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Nathália Perini Zamprogno Pleuras, pulmões e árvore traqueobronquial Cada cavidade pulmonar (direita e esquerda) é revestida por uma membrana pleural (pleura) que também se reflete e cobre a face externa dos pulmões que ocupam as cavidades. Durante o período embrionário, os pulmões em desenvolvimento invaginam-se nos canais pericardioperitoneais, os precursores das cavidades pleurais. O epitélio celômico invaginado cobre os primórdios dos pulmões e transforma-se na pleura visceral. O epitélio que reveste as paredes dos canais pericardioperitoneais forma a pleura parietal. Durante a embriogênese, as cavidades pleurais separam-se das cavidades pericárdica e peritoneal. PLEURAS Cada pulmão é revestido e envolvido por um saco pleural seroso formado por duas membranas contínuas: a pleura visceral, que reveste toda a superfície pulmonar, formando sua face externa brilhante, e a pleura parietal, que reveste as cavidades pulmonares. Cavidade pleural entre a pleura visceral e parietal, contém o líquido pleural seroso, que lubrifica s superfícies pleurais e permite que as camadas de pleura deslizam suavemente uma sobre a outra, durante a respiração. Além disso, a tensão desse líquido proporciona coesão entre a superfície pulmonar e a parede torácica. Pleura visceral está aderida aos pulmões, ela torna a superfície do pulmão lisa e escorregadia, permitindo o livre movimento sobre a pleura parietal, acaba adentrando nos lobos do pulmão;. A pleura visceral é contínua com a pleura parietal no hilo do pulmão, onde estruturas que formam a raiz do pulmão (p. ex., o brônquio e os vasos pulmonares) entram e saem. Pleura parietal fica mais na periferia, reveste as cavidades pulmonares, aderindo, assim, à parede torácica, ao mediastino e ao diafragma, é mais espessa, se divide em três partes e em cirurgias e dissecações pode ser afastada das superfícies que reveste. ● Parte costal: aderida nas costelas, está separada da face interna da parede torácica (esterno, costelas e cartilagens costais, músculos e membranas intercostais e faces laterais das vértebras torácicas) pela fáscia endotorácica, uma camada de tecido conjuntivo frouxo. ● Parte mediastinal: voltada para o mediastino. ● Parte Diafragmática: cobre a face superior (torácica) do diafragma de cada lado do mediastino, a fáscia frenicopleural, une a parte diafragmática da pleura às fibras musculares do diafragma. OBS.: pleura parietal e pleura visceral são formadas por tecido epitelial simples pavimentoso. Cúpula pleural: cobre o ápice do pulmão, é uma continuação superior das partes costal e mediastinal da pleura parietal; é reforçada por uma expansão fibrosa da fáscia endotorácica, a membrana suprapleural , que se insere na margem interna da costela I e ao processo transverso da Nathália Perini Zamprogno vértebra C VII. Os contornos das cavidades pulmonares direita e esquerda são assimétricos porque o coração está voltado para o lado esquerdo, pressionando mais a cavidade esquerda do que a direita. Existem três linhas de reflexão pleural: esternal, costal e diafragmática. Linha de reflexão pleural é basicamente onde a pleura parietal "dobra" -As linhas esternal direita e esquerda da reflexão pleural são assimétricas por conta do desvio do coração para a esquerda. - Recessos costodiafragmáticos, são espaços revestidos pela pleura, mas não é ocupado pelo pulmão, circundam a convexidade superior do diafragma. São importantes na radiografia, porquê se, por Nathália Perini Zamprogno exemplo, ocorrer sangramento do pulmão e vazar líquido para a cavidade pleural, ele vai cair ( por conta da gravidade) e vai ocupar essa região. os ramos da parte torácica da aorta, as artérias intercostais posteriores são os mais comumente lesados, o sangue extravasa dentro da cavidade pleural e acumula no recesso = HEMOTÓRAX Para fazer a drenagem tem que ter cuidado pois no sulco da costela existe a presença da veia, artéria e nervo intercostal ( sinônimo