Buscar

farmacologia 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Farmacologia Aplicada 
à Fisioterapia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Roberta Tancredi Francesco dos Santos
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Farmacocinética e Farmacodinâmica
• Farmacocinética;
• Farmacodinâmica;
• Proteínas – Alvo para Ligação dos Fármacos;
• Classificação dos Receptores;
• Interações Fármaco – Receptor Agonistas e Antagonistas;
• Fármacos Antimicrobianos;
• Fámacos Anti-Inflamatórios Não Esteroidal (AINEs);
• Glicocorticoides.
• Descrever os princípios da farmacocinética e farmacodinâmica e diferenciar as principais intera-
ções medicamentosas que surgem nas etapas da farmacocinética e da farmacodinâmica;
• Introduzir a farmacologia dos antimicrobianos e anti-infl amatórios não esteroidais, bem 
como os glicocorticoides.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Farmacocinética e Farmacodinâmica
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
Farmacocinética
O conceito de farmacocinética é o percurso, a movimentação que a medicação 
realiza no corpo humano, ou no organismo que está sendo medicado, e também 
toda a ação que a droga administrada sofre ao ser absorvida, distribuída e transfor-
mada ou biotransformada até o seu processo de eliminação corpórea. 
Todos os fármacos devem satisfazer certas exigências mínimas para ter efetivi-
dade clínica e chegar ao seu local de ação. Um fármaco, para ser bem-sucedido, 
deve ser capaz de atravessar as barreiras fisiológicas para chegar ao seu tecido alvo 
ou local de ação.
 A absorção dos fármacos pode ocorrer por meio de vários mecanismos desen-
volvidos para explorar ou romper essas barreiras. Uma vez absorvido, o fármaco 
utiliza sistemas de distribuição dentro do organismo, como os vasos sanguíneos e 
os vasos linfáticos, para alcançar o seu órgão-alvo numa concentração apropriada. 
A capacidade de o fármaco de ter acesso a seu alvo também é limitada por diver-
sos processos que ocorrem no paciente e das características do fármaco. 
Sabe-se que nossas células são todas envolvidas por uma bicamada de fosfoli-
pídios e, dessa forma, possuem uma barreira a ser vencida pelo fármaco. Quanto 
mais lipossolúvel o fármaco é, melhor e mais rápido ele será absorvido.
Posteriormente, esses fármacos serão distribuídos e metabolizados. Os proces-
sos em relação ao metabolismo são amplamente divididos em duas categorias: o 
metabolismo, em que o organismo inativa o fármaco por meio de degradação enzi-
mática (primariamente no fígado), e a excreção, em que o fármaco é eliminado do 
corpo (principalmente, pelos rins e pelo fígado, bem como pelas fezes).
 A parte que fornece essa visão geral dos processos farmacocinéticos de ab-
sorção, distribuição, metabolismo e excreção devem permitir aos profissionais de 
saúde entender a farmacocinética da terapia farmacológica.
Fármaco
Urina
Fezes
Tecidos e Órgãos
Fármaco Livre
Metabólitos
Biotransformação
Absorção
Excreção
Distribuição
Circulação
Sistêmica
Figura 1 – Visão geral da farmacocinética dos fármacos
8
9
Absorção dos fármacos
Vamos explorar a primeira etapa da farmacocinética, a absorção. Podemos de-
fini-la como a passagem de uma substância de seu local de administração para o 
plasma, na corrente sanguínea.
A absorção dos fármacos se dará após a sua administração, que pode ser por di-
ferentes vias, tais como via oral, sublingual, inalatória ou tópica. Depois de ingerida 
a dose do medicamento, ele obrigatoriamente precisa passar a corrente sanguínea. 
Posteriormente, para que possam atuar, as substâncias precisam atingir uma con-
centração adequada nos tecidos alvo.
Os princípios básicos de farmacocinética afetam a quantidade de fármaco livre 
que, finalmente, irá alcançar o tecido alvo. Em qualquer momento, o fármaco livre 
na circulação sistêmica encontra-se em equilíbrio com os reservatórios teciduais, as 
proteínas (que habitualmente consiste em receptores); apenas a fração do fármaco 
que consegue ligar-se a receptores específicos terá um efeito farmacológico.
Absorção de fármacos: http://bit.ly/2BYtZ4L
Ex
pl
or
Para produzir um efeito em seu alvo, o fármaco precisa ser absorvido e, a 
seguir, distribuído pelo seu alvo antes de ser metabolizado e excretado. Iremos 
analisar a seguir as vias de administração que estão intimamente relacionadas ao 
processo de absorção.
