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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL Curso de Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural Doenças de veiculação hídrica (DVH) em Vilankulo Discentes: Docente: Dulcídia Max Jaime Matimele dr. Lúcio Muchanga, MSC Ribeiro Vasco Nhambi Roque José Frio Sandra Luciano Mute Vilankulo, Maio de 2019 Índice Conteúdo Página I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1 1.1. Contextualização .................................................................................................................. 1 1.2. Problema .............................................................................................................................. 1 1.3. Justificativa .......................................................................................................................... 2 1.4. Objectivos ............................................................................................................................ 2 1.4.1. Geral: ................................................................................................................................ 2 1.4.2. Específicos: ...................................................................................................................... 2 1.5. Hipóteses .............................................................................................................................. 2 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 3 2.1. Doença ................................................................................................................................. 3 2.1.1. Água como Veículo transmissor de doença ..................................................................... 3 2.1.2. Doenças de veiculação hídrica (DVH) ............................................................................. 3 2.1.2.1. Forma de transmissão das doenças de veiculação hídrica para o ser humano ............. 3 2.1.2.2. Doenças de veiculação hídrica identificadas em Vilankulo ......................................... 4 2.1.2.2.1. Disenteria ...................................................................................................................... 4 2.1.2.2.2. Cólera............................................................................................................................ 5 2.1.2.2.3. Malária .......................................................................................................................... 6 2.1.2.2.4. Febre tifóide .................................................................................................................. 7 2.1.2.2.5. Diarreia ......................................................................................................................... 8 2.1.2.2.6. Meningite ...................................................................................................................... 9 2.1.2.2.7. Bilharziose .................................................................................................................. 10 III. METODOLOGIA .............................................................................................................. 12 3.1. Descrição da área do estudo ............................................................................................... 12 3.2. Técnica da colecta de dados ............................................................................................... 12 3.2.1. Análise de dados............................................................................................................. 12 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 13 1.1. Doenças de veiculação hídrica registadas no distrito de Vilankulo no ano de 2017 ......... 13 1.2. Doenças de veiculação hídrica registadas no distrito de Vilankulo no ano de 2018 ......... 17 1.3. Comparação dos casos de doenças de veiculação hídrica registadas em 2017 e 2018 ...... 21 V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ............................................................................... 23 5.1. Conclusão ........................................................................................................................... 23 5.2. Recomendações.................................................................................................................. 23 VI. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 24 Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 1 I. INTRODUÇÃO 1.1. Contextualização A poluição hídrica é o acréscimo de substâncias ou de formas de energia que, directa ou indirectamente, alteram a natureza do corpo da água, neste sentido o maior problema da poluição advindo de esgotos domésticos é o consumo de oxigénio dissolvido. A alteração da qualidade da água em corpos da água, proveniente de despejo de esgoto doméstico pode trazer uma série de problemas à população, tais como a proliferação de doenças de transmissão hídrica, proliferação de insectos, ocorrência de odores entre outros (SPERLING, 2005 & BRAGA et al., 2005). Muitos tipos de doenças podem ser transmitidos pela água, que podem ser causados por organismos ou outros contaminantes disseminados directamente por meio da água, tais como: Amebíase, giardíase, gastroenterite, febres tifóides e paratifóide, hepatite infecciosa, cólera, dengue, dentre outras, são as principais doenças de veiculação hídrica. Cabe ressaltar que entre as doenças de transmissão hídrica temos também aquelas causadas por insectos que se desenvolvem na água, podemos citar: microrganismos como bactérias, vírus e parasitas, toxinas naturais, produtos químicos, agro-tóxicos, metais pesados, dentre outros (RITÁ et al., 2016). Neste trabalho vamos fazer uma descrição das doenças de veiculação hídrica no distrito de Vilankulo, formas ou métodos de tratamentos usados no distrito. Mas em primeiro faremos uma descrição global das mesmas. 