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1 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 ESTRUTURA DA ANAMNESE 1. Identificação: Nome, idade (data de nascimento), sexo, cor, estado civil, profissão, naturalidade, procedência, residência atual (há quanto tempo) e religião. Registrar a fonte da história (paciente, acompanhante) 2. Queixa(s) Principal(ais): Sucintamente registrar(s) o motivo(s) que levou(aram) o paciente ao médico ou hospital. No máximo 3 itens. 3. História da Doença Atual: Descrição cronológica e organizada dos fatos que trouxeram o paciente ao médico/hospital, incluindo dados anteriores sobre a doença atual e tratamentos feitos previamente para o entendimento da evolução do paciente. *¹O que não pode deixar de perguntar quando o paciente relatar: Febre Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como esta hoje? Calafrios? Sudorese? – Se precede ou se é depois, se é matutino, vespertino ou noturno Início súbito ou gradual? O que precipita? Intensidade: Leve? (até 37,5°C) Moderada? (37,6°C-38,5°C) Alta? (acima de 38,6°C) Duração Modo de evolução Término: súbito ou gradual? – Lise: cai progressivamente / Crise: cai de uma vez Doenças agudas ou crônicas Passagem por áreas de possível contato com doentes ou exposições atípicas Uso de medicamentos? (alguns podem causar febre outros podem ter ação antipirética) O momento do dia em que a temperatura é aferida é importante o Manhã: Temperaturas normalmente mais baixas o Vai aumentando ao longo do dia 2 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Até 37,3°C, ao final da tarde é o limite o Observar que há indivíduos que tem a temperatura elevada normalmente Dor Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como esta hoje? Localização Irradiação Qualidade: Pontada? Queimação? Cólica? Pulsátil? De contato? Latejante? Constritiva (em aperto)? Intensidade Frequência e periodicidade Duração: Contínua ou intermitente? Por quanto tempo? Período do dia? Evolução: Início súbito ou insidioso? Relação com funções orgânicas: Movimentos, deglutição, respiração, defecação; Fatores precipitantes Fatores agravantes Fatores Atenuantes Manifestações concomitantes: Febre, sudorese, alterações intestinais, náuseas e vômitos. Cefaléia Quando começou? Como começou? Teve início súbito? Como evoluiu? Como está hoje? Com que frequência acontece? Qual a duração do episódio de dor? Em qual período do dia é mais prevalente? (diurna ou noturna) Qual o local da dor? (Hemicranial ou Holocranial) É unilateral ou bilateral? É focal ou difusa? A dor irradia para alguma região? A dor é superficial ou profunda? 3 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Tem início súbito ou gradual? A dor é pulsátil? Quais fatores agravam? Quais fatores aliviam? Fatores associados o Crise convulsiva o Mosca volante o Aura prolongada ou de curta duração o Aura sensitiva mais que visual? o Lipotimia o Tonteira o Vertigem O que o paciente acha que tem? Como já tratou? Como se sente? Vômito Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como está hoje? Precipitante? (emoções, alimentos?) Duração Frequência Ocorrência ou não de náuseas É em jato? Cefaleia associada? Diarréia associada? Febre associada? Presença de sangue, bile ou alimentos (digeridos ou não) Relação com a ingestão de alimentos (imediata ou tardia) Ingestão de corpo estranho Uso de drogas? Dor abdominal? Dor Epigástrica Quando começou? 4 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Como começou? Como evoluiu? Como está hoje? Teve início súbito? Frequência e duração Tem caráter de queimação ou é pontual? Aumenta ou diminui de acordo com a alimentação? Posição antálgica? É contínua? Vômito associado? Pirose Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como está hoje? Piora com exercício? Piora dependendo da posição (deitado ou reclinado)? Piora na ingestão de certos alimentos? Quais? Melhora na ingestão de certos alimentos/líquidos? Quais? Disfagia Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como está hoje? Alimento precipitante? Frequência Acompanhada de dor? Dificuldade para mastigar? Retenção alimentar intrabucal? Tosse? Sufocamento? Acompanha náusea? Disartria? Constipação Quando começou? Como começou? 5 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Como evoluiu? Como está hoje? Precipitante emocional? Dor abdominal associada? Caracterizar fezes (Dura? Forma? Com rachaduras? Com sangue?) Dificuldade ou dor ao evacuar? Sensação de esvaziamento retal incompleto após evacuar? Escape fecal? Uso de medicamentos? Vômito associado? Infecção urinaria associada? Retenção urinária? Diarréia Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como está hoje? Alimento precipitante? Frequência Dor associada? Diarréia aguda (até duas semanas)? Diarréia persistente (2-4 semanas)? Diarréia crônica (> 4 semanas)? Características das fezes Consumo de carne crua ou mal cozida? Alimentos pasteurizados? Passagem por áreas endêmicas/epidêmicas de cólera? Dispnéia Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como está hoje? Frequência Duração Emoção como precipitante? Quando ocorre? Em repouso ou em exercício? 