do ramo interior do nervo torácico). -Recessos costomediastinais: são menores. O recesso esquerdo é maior porque a incisura cardíaca do pulmão esquerdo é mais acentuada do que a impressão correspondente no saco pleural. As margens inferiores dos pulmões aproximam-se dos recessos pleurais durante a inspiração profunda e afastam-se deles durante a expiração. PULMÕES Nathália Perini Zamprogno São normalmente leves, macios e esponjosos, e ocupam totalmente as cavidades pulmonares. Também são elásticos e retraem-se a aproximadamente um terço do tamanho original quando a cavidade torácica é aberta. Se separam um do outro pelo mediastino.Possuem: •Um ápice, que é recoberto pela cúpula da pleura •Uma base, a face inferior côncava do pulmão, oposta ao ápice. •Dois ou três lobos, criados por uma ou duas fissuras •Três faces (costal, mediastinal e diafragmática) •Três margens (anterior, inferior e posterior). A margem anterior do pulmão esquerdo tem uma incisura cardíaca profunda - é onde introduz a agulha para fazer a pericardiocentese, quando o paciente estiver tamponamento cardíaco, perto da área nua do pericárdio, para retirar o líquido-, uma impressão deixada pelo desvio do ápice do coração para o lado esquerdo. Essa impressão situa-se principalmente na face anteroinferior do lobo superior. Essa endentação molda, com frequência, a parte mais inferior e anterior do lobo superior, transformando-a em um prolongamento estreito e linguiforme, a língula, que se estende abaixo da incisura cardíaca e desliza para dentro e para fora do recesso costomediastinal durante a inspiração e a expiração. Nathália Perini Zamprogno Nathália Perini Zamprogno Os pulmões estão fixados ao mediastino pelas raízes dos pulmões, isto é, os brônquios, artérias pulmonares, veias pulmonares superior e inferior, plexos pulmonares de nervos (fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e viscerais) e vasos linfáticos. Nathália Perini Zamprogno O hilo do pulmão é uma área cuneiforme na face mediastinal de cada pulmão através da qual entram ou saem do pulmão as estruturas que formam sua raiz. Medialmente ao hilo, a raiz está encerrada na área de continuidade entre as lâminas parietal e visceral de pleura – a bainha pleural (mesopneumônio). O hilo do pulmão esquerdo é diferente do hilo do pulmão direito. Inferiormente à raiz do pulmão, existe o ligamento pulmonar ( ponto de referência onde a pleura visceral tem continuidade com a pleura parietal) , imediatamente anterior ao esôfago , é formado por uma camada dupla de pleura separada por uma pequena quantidade de tecido conjuntivo. Os pulmões durante a expiração máxima os pulmões possuem volume total de 2-3 litros, e durante a inspiração máxima pode chegar a 6-8 litros. No adulto, ambos os pulmões pesam 800g, quando esvaziados de sangue o peso chega até 550g. Pode existir fissuras supranumerárias no pulmão. Valor pressórico da pequena circulação é 25mmHg por 8mmHg. No pulmão esquerdo , o lobo superior e lobo inferior são separados pela fissura oblíqua. No pulmão direito, existe a fissura transversal /horizontal - fica mais ou menos paralela a T4- separa o lobo superior do lobo médio; a fissura oblíqua separa o lobo médio do lobo inferior. OBS.: Trajeto da pequena circulação: começa no tronco pulmonar, artérias pulmonares entra no hilo pulmonar, as veias pulmonares saem do hilo pulmonar e vão entrar no átrio esquerdo OBS.: Os pulmões não ocupam por completo as cavidades pulmonares durante a expiração; assim, a pleura diafragmática periférica está em contato com as partes mais inferiores da parte costal. OBS.: pulmão direito tem 3 lobos e o esquerdo tem dois, o brônquio principal direito se divide em brônquios lobares, vai ter o brônquio lobar médio que vai pro lobo médio; brônquio lobar inferior vai para o lobo inferior e o brônquio superior vai para o lobo superior. Carina: região em que ocorre a bifurcação na hora da broncoscopia, inserir o broncoscópio nas vias aéreas, se encontrar a carina distorcida, isso