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Thifani Oliveira Lista de exercícios AINE 1. Apresentar todas as classes de AINE com seus exemplos de princípios ativos; INIBIDORES NÃO SELETIVOS DA COX (AINE-ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO- ESTEROIDAL) - geralmente bloqueiam as duas isoformas da COX em diferentes graus e reversivelmente. São eles: Salicilatos: ácido ecetilsalicílico (ASS), ao contrário dos outros AINES promove a inibição irreversível das COX, sendo necessário fabricar novas enzimas. Derivados do ácido acético: idometaciona, sulindaco e etodolaco (indolacéticos); diclofenaco e cetocoralaco (fenilacéticos). Derivados do oxicam: piroxicam. Derivados das sulfonamilidas: nimesulida; causa pouca inibição sobre a COX1. Paracetamol: tecnicamente não é um AINE. INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2: celecoxibe, meloxicam, etoricoxibe. Inibem aproximadamente 100 vezes mais a COX2 do que a COX1. Possuem as mesmas propriedades anti-inflamatórias dos AINE, porém sem o efeito de inibição plaquetária. O meloxicam e a nimesulida inibem preferencialmente COX-2 a COX-1 em especial quando administrados em doses terapêuticas mais baixas. Não são tão seletivos quanto os coxibes, podendo ser considerado preferencialmente seletivo. 2. Descrever os mecanismos de ação desse grupo; Os AINES ou drogas anti-inflamatórias não-esteroidais compartilham um modo de ação comum, que envolve a inibição das enzimas ciclooxigenases (COX). Diferentes AINES inibem as isoenzimas COX-COX-1 e COX-2 em diferentes extensões, e esse modo de ação diferencial entre os AINES explica os diferentes perfis de efeitos adversos (e, de fato, seus perfis terapêuticos). A inibição da COX é vital, são enzimas COX responsáveis pela geração de prostanoides – substâncias que consistem em três componentes principais: Thifani Oliveira - Prostaglandinas- responsáveis por reações inflamatórias/anafiláticas; - Prostaciclinas- ativa na fase de resolução da inflamação; - Tromboxanos- mediadores de vasoconstrição. 3. Esquematizar a cascata da inflamação dos subprodutos do ácido araquidônico; O ácido araquidônico é encontrado na forma esterificada nos lipídios das membranas, especialmente dos leucócitos; ele é obtido a partir da dieta e da conversão do ácido linoleico através de um processo enzimático oxidativo. A célula recebe um estímulo e ativa a enzima (fosfolipase A2) que libera o ácido araquidônico dos lipídios das membranas. A partir do ácido araquidônico existem 3 vias enzimáticas que se converteram nos mediadores lipídicos. o Via mediana pela ciclooxigenase cox1 e cox2- A Cox1 está envolvida na produção dos mediadores lipídicos e no controle da homeostasia do organismo (hidrostático; eletrolítico; defesa do sistema digestivo); Cox2: libera mediadores lipídicos para promover as manifestações inflamatórias agudas A CICLOOXIGENASE promove um processo oxidativo sobre o acido araquidônico promovendo a formação de: Prostociclinas: o Vasodilatadores o Inibidor da agregação plaquetária (anticoagulante) o Reforça a permeabilidade vascular e outros mediadores o Reforça a quimiotaxia Tromboxanos: o A2- agregação plaquetária Fosfolipase- A2 Ácido araquidônico Cicloxigenase Cox1, Cox2 Prostaciclinas Tromboxanos Prostaglandinas PGD2, PGE2 5- Lipooxigenase Leucotrienos- B4; A4; C4; D4; E4 12-Lipoxigenase Lipoxina A4; B4 Thifani Oliveira o Vasoconstritor nos vasos periféricos e uma vasodilatação nos vasos pulmonares. Prostaglandinas o Vasodilatação de vênulas pós capilares próximas ao local da lesão. o Aumento da permeabilidade vascular- aumenta o espaço Inter endoteliais contribuindo para diapedese o Contração uterina o Contração de musculo liso bronquial e arteriolar- contribui para o processo da asma. o Febre o Hiperalgesia: incrementam a sensibilização dos receptores do dor. (dor elevada). o Via mediada pela 5-lipooxigenase Formação dos leucotrienos B4; A4; C4; D4; E4 o LB4- potente quimiotáctico- promove o recrutamento de leucócitos a favor do gradiente químico. o Agregação celular ao endotélio venular: auxilia na diapedese. o Liberação de enzimas lisossômicas por parte dos neutrófilos que estão exercendo ação fagocítica. o Vasoconstrição intensa: interagem no processo asmático o Broncoespasmo - o Aumento da permeabilidade das vênulas- (principalmente as pós capilares). o Via mediada pela 12-lipooxigenase Lipoxina A4; B4 o Reduz os processos inflamatórios através da inibição, recrutamento e da adesão dos leucócitos ao endotélio. (As lipoxinas agem nos processos finais de uma infecção ou inflamação aguda). 