As principais vias de administração são: oral, sublingual, retal, aplicação a outras 
superfícies epiteliais (por exemplo, pele, córnea, vagina e mucosa nasal), inalação, 
injeção subcutânea – intramuscular, intravenosa, intratecal:
• Via oral: em sua maioria, os fármacos são tomados por via oral e deglutidos. 
É o método mais seguro, mais conveniente, mais econômico, não necessita de 
ajuda, não é invasiva, e é quase sempre indolor. Ocorre pouca absorção, até 
que o fármaco alcance o intestino delgado;
• Via sublingual: a absorção sob a via sublingual ocorre diretamente a partir 
da cavidade oral é algumas vezes é útil (contanto que o fármaco não tenha 
sabor muito ruim) quando existe necessidade de obter uma resposta rápida, 
particularmente quando o fármaco é instável em pH gástrico ou é rapidamente 
metabolizado pelo fígado;
• Via retal: a administração retal é utilizada quando o paciente apresenta vô-
mitos ou se encontra inconsciente. A absorção é mais lenta, irregular e, com 
frequência, imprevisível. A administração, utilizando supositórios, tem por ob-
jetivo deixar o fármaco livre do metabolismo de primeira passagem, no fígado, 
mas a absorção retal costuma ser irregular e incompleta e muitos fármacos 
provocam irritação da mucosa retal;
9
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
• Via tópica: administração cutânea é utilizada quando é necessário obter um 
efeito local na pele (por exemplo, aplicação tópica de esteroides). Entretanto, 
pode ocorrer absorção apreciável, resultando em efeitos sistêmicos. Em sua 
maioria, as substâncias são pouco absorvidas através da pele intacta. Todavia, 
diversos inseticidas organofosforados, que precisam penetrar na cutícula dos 
insetos para atuar, são absorvidos através da pele, ocorrendo envenenamento 
acidental em trabalhadores agrícolas;
• Administração transdérmica: em que o fármaco éincorporado a um patch 
com fita adesiva aplicada a uma área de pele fina. Está sendo utilizadas cada 
vez mais, e vários fármacos já estão disponíveis nessa forma, como, por exem-
plo, estrogênio para reposição hormonal. Esses patches produzem uma taxa 
constante de suprimento do fármaco e evitam o metabolismo pré-sistêmico. 
Todavia, o método só é apropriado para fármacos lipossolúveis, e essas formas 
são de custo relativamente alto;
• Via inalatória: administração por inalação: a inalação constitui a via utilizada 
para anestésicos voláteis e gasosos, em que o pulmão serve como via tanto de 
administração quanto de eliminação. A rápida troca resultante da grande área 
de superfície e do fluxo sanguíneo permite a obtenção de rápidos ajustes na con-
centração plasmática. Os fármacos utilizados pelos seus efeitos sobre os pulmões 
também são administrados por inalação, geralmente na forma de aerossol; 
• Via subcutânea: a via subcutânea pode ser aplicada soluções na pele, com in-
jeções de pequeno calibre. Possui as vantagens de absorção lenta e contínua e 
a desvantagem de pouca vascularização. Por exemplo: a insulina em pacientes 
diabéticos que usam o hormônio peptídico gastrossensível;
• Via intramuscular: são injeções intramusculares (IM). Possui alta vasculariza-
ção e permite soluções aquosas e emulsões. Não sofre metabolismo 1ª passa-
gem; porém as desvantagens são dor, desconforto pós aplicação, lesão/hema-
toma reação alérgica e abcessos, para finalizar;
• Vias de administração temos a via intravenosa (i.v.)/endovenosa (e.v.): 
podem ser aplicadas somente soluções diretamente na corrente sanguínea. Di-
zemos que não sofre absorção por já cair diretamente na corrente sanguínea. 
As vantagens: administração de grandes volumes, a concentração plasmática 
imediata (efeito imediato) e o fármaco não sofrem metabolismo 1ª passagem 
(100% biodisponível). As desvantagens incluem incômodo, somente soluções 
aquosas, necessidade de colaboração e o risco de sobredosagem e trombose.
Distribuição dos fármacos no corpo 
A distribuição dos fármacos é a passagem que ocorre na corrente sanguínea 
para líquido intersticial e intracelular. Os principais compartimentos são: 
• O plasma (5% do peso corporal); 
• O líquido intersticial (16%); 
10
11
• O líquido intracelular (35%); 
• O líquido transcelular (2%); 
• A gordura (20%). 
No interior de cada um desses compartimentos aquosos, as moléculas de subs-
tância encontram-se, habitualmente, em solução livre e na forma ligada. 
