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ANDROGÊNIOS No sistema reprodutor masculino o FSH age sobre as células de Sertoli e estimula a produção de dois compostos: ABP (proteína ligadora de androgênios) e inibina (um hormônio que age exercendo um feedback negativo na síntese e secreção do FSH). Esses hormônios são glicoproteínas, há um gene responsável pela transcrição deles e ao serem estimulados, por ação do GnRH nos gonadotrofos, serão liberados das vesículas na qual estão armazenados e também terá síntese de novo LH e FSH, para repor o estoque que foi secretado quando o estímulo chegou. Posteriormente, o RNA desses hormônios são traduzidos em proteínas (pré-pró-hormônio) e processados se transformando efetivamente no hormônio para ser liberado, mas antes dos processamento eles passam por modificações pós traducionais, ou seja, sofrem alterações depois da tradução e sofrem um processo de glicosilação para se tornarem glicoproteínas. A glicosilação ocorre no retículo endoplasmático rugoso e depois são empacotado no complexo de golgi para ficarem na forma de vesículas. Isso é importante para tornar os hormônios inativos O hormônio hipotalâmico responsável por esse eixo é o GnRH, produzido por neurônios parvicelulares e liberado no sistema porta- hipofisário, atingindo adenohipófise. Ele vai agir nos gonadotrofos, fazendo essas células produzirem e secretarem simultâneamente LH e FSH. Síntese dos hormônios Mecanismo de ação FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR masculino UNINOVE SBC | Reprodutor Masculino | 18.05.21 Gabrielle S. Sanches O LH age sobre as células de Leydig estimulando a síntese de testosterona. Depois de ser produzida a testosterona interage com a proteína ABP e também é capaz de exercer um feedback negativo a nível hipotalâmico. Ao ser produzida, a testosterona se liga numa proteína denominada SHBG, mas uma pequena parte transporta livremente no plasma. Esses hormônios promovem as características secundárias masculinas, como o aparecimento de pelos, engrossamento da voz, protrusão da cartilagem tireóidea (pomo de adão), aumento da massa muscular etc. No homem pode ser observado 2 zonas de origem dos androgênios. Uma parcela provém da zona fasciculada no córtex da adrenal e a maior parte vem dos testículos. Na prática clínica essa proteína permite verificar como está a síntese de testosterona. Se a proteína SHBG estiver aumentada significa que tem mais hormônio se ligando a proteína para ser transportado. Formação dos androgênios O colesterol é captado pelas células de Leydig para se transformar em testosterona após uma série de reações enzimáticas. Quando formada, a testosterona pode ser convertida em Estradiol ou Diidrotestosterona (DHT). Ao sofrer ação da enzima 5 alfa-redutase a testosterona é convertida em DHT e se sofrer ação da aromatase se converte em estradiol, isso é determinado pelo tecido na qual o hormônio está agindo. o elemento na sua região promotora conse- guem interagir com o androgênio e ativar ou inibir a transcrição de determinado gene. Na barreira hematotesticular há as células de Leydig e as células de Sertoli. As células de Leydig produzem testosterona, por sua vez, ela interage as células de Sertoli que expressam aromatase e parte dela é convertida em estradiol, a outra parte é liberada na forma de testosterona. Na puberdade há aumento significativo da 5 alfa redutase, expressada principalmente no trato urogenital, na pele genital, folículo piloso e fígado. Por consequência também ocorre uma grande produção de DHT. A maior parte da testosterona é transportada através de proteínas, tanto SHBG como albumina e por isso esse hormônio dura muito tempo no organismo. Para exercer sua função no tecido alvo é necessário que ela se "solte" da proteína transportadora e passe para o tecido atravessando a membrana plasmática livremente por ser lipossolúvel, mas só tem efeito nas células que possuem o receptor. Apenas após estar dentro das células sofre ação de enzimas se convertendo em seus subprodutos (DHT/estradiol). Eles se ligam em um receptor de androgênio e exercem um efeito genômico, se deslocando até o DNA da célula e ativa ou inibe a transcrição de genes específicos. No DNA há uma série de genes que possuem um elemento de resposta aos androgênio (ARE), logo todos os genes que tem Essa conversão é necessária pois alguns tecidos possuem receptores específicos para DHT ou