1.2. Problema O consumo de água contaminada por agentes biológicos ou físicos-químicos tem sido associado a diversos problemas de saúde. Algumas epidemias de doenças gastrointestinais, por exemplo, têm como via de transmissão a água contaminada. Essas infecções representam causa de elevada taxa de mortalidade em indivíduos com baixa resistência, atingindo especialmente idosos e crianças menores de cinco anos Considerando que o distrito de Vilankulo é uma região onde não há/ou é fraco o saneamento básico (falta de água tratada ou rede de esgoto), as doenças infecciosas podem ocorrer devido à contaminação da água de rios, lagos, em alguns casos, até mesmo do mar por dejectos humanos e Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 2 de animais. Daí a necessidade de se saber: quais as doenças de veiculação hídrica no distrito de Vilankulo e conhecer suas formas de controlo? 1.3. Justificativa A forma mais comum de contaminação é através da ingestão, seja directamente bebendo água contaminada ou pelo consumo de alimentos lavados com água infectada. A transmissão do agente infeccioso através da água pode ocorrer pelo contacto com a pele durante o banho, pela ingestão ou pela aspiração de germes presentes na água. Conhecer as doenças que assolam o distrito poderá ajudar na adopção de métodos de tratamento para doenças específicas, para além de ajudar ainda no conhecimento do risco queo fraco saneamento do distrito trás para as comunidades locais. 1.4. Objectivos 1.4.1. Geral: Conhecer das doenças de veiculação hídrica no distrito de Vilankulo. 1.4.2. Específicos: Identificar as doenças de veiculação hídrica no distrito de Vilankulo; Apresentar os sintomas das doenças de veiculação hídrica; Apontar os métodos de tratamento das doenças de veiculação hídrica. 1.5. Hipóteses O trabalho sustenta-se nas seguintes hipóteses: Aparentemente a maior parte das doenças de veiculação hídrica são causadas pela negligência das pessoas em adoptar os métodos de prevenção; Aparentemente algumas doenças de veiculação hídrica são devido ao fraco ou não fornecimento de serviços de saneamento básico; Aparentemente as doenças de veiculação hídrica não são devido a fraca cobertura de serviços de saúde. Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 3 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Doença Uma doença é uma condição particular anormal que afecta negativamente a estrutura ou função de parte ou de todo um organismo, e que não é causada por um trauma físico externo. Doenças são frequentemente interpretadas como condições médicas que são associadas a sintomas e sinais específicos. Uma doença pode ser causada por factores externos tais como agentes patogénicos ou por disfunções internas. Por exemplo, disfunções internas do sistema imunológico podem produzir uma variedade de diferentes doenças, inclusive várias formas de imunodeficiência, hipersensibilidade, alergias e desordens ou transtornos auto-imunes (MCINTYRE, 2014). 2.1.1. Água como Veículo transmissor de doença A água, tão necessária à vida do ser humano, pode ser também responsável por transmitir doenças. As principais doenças de veiculação hídrica são: amebíase, giardíase, gastroenterite, febres tifóide e paratifóide, hepatite infecciosa e cólera (RAMOS, 2009). Indirectamente, a água também está ligada à transmissão de verminoses, como esquistossomose, ascaridíase, teníase, oxiuríase e ancilostomíase. Vectores, como o mosquito Aedes aegypti, que se relacionam com a água podem ocasionar a dengue, a febre-amarela e a malária. Em todos esses casos, o tratamento da água, higiene pessoal e condições sanitárias adequadas são formas de evitar as doenças (LEAL, 2012). 2.1.2. Doenças de veiculação hídrica (DVH) As doenças de veiculação hídrica acometem aos humanos através do consumo de água que funciona como veículo para levar o agente infeccioso do hospedeiro original para um hospedeiro acidental, ocasionando uma série de doenças, dentre elas: a cólera, a esquistossomose, a hepatite A, a amebíase, a leptospirose. A falta de condições de higiene e saneamento básico são complicadores. 2.1.2.1. Forma de transmissão das doenças de veiculação hídrica para o ser humano Segundo SPERLING (2005) & BRAGA et al., (2005), as doenças de veiculação hídrica podem ser transmitidas das seguintes formas: Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 4 Por ingestão de água contaminada: são doenças provocadas devido à ingestão directa de água contaminada. Eventualmente, acidentes no sistema de abastecimento de água tratada, ou problemas em sua manutenção podem acarretar contaminações e causar doença na população que se serve do mesmo. Por falta de água ou de rede de esgoto/alternativas adequadas para deposição de dejectos ou práticas precárias de higiene: a falta de água impede a higienização adequada e pode causar uma série de doenças. Local sem rede de esgoto ou sem banheiros ou fossas adequadas para a deposição de dejectos humanos possibilitam a transmissão da ascaridíase. Por insectos/vectores que se desenvolvem na água: são aquelas transmitidas pela picada de mosquitos/vectores que se desenvolvem na água tal como dengue, febre- amarela, filariose, malária e algumas encefalites. 