A distribuição pode ser afetada por vários fatores fisiológicos e pelas proprieda-
des físico-químicas do princípio ativo. Isso ocorre porque substâncias menos lipos-
solúveis têm mais dificuldade de atravessar as membranas biológicas.
Podemos observar, na figura a seguir, as vias de administração, os compartimen-
tos de absorção e a distribuição dos fármacos. 
Urina
Fezes
Leite,
Suor
Ar
expiradoInalação
Intratecal
Intramuscular
Intravenosa
Percutânea
Oral ou retal
Sistema
porta
Bile
Metabólitos
PLASMA
Intestino
Pele
Cérebro
Líquor
Pulmão
Feto
Placenta
Figado Rins
Mama, glândulas sudoriparas
Músculo
Administração Absorção e distribuição Eliminação
Figura 2 – Absorção por meio das vias de administração e
a distribuição dos fármacos em diferentes locais no organismo
Note que a administração por via intravenosa é 100% biodisponível.
Metabolização dos fármacos
Após os eventos de absorção e distribuição dos fármacos, eles irão ser metabo-
lizados por meio de reações enzimáticas. A metabolização pode ser denominada, 
também, como biotransformação e é compreendida como a fase I e fase II.
11
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
Temos de considerar que os fármacos são substâncias estranhas ao nosso orga-
nismo, denominados xenobióticos, e a metabolização ocorrerá a fim de facilitar a 
sua excreção.
 Assim, os rins, o trato gastrintestinal, os pulmões, a pele e outros órgãos con-
tribuem para o metabolismo sistêmico dos fármacos. Entretanto, o fígado é que 
contém a maior diversidade e quantidade de enzimas metabólicas, de modo que a 
maior parte do metabolismo dos fármacos ocorre nesse órgão.
A capacidade do fígado de modificar, aumentando sua hidrofilicidade e facili-
tando a sua excreção. Em geral, os fármacos altamente lipofílicos podem penetrar 
mais facilmente nas células (inclusive nos hepatócitos). Em consequência, o fígado 
metaboliza, preferencialmente, os fármacos hidrofóbicos.
As enzimas hepáticas têm a propriedade de modificar quimicamente uma varie-
dade de substituintes nas moléculas dos fármacos, tornando-os inativos ou facilitan-
do a sua eliminação. Essas modificações são designadas, em seu conjunto, como 
biotransformação. As reações de biotransformação são classificadas em dois tipos: 
as reações de oxidação/redução e as reações de conjugação/hidrólise.
Resumidamente, a metabolização, denominada biotransformação dos fármacos, 
pode alterá-los de quatro maneiras importantes:
• Um fármaco ativo pode ser convertido em fármaco inativo;
• Um fármaco ativo pode ser convertido em um metabólito ativo ou tóxico;
• Um pró-fármaco inativo pode ser convertido em fármaco ativo;
• Um fármaco não excretável pode ser convertido em metabólito passível de 
excreção (por exemplo, aumentando a depuração renal ou biliar).
Excreção dos fármacos
A eliminação de substâncias, que consiste na sua perda irreversível do corpo, 
ocorre por meio da excreção. Após a etapa do metabolismo, que envolve a conver-
são enzimática de uma entidade química em outra, os fármacos tendem a tornar-se 
mais hidrossolúvel e serem excretados pelo organismo.
As principais vias das quais as substâncias e seus metabólitos são removidos do 
corpo são: os rins, o sistema hepatobiliar e os pulmões (importantes para anestési-
cos voláteis/ gasosos).
As substâncias são, em sua maioria, removidas do corpo através da urina. 
Algumas substâncias são secretadas na bile através do fígado, porém a maioria é, 
então, reabsorvida a partir do intestino.
A excreção através dos pulmões só ocorre com agentes altamente voláteis ou 
gasosos (por exemplo, anestésicos gerais).
12
13
Pequenas quantidades de algumas substâncias também são excretadas em se-
creções, como o leite ou o suor. A eliminação por essas vias é quantitativamente 
desprezível quando comparada com a excreção renal, embora a excreção no leite 
possa ser algumas vezes importante, devido a seus efeitos sobre o lactente.
Farmacodinâmica
Farmacodinâmica (do grego pharmakon, “remédio” e dýnamis, forças) é o ramo 
da farmacologia, que estuda a interação dos fármacos nos tecidos alvos, especifi-
camente em nível celular e seus mecanismos de ação e a relação com os efeitos 
fisiológicos desejados.
De acordo com os princípios básicos da farmacologia, as moléculas de um fár-
maco devem exercer alguma influência química em um ou mais constituintes das 
células para produzir uma resposta farmacológica.