pode significar linfonodos aumentados devido a câncer;fica na região do plano transverso do tórax -o reflexo de tosse é muito forte na carina A carina traqueal marca a divisão da traquéia nos dois brônquios principais. Cada brônquio lobar se divide em brônquios segmentares, cada brônquio segmentar vai aerar um segmento broncopulmonar . Exemplo de como o maurício quer na prova: segmento broncopulmonar ápico posterior do lobo superior do pulmão esquerdo ( BI + BII). BVI: atende a parte superior do lobo inferior Árvore traqueobrônquica A partir da laringe, as paredes das vias respiratórias são sustentadas por anéis de cartilagem hialina em formato de ferradura ou em C. As vias respiratórias sublaríngeas formam a árvore Nathália Perini Zamprogno traqueobronquial. A traqueia, situada no mediastino superior, é o tronco da árvore. Ela se bifurca no nível do plano transverso do tórax (ou ângulo do esterno) em brônquios principais, um para cada pulmão, que seguem em sentido inferolateral e entram nos hilos dos pulmões O brônquio principal direito é mais curto, mais largo e mais verticalizado do que o brônquio principal esquerdo porque entra diretamente no hilo do pulmão, isso é importante pq na aspiração os objetos aspirados tendem a ficar nesse local. O brônquio principal esquerdo segue inferolateralmente, inferiormente ao arco da aorta e anteriormente ao esôfago e à parte torácica da aorta, para chegar ao hilo do pulmão. -Raiz de cada pulmão : formada pelos ramos da artéria e das veias pulmonares, ramos da árvore traqueobronquial, além dos brônquios). -Cada brônquio principal divide-se em brônquios lobares secundários, dois à esquerda e três à direita, e cada um deles supre um lobo do pulmão. Cada brônquio lobar divide-se em vários brônquios segmentares terciários, que suprem os segmentos broncopulmonares. Os segmentos broncopulmonares são: Separados dos segmentos adjacentes por septos de tecido conjuntivo; Supridos independentemente por um brônquio segmentar e um ramo arterial pulmonar terciário; Nominados de acordo com o brônquio segmentar que os supre; Drenados por partes intersegmentares das veias pulmonares que estão situadas no tecido conjuntivo interposto e drenam segmentos adjacentes. Geralmente, 10 no pulmão direito; 8 a 10 no pulmão esquerdo. Além dos brônquios segmentares terciários ,há 20 a 25 gerações de bronquíolos condutores ramificados que terminam como bronquíolos terminais, os menores bronquíolos condutores. Os bronquíolos condutores transportam ar, mas não têm glândulas nem alvéolos. Cada bronquíolo terminal dá origem a diversas gerações de bronquíolos respiratórios, caracterizados por bolsas (alvéolos) de paredes finas e dispersos, que se originam dos seus lumens. O alvéolo pulmonar é a unidade estrutural básica de troca gasosa no pulmão. Graças à presença dos alvéolos, os bronquíolos respiratórios participam tanto do transporte de ar quanto da troca gasosa. Cada bronquíolo respiratório dá origem a 2 a 11 ductos alveolares, e cada um desses dá origem a 5 a 6 sacos alveolares. Os ductos alveolares são vias respiratórias alongadas, densamente revestidas por alvéolos, que levam a espaços comuns, os sacos alveolares, nos quais se abrem grupos de alvéolos. Novos alvéolos continuam a se desenvolver até cerca de 8 anos de idade, período em que há aproximadamente 300 milhões de alvéolos. Nathália Perini Zamprogno Nathália Perini Zamprogno Vascularização da Pleura e dos Pulmões Cada pulmão tem uma grande artéria pulmonar para irrigação e duas veias pulmonares que drenam seu sangue. As artérias pulmonares direita e esquerda originam-se do tronco pulmonar e conduzem sangue pouco oxigenado (“venoso”) aos pulmões para oxigenação. Cada artéria pulmonar divide-se em artérias lobares secundárias. As artérias lobares superiores direita e esquerda, que irrigam os lobos superiores, surgem primeiro, antes da entrada no hilo. Nathália Perini Zamprogno Entrando no pulmão, a artéria desce posterolateralmente ao brônquio