6 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Qual nível de esforço necessário para desencadear desconforto? Em qual posição? (Deitado? Deitado de lado? Em pé?) Progressão rápida ou lenta? Duração: Contínua ou intermitente? Fatores atenuantes Fatores agravantes Doenças associadas (cardíacas, respiratórias, neuromusculares) Familiares com doença pulmonar/cardíaca? Cianose Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como esta hoje? Início súbito ou gradual? Lábios? Boca e língua? Membros? Falta de ar associada? Febre e sudorese? Dor abdominal Quando começou? Como começou? Como evoluiu? Como está hoje? Localização? Trata-se de dor localizada? Hipocôndrio direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo, flanco direito, mesogástrio (ou região umbilical), flanco esquerdo, região inguinal direita, hipogástrio (ou região púbica) e região inguinal esquerda. Trata-se de dor difusa? 7 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Irradiação Qualidade: Pontada? Queimação? Cólica? Pulsátil? De contato? Latejante? Em aperto? Escala de dor- Intensidade (de zero a dez, sendo zero nenhum desconforto e dez a dor mais forte já sentida, como classifica a dor?) Frequência e periodicidade Duração Início súbito ou progressivo (insidioso)? Término da dor súbito ou gradual? Fator precipitante: alimentação, posição, horário, atividade, deglutição, defecação... Fator atenuante: alguma medicação, alimentação, posição, vômito... Fator agravante: alimentação, posição, horário, deglutição, defecação, vômito... Fator acompanhante: sudorese, febre, vômito (conteúdo e volume devem ser especificados), defecação (conteúdo das fezes e consistência devem ser especificados). Procedimento cirúrgico prévio? Doença crônica? Ou familiar? (doença de Crohn, doença celíaca, úlcera péptica, cólica renal, diverticulite...) Diarréia? Vômito? Exames recentes? *¹ Essa parte foi descrita em conjunto pelo grupo: Andressa Belloti, Ana Carolina Robadelo, Bruna Sossai, Bruna Manhães, Giovanna Petrili, Lívia Ribeiro, Maria Beatriz Estevam e Nicolle Cozzolino. 4. Revisão desistemas: O examinador irá revisar todos os sintomas específicos ligados aos diversos aparelhos, sistemas e regiões do corpo. Algum aspecto relevante não informado ou não valorizado na história da doença atual ou pregressa poderá aparecer na revisão de sistemas. - Geral: estado atual de saúde, anorexia, emagrecimento ou aumento de peso, febre, sudorese, astenia, cansaço. - Cabeça: cefaléia, tontura, vertigem, traumatismos - Olhos: diplopia, visão turva, dor ocular, cataratas, glaucoma, perda do campo visual - Ouvidos: acuidade auditiva, vertigem, zumbido - Nariz e seios da face: epistaxe, coriza, infecções recorrentes, obstrução e prurido nasal, rinite alérgica, sinusite. 8 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 - Boca e garganta: dor de garganta, gengivites, estado dos dentes, próteses, boca seca, dor dentária, faringites, rouquidão. - Pescoço: nódulos, gânglios, alterações de tireoide. - Pulmões: tosse, expectoração, hemoptise, dispneia, dor torácica, chiado, asma, bronquite, pneumonia, enfisema, tuberculose, exposição ocupacional. - Cardíaco: angina, palpitações, ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema, hipertensão arterial, febre reumática, sopros cardíacos, dislipidemia. - Trato gastrointestinal: disfagia, odinofagia, dor abdominal, apetite, náuseas e vômitos, diarréia, constipação, dietas, eructações, hematêmese, melena, enterorragia, hemorróidas, tenesmo, doença péptica, endoscopias, icterícia, hepatites. - Gênito-urinário: disúria, hematúria, polaciúria, noctúria, nictúria, poliúria, alteração do jato urinário, incontinência, nefrolitiase, infecções. Na mulher: menarca, menopausa, ciclo menstrual, dismenorréia, metrorragia, leucorréia, anticoncepção, dor mamária, secreção mamilar, gravidez, dispareunia, vida sexual. No homem: hérnia, dor ou massa testicular, secreção uretral, lesão genital, prostatite, disfunção sexual. - Neurológico: tontura, sincope, convulsões, parestesias, fraqueza muscular, tremor, alterações da força muscular e da sensibilidade. - Reumático: artrites, edema e rigidez articular, mialgias, gota, lombalgia. - Vascular: flebite, varizes, claudicação, câimbras, fenômeno de Raynaud - Endócrino: poliúria, polidipsia, polifagia, intolerância ao frio e calor, bócio, osteoporose, diabetes. - Hematopoiético: anemia, sangramentos, transfusão prévia, grupo sangüíneo, linfonodos (aumento, dor). - Psiquiátrico: depressão, tristeza, agitação, pânico, ansiedade, alterações de memória, alterações de personalidade, alucinações. 