e sobre
elementos específicos da performance cognitiva, além de interferir no padrão de humor. O
tratamento prolongado com grandes doses de GC, em qualquer idade, pode produzir
quadros de euforia, que podem evoluir para estados psicóticos, paranóicos ou depressivos.
 
Os GC influenciam a expressão fenotípica nos neurônios, sendo capazes de aumentar a
resposta adrenérgica em populações de neurônios que, na sua ausência, são
predominantemente colinérgicos. Isto resulta num aumento da expressão adrenérgica
num dado órgão ou gânglio, o que pode implicar em alterações vegetativas e
comportamentais. Em trabalho anterior, usando método estereológico morfométrico,
descobrimos um decréscimo significante no diâmetro médio dos neurônios do gânglio
cervical superior de ratos tratados cronicamente com cortisol na fase pré-puberal, em
relação ao grupo de controle. Esses resultados sugerem que altas doses plasmáticas de
cortisol durante os primeiros dias de vida extra-uterina podem gerar alterações na
atividade desse gânglio na idade adulta. 
De fato, qualquer tipo de tratamento que envolva a administração de GC nas fases
neonatal ou de crescimento pode incorrer em graves conseqüências, quando não
controlado. Dependendo do tempo de administração e dose, os GC podem acelerar ou
retardar a maturação funcional dos sistemas, já que têm importante ação no crescimento
geral do corpo, atuando em conjunto com o GH, hormônios tireoidianos e androgênios da
supra-renal. Em altas taxas agem como mineralocorticóide e aumentam a reabsorção renal
do sódio, tendo uma ação hipertensivar. Aumentam a secreção de gastrina, elevando a
produção de ácido clorídrico pelas glândulas gástricas e inter-ferindo na absorção
intestinal. 
 