estradiol e a testosterona não consegue exercer seu efeito se não estiver convertida. No período fetal há um pico de testosterona que irá determinar a diferenciação das células germinativas em células de Sertoli e Leydig e no final do período fetal o hormônio volta a cair. Antes do primeiro ano de vida do indivíduo há um novo pico de testosterona na qual ainda não se sabe direito o motivo mas logo volta a níveis basal. E o terceiro pico de testosterona acontece na puberdade e se mantém por toda a vida do indivíduo ocorrendo um decaimento na terceira idade. O LH ativa uma via de sinalização que leva a produção das enzimas envolvidas na biossíntese da testosterona, por isso sem o LH o hormônio não é produzido e consequentemente não ocorre o DHT e estradiol. Mecanismo de ação A testosterona por si só consegue se ligar aos receptores de androgênio e exercer seu efeito sobre o tecido, portanto os tecidos que não expressam 5 alfa-redutase e nem aromatase se tem uma ação direta da testosterona. Conversão da testosterona EX.: No folículo piloso a testosterona é convertida em DHT e age fazendo com que os pelos cresçam Regulação das células Quando o LH se liga no receptor nas células de Leydig uma via de sinalização é ativada e aumenta a fosforilação da PKA que fosforila receptores de LDL para que o colesterol seja colocado dentro das células. O colesterol chega na mitocôndria e é convertido em testosterona. O FSH age sobre as células de Sertoli e vai levar a síntese de ABP e inibina. A medida que a testosterona é produzida ela é liberada para a circulação sanguínea e interage com a ABP e se liga à eladessa forma a testosterona é mantida dentro dos testículos para que a espermatogênese aconteça, se ela for perdida imediatamente para a circulação periférica ela não é concentrada nos testículos SÊMEN Após os espermatozoides serem produzidos nos túbulos seminíferos eles passam por uma etapa de armazenamento e maturação ao longo do epidídimo. Nesse momento ocorre o processo de descapacitação para não correr o risco de um espermatozoide pronto para fecundar não ser ejaculado, pois isso só ocorre ao ter o contato com o epitélio uterino no processo de capacitação. Os espermatozoides chegam até o ducto deferente através da contração da musculatura lisa controlada pelo sistema nervoso simpático e por fim eles são jogados em direção a uretra para ser ejaculado. de uma forma suficiente para a síntese de espermatozoides. O fluido seminal é um conjunto de fluidos que são produzidos por diferentes glândulas do trato genital masculino. A maior parte do conteúdo provém das glândulas prostáticas, cerca de 60%. As glân- dulas porstáticas adicionam frutose que é o substrato energético para o espermatozoide se locomover ao longo do trato genital feminino. Nesta etapa ainda é adicionado semenogelinas que são importantes para o processo de coagulação do sêmen pós ejeção, é um mecanismo de proteção para que o espermatozoide consiga alcançar o ovócito secundário e não morrer ao longo do caminho, preservando ele de maneira íntegra. Além dessas substâncias também há prostaglandinas promovendo a contração da musculatura uterina, permitindo que os espermatozoides se direcionem corretamente para o ovócito secundário. As secreções prostáticas compõe 30% do conteúdo seminal, entre elas estão secreções alcalinas, para deixar o fluido com característica alcalina sendo possível neutralizar o pH vaginal, e também o antígeno prostático específico (PSA). Por fim, nasglândulas bulbouretrais é produzido 10% do fluido, elas emitem uma secreção lubrificante e de tamponamento para neutralizar o pH da uretra. Prejuízo em qualquer um desses conteúdos diminuem a chance do espermatozoide chegar ao ovócito secundário, impactando na fecundação. O uso de anabolizantes leva a um aumento excessivo da testosterona. O aumento do hormônio exerce um feedback negativo a nível hipotalâmico e inibe a síntese de LH e FSH, pois o eixo gonadotrofo é suprimido. Consequentemente não há produção endógena de testosterona e leva a prejuízos no processo de espermatogênese, pois é necessário que os níveis de testosterona nos túbulos seminíferos sejam muito elevados em comparado aos níveis periféricos. A testosterona exógena não consegue se acumular nos túbulos seminíferos e alcançar a concentração suficiente para ocorrer a espermatogêse, mas é o suficiente para inibir o eixo e impedir a produção endógena do hormônio. O