principal, como a artéria lobar inferior do pulmão esquerdo e como uma artéria intermediária, que se divide em artérias lobares média e inferior do pulmão direito. As artérias lobares dividem-se em artérias segmentares terciárias. As artérias e os brônquios formam pares no pulmão, com ramificações simultâneas e trajetos paralelos. Consequentemente, cada lobo é servido por uma artéria lobar secundária pareada e um brônquio. Da mesma forma, cada segmento broncopulmonar é suprido por uma artéria segmentar terciária pareada e um brônquio. Duas veias pulmonares de cada lado, uma veia pulmonar superior e uma veia pulmonar inferior, conduzem sangue rico em oxigênio (“arterial”) dos lobos correspondentes de cada pulmão para o átrio esquerdo do coração. A veia do lobo médio é uma tributária da veia pulmonar direita superior.O trajeto das veias pulmonares é independente do trajeto das artérias e brônquios no pulmão; Nathália Perini Zamprogno elas seguem entre segmentos broncopulmonares adjacentes e recebem sangue no trajeto em direção ao hilo. As artérias bronquiais levam sangue para a nutrição das estruturas que formam a raiz dos pulmões, os tecidos de sustentação dos pulmões e a pleura visceral. As duas artérias bronquiais esquerdas geralmente originam-se diretamente da parte torácica da aorta. A artéria bronquial direita, única, pode originar-se diretamente da aorta; contudo, geralmente a origem é indireta, seja através da parte proximal de uma das artérias intercostais posteriores superiores (geralmente a 3a artéria intercostal posterior direita) ou de um tronco comum com a artéria bronquial superior esquerda. As pequenas artérias bronquiais emitem ramos ao longo das faces posteriores dos brônquios principais, suprindo estes e seus ramos distalmente até os bronquíolos respiratórios. Os ramos mais distais das artérias bronquiais anastomosam-se com ramos das artérias pulmonares nas paredes dos bronquíolos e na pleura visceral. A pleura parietal é irrigada por artérias que suprem a parede torácica. As veias bronquiais drenam apenas parte do sangue levado aos pulmões pelas artérias bronquiais, principalmente o sangue distribuído para a parte mais proximal das raízes dos pulmões ou para a região próxima. O restante do sangue é drenado pelas veias pulmonares, especificamente aquele que retorna da pleura visceral, das regiões mais periféricas do pulmão e dos componentes distais da raiz do pulmão. A veia bronquial direita drena para a veia ázigo, e a veia bronquial esquerda drena para a veia hemiázigo acessória ou a veia intercostal superior esquerda. As veias bronquiais também recebem sangue das veias esofágicas. Nathália Perini Zamprogno Nathália Perini Zamprogno Nervos Os nervos dos pulmões e da pleura visceral são derivados dos plexos pulmonares anteriores e (principalmente) posteriores às raízes dos pulmões. Fibras parassimpáticas: são fibras pré-ganglionares do nervo vago (NC X). Elas fazem sinapse com as células ganglionares parassimpáticas (corpos celulares de neurônios pós-ganglionares) nos plexos pulmonares e ao longo dos ramos da árvore bronquial.; são motoras para o músculo liso da árvore bronquial (broncoconstritoras), inibidoras para os vasos pulmonares (vasodilatadoras) e secretoras para as glândulas da árvore bronquial (secretomotoras). Fibras simpáticas : são fibras pós- ganglionares. Seus corpos celulares (células ganglionares simpáticas) estão situados nos gânglios simpáticos paravertebrais dos troncos simpáticos. As fibras simpáticas são inibitórias para o músculo brônquico (broncodilatadoras), motoras para os vasos pulmonares (vasoconstritoras) e inibitórias para as glândulas alveolares da árvore bronquial – células epiteliais secretoras do tipo II dos alvéolos . Fibras aferentes viscerais: são reflexas ou nociceptivas (conduzem impulsos álgicos gerados em resposta a estímulos dolorosos ou prejudiciais, como irritantes químicos, isquemia ou estiramento excessivo). Os nervos da pleura parietal provêm dos nervos intercostais