 Para que isso ocorra, é necessário que as moléculas dos fármacos fiquem bem 
próximas a essas moléculas celulares, a ponto de alterar a sua função. 
Segundo Paul Ehrlich, a ação de uma substância deve ser entendida em termos 
de interações químicas convencionais entre substância e tecidos (RANG, 2012).
Ele refutou a ideia de que a notável potência e especificidade de ação de alguns 
fármacos os colocam, de certo modo, fora do alcance da Química e da Física, exi-
gindo a intervenção de “forças vitais” mágicas. 
Naturalmente, as moléculas, no organismo, excedem notavelmente o número 
de moléculas de um fármaco, e se as moléculas do fármaco fossem distribuídas 
de modo aleatório, a probabilidade de interação com qualquer classe particular de 
molécula celular seria desprezível. 
Por conseguinte, os efeitos farmacológicos exigem, em geral, uma distribuição 
não uniforme das moléculas do fármaco no organismo ou tecido, e isso quer dizer, 
em outras palavras, que as moléculas do fármaco devem estar “ligadas” a consti-
tuintes específicos das células e dos tecidospara produzir algum efeito. 
Em 1914, Ehrlich, resumiu tudo isso da seguinte maneira: “Corpora non agunt 
nisi fixata” (nesse contexto, “uma substância não irá funcionar, a não ser que esteja 
ligada”) (RANG, 2012).
A elucidação da natureza desses sítios de ligação, bem como a compreensão dos 
mecanismos pelos quais a associação da molécula do fármaco a um sítio de ligação 
resulta em uma resposta fisiológica, constitui a principal meta da farmacodinâmica.
Em geral, os fármacos são moléculas que interagem com componentes molecu-
lares específicos de um organismo, produzindo alterações bioquímicas e fisiológicas 
dentro desse organismo.
13
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
Proteínas – Alvo para Ligação dos Fármacos
Existem locais na célula que possuem atrações específicas para as ações farma-
cológicas dos diferentes fármacos descobertos ou desenvolvidos. 
As quatro proteínas reguladoras que estão comumente envolvidas como alvos 
primários de fármacos são as enzimas, as moléculas transportadoras, as que 
formam os canais de íons e os receptores de membrana.
Os receptores são aquelas macromoléculas proteicas localizadas na membrana 
plasmática responsáveis por receber sinais e enviar para a mesma célula.
A figura a seguir ilustra alguns locais de ação dos fármacos:
Figura 3 – Representação das quatro principais interações entre Fármaco e Receptor
Fonte: GOLAN, 2009
A: Canal iônico, B: receptores transmembrana; em C: enzimas e em 
D: receptores intracelulares.
Classificação dos Receptores
Existem diferentes tipos de receptores acoplados nas membranas plasmáticas e 
também no interior das células. 
Os receptores induzem muitos tipos diferentes de efeitos celulares. Alguns deles 
são muito rápidos, como aqueles envolvidos na transmissão sináptica, que operam 
dentro de milissegundos, enquanto outros efeitos mediados por receptores, como 
aqueles produzidos pelo hormônio tireoideo ou por vários hormônios esteroides, 
ocorrem dentro de várias horas ou dias.
Com base na estrutura molecular e na natureza dessa ligação (o mecanismo de 
transdução), podemos distinguir quatro tipos ou superfamílias de receptores, apre-
sentados a seguir.
14
15
Tipo 1 – Canais iônicos regulados por ligantes
Os canais iônicos regulados por ligantes são também conhecidos como recep-
tores ionotrópicos. Tipicamente, são os receptores sobre os quais atuam os neuro-
transmissores rápidos.
Os exemplos incluem o receptor nicotínico de acetilcolina, o receptor GABAA 
(inibitório) e os receptores de glutamato dos tipos NMDA (N-metil-D-aspartato).
Tipo 2 – Receptores acoplados à proteína G 
Os receptores acoplados à proteína G (GPCRs) são também conhecidos como 
receptores metabotrópicos. Trata-se de receptores de membrana que estão acopla-
dos a sistemas efetores intracelulares por meio de uma proteína G, que ativam a 
sinalização intracelular com a presença de segundos mensageiros no interior das 
células. Constituem a maior família e incluem receptores para muitos hormônios e 
transmissores lentos, como, por exemplo, o receptor muscarínico de acetilcolina e 
os receptores adrenérgicos. 
Tipo 3 – Receptores ligados à quinase e receptores relacionados 
Existe um grande grupo heterogêneo de receptores de membrana que respon-
dem a mediadores proteicos. Os receptores do tipo 3 incluem os receptores da 
insulina e de várias citocinas e fatores de crescimento.