5. História Patológica Pregressa: a) Relatar as doenças da infância e doenças da vida adulta (diagnósticos prévios, que não o da doença atual), cirurgias, traumas, hospitalizações, gestações, medicações (anteriores e atuais com doses e frequência). b) Alergias: medicações, alimentos, insetos, animais, ocupacionais. c) lmunizações: tríplice, poliomielite, influenza, caxumba, pneumococo, tétano, hepatite A e B, BCG, PPD. 9 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 6. História Familiar: Idade e condições de saúde de familiares (pai, mãe, irmãos, avós, tios, primos); perguntar sobre diabetes, hipertensão arterial, cardiopatia isquêmica (infarto), acidente vascular cerebral, dislipidemia, asma, nefropatias, neoplasias, doenças genéticas, pólipos intestinais, doenças psiquiátricas, tuberculose, artrite e o que mais julgar relevante ao caso. 7. História pessoal e social: Formação, educação, ocupação, religião, problemas sociais, familiares e profissionais. Hábitos e vícios: tabagismo (maços/ano), uso/abuso de álcool (gramas de álcool/semana), cafeína, drogas, comportamento, atividade sexual, dieta e atividade física. Relatar também como paciente se sente em relação à doença/queixa que tem e suas expectativas. EXAME FÍSICO Instrumental para o exame físico: jaleco, esfigmomanômetro, estetoscópio, termômetro, fita métrica, abaixadores de língua, palito de dente, lanterna, balança, martelo de reflexos e diapasão. Conceitos gerais: Inspeção – Palpação – Percussão – Ausculta. Obs: Essa ordem pode ser alterada de acordo com o sistema. Elementos da ectoscopia geral: Estado geral: bom, regular, ruim (aparência, desenvolvimento corporal, grau de nutrição, disfunção aparente). Nível de consciência, atenção, orientação, memória (lúcido/sonolento/torporoso/comatoso). Padrão respiratório (dispneico, eupneico ou taquipneico) Atitude: posição preferencial no leito, o atípica, o Atitudes voluntárias: ortopnéica, genupeitoral ou prece maometana, cócoras, antálgica, pakinsoniana, em decúbito (lateral esq. ou dir./ dorsal ou ventral). o Atitudes involuntárias: passiva, em gatilho, opistótono (contratura da musculatura lombar), ortótono (tronco e membro rígidos), emprostótono (tétano, meningite e raiva – o corpo do paciente forma uma concavidade para frente) e pleurostótono (o corpo se curva lateralmente), torcicolo e mão pêndula da paralisia radial. 10 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Estado Nutricional: desnutrido, obeso, ganhou/perdeu peso em pouco tempo - Peso/Altura IMC= Peso/Altura ² IMC Classificação <18,4 Abaixo do peso 18,5 a 24,9 Eutrofia 25 a 29,9 Sobrepeso 30 a 39,9 Obesidade >40 Obesidade mórbida Obs: O IMC é um indicador simples de estado nutricional e não distingue músculo de gordura corpórea e, portanto, não pode ser interpretado isoladamente. Biotipo: o Brevelíneo: Charpy > 90º - 4º EILHC o Normolíneo: Charpy = 90º - 5º EILHC o Longilíneo: Charpy < 90º - 6º EILHC Movimentos involuntários: o Tremores: a) de repouso – manter braço para frente - Parkinson b) de atitude – pedir para fazer ângulo de 90º mão – antebraço – pré-coma hepático c) de ação – pegar um objeto – pacientes com lesões cerebelares d) vibratório – emocional ou hipertireodismo o Mov. Atetósicos (Atetose) o Mioquinias o Mioclonias o Tiques o Tetania (em hipocalcemia): sinal de trousseau (manguito) e chvostec (percute lobo da orelha) o Coréia (sydenhan-huntington): paciente costuma disfarçar, colocá-lo deitado. o Hemibalismo o Distonias o Asterix (Flapping) 11 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Fácies: típica/atípica (Descrição do Porto) o Hipocrática: Olhos fundos, parados e inexpressivos. Palidez cutânea e discreta cianose labial – indica doença grave o Renal: edema que predomina ao redor dos olhos e palidez cutânea. Particularmente observada na síndrome nefrótica e glomerulonefrite difusa aguda. o Leonina: Alterações produzidas pelas lesões do mal de Hansen. Pele espessa, os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga, os lábios tornam-se mais largos e proeminentes. A barba escasseia ou desaparece. o Adenoidiana: Nariz pequeno e afilado e boca sempre entreaberta.Aparece nos indivíduos portadores de hipertrofia das adenoides, as quais dificultam a respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios posteriores das fossas nasais. o Parkinsoniana: A cabeça inclina-se um pouco para frente e permanece nessa posição. Olhar fixo, supercílios elevados e fronte enrugada. o Basedowiana: Exoftalmia e presença de bócio. Indica hipertireoidismo. o Mixedematosa: Rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação de seus sulcos. Desanimo e apatia. Hipotireoidismo ou mixedema. o Acromegálica: Saliência das arcadas supra-orbitárias, maior desenvolvimento do maxilar inferior, além do aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas. o Cushingóide ou Lua-cheia: Arredondamento do rosto com atenuação dos traços faciais. Síndrome de Cushing – hipefunção do córtex renal. o Mongolóide: Fenda palpebral (torna os olhos oblíquos, distantes um do outro). Rosto redondo, boca quase sempre entreaberta. o Depressão:Cabisbaixo, os olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. o Pseudobulbar: Principal característica crises de choro ou riso, involuntárias mas conscientes, que levam o paciente a tentar contê-las. Geralmente observada na aterosclerose cerebral. o Paralisia facial periférica: Assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento da boca para o lado são e apagamento do dulco nasolabial. o Miastênica: Ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. o Do deficiente mental: Traços faciais são apagados e grosseiros. A boca constantemente entreaberta, as vezes com salivação. Expressão fisionômica; os olhos se movimentam sem se fixarem em nada, traduzindo um constante alheamento ao meio ambiente. 