2.1.2.2. Doenças de veiculação hídrica identificadas em Vilankulo 2.1.2.2.1. Disenteria Disenteria é uma infecção do intestino grosso que causa diarreia severa com muco e sangue, juntamente com cólicas e dores abdominais. Normalmente é provocada por água ou alimentos contaminados (BEZERRA, 2011). Sinais e sintomas Disenteria amebiana: diarreias com muito muco e sangue. Se o paciente não receber tratamento nos primeiros dias, ao final de cerca de 3 semanas a doença ficará mais intensa, com o agravamento do quadro, com a presença de hemorragias intestinais, desnutrição e desidratação. Outros sintomas incluem vómitos, náuseas e perda de apetite (BEZERRA, 2011). Disenteria bacteriana: os sintomas mais comuns incluem febre elevada, cefaleia, cólica abdominal e uma diarreia aquosa e abundante. Os sintomas duram por volta de 3 a 7 dias e podem desaparecer sozinhos. A intensidade dos sintomas e sua duração vão depender do microorganismo responsável e das condições físicas do paciente. Uma complicação frequente é a desidratação, ocasionada pela perda de líquidos na diarreia e vómitos (BEZERRA, 2011). Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 5 Tratamento Disenteria amebiana: administração de medicamentos para eliminar os parasitas. Portadores saudáveis devem ser tratados também para interromper a cadeia de transmissão. Pode ser necessária a internação de pacientes com hemorragias intestinais ou desidratação. Nos casos em que houve formação de abscessos no fígado, uma intervenção cirúrgica será necessária (BEZERRA, 2011). Disenteria bacteriana: consiste na administração de antibióticos, repouso, boa ingestão de líquidos. Em casos graves, pode-se proceder a hidratação pela via parentérica (BEZERRA, 2011). Prevenção Lavar as mãos com água e sabão após usar o banheiro e antes das refeições. Ao manusear ou cozinhar alimentos, deve-se lavar as mãos. As roupas do paciente infectado devem ser lavadas com água quente para eliminar os agentes infecciosos (BEZERRA, 2011). 2.1.2.2.2. Cólera Doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae, cuja transmissão ocorre principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes ou vómitos de doente ou portador. Os alimentos e utensílios podem ser contaminados pela água, pelo manuseio ou por moscas (RAMOS, 1988). Sinais e sintomas Pode haver desde infecções inaparentes até diarreia profusa e grave. Além da diarreia, podem surgir vómitos, dor abdominal e, nas formas severas, cãibras, desidratação e choque (RAMOS, 1988). Nos casos graves mais típicos (menos de 10% do total), o início é súbito, com diarreia aquosa, abundante e incoercível, com inúmeras dejecções diárias. A diarreia e os vómitos, nesses casos, determinam uma extraordinária perda de líquidos, que pode ser da ordem de 1 a 2 litros por hora. Os quadros leves e as infecções assintomáticas são mais frequentes do que as formas graves (RAMOS, 1988). Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 6 Tratamento Segundo RAMOS (1988), o tratamento fundamenta-se na reposição rápida e completa da água e dos sais perdidos pela diarreia e vómitos. Os líquidos deverão ser administrados por via oral ou parenteral, conforme o estado do paciente. Prevenção Segundo RAMOS (1988), uma das acções prioritárias é o investimento público para melhoria da infra-estrutura dos serviços de abastecimento de água para consumo humano, colecta e tratamento de esgotos e resíduos sólidos, no sentido de prover a população de condições adequadas de saneamento básico, contribuindo para a prevenção, controle e redução dos riscos e casos da doença. Assim, é necessário seguir as orientações expostas abaixo: Realizar adequada colecta, acondicionamento, transporte e disposição final dos resíduos sólidos, tanto domésticos quanto das unidades de saúde. Estabelecer processos detrabalho para garantir a qualidade dos processos de limpeza, desinfecção e sanitização, especialmente para serviços de saúde e para a área de preparo de alimentos. Promover as actividades de educação em saúde. Garantir o acesso da população aos serviços de diagnóstico e tratamento. Orientar o isolamento entérico de casos sintomáticos em domicílio. 2.1.2.2.3. Malária Também conhecida como sezão, paludismo, maleita, febre terça e febre quarta, a malária é uma doença típica de países de clima tropical e subtropical. O vector é o anofelino (Anopheles), um mosquito parecido com o pernilongo que pica as pessoas, principalmente ao entardecer e à noite. Embora seja uma doença autolimitada, isto é, em que o sistema de defesa do organismo combate o invasor estranho e a doença desaparece, a malária pode levar à morte se não for tratada em determinados casos (CRUZ & BRAZ, 2009). Sinais e sintomas Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada e cansaço. Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias (CRUZ & BRAZ, 2009). Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 7 Prevenção e Tratamento Segundo CRUZ & BRAZ (2009), o tratamento fundamenta-se Não existe vacina contra a malária. As formas de prevenção mais indicadas são: uso de repelente no corpo todo, camisa de mangas compridas e mosquiteiro, quando estiver em zonas endémicas. Evitar banhos em lagoas ou expor-se a águas paradas ao anoitecer e ao amanhecer horários em que os mosquitos mais atacam. Procurar um serviço especializado se for viajar para regiões onde a transmissão da doença é alta, para tomar medicamentos antes, durante e depois da viagem. 2.1.2.2.4. Febre tifóide A Febre Tifóide é causada pela Salmonella typhi, doença altamente contagiosa de transmissão hídrica e/ou alimentar. Como está relacionada às condições socioeconómicas, é mais comum nos países com saneamento básico precário, nos quais os resíduos humanos podem entrar em contacto com fontes de água e com a cadeia de alimentação (BOLANDER, 1998). Sinais e sintomas Os sinais e sintomas clássicos são febre alta, cefaleia (dor de cabeça), mal-estar geral, dor abdominal, anorexia, bradicardia relativa (dissociação pulso/temperatura), constipação ou diarreia, tosse seca, roséolas tíficas (manchas rosadas no tronco – achado raro) e hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço). Em casos graves pode ocorrer o sangramento intestinal e/ou perfuração intestinal e até o óbito (BOLANDER, 1998). Tratamento O tratamento para febre tifóide pode ser feito com repouso, antibióticos prescritos pelo médico, dieta indicada pelo nutricionista com o mínimo de gordura e calorias e a ingestão de líquidos como água, sucos naturais e chás para hidratar o paciente (BOLANDER, 1998). Prevenção Segundo BOLANDER (1998), o saneamento básico, o preparo adequado dos alimentos e a higiene pessoal são as principais medidas de prevenção. Tratando-se de alimentos, observar os seguintes aspectos: Consuma água tratada, leite e derivados pasteurizados; Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 8 Não utilize alimentos depois da data de vencimento; Lave as mãos regularmente; Lave e desinfecte todas as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos; Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insectos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados). 