Tipo 4 – Receptores nucleares 
Os receptores nucleares regulam a transcrição de genes. O termo receptor nu-
clear é um tanto incorreto, visto que alguns se localizam, na realidade, no citosol e 
migram para o compartimento nuclear na presença de ligante. Incluem os recepto-
res dos hormônios esteroides, do hormônio tireoideo e de outros agentes, como o 
ácido retinoico e a vitamina D.
Interações Fármaco – Receptor
Agonistas e Antagonistas
As principais relações farmacodinâmicas entre fármacos e seus alvos são aquelas 
que mimetizam (imitam) um ligante endógeno, denominados agonistas ou fármacos 
que bloqueiam denominados antagonistas. 
Os agonistas são moléculas que, através de sua ligação a seus alvos, produzem 
uma alteração na atividade desses alvos de maneira a produzir um sinal que produ-
zirá uma resposta semelhante ao ligante endógeno.
15
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
Figura 4 – Representação da interação fármaco e receptor
Fonte: RANG e DALE, 2012
Os antagonistas podem ser categorizados com base na sua ligação a um sítio do 
receptor para o agonista (antagonistas dos receptores) ou interrupção da sinalização 
do complexo agonista-receptor por outros meios (antagonistas sem receptores).
Quando o antagonista compete com o ligante por sua ligação ao sítio agonista, 
é denominado antagonista competitivo. A presença de altas concentrações do ago-
nista pode superar o antagonismo competitivo.
Já no caso dos antagonistas não competitivos, agem em sítio alostérico e ligam-
-se ao receptor em um local distinto do sítio agonista. Não competem diretamente 
com o agonista pela ligação ao receptor.
Características gerais dos fármacos, agonista e antagonista.
Disponível em: https://youtu.be/l8KrF05SluAE
xp
lo
r
Fármacos Antimicrobianos
As bactérias são organismos procarióticos que, frequentemente, contêm alvos 
exclusivos para a intervenção farmacológica. Os fármacos atualmente disponíveis 
interrompem a replicação e o reparo do DNA bacteriano, a transcrição, a tradução 
e a síntese da parede celular.
Dependendo do papel do alvo do fármaco na fisiologia bacteriana, os agentes 
antibacterianos podem produzir efeitos bacteriostáticos ou bactericidas. Os fárma-
cos que inibem o crescimento do patógeno sem causar a sua morte são denomina-
dos bacteriostáticos. 
16
17
Esses fármacos são dirigidos contra alvos de vias metabólicas necessárias para 
o crescimento das bactérias, mas não para a sua sobrevida. Em contrapartida, os 
fármacos bactericidas matam as bactérias e impedem seu crescimento.
As sulfas são antimetabólitos inibidores do metabolismo do folato. Os inibidores 
do metabolismo do folato se assemelham estruturalmente ao substrato fisiológico 
da enzima atuam como inibidores enzimáticos.
As bactérias são incapazes de obter o ácido fólico do meio ambiente e, portanto, 
precisam sintetizá-la. Em contrapartida, nossas células utilizam receptores e carrea-
dores de folato na membrana plasmática para adquirir a vitamina intacta.
Essa diferença metabólica fundamental entre patógenos e células do hospedeiro 
faz com que a enzima seja um alvo ideal para terapia antibacteriana.
As sulfas, como o sulfametoxazol e a sulfadiazina, são análogos do PABA, que 
inibem competitivamente a enzima diidropteroato sintase, impedindo, assim, a sín-
tese de ácido fólico nas bactérias.
Por sua vez, a ausência de ácido fólico impede a síntese bacteriana de purinas, 
pirimidinas e alguns aminoácidos, resultando, finalmente, na interrupção do cres-
cimento bacteriano. As sulfas são agentes bacteriostáticos, vez que impedem o 
crescimento bacteriano, mas não matam as bactérias.
Outro grupo importante são os antibióticos beta-lactâmicos que atuam impedin-
do a formação da parede celular bacteriana, como o grupo das penicilinas, amoxi-
cilinas e cefalosporinas.
Em 1928, Alexander Fleming fez uma descoberta casual que iria revolucionar o 
tratamento das infecções bacterianas. Essa descoberta foi a penicilina, o primeiro 
de uma longa lista de antibióticos que atuam por meio da inibição da síntese da 
parede celular bacteriana. As propriedades químicas e estruturais peculiares da pa-
rede celular fizeram dela um alvo atraente e proeminente da quimioterapia antibac-
teriana. Entretanto, o aparecimento e a disseminação da resistência a antibióticos 
complicam cada vez mais o uso clínico de inibidores da síntese da parede celular. 