12 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Etílica: Olhos avermelhados e ruborização da face, hálito etílico e sorriso meio indefinido. o Esclerodérmica: Imobilidade facial. Pele endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento de lábios, afinamento do nariz. Fisionomia inexpressiva. Fala e linguagem (Descrição do Porto) o Disfonia ou Afonia: Alteração do timbre causada por algum problema do órgão fonador (laringe). o Dislalia: Alterações menores na fala, com troca de letras. Mais comuns em crianças. o Disartria: Alteração nos músculos da fonação, voz arrastada, escandida, baixa e lenta (Parkinsonismo ou paralisia pseudobulbar). o Disfasia: Pertubação na elaboração cortical da fala. Há diversos graus desde alterações mínimas até perda total da fala. Traduz lesão do hemisfério dominante. Pele e fâneros: 1) Cor: palidez, vermelhidão, F.raynaud, cianose, icterícia, bronzeamento 2) Umidade: passar as mãos (normal, seca, aumentada) 3) Textura: passar ponta dos dedos (normal, áspera, enrugada, fina) 4) Espessura: pinçar a pele – externo, antebraço, abdome (normal, atrófica, hipertrófica, hipotrófica) 5) Temperatura 6) Elasticidade: pinçar (normal, aumentada, diminuída) 7) Turgor: solta a pele pinçada e avalia o retorno (Estado de hidratação da pele: umidade das axilas, alterações oculares). 8) Estado dos pelos e unhas 9) Lesões Elementares Lesões de Pele Qual a localização da lesão? Relevo o No mesmo nível da pele ou não? o Lesão arredondada? A borda é definida ou indefinida? O contorno é regular ou irregular? É elevada? Há prurido? Tem alguma modificação na textura? 13 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Apresenta algum tipo de descamação? Tem modificação na consistência? Classificar a lesão (modificação da cor/ sólidas/ de conteúdo liquído/ por solução de continuidade/ caducas/ sequelas). Listadas abaixo Alterações na cor Relacionadas à melanina o Hipocrômicas o Hipercrômicas o Acromicas Relacionadas a outros pigmentos o Pigmentos endógenos (Icterícia e hipercarotenemia) o Pigmentos exógenos (clofazimina e amiodarona) De origem vásculo-sanguínea (Transitória) o Eritrema: congestão vascular – desaparece à digitopressão o Enantema o Cianose Cor pela dilatação vascular (Permanente) o Telangiectasia Malformação vascular permanente o “mancha em vinho do Porto” Púpuras o Equimoses o Víbice Destacam-se na superfície cutânea Escama Escara Crosta Lesões de conteúdo líquido Vesícula Bolha Pústula Abscesso Edema Urtica (ponfo) 14 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Sequelas: Cicatrizes (lesões permanentes secundárias a algum processo patológico) Cicatriz hipetrófica Estrias Queloide Cicatrizes atroficas deprimidas o Hipocrômicas o Eritematosas o Normocrômicas Solução de continuidade da pele (Perda de substância da pele) Escoriação Erosão / Exulceração Ulceração ou úlcera Fissura ou rágade Fístula Lesões sólidas (Alterações do volume, relevo ou textura da pele) Por acúmulo de células ou depósito de substâncias o Pápula o Tubérculo o Placa o Nódulo o Goma o Tumoração o Vegetação (verrucosa ou condilomatosa) o Infiltração Por aumento ou redução de componentes da pele o Ceratose o Esclerose o Liquenificação o Atrofia Lesões Monomorfas: São todas do mesmo tipo Lesões Polimorfas: Vários tipos de lesão 15 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Tecido celular subcutâneo: edema (face, MS,MI pré-sacro, anasarca), infiltração, flogose localizada ou difusa, limitação, consistência, cacifo + ou -, mole ou duro, intensidade, sensibilidade. Descrição do exame normal: Bom estado geral, lucido e orientado no tempo-espaço, ativo e colaborativo, normolíneo, bom estado nutricional (IMC), bom estado higiênico, marcha atípica, fácies atípica, não adota posição preferencial ao leito, ausência de movimentos involuntários, normocorado, normohidratado, anictérico, acianótico, pele de turgor e elasticidade normais, ausência de lesões dermatológicas, enchimento capilar normal, eupneico, afebril ao toque, quantidade e distribuição de pelos normais, unhas normais. Sinais Vitais: Pressão arterial – mmhg (Posições deitado e sentado) Temperatura corporal - °C (dizer qual o ponto anatômico da coleta – mais comum axilar) Frequência de pulso – bpm (aferir bilateralmente e dizer qual pulso foi aferido) Frequência respiratória – irpm ELEMENTOS DO EXAME FÍSICO ESPECÍFICO: CABEÇA E PESCOÇO: Com o paciente sentado CRÂNIO Tipos: dolicocéfalo, mesocéfalo, braquicéfalo Forma: normocéfalo, macrocéfalo, microcéfalo Superfície: depressões, abaulamentos, deformações, soluções de continuidade Couro cabeludo / Cabelo: implantação, alopécias, parasitismo, alteração da cor e textura e lesões. Artéria temporal: sensibilidade, espessamento, amplitude e simetria. FACE Sobrancelhas o Alopécia: queda total ou parcial dos cabelos ou pêlos o Madarose: calvície da borda palpebral devido a queda dos cílios o Sinefrídea: ausência de divisão entre as sobrancelhas o Processos inflamatórios 16 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Pálpebras o Edema palpebral o Sinal de Romaña o Quemose: infiltração edematosa da conjuntiva que forma uma saliência circular em torno da córnea. Pode atingir conjuntiva palpebral. o Enfisema subcutâneo (aparece