<GONÇALVES, Luana Tavares et al. CONSEQUÊNCIAS DA ANSIEDADE EM PACIENTE
HIPERTENSO. AHS, p. 59.> 
• Urinário 
• Sistema Nervoso 
• Ciclo circadiano 
As doenças psiquiátricas são complexas e podem depender de diversos genes e de suas
interações potenciais, a exemplo dos genes envolvidos no ritmo circadiano7 . Nesse
contexto, distúrbios na sincronização dos ritmos biológicos podem levar a problemas de
ordem fisiológica e comportamental, tais como doenças psiquiátricas8 . Problemas de
caráter social estão fortemente associados à causa da maioria dos transtornos
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psiquiátricos, incluindo depressão, transtorno bipolar (TB), esquizofrenia e autismo9 .
Alguns aspectos da vida moderna, como o trabalho em turnos rotativos, impõem estresse
aos indivíduos ao interromper seus ritmos circadianos. O distúrbio do ritmo circadiano tem
sido implicado em uma variedade de transtornos psiquiátricos, incluindo depressão e
ansiedade. Acredita-se que esse distúrbio esteja subjacente aos principais sintomas do
transtorno depressivo maior (TDM), a saber, alterações de humor e anedonia8 . Um estudo
associou o trabalho por turnos a desfechos adversos de saúde mental em enfermeiras, um
grupo demográfico chave que realiza trabalhos por turnos. Atualmente, por não se ter
esclarecido o caráter hereditário de tais alterações, não se sabe claramente se filhos de
mulheres que realizam trabalhos por turnos durante a gravidez são mais suscetíveis a
desenvolver transtornos mentais mais tarde na vida8 . 
Adicionalmente, os distúrbios do sono são comuns em pacientes diagnosticados com
transtornos psiquiátricos7 . A prevalência de insônia ou sonolência excessiva durante o
curso do transtorno sugeriu um papel fundamental do sistema circadiano no
desenvolvimento dessas desordens7 . Portanto, o tratamento de distúrbios do sono deve
ser paralelo à terapia dos transtornos psiquiátricos, tais como a depressão e a ansiedade.
Essa abordagem terapêutica pode resultar em uma remissão mais rápida, com redução do
risco de tentativas de suicídio7 . Em 2013, foi publicado o papel de fatores não genéticos
agindo de forma direta e indiretamente no comportamento suicida10 , 11 . Por outro lado,
Pawlak et al. relatam a relação dos polimorfismos dos
genes TPH1 , TPH2 , 5HT2A , CRHR1 e ACP1 com esse comportamento12. Adicionalmente,
estudos têm relatado que fatores ambientais atrelados a contextos hereditários estão
interligados à predisposição ao suicídio, sendo o diagnóstico do comportamento suicida
um fator bastante complexo13 . Dessa forma, análises utilizando fenótipos intermediários
hereditários são estratégias promissoras para identificar associações genéticas reais14 .
Pesquisas mostram que o comportamento suicida e o TB podem estar interligados por uma
perturbação circadiana e ritmos sazonais15 , 16 . Além disso, foi confirmada a associação
entre as variantes dos genes relógio CLOCK e TIMELESS e o número de tentativas de
suicídio10 . 
Estudos genômicos sugerem que as variações nos genes relógio estão fortemente
associadas com neuropsiquiatria humana17 . O gene PER3 faz parte da família dos genes
relógio de humanos, os quais são responsáveis por codificar componentes dos ritmos
circadianos, de atividade locomotora, metabolismo e comportamento. Nos últimos anos,
vêm sendo realizados estudos que avaliam a associação de diferentes polimorfismos do
gene PER3 com transtornos do sono e com transtornos de humor18 . Recentemente, o
gene SIRT1 foi descrito como uma molécula importante nos mecanismos dos ritmos
circadianos. Esse gene relógio forma um complexo com BMAL1 e desempenha um papel
fundamental no mecanismo de feedback para a manutenção do ciclo circadiano19 - 23 .
Adicionalmente, alguns estudos envolvendo os genes PROKR2 e CLOCK indicam uma
relação deles com os transtornos psiquiátricos19 - 23 . Um trabalho recente relatou que a
região SIRT1 desempenha um papel importante no ciclo circadiano, possuindo ainda uma
relação com o metabolismo dopaminérgico24 . Por fim, o transtorno afetivo sazonal (TAS)
consiste em uma condição de mudanças sazonais de humor caracterizadas por depressão
recorrente no outono ou inverno que remitem espontaneamente na primavera ou no
verão. A interação dos genes CLOCK e ARNTL contribui para a suscetibilidade ao TAS e foi
inferido que esses genes podem influenciar as variações sazonais associadas com fatores
metabólicos, como peso corporal e apetite25 . 
O gene NR1D1 , ansiedade e depressão 
Posteriormente, Zhao e Gammie mostraram que a inibição do gene circadiano NR1D1 pode
melhorar a sociabilidade e reduzir a ansiedade9 . As descobertas são consistentes com
trabalhos anteriores, que identificaram diminuições naturais na expressão de NR1D1 , o
que esteve associado ao surgimento de comportamentos pró-sociais. O papel regulador do
fator de transcrição NR1D1 é provavelmente alcançado ao desencadear ações no sistema
circadiano. Futuros estudos podem avaliar as maneiras complexas pelas quais
o NR1D1 contribuiu para mudanças no comportamento social9 . O estudo de Kishi mostrou
a associação entre um SNP do gene NR1D1 e o TB em mulheres. No entanto, se não houve
uma associação após o teste estatístico de Bonferroni, não podemos considerar que houve
inicialmente uma associação. Além disso, nenhuma associação significativa foi encontrada
24/08/2021 OneNote
https://onedrive.live.com/redir?resid=31E8E5B4D458889%21915&page=Edit&wd=target%28TUTORIA.one%7C%2F17%5C%2F08%7Ce426d65… 7/7
para o TDM, sugerindo que o gene NR1D1 provavelmente não desempenha um papel
importante nos transtornos psiquiátricos na população japonesa29 . 
<Monteiro, Cibele et al. Regulação molecular do ritmo circadiano e transtornos
psiquiátricos: uma revisão sistemática. Jornal Brasileiro de Psiquiatria [online]. 2020, v. 69,
n. 1 [Acessado 23 Agosto 2021] , pp. 57-72. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0047-
2085000000258>. Epub 08 Maio 2020. ISSN 1982-0208. https://doi.org/10.1590/0047-
2085000000258.> 
 
 
https://doi.org/10.1590/0047-2085000000258

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