Conceitos gerais: bases teóricas e uso clínico. Disponível em: http://bit.ly/2pyXyHv
Ex
pl
or
Fámacos Anti-Inflamatórios
Não Esteroidal (AINEs)
A reação inflamatória está presente em quase todas as lesões produzidasno or-
ganismo humano. As manifestações clínicas ou os sinais do processo inflamatório 
são: CALOR, RUBOR (eritema/avermelhamento), EDEMA (inchaço), DOR e PER-
DA DA FUNÇÃO (limitação funcional). 
17
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
Fisiologicamente, podemos explicar o processo inflamatório lembrando que, 
quando uma célula sofre lesão, o fosfolipídio de membrana metabolizado pela enzima 
fosfolipase A2 resulta em ácido araquidônico e dá inicio a uma cascata de reações.
Por sua vez, o ácido araquidônico pode ser metabolizado pelas enzimas ciclo-
xigenases (COX1 e COX 2), originando os prostanoides (as prostaglandinas que 
são, em sua maioria, vasodilatadoras e os tromboxanos (TXA2) que possui ação 
trombótica e vasoconstritora.
Os AINEs têm três efeitos principais: analgésico, antipiréticos e anti-inflama-
tórios. Esses três efeitos são altamente vantajosos no cenário clínico, já que muitos 
pacientes são acometidos por um ou mais desses sintomas. Por esse motivo, os 
AINEs são usados em condições como cefaleia e enxaqueca, condições artríticas 
inflamatórias (espondilite anquilosante, artrite psoriática), dor pós-operatória, dor 
nas costas e gota – entre muitos outros.
O mecanismo de ação dos AINEs compartilha um modo de ação comum, que 
envolve a inibição das enzimas COX. A inibição da COX é vital, são as enzimas 
COX responsáveis pela geração de prostanoides – substâncias que consistem em 
três componentes principais:
• Prostaglandinas: Responsáveis por reações inflamatórias;
• Prostaciclinas: Ativas na fase de resolução da inflamação;
• Tromboxanos: Mediadores da vasoconstrição.
É importante lembrar que o efeito terapêutico dos AINEs não depende apenas 
do AINE escolhido, mas também da dose em que o AINE é administrado.
Tanto os efeitos terapêuticos quanto os efeitos adversos dos AINES são media-
dos pela inibição da produção de prostaglandinas, conseguida por meio da inibição 
da COX.
Quanto aos efeitos terapêuticos dos AINEs, são 3 os principais:
• Efeito anti-inflamatório: diminuição da produção de prostaglandinas deriva-
das da COX-2, levando à diminuição da vasodilatação, edema e dor;
• Efeito analgésico: diminuição da dor (principalmente a inflamatória), diminui-
ção de prostaglandinas que sensibilizam nociceptores da DOR (PGE2 e PGI2);
• Efeito antipirético: reduz a temperatura corporal patologicamente elevada, 
e tem como mecanismo de ação a inibição da produção das prostaglandinas 
PGE2, produzida a partir de IL-1, no hipotálamo.
Em relação aos efeitos adversos, eles variam do leve e moderado ao grave e 
absolutamente perigoso.
Os AINEs devem ser usados com cautela, por exemplo, em pacientes com his-
tória de problemas gastrointestinais e em pacientes que sofrem de síndrome do 
intestino irritável.
18
19
Isso ocorre porque os AINEs estão associados a um risco aumentado de sangra-
mento gastrointestinal e formação de úlcera. A irritação gástrica é mediada pela 
inibição da COX-1, que inibe a síntese de prostaglandinas que atuam na produção 
de muco, atuando como protetores gástricos.
Os AINEs dividem-se em NÃO-SELETIVOS (inibem as 2 isoformas da COX, ou 
seja, COX-1 e COX2) e SELETIVOS para COX-2.
