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Caso Clínico Trigono Perigoso da Face

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CASO 3
Um jovem de 16 anos foi encaminhado a uma dermatologista para tratamento de acne
grave (acne vulgar). A médica observou pequeno abscesso (furúnculo) na asa do nariz,
com uma “cabeça” amarela em seu ápice. Ela tratou o jovem com antibióticos, mas
alertou que ele não deveria machucar nem espremer o abscesso, pois isso poderia causar
a disseminação da infecção para as meninges (meningite) e o encéfalo (encefalite).
Questões
1. Descreva o triângulo perigoso da face.
Se trata de uma área ligeiramente triangular limitada pela base do nariz e pelo ápice que é raiz do nariz, tem seu inicio através das comunicações da facial com o plexo venoso pterigoideo, e consequentemente seio cavernoso, através das veias: veia facial profunda, supratroclear e supraorbital estas duas ultimas tributarias da veia oftálmica superior. Tal área é denominada perigosa visto essa comunicação ser se suma importância e por tais veias não apresentarem válvulas de modo que se houver uma infecção a mesma tendera a se disseminar chegando ao seio cavernoso que compreende uma série de canais venosos importantes interconectados que compreendem as câmaras venosas mais caudais da dura-máter, na base do crânio, entre eles a maior e mais importante artéria para a irrigação cerebral - a parte cavernosa da artéria carótida interna, os nervos cranianos responsáveis pela motilidade ocular extrínseca, bem como a inervação simpática vasomotora e da musculatura intrínseca do olho.
2. Explique, do ponto de vista anatômico, como uma infecção poderia disseminar‐se
do nariz para as meninges e o encéfalo.
Caso a infecção chegue as veias que compõem a área perigosa da face a mesma terá facilidade de disseminação, visto as mesmas não apresentarem válvulas, de modo a chegar ao seio cavernoso por onde poderá se propagar intracialmente em virtude da comunicação que existem entre as veias oftálmicas, tributárias do seio cavernoso e a veia angular que drena a região nasal. Como a drenagem venosa cerebral não possui válvulas, isso permite a propagação de coágulos ou infecção para o seio cavernoso oposto ou para outros seios intracranianos, além da possibilidade de desenvolvimento de meningite e encefalite associada devido as comunicações da área.
3. Discorra sobre as possíveis consequências de uma infecção meníngea.
Se não houver resolução do exsudato este se organiza, com fibrose do espaço subaracnóideo, dificultando o trânsito liquórico e causando hidrocefalia. Esta pode também resultar de obstrução ventricular por exsudato (na fase aguda) ou gliose subependimária (na fase crônica), p. ex., no aqueduto de Sylvius.
 Trombose de vasos meníngeos ou redução de sua luz por endarterite produtiva pode causar áreas de infarto ou atrofia cerebral.
Lesão de nervos cranianos pode causar disfunção permanente, p. ex., surdez, estrabismo, cegueira...
Coleções ou higromas subdurais consistem em uma bolsa de líquor represado sob pressão no espaço subdural, que comprime o cérebro e pode requerer cirurgia. O líquido, claro ou xantocrômico, provavelmente penetra através de um orifício na aracnóide que atua como válvula, impedindo sua saída. Na infância, só 5% dos higromas subdurais ocorrem como compliçações de meningites, sendo 40% pós-traumáticos e o resto de causa desconhecida.
Cistos aracnóideos são lojas que se formam na leptomeninge da convexidade cerebral devido a fibrose. O líquor penetra mas é impedido de sair por efeito de válvula. Estes cistos podem ser volumosos e comprimir o cérebro
4. Descreva a drenagem venosa da face
A drenagem venosa da face ela tem início com a formação de um plexo venoso na região do couro cabeludo anterior, onde esse plexo venoso conflui e dá origem as veias supratroclear mais medial e a veia supraorbital mais lateral, isso ao nível da região anterior do couro cabeludo. Essas duas veias supratroclear e supraorbital tem um trajeto descendente onde ao nível do canto medial do olho elas se juntam e formam a veia angular. Esta veia angular ao nível da margem inferior da órbita (margem infraorbital) ela passa a se chamar de veia facial.
Essa veia facial ela recebe como veias afluentes ou tributárias uma veia nasal externa que drena da região do dorso, da raiz e da asa do nariz. Temos uma outra tributária que é a veia labial superior que vai drenar da região do lábio superior e do septo anteriormente. Outra que é a veia labial inferior que vai drenar da região inferior do lábio e do mento. E temos uma outra veia que é a veia mentual que vai irrigar essa região do mento anteriormente. 