2.1.2.2.5. Diarreia A diarreia é caracterizada pela evacuação de fezes líquidas de forma frequente e sem controlo. Outros sintomas comuns são perda da consistência, aumento do número e/ou volume das defecações com ou sem a presença de muco ou sangue (SCHLEINSTEIN, 2015). Sinais e sintomas A diarreia costuma ser um sintoma de outros quadros e apresenta consigo outros sinais, que podem variar de intensidade. O principal sinal do quadro é a presença de fezes líquidas na evacuação (SCHLEINSTEIN, 2015). O paciente também pode manifestar dores na região abdominal e uma vontade constante de ir ao banheiro. Os principais sinais que acompanham as fezes líquidas e caracterizam a diarreia são: fezes líquidas, cólicas abdominais, dor abdominal, febre, sangue nas fezes, inchaço, náusea (SCHLEINSTEIN, 2015). Tratamento O tratamento para diarreia é geralmente feito em casa, por meio da ingestão de líquidos, a fim de evitar desidratação. O médico também poderá receitar alguns medicamentos. Esses remédios geralmente não precisam de prescrição, mas evite-os a não ser que seja orientação médica. Para o tratamento você pode realizar algumas técnicas simples, como: Iniciar a ingestão do soro caseiro o mais breve possível; Aumento da ingestão de líquidos como soros, sopas, sucos; Ingerir de 50 a 100 ml de líquido após cada evacuação diarreica; Manter a alimentação habitual, principalmente o leite materno, corrigindo erros alimentares e seguindo as orientações médicas; Observar os sinais de desidratação. Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 9 Prevenção Segundo SCHLEINSTEIN (2015), diarreia associada a antibióticos pode ser prevenida com o uso de suplementos que contêm bactérias benéficas. Para saber mais sobre isso, converse com seu médico. Iogurte com culturas vivas ou activas são uma boa fonte dessas bactérias benéficas e também ajudam a evitar a diarreia. As seguintes medidas de saúde podem ajudar na prevenção de doenças que provocam diarreia: Lave as mãos com frequência, principalmente após ir ao banheiro e antes de comer; Use álcool em gel para desinfectar as mãos com frequência; Ensine as crianças a não levar objectos à boca. 2.1.2.2.6. Meningite A maioria dos casos de meningite é provocada por vírus ou bactérias, mas a doença também pode ser transmitida via fungos. Outros factores também podem desencadear num quadro de meningite, como alergias a determinados medicamentos, alguns tipos de câncer e também inflamações (FELÍCIO, 2017). Sinais e sintomas Os primeiros sinais de meningite, quando manifestados, são facilmente confundidos com os sintomas típicos da gripe. Geralmente aparecem de algumas horas até dois dias após a infecção. Os sintomas mais comuns da meningite são: febre alta repentina, forte dor de cabeça, pescoço rígido, vómitos, náusea, confusão mental e dificuldade de concentração, convulsões, sonolência, fotossensibilidade, falta de apetite, rachaduras e presença de manchas vermelhas na pele (FELÍCIO, 2017). Tratamento O tratamento de meningite depende da causa. Para meningite viral muitas vezes o tratamento é dispensável, pois a doença costuma desaparecer sozinha após algumas semanas (FELÍCIO, 2017). Para meningite bacteriana, o tratamento deve ser imediato por meio de antibióticos intravenosos e medicamentos de cortisona, para reduzir o risco de futuras complicações (FELÍCIO, 2017). Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 10 Quando o caso é de meningite fúngica, o tratamento é feito via fungicidas. Para tratar meningite crónica, o tratamento indicado é o mesmo do de meningite fúngica, já que esta é a única forma de meningite que pode levar ao quadro crónico da doença (FELÍCIO, 2017). Os medicamentos de cortisona são mais indicados para casos em que a meningite é causada por razões não-infecciosas, como reacções químicas, alergias a medicamentos e alguns tipos de câncer (FELÍCIO, 2017). Prevenção Segundo FELÍCIO, (2017), meningite é geralmente resultado de contágio entre duas pessoas. Vírus e bactérias causadores da doença podem ser transmitidos via tosse, espirro, beijo ou compartilhamento de itens pessoais. Por isso,é importante evitar ficar muito próximo a pessoas portadoras de meningite. Abaixo estão algumas medidas básicas que ajudam a prevenir a doença: Lave sempre as mãos; Não compartilhe itens de uso pessoal com outras pessoas, como cigarro, copos ou escovas de dente; Permaneça sempre saudável, com sistema imunológico funcionando correctamente Ao tossir ou espirrar, cubra a boca. 2.1.2.2.7. Bilharziose È uma doença muito frequente no nosso país, existindo algumas regiões onde está muito espalhada. Em Moçambique existem dois tipos de Bilharzioseː a que ataca o aparelho urinário (a parte do corpo que produz urina) e é conhecida por Bilharziose Urinária ou Vesical. A outra ataca os intestinos (tripas) sendo conhecida por Bilharziose Intestinal (Verdade, 2008). Sinais e sintomas Segundo Verdade (2008), quando esta doença aparece o doente tem as seguintes manifestações: Dores ao urinar; Saída de sangue na urina