Inibidores Não Seletivos da Cox (AINE –
anti-inflamatório não esteroidal)
Geralmente, bloqueiam as duas isoformas da COX em diferentes graus e rever-
sivelmente. São eles:
• Os salicilatos (Ácido acetilsalicílico-AAS), ao contrário dos outros AINES pro-
move a inibição irreversível das COX, sendo necessário fabricar novas enzimas;
• Derivados do ácido propiônico: ibuprofeno, naproxeno, cetoprofeno, flurbi-
profeno. O ibuprofeno é analgésico potente usado no tratamento de artrites 
e o naproxeno é 20 vezes mais potente que o AAS e causa menos efeitos 
adversos gastrointestinais;
• Derivados do ácido acético: indometacina, sulindaco e etodolaco (indolacéticos); 
diclofenaco e cetocoralaco (fenilacéticos). Muito utilizados em distúrbios musculo-
esqueléticos e artrites. O cetocoralaco tem propriedades analgésicas fortes; 
• Derivados do oxicam: piroxicam. É tão eficaz quanto AAS, naproxeno e ou-
tros, mas é mais bem tolerado, além de ter ação longa, podendo ser utilizado 
uma vez ao dia;
• Derivados das sulfonanilidas: nimesulida. Causa pouca inibição sobre a COX1; 
e, por fim,
• Paracetamol (acetaminofeno): tecnicamente não é um AINE. Tem efeitos anal-
gésicos e antipiréticos, mas efeito insignificante como anti-inflamatório. Produz 
um metabólito tóxico quando metabolizado pelas enzimas do citocromo P450 
no fígado, que normalmente é neutralizado pela glutationa, ou seja, é poten-
cialmente hepatotóxico. Intoxicações por paracetamol podem ser tratadas com 
N-acetilsisteína.
Inibidores da COX-2
Celecoxibe, Meloxicam, Etoricoxibe. Inibem aproximadamente 100 vezes mais 
a COX2 do que a COX1. Possuem as mesmas propriedades anti-inflamatórias dos 
AINEs, porém sem o efeito de inibição plaquetária.
Como Funcionan Los Aines: https://youtu.be/_X_KuRWnPZY
Ex
pl
or
19
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
Glicocorticoides
Os glicocorticoides são hormônios esteroides, sintetizados no córtex da glândula 
adrenal, que afetam o metabolismo dos carboidratos e reduzem a resposta inflama-
tória. A sua síntese e liberação ocorrem naturalmente pelo organismo, de acordo 
com sua necessidade, sob influência do ACTH (hormônio adrenocorticotrófico). 
A concentração de corticosteroides endógenos (cortisol, cortisona e corticoste-
rona) na corrente circulatória apresenta-se elevada, pela manhã, e baixa, à noite, 
sendo que fatores psicológicos e certos estímulos, como excesso de calor ou frio, 
lesões ou infecções, podem afetar a liberação destes glicocorticoides.
Hoje em dia, há um grande número de corticoides sintéticos (cortisona, hidro-
cortisona, betametasona, dexametasona, prednisona, prednisolona, metilpredini-
solona, triancinolona, por exemplo).
As formas farmacêuticas são as mais variados preparados farmacológicos (cre-
mes, pomadas, drágeas, comprimidos, colírios, preparados injetáveis e para ina-
lação etc.) para serem usados pelas mais diferentes vias (tópica, oral, inalatória, 
intramuscular, endovenosa).
Medicamentos contendo glicocorticoides são utilizados na terapêutica, com va-
riadas finalidades. Isso inclui, principalmente, terapia de reposição hormonal (em 
caso de problemas no córtex suprarrenal), terapias de imunossupressão, terapia an-
tialérgica e anti-inflamatória. Nos tratamentos anticâncer, os glicocorticoides tam-
bém têm sido muito utilizados, principalmente, associados a outros medicamentos.
O emprego dos glicocorticoides na terapêutica deve-se, principalmente, ao fato 
de eles apresentarem poderosos efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores. 
Eles inibem manifestações tanto iniciais quanto tardias da inflamação, isto é, não 
apenas a vermelhidão, o calor, a dor e o edema iniciais, mas também os estágios 
posteriores de cicatrização e reparo de feridas e reações proliferativas observadas 
na inflamação crônica.
Esses fármacos têm atividade sobre todos os tipos de reações inflamatórias, 
sejam elas causadas por patógenos invasores, por estímulos químicos ou físicos ou 
por respostas imunes inadequadamente desencadeadas, como as observadas na 
hipersensibilidade ou na doença autoimune.
20
21
Infelizmente, são inúmeros os efeitos colaterais dos glicocorticoides, especial-
mente, quando utilizados em altas doses e por tempo prolongado. Podemos citar 
osteoporose, catarata, pressão alta, hiperglicemia e Síndrome de Cushing.
Embora a corticoterapia seja a modalidade terapêutica mais efetiva para o 
tratamento de inúmeras doenças, o entusiasmo pelo seu uso tem sido superado 
pelo receio dos efeitos colaterais sistêmicos ocasionados por essas drogas. Esse 
fato tem levado muitos profissionais a optarem por outras terapias, especialmente 
em crianças.
Durante o tratamento em longo prazo com os glicocorticoides, devemos ficar 
atentos para as possíveis perdas de massa óssea, as quais poderão predispor esses 
pacientesa fraturas frequentes.