Temos ainda uma outra tributária profunda que tem origem no plexo venoso pterigoide que é a veia facial profunda que vai ser tributária da veia facial. A veia facial ela termina desembocando na veia jugular interna. Esse plexo venoso pterigoideo ele dá origem, também a veia maxilar que vai se juntar com a veia temporal superficial e formar a veia retromandibular que se comunica com a veia facial através do ramo comunicante anterior da retromandibular.
Esse plexo venoso pterigoideo ele faz com que a veia facial tenha comunicação com o seio cavernoso através das veias oftálmicas, principalmente a veia oftálmica superior. Uma vez que a veia oftálmica superior ela tem também como tributárias as veias supratroclear e supraorbital (formadoras da veia facial).
5. Infecções dentárias podem ter risco de comprometimento dos seios venosos da dura-
máter? Explique
Sim, visto o sistema circulatório da área não apresentar válvulas facilitando a disseminação da infecção podendo levar um trombo infectado ao seio cavernoso gerando tromboflebite do seio cavernoso a qual dissemina é um dos seios venosos da dura mater e possui comunicação com o seio cavernoso que por fim apresenta forte comunicação com os demais seios venosos da dura mater
6. Explique a drenagem linfática da face
Colar linfático pericervical: nós temos grupos de linfonodos numa linha imaginária entre a cabeça e o pescoço, os quais são os Submentuais, submandibulares, pré e pós auriculares e os occipitais. O importante é o território de drenagem, recebendo a maior parte da drenagem linfática proveniente da face e do escalpo fazendo a drenagem superficial linfática da face
Da porção mediana do lábio inferior à região mentual, vai drenar para o linfonodo submentual. Região nasal lateral, pálpebra inferior, bochecha, lábio superior e porção lateral do lábio inferior drena para os linfonodos submandibulares. Região pré-auricular e temporal. Região occipital para os pós-auriculares e também os occipitais.
O grupo de linfonodos na região da jugular interna, que tem uma relação com o m. digástrico são chamados de jugulo-digástricos. Toda a linfa é drenada para ele. Ou seja, se a pálpebra inferior drenou para o submandibular, o submandibular vai para o jugulo-digástrico e assim sucessivamente.
Linfonodos cervicais profundos: linfonodos cervicais superiores que são os jugulo-digástricos, os médios e os inferiores. Os inferiores são os jugulo-omohióideo, ou omo-jugular. Estes fazem a drenagem linfática profunda da face
Tem uma diferença para a drenagem linfática da língua. A ponta da língua drena para o submentual, a parte lateral da língua drena para o submandibular, a parte posterior para os cervicais profundos superiores, e a parte mediana da língua drena direto para os linfonodos inferiores. Ou seja, quando atinge os linfonodos cervicais inferiores, pode ser que a lesão primária seja na língua, na porção mais mediana. 
Anel linfático de Waldeyer, que é uma proteção a mais que o corpo tem do meio externo pro meio interno, porque na região da faringe, consequentemente, laringe, traquéia e esôfago tem uma comunicação com o meio externo através da cavidade da boca e através da cavidade do nariz, então entre o nariz, a boca e a faringe, laringe e esôfago, existe uma cortina linfática pra dar uma proteção maior. Ela é formada pela tonsila faríngea, pelas tonsilas palatinas e pela tonsila lingual, aí o conjunto forma o anel virtual, anel linfático de Waldeyer.
Referências
Machado A, editor. Neuroanatomia funcional.São Paulo: Atheneu; 1998
Dini LJ, Sonda I, Saraiva GA, Saraiva GA, Corso RJ, Almeida FO, Gallo P. Trombose séptica do seio cavernoso: relato de seis casos. Arq Neuropsiquiatr 1999;57(3A):643-8.
Schutta HS. Cerebral venous thrombosis. In: Joynt RJ, editor. Clinical neurology. Philadelphia: J. B. Lippincott; 1993. p.1-51.
MADEIRA, M, C. Anatomia facial com fundamentos de anatomia sistêmica geral. 2ed. São Paulo: Savier,2006
DANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar, 3. ed., Atheneu, São Paulo, 2007
TEIXEIRA, L.M.S.; REHER, P.; REHER, V.G.S. Anatomia Aplicada a Odontologia. 2ª. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2008.
COHEN, S. & HARGREAVES, K. M. Caminhos da Polpa. 9ª. ed. (Português), Ed. Elsevier Editora Ltda, Rio de Janeiro, 2007. 1079p.

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