indivíduo fica estéreo. EREÇÃO PENIANA É um processo neurovascular complexo que envolve 3 processos: - Relaxamento do músculo liso do corpo cavernoso. - Aumento do fluxo arterial peniano. - Restrição do fluxo venoso de saída 01. O relaxamento do músculo liso arterial é mediado por estimulação do SNA parassimpático, levando a um influxo de sangue no corpo cavernoso. Os nervos que partem da medula e inervam a musculatura lisa do pênis Composição liberam ACH que se liga em receptores específicos e promovem o relaxamento, possibilitando um maior fluxo arterial em direção aos corpos cavernosos 02. O contínuo influxo de sangue comprime o plexo venoso impedindo a saída de sangue e mantendo a ereção. É um mecanismo denominado oclusivo venoso, em que o sangue fica reprisado dentro dos corpos cavernosos e não tem como acontecer a drenagem. 03. Contração da musculatura lisa arterial dos corpos cavernosos por estimulação do SNA simpático liberando o plexo venoso que drena o sangue dos corpos cavernosos, gerando o processo de detumescência. Existem dois tipos de ereção: cicogênica e reflexa. Cicogênica: Vai do córtex em direção a medula (SNC). Acontece através de estímulos que chegam no córtex descem através de uma via descendente autonômica e estimulam o SNA parassimpático provocando a dilatação das arteríolas do pênis. É uma ereção efêmera, ou seja, não se sustenta por muito tempo. O centro de controle fica entre T11 e L2. Reflexa: É um mecanismo que não envolve a ascensão da informação até o córtex. São fibras sensoriais do pênis que percebem através de mecanoceptores estímulos táteis e a informação é levada diretamente até um neurônio sensorial na medula e este envia uma fibra do SNA parassimpático fazendo a dilatação das arteríolas do pênis. Do ponto de vista funcional, é mais duradoura. Os centros de controle então entre os segmentos C2 e C4. EJACULAÇÃO Uma lesão medular pode prejudicar a ereção, dependendo de onde for a lesão vai afetar somente a cicogênica, reflexa, ou ainda ambas, pois se o centro de controle for afetado não tem como a informação chegar. Um nervo cavernoso do sistema nervoso parassimpático libera ACH que se liga em receptores nicotínicos, além da liberar de NO. A ACH junto com o NO provoca ativação de aguanilil cilcase no músculo liso das artérias peniana, essa enzima converte o GTP em GMPc que promove o relaxamento da musculatura lisa dos vasos penianos pelo influxo de sangue para dentro do espaços cavernosos, logo quando mais GMPc maior o relaxamento da musculatura lisa do vaso e consquentemente mais sangue flui para dentro dos corpos cavernosos gerando a ereção. Controle da ereção Detumescência Processo gerado pelo sistema nervoso simpático, gerando uma resposta contrária a ereção. Ele libera noradrenalina que age através de receptores alfa adrenérgicos e estimula uma enzima chamada fosfodiesterase 5 (PDS), esta é capaz de destruir o GMPc (que estava sustentando o relaxamento da musculatura lisa). Quando mais ativação de fosfodiesterase menor a quantidade de GMPc, consequentemente há menos relaxamento da musculatura lisa e o fluxo sanguíneo para dentro dos corpos cavernosos é interrompido, ocorre liberação do plexo venoso e o processo de ereção é inibido. A ejaculação é causada por contrações rítimicas dos músculo isquiocavernosos e principalmente do músculo bulbocavernoso que expele o sêmen através da luz uretral. O sistema nervoso simpático libera noradrenalina que age sobre receptores alta adrenérgicos fazendo vasoconstrição e estimula a contração da musculatura levando ao processo de ejaculação. Ao mesmo tempo a noradrenalina faz a vasoconstrição que vai liberar o fluxo do plexo venoso, permitindo que o sangue do corpo cavernoso seja drenado. Antes da puberdade há um processo chamado de adrenarca, em que se produz androgênios preparando o organismo para a puberdade por volta dos 6-8 anos. PUBERDADE CORRELAÇÃO CLÍNICA Puberdade precoce é tratada com introdução de GnRH de maneira constante, mantendo as doses sempre alta. Isso pode parecer contraditório mas ao deixar altas concentrações de GnRH acontece um processo de downregulation diminuindo as quantidades de receptores do GnRH nos gonadotrofos que passam a ficar insensíveis a esse hormônio e o paciente demora mais para entrar na puberdade, já que se a puberdade começar antes do tempo pode prejudicar o crescimento.
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