crepitação) o Fenda palpebral o Simetria (alterações significativas são indícios de paralisia facial) o Lagoftalmo: (pode aparecer em lesões do nervo facial) brevidade anormal da pálpebra impedindo de recobrir por completo o globo ocular o Blefaroespasmo: tique convulsivo das pálpebras o Ptose: queda da pálpebra superior por lesão nervosa do III Par o Processos inflamatórios: hordéolo - formação de um abcesso na região palpebral; calázio - pequeno tumor palpebral de origem inflamatória; blefarite; o Blefarocalase: formação de uma larga prega cutânea que cai até a reborda ciliar dificultando a visão o Epicanto o Xantelasma: coleção lipídica plana a nível de pálpebras Cílios o Ectrópio (evertidos) o Entrópio (invertidos) o Triquíase: são condições anormais Aparelho lacrimal o Dacrioadenites: inflamação da glândula lacrimal o Dacriocistite: inflamação do saco lacrimal o Síndrome de Mikulicz: hipertrofia bilateral das glândulas lacrimais salivares com queda ou supressão de sua secreção o Xeroftalmia: Perda da secreção lacrimal, que ocorre na Síndrome de Sjögren - secura com atrofia da conjuntiva bulbar. o Epífora: escoamento anormal das lágrimas pelas bochechas quando estas não podem passar pelos pontos lacrimais. Nariz o Aspecto anatômico (nariz em sela, acromegálico, infiltrações) o Epistaxe o Rinorréia: escoamento de líquido pelo nariz na ausência detodo fenômeno inflamatório 17 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Estado do septo nasal o Tumorações o Crepitações o Seios Paranasais: Palpação de pontos dolorosos e transiluminação Ouvidos Externo o Pavilhão auditivo - coloração, tamanho e forma, implantação, presença de tofos gotosos, hipertricose, compressão do tragus, sinal do lobo da orelha o Conduto auditivo - cerume, corpo estranho, otorréia, otorragia o Membrana timpânica - opacidade, abaulamento, nível hidroaéreo, perfurações e visualização do trígono luminoso. Médio o Compressão de região mastóidea e sinais flogísticos locais. Interno o Acuidade auditiva. Exame do Globo Ocular Enoftalmia (síndrome de Claude Bernard Horner - paralisia do simpático cervical) Exoftalmia (Doença de Basedow-Graves; síndrome de Poufour-Petit - irritação do simpático cervical) Campimetria: por confrontação do campo visual do paciente com o seu campo visual; ficar mais ou menos ao mesmo nível do paciente, e mais ou menos equidistante, tampar com a mão um dos olhos e pedir para o paciente tampar o dele; ir movimentando um dedo com o braço esticado perpendicular ao corpo, lateralmente a cabeça (reto, em cima e embaixo), e ir perguntando se o paciente está vendo (e se o dedo está parado ou movimentando, pra confirmar que ele está vendo). Movimentos Oculares: movimentar um dedo em cruz e em asterístico, sempre voltando ao meio. Testa-se o 3º, 4º e 6º par craniano - oculomotor, troclear e abducente, respectivamente (Ver restante no exame neurológico). Observar Estrabismo (convergente/divergente) e nistagmo vestibular e central. Escleróticas: coloração esbranquiçada, vasos dispostos sobre ela (no tecido conjuntivo episcleral). Pede-se ao paciente pra olhar pra cima enquanto se comprimem as duas pálpebras inferiores com os polegares, expondo a esclera; nela observa-se icterícia ou coloração azulada decorrente de osteogênese imperfeita, doenças do colágeno e anemia ferropriva. 18 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Conjuntivas: reveste a esclera, transparente. Observa-se palidez, hiperemia, edema (quemose), hemorragia subconjuntival ou secreção mucopurulenta. Pinguécula (nódulo amarelado situado na conjuntiva bulbar, em qualquer lugar da esclera, comum no envelhecimento; poupa a córnea; tratamento conservador, pois não prejudica a visão) e pterígio (espessamento da conjuntiva bulbar, que cresce sobre a superfície externa da córnea, geralmente a partir do lado nasal; se sobrepõe à córnea; tratamento cirúrgico). Córneas o Transparência o Leucomas: córnea toma coloração esbranquiçada o Halo senil: halo espessado em torno da córnea de coloração azul-acinzentada o Úlcera de córnea o Ceratites: nome genérico para inflamações da córnea o Reflexo córneo palpebral (V e VII par ) o Anel de Kayser-Fleischer: anel cor de bronze localizado no limbo esclero-córneo (depósito de cobre); encontrado na Doença de Wilson ou Degeneração hepato- lenticular. Pupilas / Íris o Coloboma: fissura congênita da íris. o Tamanho da pupila (midríase, miose, discoria, anisocoria) o Hippus fisiológico o Sinal de Landolfi (Insuficiência Aórtica): pulso pupilar em sincronia com o batimento cardíaco o Sinal de Argyl-Robertson (sífilis nervosa): abolição do reflexo fotomotor com miose permanente e persistência do reflexo de acomodação e convergência Reflexos o Fotomotor o Consensual: resposta contralateral ao estímulo luminoso o Acomodação e convergência Cristalino o Coloração: deve ser transparente; está opaco em condições patológicas (catarata) o Posição (luxação e subluxação) 19 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Exame da Boca e Orofaringe Usar lanterna e espátula (utilizar espátula com a língua relaxada e dentro da boca; a espátula deve ser colocada na lateral na língua e à frente do “V” lingual, se colocada no centro ou atrás do “V” lingual provoca náuseas e ânsia de vômito). Pedir para colocar a língua pra fora e falar “AHHH” ou “EHHH” (ver movimentação da úvula, pilares e músculos da região orofaríngea). Vestíbulo: examinar com a espátula; é a região entre a bochecha ou lábio e a gengiva; pode ser sede de lesões. o Coloração: linhas de Burton-Pb (intoxicação por chumbo levando à impregnação deste metal formando uma linha azulada próxima ao ponto de implantação da arcada dentária superior) o Sangramentos:denominadas gengivorragias o Ulcerações o Hiperplasias Dentição: estado de conservação: falta de dentes, uso de próteses. Amígdalas: exsudatos - amigdalite, mononucleose, pseudomembrana – difteria, hipertrofia. Pilares (anteriores e posteriores). Úvulas (desvio da úvula para o lado saudável – paralisia do IX NC – glossofaríngeo) Palato mole – mobilidade. Palato duro. Língua – mobilidade, superfície, papilas linguais, “V” lingual. Línguas lisas e despapiladas em anemias carenciais; carcinoma de células escamosas; leucoplasia; candidíase; língua geográfica; ulcerações; desvio da língua (lesão do XII NC – hipoglosso). Glândulas sublinguais. Hálito: cetônico (algo semelhante a maçã), urêmico (indício de insuficiência renal crônica), fector hepaticus (insuficiência hepática) Lábios o Coloração: atentar para doença de Osler-Rendu-Weber que leva a uma telangectasia labial e síndrome de Peutz-Jeghers em que aparecem manchas hipocrômicas nos lábios. Ambas são pouco freqüentes. o Simetria o Lesões o Queilite: angular, herpética, carencial (carência de vitamina B12). o Ulcerações o Vesículas o Lábio leporino 20 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Pescoço Mobilidade o Rigidez de nuca o Opistótono: contratura generalizada com predominância da musculatura extensora o Torcicolo Sinais Arteriais o Sinal de Musset (insuficiência aórtica, aneurisma da crossa da aorta) : balanço da cabeça em sincronia com o batimento cardíaco o Dança das artérias Sinais Venosos o Pulso venoso o Turgência Jugular Patológica: Paciente deitado a 30 ou 45º - Patológico quando visível a 45° ou mais. Significado clínico (congestão venosa) Palpação de Gânglios/Linfonodos (exame bilateral) o Pré-auriculares o Retro-auriculares o Occipitais (abaixo da protuberância occipital externa) o Submandibulares o Submentonianos o Cervicais posteriores o Cervicais anteriores o Supraclaviculares (supraclavicular esquerdo aumentado – linfonodo de Virchow, constitui o sinal de Troisier sugestivo de neoplasias abdominais, tipicamente estômago, pâncreas e fígado). Descrever: tamanho, número, localização, sensibilidade, consistência (normal é fibroelástica ou pode estar endurecido), superfície (lisa, irregular, nodular ou com pontos mais proeminentes), relação com planos profundos (aderidos ou não), mobilidade e presença de sinais flogísticos, fistulização. Há ainda: amigdaliano (no ângulo da mandíbula), cervicais superficiais (na frente do ECOM) e cervicais profundos (atrás do ECOM). OBS: para facilitar a palpação, pode pedir para o paciente inclinar o pescoço para o lado que está palpando. 21 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Exame da Tireoide Inspeção: inclinar a cabeça para trás; visível? aumento de tamanho?. Palpação: é uma glândula situada na base do pescoço, abaixo da cartilagem cricoide. Localiza-se primeiro a cartilagem tireoide (pomo de adão nos homens), abaixo tem a membrana cricotireoidea, abaixo está a cartilagem cricoide e logo abaixo tem o istmo da tireoide; os lobos direito e esquerdo da tireoide ficam um de cada lado da traqueia. Pode palpar pela frente ou por trás do paciente. Duas técnicas: empurrar a traqueia lateralmentee palpar o lobo do lado para o qual ela foi empurrada, ou puxar o ECOM e palpar o lobo do mesmo lado. Descrever: Tópica? tamanho, consistência, presença de nódulos, bordas bem ou mal definidas e mobilidade. OBS: para facilitar a palpação, pedir para o paciente flexionar o pescoço levemente para frente para relaxar os ECOMs. Pedir pra engolir (para avaliar a mobilidade da tireoide; quando engole, observamos a tireoide subir). Ausculta: pesquisa de sopros, que pode estar presente na doença de graves/hipertireoidismo, pelo aumento do fluxo sanguíneo na região. OBS: Manobra de Pemberton – pesquisa de bócio mergulhante: pedir para o paciente elevar os membros superiores paralelamente à cabeça e no caso de bócio mergulhante a calota ou pólo cefálico do bócio aflora à fúrcula esternal, além de provocar congestão venosa superficial da face (rubor facial) por dificuldade de drenagem das veias jugulares. Exame dos Pulsos Carotídeos Palpação e ausculta: ao lado da cartilagem tireoide, na borda anterior do ECOM; palpar um de cada vez. Descrição: ritmo, amplitude, frequência, estado da parede do vaso, presença de frêmitos ou sopros. Descrição do exame normal: Crânio normocéfalo. Ausência de retrações, cicatrizes e abaulamentos no couro cabeludo. Cabelos com implantação, textura e distribuição normais e sem infestações parasitárias. Face simétrica com mímica preservada e ausência de movimentos involuntários. Ausência de edema e de lesões de pele. Distribuição normal de pelos. Implantação de olhos, nariz, orelhas e sobrancelhas normais. Ausência de edema de pálpebras. Abertura e forma de fenda palpebral normal. Ausência de alterações em globo ocular com movimentos oculares preservados e ausência de movimentos anormais. 