São importantes a monitorização anual da densidade mineral óssea bem como 
a administração de cálcio e vitamina D concomitantes. O crescimento longitudinal 
dessas crianças também poderá ser bastante comprometido e devemos, na medida 
do possível, utilizar todos os recursos para minimizá-lo, como dose única matinal, 
menor tempo de tratamento, associação de outras medicações ou mesmo da pulso-
terapia com metilprednisolona para o controle da doença, no sentido de podermos 
reduzir ou retirar o glicocorticoides oral, especialmente, durante a puberdade.
A menor ingestão de sódio e uma dieta adequada poderão ser úteis no controle da 
pressão arterial, das estrias cutâneas e da hipercolesterolemia. A avaliação oftalmológi-
ca pelo risco de catarata subcapsular ou glaucoma e da glicemia deverá ser lembrada.
É importante que no início do tratamento de crianças com doença reumática 
haja um esclarecimento para a família e para o próprio paciente, muitas vezes ado-
lescente, sobre a possibilidade de efeitos colaterais indesejáveis, como evitá-los ou 
reduzi-los, ressaltando seus benefícios e a necessidade do mesmo, pois em muitos 
casos a sobrevida e a qualidade de vida dependerão dele.
Um dos efeitos adversos com o uso prolongado dos glicocorticoides é a Síndrome 
de Cushing. Caracterizada por ser uma doença provocada pela alta concentração 
no corpo de hormônio cortisol, conhecido também como o hormônio do estresse. 
Os sintomas são as estrias vermelhas, abdômen em pêndulo, face em forma de 
lua, bochechas vermelhas entre outros. Segundo a Organização Mundial da Saúde 
(OMS), aproximadamente 50 mil pessoas vivem com essa doença atualmente.
21
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
Figura 5 – Sintomas da Síndrome de Cushing
Fonte: Núcleo de Estudos em Acromegalia e Doenças Relacionadas do Norte-Nordeste Brasileiro, 2010
Para finalizar, gostaríamos de lembrar que os glicocorticoides só deverão ser 
indicados para os pacientes com diagnóstico definido. Nos casos duvidosos, seu 
uso não deve ser preconizado para não mascarar doenças graves, dificultando seu 
diagnóstico e terapêutica precoces, como nos casos de leucoses e infecções, colo-
cando em risco a vida do paciente.
ANTI, S. M. A; GIORGI, R. D. N; CHAHADE, W. H. Antiinflamatórios hormonais: glicocorticóides. 
Einstein, v. 6, n. 1, p. 159-165, 2008. Disponível em: http://bit.ly/2JHTGLfEx
pl
or
22
23
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Farmacocinética – Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção (ADME)
https://youtu.be/j688ggKizjA
Proteína G
https://youtu.be/-GksBJvKf14
 Leitura
Farmacocinética: Conceitos básicos aplicados à medicina veterinária
HIRANO, L. Q. L.. Farmacocinética: Conceitos básicos aplicados à medicina 
veterinária. 2011.
http://bit.ly/2JDsH3C
Receptores farmacológicos: revisão bibliográfica
OLIVEIRA, M. W. X. de. Receptores farmacológicos: revisão bibliográfica. 2012.
http://bit.ly/2N6Gv8Y
23
UNIDADE Farmacocinética e Farmacodinâmica
Referências
FONTES, O. L. (ed.). Farmácia homeopática: teoria e prática. Barueri: Manole, 
2013. (e-book)
FRANCO, A.; KRIEGER, J. E. Manual de Farmacologia. São Paulo: Manole, 
2016. (e-book)
FUCHS, F. D; WANNMACHER, L. Farmacologia clínica: fundamentos da 
terapêutica racional. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. (e-book)
GOODMAN, L. S.; BRUNTON, L. L.; HARDMAN, J. G. As Bases Farmacológicas 
da Terapêutica. 12.ed. Nova Iorque: Mcgraw-Hill. 2012.
GOLAN, D. E. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 
2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
HILAL-DANDAN, R. BRUNTON, L. Manual de Farmacologia e Terapêutica de 
Goodman & Gilman. 2.ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. (e-book)
LEVINSON, W. Microbiologia médica e imunologia. 13.ed. Porto Alegre: 
ArtMed, 2016.
PANUS, P. C. et. al. Farmacologia para Fisioterapeutas. Porto Alegre: AMGH, 
2011. (e-book)
RANG, H. P. et. al. Farmacologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
WHALEN, K.; FINKELl, R.; PANAVELIL, T, A. Farmacologia Ilustrada. 6.ed. 
ArtMed, 2016. (e-book)
24

Continue navegando