e frênicos. A partecostal e a área periférica da parte diafragmática são supridas pelos nervos intercostais. Eles medeiam a sensibilidade tátil e álgica. A área central da parte diafragmática da pleura e a parte mediastinal são supridas pelos nervos frênico. Nathália Perini Zamprogno Drenagem Linfática do pulmão: drenado para o pescoço pelo broncomediastinal direito e esquerdo, o esquerdo drena para o ducto torácico.Existe uma rede peribronquial, rede subpleural, linfonodo Nathália Perini Zamprogno Lesão da Cúpula da Pleura e do ápice do pulmão: os pulmões e os sacos pleurais podem ser lesados nas feridas da base do pescoço que provocam pneumotórax, a presença de ar na cavidade pleural. A cúpula da pleura atinge um nível relativamente mais alto em lactentes e crianças pequenas porque seus pescoços são mais curtos. Sendo assim, é especialmente vulnerável à lesão nos primeiros anos de vida. Embolia pulmonar A obstrução de uma artéria pulmonar por um coágulo sanguíneo (êmbolo) é uma causa comum de morbidade (doença) e mortalidade. A formação de um êmbolo em uma artéria pulmonar ocorre quando um coágulo sanguíneo, glóbulo de gordura ou bolha de ar proveniente de uma veia da perna, após uma fratura exposta, por exemplo, é levado pelo sangue até os pulmões. O êmbolo atravessa o lado direito do coração até o pulmão através de uma artéria pulmonar. Pode obstruir uma artéria pulmonar – embolia pulmonar (EP) – ou um de seus ramos. As artérias pulmonares recebem todo o sangue que retornou ao coração direito pelo sistema venoso cava. Consequentemente, o resultado imediato da EP é a obstrução parcial ou completa do fluxo sanguíneo para o pulmão.. Quando um grande êmbolo oclui uma artéria pulmonar, o paciente sofre angústia respiratória aguda decorrente da grande diminuição da oxigenação sanguínea ocasionada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo através do pulmão. Inversamente, pode haver dilatação aguda do lado direito do coração Nathália Perini Zamprogno porque o sangue que chega do circuito sistêmico não pode seguir pelo circuito pulmonar (cor pulmonale agudo). Nos dois casos, pode haver morte em alguns minutos. Um êmbolo médio pode obstruir uma artéria que irriga um segmento broncopulmonar, causando um infarto pulmonar, uma área de necrose do tecido pulmonar. Muitas vezes, as pessoas fisicamente ativas têm circulação colateral – aporte sanguíneo acessório indireto – que se desenvolve ainda mais em caso de EP, de modo que o infarto não é provável, ou pelo menos não é tão devastador. Há muitas anastomoses com ramos das artérias bronquiais na região dos bronquíolos terminais. Nas pessoas com comprometimento da circulação pulmonar, como na congestão crônica, a EP costuma causar infarto pulmonar. Quando uma área de pleura visceral também é privada de sangue, sofre inflamação (pleurite) e irritação ou fusão à pleura parietal sensível, resultando em dor. A dor na pleura parietal é referida na distribuição cutânea dos nervos intercostais na parede torácica, ou, no caso dos nervos inferiores, na parede anterior do abdome. Drenagem linfática e aderências pleurais Se houver aderência da pleura parietal à pleura visceral (aderência pleural), os vasos linfáticos no pulmão e na pleura visceral podem anastomosar-se aos vasos linfáticos parietais que drenam para os linfonodos axilares. A existência de partículas de carbono nesses linfonodos é um indício provável de aderência pleural. Hemoptise A expectoração de sangue ou escarro tingido de sangue proveniente dos pulmões ou da árvore traqueobronquial é causada por hemorragia brônquica ou pulmonar. Em cerca de 95% dos casos, a hemorragia provém de ramos das artérias bronquiais. As causas mais comuns são bronquite (inflamação dos brônquios), câncer de pulmão, pneumonia, bronquiectasia, embolia pulmonar e tuberculose. Carcinoma broncogênico O termo carcinoma broncogênico refere-se a qualquer câncer do pulmão. O câncer de pulmão (carcinoma, CA) é causado principalmente pelo cigarro. A