ou nas fezes pela boca, em casos mais graves em que ataca o fígado; Pode ter febres; Em alguns casos pode provocar saída da urina sem a pessoa querer; Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 11 Tratamento A bilharziose é uma doença que tem tratamento e por isso, as pessoas que urinam e defecam sangue devem ir imediatamente ao Centro de Saúde (Verdade, 2008). Prevenção Segundo Verdade (2008), uma das maneiras de evitar a bilharziose, particularmente naqueles lugares suspeitos (onde há muitos caracóis), é preciso só tomar banho e lavar a roupa fora da água dos rios, lagos ou lagoas. Abaixo estão algumas formas de prevenção, a saber: Não fazer necessidades maiores ou menores no rio, lago ou lagoa ou perto destes locais; Eliminar as moscas pendurando sacos de plásticos com água à entrada da casa. Tratar a água para beber ou purifica-la; Devemos evitar por o nosso corpo durante muito tempo dentro destas colecções de água; Construir poço próximo do rio para tirar água de beber; Nos charcos grandes de água ou pequenas lagoas, devemos tentar criar peixes (tilápias) que se alimentam dos micróbios (cercarias). Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 12 III. METODOLOGIA 3.1. Descrição da área do estudo O distrito de Vilankulo fica situado a Norte da província de Inhambane, tendo como limites a Norte com o distrito de Inhassoro, a Sul com o distrito de Massinga, a Oeste com os distritos de Mabote e Funhalouro e a Este com o Oceano Indico. A superfície do distrito é de 5.869 km 2 e a sua população está estimada em 155 mil habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 26 hab/km 2 , prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 179 mil habitantes (MAE, 2012). 3.2. Técnica da colecta de dados Com base nos objectivos que se pretendem alcançar, usou-se o método qualitativo. Para obtenção de dados usou-se: a pesquisa bibliográfica e entrevista, visto que: a) Pesquisa bibliográfica: Para a discussão de conceitos - chave, foi exequível recorrer a pesquisa bibliográfica, pois a mesma possibilitou a obtenção dos instrumentos e obras de referência que permitiram a sistematização teórica da pesquisa e ter noções básicas de alguns conceitos ligados, as doenças de veiculação hídrica (DVH) a nível global. Este método procura dar explicações do assunto abordado, a partir de referências teóricas publicadas em documentos, com o objectivo de traçar as linhas gerais do trabalho (GIL, 2008). b) Entrevistas: Entrevista é o encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para colecta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social (MARCONE & LAKATOS, 1996). Esta técnica consistiu na recolha da informação numa situação frente à frente entre o observador e o observado, através de um questionário previamente elaborado pelos pesquisadores de forma a terem mais informações referentes as doenças de veiculação hídrica. 3.2.1. Análise de dados Para o melhor armazenamento e tratamento dos dados colhidos no acto da pesquisa no Serviço Distrital de Saúde de Vilankulo, foi empregue o pacote estatístico, no Microsoft Excel 2010 (palmilhas electrónicas e gráficos) que permitiu que todos os dados fossem ilustrados em tabela e em gráficos para uma posterior interpretação dos dados. Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 13 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO Esta pesquisa possibilitou a aquisição de conhecimento acerca das doenças de Veiculação hídrica no distrito de Vilankulo, o nível de casos registados pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante os anos de 2017 e 2018. 1.1. Doenças de veiculação hídrica registadas no distrito de Vilankulo no ano de 2017 Tabela 1: sobre o registo de casos de doenças durante o ano de 2017 no distrito de Vilankulo Período Doenças e parâmetros 2017 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez DISENTERIA – A03 (Shigella) 38 32 24 17 32 28 45 36 20 19 24 14 A00 – CÓLERA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 B50/B53 – MALÁRIA CONFIRMADA 0 – 4 Anos 1416 1709 1783 1330 1069 880 1041 1525 1258 1719 2332 2151 5 Anos e mais 5018 6171 5613 3265 2717 2451 2701 4041 3030 4501 7259 6165 SÍNDROME FEBRIL R50.9 – febre não especificada 0 – 4 Anos 88 164 349 314 172 177 174 353 166 273 479 366 5 Anos e mais 350 339 675 748 814 703 353 774 395 506 907 905 A09 DIARREIA 0 – 4 Anos 271 153 184 107 99 161 114 150 144 166 150 165 5 – 14 Anos 135 68 106 105 75 79 103 144 85 91 109 94 15 Anos e mais 221 177 171 143 160 198 130 265 206 170 199 205 G03 MENINGITE (inclui suspeitas) 0 – 4 Anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Anos e mais 0 0 1 0 0 0 0 0 2 0 0 0 Bilharziose 0 0 0 2 5 0 0 1 2 1 2 0 Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 14 Abaixo estão encontram-se os gráficos que facilitaram a identificação do período de pico de cada doença durante o ano. A ordem de colocação dos gráficos vai de acordo com a colação das doenças na tabela acima. Gráfico 1: sobre a disenteria – A03 (Shigella) Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos De acordo com este gráfico pode-se concluir que, a doença de disenteria durante o ano de 2017 registou maior incidência no mês de Julho onde atingiu cerca de 45 casos registados no distrito, e uma menor incidência no mês de Dezembro do mesmo ano onde registaram-se 14 vítimas. Gráfico 2: sobre a A00 – cólera Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos De acordo com este gráfico pode-se concluir que, a doença de cólera a durante o ano de 2017, o serviço distrital de saúde não registou nenhum caso desta doença. Gráfico 3: sobre a B50/b53 – malária confirmada Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos 0 50 Jan FevMarAbrMai Jun Jul Ago Set OutNovDez DISENTERIA – A03 (Shigella) DISENTERIA – A03 (Shigella) 0 0.5 1 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez A00 – CÓLERA A00 – CÓLERA 0 2000 4000 6000 8000 Ja n Fe v M ar A b r M ai Ju n Ju l A go Se t O u t N o v D e z B50/B53 – MALÁRIA CONFIRMADA 0 – 4 Anos B50/B53 – MALÁRIA CONFIRMADA 5 Anos e mais Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 15 O gráfico acima representa os casos registados na doença da Malária pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante o ano de 2017. Onde pode-se concluir que, no intervalo dos 0 – 4 anos a doença registoumaior incidência no mês de Novembro onde foram atendidas 2332 vítimas e menor incidência no mês de Junho com 880 vítimas. E no intervalo dos 5 anos e mais, registou-se maior incidência no mês de Novembro com 7259 vítimas e menor incidência no mês de Junho com 2451 vítimas. Com base neste gráfico o intervalo de 5 anos e mais registou mais casos comparado com o outro de 0 – 4 anos, o que significa que a doença atacou menos nessa faixa menor. Gráfico 4: sobre a Síndrome febril r50.9 – febre não especificada Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos O gráfico acima representa os casos registados na doença da síndrome febril pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante o ano de 2017. Onde pode-se concluir que, no intervalo dos 0 – 4 anos a doença registou maior incidência no mês de Novembro onde foram atendidas 479 vítimas e menor incidência no mês de Janeiro com 88 vítimas. E no intervalo dos 5 anos e mais, registou- se maior incidência no mês de Novembro com 907 vítimas e menor incidência no mês de Fevereiro com 339 vítimas. Com base neste gráfico o intervalo de 5 anos e mais registou mais casos comparado com o outro de 0 – 4 anos, o que significa que a doença atacou menos nessa faixa menor. Gráfico 5: sobre a A09 diarreia Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos 0 200 400 600 800 1000 Ja n Fe v M ar A b r M ai Ju n Ju l A go Se t O u t N o v D e z 2017 SÍNDROME FEBRIL R50.9 – febre não especificada 0 – 4 Anos SÍNDROME FEBRIL R50.9 – febre não especificada 5 Anos e mais 0 100 200 300 Ja n Fe v M ar A b r M ai Ju n Ju l A go Se t O u t N o v D e z 2017 A09 DIARREIA 0 – 4 Anos A09 DIARREIA 5 – 14 Anos A09 DIARREIA 15 Anos e mais Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 16 O gráfico acima representa os casos registados na doença da diarreia pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante o ano de 2017. Onde pode-se concluir que, no intervalo dos 0 – 4 anos a doença este o registou maior incidência no mês de Janeiro onde foram atendidas 271 vítimas e menor incidência no mês de Maio com 99 vítimas. No intervalo dos 5 - 14 anos, registou-se maior incidência no mês de Agosto com 144 vítimas e menor incidência no mês de Fevereiro com 68 vítimas. E no intervalo dos 15 anos e mais, registou-se maior incidência no mês de Agosto com 265 vítimas e menor incidência no mês de Julho com 130 vítimas. Com base neste gráfico o intervalo de 15 anos e mais registou mais casos comparado com os outros intervalos, o que significa que a diarreia atacou mais os superiores que 15 anos. Gráfico 6: sobre a G03 meningite (inclui suspeitas) Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos O gráfico acima representa os casos registados na doença da meningite pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante o ano de 2017. Onde pode-se concluir que, no intervalo dos 0 – 4 anos a doença este não registou nenhuma entrada durante o ano todo. E no intervalo dos 5 anos e mais, registou-se 1 vítima no mês de Março e 2 no mês de Setembro, totalizando-se 3 vitimas para o ano todo. Gráfico 7: sobre a bilharziose Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos 0 1 2 3 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2017 G03 MENINGITE (inclui suspeitas) 0 – 4 Anos G03 MENINGITE (inclui suspeitas) 5 Anos e mais 0 2 4 6 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Bilharziose Bilharziose Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 17 De acordo com este gráfico pode-se concluir que, a doença de bilharziose durante o ano de 2017 registou maior incidência no mês de Maio onde atingiu cerca de 5 casos registados no distrito, e uma menor incidência nos meses de Agosto e Outubro com 1 vítima em ambos. 1.2. Doenças de veiculação hídrica registadas no distrito de Vilankulo no ano de 2018 Tabela 2: sobre o registo de casos de doenças durante o ano de 2018 no distrito de Vilankulo Período Doenças e parâmetros 2018 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez DISENTERIA – A03 (Shigella) 12 19 46 25 18 33 34 15 10 15 26 22 A00 – CÓLERA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 B50/B53 – MALÁRIA CONFIRMADA 0 – 4 Anos 2204 1165 1940 1333 1221 923 730 979 1500 1263 1648 1137 5 Anos e mais 6238 3812 8027 5559 5309 3877 2853 2980 5846 4428 5418 4886 SÍNDROME FEBRIL R50.9 – febre não especificada 0 – 4 Anos 641 350 418 281 199 128 103 159 180 206 178 122 5 Anos e mais 1288 768 1631 1174 1068 473 263 556 461 577 728 386 A09 DIARREIA 0 – 4 Anos 146 203 319 123 127 76 81 88 99 145 190 132 5 – 14 Anos 78 80 179 81 74 57 65 51 105 129 72 74 15 Anos e mais 201 236 328 223 233 221 194 179 127 212 221 184 G03 MENINGITE (inclui suspeitas) 0 – 4 Anos 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Anos e mais 0 1 0 0 0 1 1 2 0 1 0 0 Bilharziose 0 1 0 3 0 5 0 0 3 0 0 1 Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 18 Abaixo estão encontram-se os gráficos que facilitaram a identificação do período de pico de cada doença durante o ano. A ordem de colocação dos gráficos vai de acordo com a colação das doenças na tabela acima. Gráfico 8: sobre a disenteria – A03 (Shigella) Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos De acordo com este gráfico pode-se concluir que, a doença de disenteria durante o ano de 2018 registou maior incidência no mês de Março onde atingiu cerca de 46 casos registados