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Giardia duodenalis Resumo da aula – Alisson Braga Ordem: Diplomonadida (organismos que possuem 2 núcleos) Família: Hexamitidae Gênero: Giargia Espécie: G. Duodenalis É a causadora da giardíase, habita o intestino delgado de mamíferos, aves, repteis e anfíbios. É considerada uma zoonose, pela possibilidade de parasitar cães e gatos. São observadas mais de 50 espécies de Giargias, em humanos podemos observar a Giargia duodenalis = G. intestinalis = G. lambia Lambia foi sua primeira denominação desse protozoário, depois veio a denominação de intestinalis que mostrava a localização onde ela esta inserida, no intestino. E a mais atual é a Duodenali, que é onde ela vai colonizar melhor é a região do duodeno. Possuem duas formas evolutivas: Trofozoíto e o cisto (forma infectante) O trofozoito: tem esse formato piriforme, com uma aparência de uma pera, simetria bilateral, a presença de 2 núcleos. 2 axonêmas que são pares de fibras importantes para manter a estrutura dessa Giargia. Eles se multiplicam por divisão binária, possui uma face ventral côncava que é importante para a adesão dela ao epitélio. Face dorsal lisa e convexa. O cisto: tem uma parede bem resistente e as estruturas estão todas duplicadas em relação ao trofozoito, mas com distribuição irregular. São viáveis na água por 2 ou mais meses, sendo bastante resistente e são bem pequenos. CICLO BIOLÓGICO: O homem e os animais vão se contaminar pela ingestão de cistos de giargias que vão estar presentes em água ou alimentos contaminados, o processo de desencistamento já se inicia no estomago e vai finalizar quando chegar ao intestino. Durante esse processo de desencistamento, um cisto (que tem todas as suas estruturas duplicadas) dará origem a dois trofozoitos que então vão começar a colonizar a região do duodeno. Esses trofozoitos vão ficar se multiplicando e se alimentando, ate o momento que eles vão começar a caminhar a porção final do intestino junto com o bolo fecal. Esses estímulos que ocorrem no intestino grosso vão fazer com que esses trofozoitos voltem a forma de cisto. EXEMPLO: O trofozoito está caminhando pelo intestino e de repetente ele se toca e pensa: OPS! Vou cair no meio ambiente, preciso me proteger. E então ele retoma a sua forma de cisto que vai ser liberado nas fezes. Quando vemos a liberação de cistos de Giargia nas fezes, são vários cistos, geralmente é um numero grande de cistos liberados. Pode haver a presença de trofozoito nas fezes no caso do hospedeiro estar com diarreia, então em fezes liquida podemos encontrar trofozoitos. Porém essas fezes precisam ser analisadas rapidamente porque o trofozoito não sobrevive por muito tempo no meio ambiente. Existem estudos que mostram que precisamos de 10 a 100 cistos ingeridos para que seja levada a infecção, então precisamos de uma quantidade boa de cistos ingeridos, porque temos uma resposta imune que consegue rebater alguns cistos. TRANSMISSÃO · Alimentos e água contaminados; · Mãos sujas ou objetos contaminados levados à boca; · Contato – oral-anal; · Risco de zoonose podendo infectar os animais domésticos e transmitir aos humanos · Se houver um animal com a giargia, é preciso verificar os humanos e se há outros animais no local. · Cães com giargia apresentam: vômitos, flatulências, mas o mais comum são as fezes diarreica, com presença de sangue e de muco. PATOGENIA E SINTOMAS · Depende da cepa, carga infectante, nutrição do hospedeiro, idade, microbiota intestinal, pH do suco gástrico, concentração dos sais biliares e resposta imune – Então esse conjunto é que vai estabelecer se o individuo vai apresentar essa infecção ou não. · Período de incubação varia de 5 a 25 dias · Adesão à superfície da mucosa – Isso faz com que diminua a superfície para a absorção de gorduras e vitaminas, incluindo também a absorção de água, por isso temos o quadro diarreico porque temos água sobrando. · A Giargia duodenalis não invade e nem destrói os tecidos, porém na microscopia eletrônica é possível observar lesões nas microvilosidades dos enterócitos. · Processo inflamatório devido a resposta imune contra o parasita · 90% são assintomáticos (enorme quantidade de portadores) Quadro clínico dos sintomáticos: · Diarréia aguda e autolimitante (poucos dias): diarreia aquosa, explosiva, odor fétido, cor clara ou acinzentada, gases e dores abdominais. · Quando o paciente não é autolimitante ele pode adquirir a forma crônica com diarreia persistente (anos) e má absorção intestinal: diarreia continua, intermitente ou esporádica, pode acompanhar esteatorréia (presença de gordura nas fezes), perda de peso, problemas de má absorção · Imunossuprimidos apresentam forma mais grave TRATAMENTO: Metonidazol como a primeira escolha e albendazol como uma segunda escolha DIAGNÓSTICO: Clínico: desconfia-se de giargia em casos de diarreia com esteatorréia, irritabilidade, insônia, náuseas, vômitos, perda de apetite e dor abdominal. Laboratorial: pesquisa de cistos no coproparasitológico direto ou por métodos de concentração – É interessante o pedido de cistos em 3 dias alterados, porque essa liberação de cistos não é contínua. Metodos imunológicos: ELISA E IFI (baixa sensibilidade e especificidade) Metodo Imunocomatográfico: (como os testes de gravidez) podem ser utilizados para o diagnóstico tanto do Cryptosporidium quanto para a Giargia PCR: análise de DNA também é utilizada, porém é limitado aos laboratórios de pesquisa Entero test: é uma capsula gelatinosa, onde o individuo vai engolir essa capsula, ela vai descer até a região do intestino (duodeno), essa capsula vai ficar um tempo presente e depois é puxada de volta pela cordinha. Nessa capsula, é esperado que os trofozoitos de Giargia viessem inseridos. EPIDEMIOLOGIA · A giargia é encontrada em todo o mundo, mas predomina nas áreas tropicais. · OMS (2000): 200 milhões de casos sintomáticos no mundo, com aproximadamente 500 mil casos/ano. · Incidência de 2-5% em países desenvolvidos e de 20-30% nos em desenvolvimento · No Brasil, estima-se que sua incidência varie de 4,0 a 30%, numero que depende do estudo, da faixa etária e da região pesquisada · Não tem notificação compulsória · Doença mais comum em crianças até 6 anos e imunossuprimidos têm uma maior predisposição · Frequentemente associada a surtos de diarreia associada ao consumo de água PROFILAXIA · Lavar bem os alimentos; · Beber água filtrada ou fervida (cistos são resistentes ao tratamento de água com cloro, mas podem ser retidos em filtros de areia e terra diatomáceas ou destruídos pela fervura da água); · Evitar mãos e outros objetos serem levados à boca; · Diagnóstico e tratamento dos infectados; · Saneamento básico; · Educação sanitária
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