maioria dos cânceres tem origem na túnica mucosa dos grandes brônquios e provoca tosse produtiva e persistente ou hemoptise (expectoração de sangue). O tumor primário, observado radiologicamente como uma massa pulmonar expansiva, envia metástases cedo para os linfonodos broncopulmonares e, em seguida, para outros linfonodos torácicos. Os locais comuns de metástases hematogênicas (que se disseminam pelo sangue) de um carcinoma broncogênico são encéfalo, ossos, pulmões e glândulas suprarrenais. Não raro, os linfonodos superiores à clavícula – os linfonodos supraclaviculares – estão aumentados no carcinoma broncogênico em razão de metástases de células cancerosas do tumor. Atualmente, a designação de linfonodo sentinela é dada ao linfonodo (ou linfonodos) que recebe primeiro a drenagem linfática de uma área contendo câncer, qualquer que seja a localização, após a injeção de um corante azul contendo marcador radioativo (tecnécio-99). Câncer de pulmão e nervos do mediastino Nathália Perini Zamprogno O acometimento de um nervo frênico por câncer de pulmão pode resultar em paralisia de metade do diafragma (hemidiafragma). Esse nervo pode ser acometido nos cânceres do ápice pulmonar. Em geral, esse acometimento acarreta rouquidão, devido à paralisia de uma prega (corda) vocal, porque o nervo laríngeo recorrente supre todos os músculos da laringe, com exceção de um. Dor pleural A pleura visceral é insensível à dor porque não recebe nervos associados à sensibilidade geral. A pleura parietal (sobretudo a parte costal) é extremamente sensível à dor. A pleura parietal recebe muitos ramos dos nervos intercostais e frênicos. A irritação da pleura parietal pode causar dor local ou dor referida projetada nos dermátomos supridos pelos mesmos gânglios sensitivos de nervo espinal (da raiz posterior) e segmentos da medula espinal. A irritação da parte costal e da área periférica da parte diafragmática da pleura parietal resulta em dor local e dor referida nos dermátomos das paredes torácica e abdominal. A irritação da parte mediastinal e da área central da parte diafragmática da pleura parietal resulta em dor referida na raiz do pescoço e no ombro (dermátomos C3–C5). Colapso do pulmão Se houver uma ferida penetrante na parede torácica ou na superfície pulmonar, o ar é sugado para a cavidade pleural em decorrência da pressão negativa. A tensão superficial que causa aderência da pleura visceral à pleura parietal (do pulmão à parede torácica) é rompida e há colapso do pulmão, com expulsão da maior parte do ar por causa da elasticidade inerente (retração elástica). Quando há colapso de um pulmão, a cavidade pleural (normalmente um espaço potencial) torna-se um espaço real.Atelectasia: atelectasia secundária é o colapso de um pulmão previamente insuflado; atelectasia primária é a ausência de insuflação do pulmão ao nascimento); Atelectasia é onde os alvéolos reduzem no seu diâmetro, por conta de qualquer processo expansivo perto do pulmão, como pneumotórax ( o ar comprime o pulmão), derrame pleural ( pode ser pus-empiema, sangue-hemotórax, a presença do líquido comprime o pulmão), operações abdominais/ torácica( a dor impede a expansão torácica adequada), causa mais comum de febre no pós operatório. O bloqueio de um brônquio segmentar (p. ex., por um objeto aspirado) impede a chegada de ar ao segmento broncopulmonar que supre. O ar no segmento bloqueado é absorvido gradualmente pelo sangue e há colapso do segmento. Nathália Perini Zamprogno Toracocentese Às vezes é necessário introduzir uma agulha hipodérmica na cavidade pleural, através de um espaço intercostal, para colher uma amostra de líquido ou para retirar sangue ou pus .Para evitar lesão do nervo e dos vasos intercostais, a agulha é introduzida próxima à margem superior da costela, em posição suficientemente alta para evitar os ramos colaterais. A agulha atravessa os músculos intercostais e a parte costal da pleura parietal, entrando na cavidade pleural. Quando o paciente está em posição