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Caderno de Enfermagem – Procedimentos Via Subcutânea e Hipodermóclise Facilita Aí Enfermagem – Prof.ª Enf. Vanessa Carvalho - 2021 Via Subcutânea e Hipodermóclise Definição: Tratam-se de duas técnicas que utilizam o tecido subcutâneo (hipoderme) para administração de medicações ou soluções. A terapia subcutânea é a técnica em bólus (rápido ou lento) e a hipodermóclise é a infusão contínua. Objetivo: Administrar medicações e soluções pelo tecido subcutâneo (via parenteral). Aplicação: Em crianças, adultos e idosos que irão se beneficiar desta via de administração em relação as outras vias. Responsabilidade: Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem desde que estejam treinados e validados pela Educação Permanente para realização deste procedimento.C ad er no d e E nf er m ag em - P ro ce di m en to s Hipodermóclise em geriatria Considerações e Cuidados O acesso subcutâneo pode ser realizado em diversos ambientes de cuidado, inclusive no domicilio; Via parenteral de fácil acesso e mais confortável que a venosa; Tem baixo custo e menor risco de infecção comparado ao acesso venoso; Fácil punção e cuidado; Menor flutuação da concentração plasmática de medicações, principalmente opioides. Indicações e Contraindicações Impossibilidade de ingestão por via oral (náuseas, vômitos, obstrução, disfagia, alterações de absorção gastrointestinal, fase final de vida entre outros); Via parenteral preferencial para abordagem dos Cuidados Paliativos , pois facilita a titulação das principais medicações utilizadas para alívio de sintomas; Pacientes em fase final de vida quando perdem a capacidade de deglutir. Recusa do paciente; Anasarca; Necessidade de reposição rápida de volume; Pacientes que apresentam distúrbios de coagulação plaquetas ≤ 50 mil. Ascite; Caquexia; Síndrome Veia Cava Superior ; Proximidade de articulações e proeminências ósseas; Locais com sinais flogísticos ou circulação linfática prejudicada. Indicações Absolutas Relativas Contraindicações Material Necessário Bandeja; Solução ou medicamento à ser administrado; Dispositivo de punção agulhado (escalpe 21G ou 25G) ou não agulhado (jelco 20G ou 24G) ou jelco tipo Intima® 24G. Atenção para necessidade de extensor de duas vias em dispositivos sem continuidade que deverá ser preenchido previamente com soro fisiológico 0,9%; Solução antisséptica; Gaze ou algodão; Luva de procedimento; Seringa de 3 ml ou 5ml com em torno de 3 ml de soro fisiológico 0,9% aspirado; Cobertura estéril, transparente com local para registrar data, horário e responsável pela punção. Via Subcutânea e Hipodermóclise Via Subcutânea e Hipodermóclise Etapas do Procedimento Conferência das informações: medicação certa, paciente certo, dose certa, via certa, horário certo, registro certo, ação certa, forma farmacêutica certo, monitoramento certo. Calçar as luvas de procedimento. Lavar as mãos. Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante. Identificar a solução ou a medicação com as informações sobre conteúdo e paciente. Realizar o preparo da solução ou diluição da medicação, de acordo com a prescrição. Checar a prescrição e compatibilidade da medicação com a via subcutânea. Reunir todo material necessário em uma bandeja. Etapas do Procedimento Datar e identificar a fixação. Assegurar-se de que nenhum vaso tenha sido atingido. Fixar o dispositivo subcutâneo. Introduzir o dispositivo subcutâneo num ângulo de 30º a 45º. Em pacientes caquéticos ou muito emagrecidos avaliar diminuição da graduação. Realizar prega do tecido subcutâneo com todos os dedos da mão; Fazer antissepsia do local; Posicione o paciente de acordo com o local escolhido. Selecionar o melhor locar para aplicação. Nos pacientes que deambulam, evitar punção membros inferiores. Atenção! Hipodermóclise: Aplicar o medicamento ou conectar o dispositivo subcutâneo ao equipo da solução. O gotejamento para a infusão de solução deve ser em torno de 60 a 125 ml/h, considerando as condições clínicas do paciente. Terapia subcutânea: Após a administração do medicamento em bólus, injetar 1 ml de soro fisiológico a 0,9% para garantir que todo o conteúdo do dispositivo foi introduzido no sítio de punção. Em casos de medicações rápidas, ao invés da punção a administração, pode ser realizada diretamente do tecido subcutâneo com uso de seringa de 1ml (insulina). Duração: Cateteres agulhados podem permanecer até 5 dias e cateteres não agulhados até 11 dias. Retirada do Cateter Proceder com a anotação de enfermagem. Higienizar as mãos após o contato com o paciente. Deixar o ambiente limpo e organizado. Descartar os outros materiais em lixo apropriado. Desprezar imediatamente os materiais com agulha na caixa de perfurocortante. Faça compressão local com algodão seco. Retire o dispositivo na mesma angulação, em um movimento único e firme. Via Subcutânea e Hipodermóclise Via Subcutânea e Hipodermóclise Cuidados de Enfermagem Lavagem das mãos antes e após o manuseio do cateter; Administrar medicações ou soluções em temperatura ambiente para evitar o desconforto; Monitorar a área de inserção do dispositivo quanto ao aparecimento de sinais flogísticos, endurecimento; hematoma, necrose do tecido (complicação tardia) e sinais de infecção geral (ex: febre); Se for observado edema local, recomenda-se primeiro diminuir o gotejamento, segundo trocar local de punção e por último suspender a infusão por esta via; Proteger com plástico, durante o banho, com o objetivo de manter a área seca; Rodiziar o local de punção a cada 72 horas, respeitando a distância de 5 cm do local da punção anterior (Recomendação da Anvisa). Para adaptação dessa norma, poderão ser realizados duas punções que podem ser alternadas durante a infusão; As soluções administradas devem ser isotônicas, hidrossolúveis e terem o pH próximo da neutralidade, uma vez que soluções com pH < 2 ou > 11 apresentam risco aumentado de precipitação ou irritação local. Sugestão de leitura e Referências • Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. O uso da via subcutânea em geriatria e cuidados paliativos. 2ª edição. Rio de Janeiro: SBGG. [Internet]; 2017; [citado em junho de 2020]. • Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Uso da via subcutânea em pediatria. ANCP. [Internet]; 2019; [citado em junho de 2020]. • D'Aquino MO, Souza RM. Hipodermóclise ou Via Subcutânea. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, 11 (2): 89 - 93; 2012. • Bruno VG. Hipodermóclise: revisão de literatura para auxiliar a prática clínica. Einstein (São Paulo) 13 (1): 1-7; Jan./Mar. 2015 • Conselho Regional de Enfermagem (Brasil). Parecer nº. 04, de 2017. Competência técnica da equipe de enfermagem na realização da hipodermóclise.[Internet]. Brasília: Coren; 2017. • Bowden V, Greenberg S. Procedimentos de Enfermagem Pediátrica, 3ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013.
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