22 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Ausência de alterações em conjuntiva, esclera, córnea, íris e cristalino. Pupilas isocóricas e fotoreagentes. Reflexo fotomotor direto, consensual e de acomodação- convergência preservados. Ausência de alterações em campo visual. Seios da face indolores. Narinas e vestíbulo nasal sem alterações. Pavilhão auricular e conduto auditivo externo sem lesões ou secreções. Acuidade auditiva normal. Lábios, língua, gengiva e mucosa jugal sem alterações. Língua de mobilidade normal, com distribuição e quantidade papilar normal. Dentes em bom estado de conservação. Úvula centrada e pilares simétricos. Orofaringe sem sinais de processo inflamatório ou infeccioso. Pescoço com mobilidade ativa e passiva normal. Ausência de lesões, nodulações ou linfadenomegalias em todas as cadeias estudadas de cabeça e pescoço. Em linfadenomegalia: Localização, tamanho, sensibilidade, consistência, adesão, mobilidade, sinais flogísticos. Ausência de desvio de traquéia. Tireóide de tamanho normal, indolor, normotérmica, de consistência fibroelástica, sem nódulos, móvel à deglutição e sem sopros. Ausência de sopros carotídeos ou TJP a 45º. APARELHO RESPIRATÓRIO INSPEÇÃO Inspeção Estática Presença de depressões, abaulamentos, nodulações, lesões de pele e cicatrizes. Mamilos: número, implantação e simetria. Tipos torácicos: o Enfisematoso: em tonel o Chato: parte anterior perde sua concavidade (portanto há diminuição do diâmetro AP). Ângulo de Louis torna-se mais visível. Típico dos longilíneos e portadores de doença pulmonar crônica. o Quilha ou Pectus carinatum: Tórax de pombo. É congênito ou devido ao raquitismo na infância. o Sapateiro ou Pectus Escavatum: depressão da parte inferior do esterno na região epigástrica. Natureza congênita Inspeção Dinâmica Tipos respiratórios e Uso da Musculatura Acessória: abdominal, torácico ou tóraco- abdominal. 23 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Ritmos respiratórios: o Normal: inspiração com duração e intensidade semelhante a expiração o Suspiroso (ansiedade, tensão emocional): movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expirações breves e rápidas o Cheyne-Stokes (TCE, AVC, Insuficiência Cardíaca, Hipertensão intracraniana): fase de apnéia seguida de inspiração e expiração cada vez mais intensas o Biot (mesma causas acima): apnéia seguida de inspirações e expirações anárquicas o Kussmaul (Acidose Diabética): desencadeada via acidose. Possui 04 fases. o Agônico (Insuficiência Respiratória Aguda): semelhante a um peixe fora d’água. Frequência respiratória: Eupneia ou dispneia. Amplitude respiratória: normal, hipopnéia ou hiperpnéia. Cornagem ou Estridor Laríngeo: respiração ruidosa. Tiragem: é a depressão dos espaços intercostais que ocorre dinamicamente durante a inspiração. Expressa dispnéia inspiratória por obstrução brônquica. Pode ser intercostal e/ou subcostal. Sinal de Lemos Torres: é um abaulamento expiratório visto nas bases pulmonares, na face lateral do hemitórax. Traduz a presença de um derrame pleural livre. Sinal ou fenômeno de Litten: é a visualização do diafragma quando o mesmo faz sua incursão durante a inspiração e expiração. Está abolido nos derrames pleurais moderados e volumosos. PALPAÇÃO Palpação de Gânglios Axilares bilateral / manobra de relaxamento do membro superior Linfonodo de Irish: linfonodo axilar esquerdo aumentado, caracteristicamente no adenocarcinoma gástrico. Descrever: tamanho, sensibilidade, consistência, relação com planos profundos, mobilidade, presença de sinais flogísticos. Expansibilidade e Elasticidade Torácicas paciente sentado de costas Expansibilidade: Ápice pulmonar – manobra de Ruault – por trás do paciente, posiciona-se as mãos sobre o trapézio, com os dedos em direção à clavícula e os polegares na parede posterior em direções convergentes, encontrando-se na 7ª 24 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 vértebra cervical, formando um ângulo de 90º e formando uma prega cutânea, pede- se para o paciente respirar fundo e soltar o ar (assimetria constitui o sinal de Ruault). Dorso (terço médio): examinado no sentido craniocaudal, abre-se bem os dedos colocando um em cada espaço intercostais e os polegares ficam na posição vertical, separados, paralelos, formando uma prega cutânea (formada na expiração e desfeita na inspiração), repete-se a respiração profunda. Bases pulmonares – manobra de Lásegue – mesma técnica utilizada no dorso, porém os dedos um de encontro ao outro, horizontalmente, ainda separados. Elasticidade: posicionar as mãos em pontos diametralmente opostos – anteroposterior e laterolateral – efetuando pressão simultânea e simétrica. Está fisiologicamente aumentada em crianças e reduzida em idosos. o Patológica: diminuída unilateralmente em síndromes do derrame pleural ou massa pulmonar extensa, e diminuída bilateralmente em casos de DPOC e tuberculose pulmonar; aumentada unilateralmente em pneumotórax não hipertensivo, e aumentada bilateralmente em osteomalacia (raquitismo