no distrito, e uma menor incidência no mês de Setembro do mesmo ano onde registaram-se 10 vítimas. Gráfico 9: sobre a A00 – cólera Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos De acordo com este gráfico pode-se concluir que, a doença de cólera a durante o ano de 2018, o serviço distrital de saúde não registou nenhum caso desta doença. Gráfico 10: sobre a B50/b53 – malária confirmada Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos 0 20 40 60 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2018 DISENTERIA – A03 (Shigella) DISENTERIA – A03 (Shigella) 0 0.5 1 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2018 A00 – CÓLERA A00 – CÓLERA 0 5000 10000 Ja n Fe v M ar A b r M ai Ju n Ju l A go Se t O u t N o v D e z 2018 B50/B53 – MALÁRIA CONFIRMADA 0 – 4 Anos B50/B53 – MALÁRIA CONFIRMADA 5 Anos e mais Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 19 O gráfico acima representa os casos registados na doença da Malária pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante o ano de 2018. Onde pode-se concluir que, no intervalo dos 0 – 4 anos a doença registou maior incidência no mês de Janeiro onde foram atendidas 2204 vítimas e menor incidência no mês de Julho com 730 vítimas. E no intervalo dos 5 anos e mais, registou-se maior incidência no mês de Março com 8027 vítimas e menor incidência no mês de Julho com 2853 vítimas. Com base neste gráfico o intervalo de 5 anos e mais registou mais casos comparado com o outro de 0 – 4 anos, o que significa que a doença atacou menos na faixa de 0 – 4 anos. Gráfico 11: sobre a Síndrome febril r50.9 – febre não especificada Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos O gráfico acima representa os casos registados na doença da síndrome febril pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante o ano de 2018. Onde pode-se concluir que, no intervalo dos 0 – 4 anos a doença registou maior incidência no mês de Janeiro onde foram atendidas 641 vítimas e menor incidência no mês de Julho com103 vítimas. E no intervalo dos 5 anos e mais, registou-se maior incidência no mês de Março com 1631 vítimas e menor incidência no mês de Julho com 263 vítimas. Com base neste gráfico o intervalo de 5 anos e mais registou mais casos comparado com o outro de 0 – 4 anos, o que significa que a doença atacou menos nessa faixa de 0 – 4 anos. Gráfico 12: sobre a A09 diarreia Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos 0 500 1000 1500 2000 Ja n Fe v M ar A b r M ai Ju n Ju l A go Se t O u t N o v D e z 2018 SÍNDROME FEBRIL R50.9 – febre não especificada 0 – 4 Anos SÍNDROME FEBRIL R50.9 – febre não especificada 5 Anos e mais 0 50 100 150 200 250 300 350 Ja n Fe v M ar A b r M ai Ju n Ju l A go Se t O u t N o v D e z 2018 A09 DIARREIA 0 – 4 Anos A09 DIARREIA 5 – 14 Anos A09 DIARREIA 15 Anos e mais Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 20 O gráfico acima representa os casos registados na doença da diarreia pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante o ano de 2018. Onde pode-se concluir que, no intervalo dos 0 – 4 anos a doença este o registou maior incidência no mês de Março onde foram atendidas 319 vítimas e menor incidência no mês de Junho com 76 vítimas. No intervalo dos 5 - 14 anos, registou-se maior incidência no mês de Março com 179 vítimas e menor incidência no mês de Agosto com 51 vítimas. E no intervalo dos 15 anos e mais, registou-se maior incidência no mês de Março com 328 vítimas e menor incidência no mês de Agosto com 127 vítimas. Com base neste gráfico o intervalo de 15 anos e mais registou mais casos comparado com os outros intervalos, o que significa que a diarreia atacou mais os superiores que 15 anos. Gráfico 13: sobre a G03 meningite (inclui suspeitas) Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos O gráfico acima representa os casos registados na doença da meningite pelo serviço distrital de saúde de Vilankulo durante o ano de 2018. Onde pode-se concluir que, no intervalo dos 0 – 4 anos a doença este apenas 1 caso durante o ano todo. E no intervalo dos 5 anos e mais, registou- se 1 vítima nos meses de Fevereiro, Junho, Julho e Outubro, e 2 no mês de Agosto, totalizando- se 6 vitimas para o ano todo. Gráfico 14: sobre a bilharziose Fonte: elaborado pelos membros do grupo com na base dos dados colhidos 0 1 2 3 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2018 G03 MENINGITE (inclui suspeitas) 0 – 4 Anos G03 MENINGITE (inclui suspeitas) 5 Anos e mais 0 2 4 6 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2018 Bilharziose Bilharziose Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 21 De acordo com este gráfico pode-se concluir que, a doença de bilharziose durante o ano de 2018 registou maior incidência no mês de Junho onde atingiu cerca de 5 casos registados no distrito, e uma menor incidência nos meses de Fevereiro e Dezembro com 1 vítima em ambos. Com os meses de Abril e Setembro que registaram 3 vítimas, pode-se concluir que em todo o ano de 2018 o serviço de saúde recebeu ou atendeu 13 vítimas. 