ortostática, há acúmulo de líquido intrapleuralno recesso costodiafragmático. A introdução da agulha no 9o espaço intercostal na linha axilar média durante a expiração evita a margem inferior do pulmão. A agulha deve ser angulada para cima, a fim de evitar a penetração no lado profundo do recesso (uma fina camada da parte diafragmática da pleura parietal e diafragma sobre o fígado). Inserção de tubo (dreno) torácico Grandes volumes de ar, sangue, líquido seroso, pus ou qualquer associação dessas substâncias na cavidade pleural costumam ser removidas por inserção de um tubo torácico. É feita uma incisão curta Nathália Perini Zamprogno no 5o ou 6o espaço intercostal na linha axilar média (situada aproximadamente no nível da papila mamária). A retirada do ar permite a reinsuflação de um pulmão colapsado. A persistência do líquido pode levar ao surgimento de um revestimento fibroso resistente do pulmão, que prejudica a expansão se não for removido (decorticação pulmonar). Toracoscopia A toracoscopia é um procedimento diagnóstico e, às vezes, terapêutico, no qual a cavidade pleural é examinada com um toracoscópio. São feitas pequenas incisões na cavidade pleural através dos espaços intercostais 1 a 3. Além da observação, podem ser feitas biopsias, formações patológicas podem ser excisadas, pode ser estabelecida uma drenagem e alguns distúrbios torácicos podem ser tratados (p. ex., ruptura de aderências ou remoção de placas). Pneumotórax, hidrotórax e hemotórax A entrada de ar na cavidade pleural (pneumotórax), resultante de uma ferida penetrante da pleura parietal por um projétil de arma de fogo, por exemplo, ou por ruptura de uma lesão pulmonar para a cavidade pleural (fístula broncopleural), provoca o colapso do pulmão. Costelas fraturadas também podem romper a pleura visceral e o pulmão, causando pneumotórax. O acúmulo substancial de líquido na cavidade pleural (hidrotórax) pode ser consequência de derrame pleural (passagem de líquido para a cavidade pleural). Em uma ferida no tórax, também pode haver entrada de sangue na cavidade pleural (hemotórax). A lesão de um grande vaso intercostal ou torácico interno é uma causa mais frequente de hemotórax do que a laceração pulmonar. Se houver acúmulo de ar e líquido (hemopneumotórax, se o líquido for sangue) na cavidade pleural, observa-se um nível hidroaéreo (linha nítida e horizontal, qualquer que seja a posição do paciente, indicando a superfície superior do líquido) na radiografia. Nathália Perini Zamprogno Ausculta dos pulmões e percussão do tórax A ausculta dos pulmões com estetoscópio e a percussão do tórax são técnicas importantes usadas durante o exame físico. A ausculta avalia o fluxo de ar através da árvore traqueobronquial para os lobos do pulmão. A percussão ajuda a estabelecer se os tecidos subjacentes estão cheios de ar (som ressonante), cheios de líquido (som surdo) ou se são sólidos (som maciço). A ausculta e a percussão do tórax sempre devem incluir a raiz do pescoço, onde estão localizados os ápices dos pulmões. Quando os profissionais de saúde referem-se à “ausculta da base do pulmão”, geralmente não estão se referindo à sua face diafragmática ou base anatômica. Eles estão se referindo à parte inferoposterior do lobo inferior. Para auscultar essa área, o profissional apoia o estetoscópio na parede posterior do tórax no nível da vértebra torácica X. Ressecção é um termo médico utilizado para se referir à um procedimento cirúrgico que consiste na remoção de alguma estrutura do organismo. a ressecção pulmonar é, portanto, uma cirurgia no pulmão utilizada, por exemplo, para retirada de um tumor ou de parte dele para realização de biópsia. Pode ser realizada por CTVA - cirurgia toráxica video assistida Referência teórica e de imagens: MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 7ª.edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2014. NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana.
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