4. Indicações, contraindicações e reações adversas dos AINEs; Indicações: Condições inflamatórias; Doença crônica das articulações; Dor musculoesquelética; Cefaleia; Dor menstrual; Dor de dente; Dor pós-operatória leve a moderada; Contraindicações: Gravidas; Pacientes com insuficiência renal; Pacientes com cirrose; Pacientes com hipertensão descontrolada; Hipersensibilidade tipo 1 Thifani Oliveira Pacientes com insuficiência cardíaca; Pessoas que consomem, em média, mais de 3 doses de álcool por dia; Pacientes medicados com varfarina; Pacientes com risco de hemorragia; História de úlcera péptica ou gastrite; Reações adversas: Agravamento da hipertensão; Inibição da ação dos diuréticos; Agravamento da insuficiência cardíaca; Agravamento da função renal; Síndrome nefrótica; Hepatite medicamentosa; Perda de audição nos idosos; Aumento do risco de doenças cardiovasculares; 5. Explicar o porquê da proibição de alguns dos Inibidores Seletivos da COX2 (ISCOX2); A proibição de alguns inibidores seletivos da COX2 tem como princípio causal a incerteza quanto ao perfil de segurança desse grupo. Por exemplo, o lumiracoxibe é o inibidor mais seletivo da Cox-2, e se atribuiu a ele um perfil de risco gastrintestinal mais favorável, em relação aos demais AINE, inclusive os inibidores de COX-2. Além disso apresenta risco cardíaco aumentado, risco de toxicidade hepática potencialmente letal. Em síntese os inibidores seletivos da COX-2 que foram proibidos apresentaram maiores complicações a saúde decorrente dos efeitos colaterais, sendo assim, desfavoráveis para a utilização clínica. 6. Apresentar alternativas em pacientes com alergia a esse grupo de acordo com sua patologia; Geralmente as alergias apresentadas no uso dos AINE´s decorrem da inibição da Cox-1, sendo assim, pode ser que outros medicamentos que apresentam menor potencial inibitório da Cox- 1 venham a ser administrados sem maiores problemas. Exemplo: Anti-inflamatórios fracos inibidores da Cox-1 podem ser administrados em doses mínimas de eficácia e serem manipuladas se necessárias. o Paracetamol o Nimesulida o Meloxicam Anti-inflamatórios que não inibem a Cox-1 e geralmente são bem toleradas. o Celecoxibe o etoricoxibe 7. Determinar o uso quanto a alguns pacientes com necessidades especiais (PNE): gestante, hipertenso, diabético e cardiopata Gestante: A dipirona atravessa a barreira placentária. Não existem evidências de que o medicamento seja prejudicial ao feto: a dipirona não apresentou efeitos teratogênicos em Thifani Oliveira ratos e coelhos, e fetotoxicidade foi observada apenas com doses muito elevadas que foram tóxicas às mães. Entretanto, não existem dados clínicos suficientes sobre o uso de dipirona monoidratada solução oral durante a gravidez. Recomenda-se não utilizar este medicamento durante os primeiros 3 meses da gravidez. Durante o segundo trimestre da gravidez só deve ocorrer o uso de dipirona após cuidadosa avaliação do potencial risco/benefício pelo médico. Este medicamento não deve ser utilizado durante os 3 últimos meses da gravidez, uma vezque, embora a dipirona seja uma fraca inibidora da síntese de prostaglandinas, a possibilidade de fechamento prematuro do ducto arterial e de complicações perinatais devido ao prejuízo da agregação plaquetária da mãe e do recém-nascido não pode ser excluída. Diabético: alguns AINES podem conter açúcar em sua fórmula. Portanto, para pacientes diabéticos, recomenda-se a administração de comprimidos ou gotas ao invés de solução oral. Hipertenso: O uso prolongado de AINEs pode causar elevação de 5 a 6 mmHg da pressão arterial média, principalmente em hipertensos, e interferir com os efeitos anti-hipertensivos de diuréticos, betabloqueadores e inibidores da ECA. Entretanto, há grande variação dos resultados entre os fármacos e entre os estudos clínicos. Cardiopata: Evidências sugerem que os AINEs podem aumentar a PA, pois estas substâncias bloqueiam a síntese de prostaglandinas, diminuindo a vasodilatação e a excreção de sódio pelo rim. Além disso, essa inibição da síntese de prostaglandinas pelos AINEs pode antagonizar os efeitos redutores da PA dos anti- -hipertensivos.