1.3. Comparação dos casos de doenças de veiculação hídrica registadas em 2017 e 2018 O aumento dos casos de algumas doenças e redução de outras talvez esteja relacionado com as condições de saneamento básico que continuam sendo precária ao nível distrital, apesar de esses serviços ao nível municipal estarem a apresentar avanços discretos nas áreas de abastecimento de água e instalação sanitária, existe ainda muito por se fazer. Conforme demostra a tabela abaixo. Tabela 3: totais dos casos de doenças registados nos anos de 2017 e 2018 no distrito de Vilankulo Período Doenças e parâmetros 2017 2018 DISENTERIA – A03 (Shigella) 329 275 A00 – CÓLERA 0 0 B50/B53 – MALÁRIA CONFIRMADA 0 – 4 Anos 18213 16043 5 Anos e mais 52932 59233 SÍNDROME FEBRIL R50.9 – febre não especificada 0 – 4 Anos 3075 2965 5 Anos e mais 7469 9373 A09 DIARREIA 0 – 4 Anos 1864 1729 5 – 14 Anos 1194 1045 15 Anos e mais 2245 2559 G03 MENINGITE (inclui suspeitas) 0 – 4 Anos 0 1 5 Anos e mais 3 6 Bilharziose 12 13 Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 22 Quanto a doença da disenteria registou-se um decréscimo de 54 no número de vítimas de 2017 a 2018, o que representa trabalho do serviço de saúde no combate a esta doença. Para o caso da cólera apesar de esta ter sido identificada como uma das doenças que enfermam as comunidades no distrito de Vilankulo, para os dois períodos em análise não registaram-se vitimas. Quanto à malária para o intervalo dos 0 – 4 anos, registou-se um decréscimo de 2170 no número de vítimas de 2017 a 2018, o que representa forte trabalho do serviço de saúde no combate a esta doença. O diferente registou-se no intervalo de 5 anos e mais, onde tem-se um acréscimo de 6301 no número de vítimas de 2017 a 2018, o que pode depender de vários factores: por um lado, as comunidades podem ter negligenciado a procura pelos serviços, por outro, um fraco trabalho dos serviços de saúde no combate a esta doença. Na síndrome febril (febre tifóide) para o intervalo dos 0 – 4 anos, registou-se um decréscimo de 110 vítimas de 2017 a 2018, o que representa trabalho do serviço de saúde no combate a esta doença. O diferente registou-se no intervalo de 5 anos e mais, onde tem-se um acréscimo de 1904 vítimas de 2017 a 2018, o que pode depender de vários factores, por um lado as comunidades podem ter negligenciado a procura pelos serviços, por outro um fraco trabalho dos serviços de saúde no combate a esta doença. Para o caso da diarreia no intervalo de 0 – 4 anos, registou-se um decréscimo de 135 vítimas de 2017 a 2018, o que representa trabalho do serviço de saúde no combate a esta doença. No intervalo de 5 – 14 anos, registou-se um decréscimo de 149 vítimas de 2017 a 2018. O diferente registou-se no intervalo de 15 anos e mais onde tem-se um acréscimo de 314 vítimas de 2017 a 2018, devido a factores como: a fraca busca dos serviços por parte das comunidades e/ou fraco trabalho dos serviços de saúde no combate a esta doença. A meningite registou no intervalo dos 0 – 4 anos, aumento em 1 vítima. No intervalo de 5 anos e mais, a diferença foi de 3 vítimas, sendo um aumento de 2017 a 2018. A doença de bilharziose, na maioria dos casos regista-se na fase em que a campanha da pesca encontra-se em aberta, visto que os pescadores permanecem na água por muito tempo, comparando 2017 e 2018, a diferença é de uma vítima, tendo sido registadas 12 vitimas para 2017 e 13 para 2018. Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 23 V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 5.1. Conclusão Diante desses levantamentos de dados sobre as doenças de veiculação hídrica evidenciou-se ser muito importante seu conhecimento e a forma como as referidas doenças afectam a saúde das pessoas, onde são adquiridas, e quais acções e cuidados que devem ser tomados em relação à preservação de sua qualidade. Diante dos resultados observados neste trabalho conclui-se que são extremamente importantes que sejam realizadas novas pesquisas que visem ampliar os conhecimentos em relação os principais problemas sanitários e ambientais relacionados à água. 5.2. Recomendações Apesar de o saneamento básico ser de responsabilidade dos governos, a população de Vilankulo pode e precisa cooperar para que as acções do governo se concretizem e se desdobrem a todos os cidadãos, começando primeiro pela limpeza doméstica, manuseamento correcto dos resíduos; É necessário que o governo investa em campanhas educativas e preventivas, uma vez que ficou comprovado nessa pesquisa que há um número expressivo de doenças veiculadas pela água. Quandose desconhece os riscos, não há cuidados necessários a fim de evitar as enfermidades, conforme pode ser compreendido quando questionamos a forma como os alimentos são higienizados antes do consumo; Limpe as caixas da água periodicamente, além disso manter sempre os recipientes que armazenam a água bem fechados e limpos; Não entre nas águas de praias, rios e lagos onde haja o despejamento de esgoto; Mantenha os animais longe das áreas que são retiradas a água para consumo humano, isso evita que as fezes entrem em contacto com a água e a contamine; Higienize muito bem os alimentos com água potável limpa; Sempre procure beber água filtrada. Criação de condições para melhoramento das infra-estruturas de abastecimento e esgotamento sanitário. Doenças de veiculação hídrica (DVH) Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 24 VI. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEZERRA, Claudia de Carvalho Falci (2011). Disenteria. BOLANDER, V.B. (1998). Enfermagem fundamental: abordagem psicofisiológica. Lisboa: Lusodidacta. BRAGA, B & HESPANHOL, B. & CONEJO, J. G. L. & BARROS, M. T. L. &SPENCER, M. & PORTO, M. & NUCCI, N. & JULIANO, N. & EIGER, S. 92005). Introdução à Engenharia Ambiental: O desafio do desenvolvimento sustentável. São Paulo: Prentice Hall. CRUZ, Maria João & BRAZ, Rui (2009). A eutrofização dos sistemas aquáticos (em Portugês). FELÍCIO, André (2017). Meningite: sintomas, tratamentos e causas. Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBN) GIL, António. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 6° edição, Brasil. LAKATOS, E. & MARCONI, M. (1999). Sociologia Geral. 7. ed., editora Atlas, São Paulo. LEAL, Fabiano C. T. (2012). Contexto e Prática da Engenharia Sanitária e Ambiental. UFJF. Faculdade de Engenharia. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental. 3ª ed. MAE-Ministério de Administração Estatal (2012). Perfil Do Distrito De Vilankulo, Província De Inhambane. MCINTYRE, T.M. 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Saúde e bem-estar.
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