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DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS Amanda Liberato – 4° período / Processos fisiopatológicos II APENDICITE → O apêndice é um divertículo verdadeiro normal do ceco e está sujeito a inflamação aguda ou crônica. → A apendicite é considerada uma inflamação aguda desse apêndice; → A inflamação surge devido à obstrução do lúmen do apêndice, podendo ser por fecálito (fezes petrificadas), fezes normais, hiperplasia linfoide e agentes infecciosos. * Incidência maior em homens. PATOGENIA → Aumento progressivo na pressão intraluminal, comprometendo o fluxo venoso de saída; → Causas: cálculo biliar, tumor, vermes, fezes, fecálito. → Aumento da proliferação bacteriana → Isquemia – inflamação catarral-aguda/ gangrenosa/supurativa/hiperplásica- edema tecidual; MORFOLOGIA → Vasos subserosos congestos: → Infiltrado de neutrófilos perivascular em todas as camadas; Ulcerações podem estarpresentes ou não; Casos graves com exsudação febrinopurulenta/ necrose hemorrágica gangrenosa. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → Dor periumbilical no quadrante inferior direito; → Náusea, vômito e febre de baixo grau; → Sinal de McBurney positivo, perda de sensibilidade localizada a dois terço da distância entre umbigo e a espinha ilíaca anterossuperior direita. → Sinal de McBurney: dor ao realizar a descompressão. DOENÇA DIVERTICULAR → É uma condição patológica adquirida caracterizada por dilatações saculares/herniações (divertículos) da mucosa e da submucosa através das camadas musculares da parede intestinal e mais comuns no cólon esquerdo, principalmente no sigmoide; → Diverticulite: inflamação das hérnias; → Diverticulose: formação das bolhas (semelhante a hérnias); → Múltiplos; → Bolhas externas adquiridas: mucosa e submucosa do cólon que se projeta pela camada muscular do cólon; → Fatores de risco: dieta deficiente em fibras, rica em sal, obesidade, carnes e açucares; → Mais presente em pessoas acima de 60 anos. PATOGENIA → Hipotônico: instala-se como decorrência do afrouxamento da musculatura lisa do intestino; → Hipertônico: acontece quando há aumento anormal do tônus dessa mesma musculatura e pelo crescimento significativo da pressão do cólon. → Pontos fracos: locais de inserção dos vasos mesentéricos na parede intestinal. → A presenta da obstrução contrui para favorecer a proliferação de patógenos e, consequentemente, o surgimento da diverticulite. → A diverticulite pode apresentar um abcesso ou uma perfuração, ou seja, sangramento pode estar presente também. MORFOLOGIA → Pequenas bolsas externas em forma de cantil, podendo ter 0,5 a 1cm de diâmetro; → Distribuição regula lado a lado com as tênias do cólon; → Parede fina com mucosa achatada ou atrófica; → Submucosa é comprometida; → Muscular própria adelgaçada; → Hipertrofia da camada circular própria; → Pressão aumentada, o que pode ocasionar perfurações. → Classificação: DOENÇA CELÍACA → Enteropatia sensível ao glúten; → É mediada pelo sistema imunológico, disparada pela indigestão de alimentos que contém glúten, consequência de uma pré- disposição genética ou doenças autoimunes; PATOGENIA → Glúten → Gliadina (fração solúvel do glúten) → Gliadina induz as C. epiteliais a liberar IL-15 → Ativação de linfócitos CD8+ → Linfócitos expressam NKG2D e receptor MIC-A → Enterócitos expressando MIC-A → Linfócitos se diferenciam em citotóxicos → Danos na barreira epitelial → Passasgem dos compostos de gliadinas para a lâmina própria → Desamidados pela transglutaminase tecidual → Peptideos de gliadina interagem com proteínas HLA – DQ2 ou HLA – DQ8 → Estimulação da TCD4+ que produz toxinas → Danos tissular enterócitos. * Ligação de linfócitos e enterócitos, por meio das MIC-A, o linfócito se torna citotóxico e promove o dano endotelial. * HLA é um tipo de MHC de classe II, pois estimulam as células TCD4+. MORFOLOGIA → Enterite difusa com atrofia ou perda total da vilosidade; → No epitélio, há degeneração vacuolar, as microvilosidades da borda em escova somem e há o aumento dos linfócitos intra- epiteliais; → Na lâmina própria: plasmócitos, linfócitos, macrófagos, eosinófilos e mastócitos em grande número; → As criptas: se tornam alongadas e tortuosas em razão da hiperplasia de suas células; Atividade mitótica aumentada; → Perda de células nas vilosidades e o aumento das criptas podem não alterar a espessura da mucosa. → Endoscopia: atrofia e pregas serrilhadas da mucosa, modularidade e padrão de mosaico da mucosa, porém não são achados sensíveis para doença celíaca; → Comparações: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → diarréia, flatulência, perda de peso, fadiga, estatorréia; → Manifestações extra-intestinais de má absorção: anemia, sangramentos, osteopenia ou osteoporose, sintomas neurológicos, distúrbios hormonais, dermatite herpetiforme. → Dermatite herpetiforme: caracterizada por aglomerados de lesões pruriginosas e urticárias, bem como vesículas, pápulas e bolhas: → Dermatite herpetiforma: erupção cutânea, papulovesicular pruriginosa simétrica, na superfície extensora dos cotovelos: DIAGNÓSTICO → diagnóstico definitivo baseia-se em documentação clínica da má absorção, demonstração da lesão intestinal em amostra do intestino delgado e melhora dos sintomas e da histologia (biópsia 4 fragmentos) da mucosa com a retirada do glúten da dieta; → Laboratorial – IgA e Ac contra antitransglutaminase; → Análise Genética (DQ2 DQ8) -15 a 30%.