em atividade). Pesquisa de Frêmito Toracovocal (FTV) Deve ser sempre comparativa contralateralmente, seguindo a chamada “barra grega”, utilizando sempre a mesma mão (ponta dos dedos ou face palmar) e solicitando ao paciente para que repita “33”. A delimitação do limite inferior dessa trepidação pode ser delimitada pela face ulnar. A palpação deve incluir região anterossuperior do tórax, já que os lobos superiores são anteriorizados, e parede lateral. As pneumopatias são simpáticas ao FTV (aumenta em tuberculose, pneumonia, hemorragia ou neoplasia infiltrativa) enquanto as pleuropatias são antipáticas (diminui em derrame pleural, pneumotórax e tumores pleurais. OBS: o lado direito pode ser discretamente mais intenso, pois o brônquio fonte direito tem maior diâmetro e também pela maior proximidade com a traqueia. PERCUSSÃO Percussão Torácica (pacientesentado de costas) Posicionar o dedo médio na posição a ser examinada, sem apoiar o restante dos dedos para não abafar o som, e percuti-lo com o dedo médio da outra mão (mantendo o antebraço imóvel). A batida deve ser preferencialmente sobre a região interfalangiana distal do dedo apoiado, com duas percussões de cada vez. Deve seguir a mesma sequência da palpação do FTV (barra grega). No ápice, excepcionalmente (por suas relações anatômicas), faz-se a ortopercussão de von Plesh, em que se apoia o dedo médio na região supraclavicular, 25 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 flexionando-o formando um ângulo de 90º com sua falange proximal e o dedo médio da outra mão percute a interfalangiana proximal deste. Não esquecer a região anterossuperior do tórax. Pode-se ainda fazer opcionalmente a percussão direta (sem dedo médio apoiado) das clavículas para avaliação dos ápices pulmonares. O som normal é claro atimpânico, podendo estar maciço (ausência de ar e algo denso no local) em caso de órgãos maciços como o fígado, e patologicamente no caso de pneumonia, processo de hepatização do parênquima pulmonar e atelectasia; podendo também estar timpânico (presença de ar) em caso de pneumotórax hipertensivo(muito importante no diagnóstico). Hiperressonante em pacientes com enfisema pulmonar e submaciço em casos de DPOC. Em resumo: Ruídos e sons a serem pesquisados o som claro pulmonar ou atimpânico: Normal o som submaciço: pode estar presente no precórdio o maciço: exemplo é o fígado o timpânico: espaço de Traube o hipersonoridade: condições patológicas; lembra um tambor. AUSCULTA Ausculta Respiratória paciente sentado de costas Paciente deve ser solicitado a inspirar pelo nariz e soltar o ar pela boca, um pouco mais rápido e profundo que o normal (não muito rápido, nem muito profundo ou o paciente pode ficar tonto). Também segue a “barra grega”; na região anterossuperior direita se ausculta dois espaços intercostais enquanto na esquerda apenas um, devido ao coração que atrapalha a ausculta abaixo disso. O murmúrio vesicular deve ser universalmente audível; eventualmente podem-se auscultar ruídos adventícios (estertores, roncos, sibilos). Se houver suspeita de algo que transmita melhor o som, como condensação ou tumoração, pode-se fazer a ausculta da voz sussurada, solicitando ao paciente que fale 33 bem baixo, normalmente não se consegue discriminar as sílabas, e se a suspeita se confirmar pode haver essa discriminação e às vezes até haver pectorilóquia, ouvindo-se nitidamente o 33 com voz caprina. MV diminuído em casos de fibrose pulmonar ou DPOC; abolido em pacientes pneumectomizados, com derrame pleural ou pneumotórax. 26 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Ruídos normais o Respiração traqueal ou brônquica - auscultada abaixo da cartilagem tireóide o Respiração bronco-vesicular - região supra/infra-clavicular e supra-escapular o Respiração vesicular ou murmúrio vesicular (MV) - (demais regiões) auscultar a parede posterior do tórax (método de barras gregas), bases, região axilar e parede anterior. Variações patológicas o Aumento, diminuição ou abolição do MV o Roncos: traduzem a estenose de grandes brônquios, são intensos, audíveis à distância, dão frêmitos e são contínuos; o Sibilos: traduzem a estenose de pequenos brônquios, são intensos, agudos e contínuos. o Estertores crepitantes: são alveolares, inspiratórios, e lembram o “roçar de cabelos” o Estertores subcrepitantes: têm o ruído de bolhas e são produzidos pelo conflito ar- líquido na luz dos médios e pequenos brônquios. Ocorrem na ins/expiração e se modificam com a tosse. o Atrito pleural: traduz inflamação aguda e fibrinosa das pleuras ou neoplasia pleural. É um ruído irregular, grosseiro, não muda com a tosse e lembra o “ranger de couro cru”; é ventilatório-dependente. o Sopros: Quando, em zonas de auscultação do MV normal for encontrado um ruído intenso, ins/expiratório, mas com a exp > inspiração e também com a expiração mais aguda, denomina-se este ruído de sopro. É a respiração tráqueo-brônquica auscultada em áreas de MV, o que ocorre devido a meios de propagação mais adequados, que são a condensação e a cavidade. o Tipos de sopros: Brônquico, Tubário, Pleurítico,Cavernoso e Anfórico. o Ausculta da voz: Ressonância Vocal Normal: ausculta-se um rumor indistinto na maioria das vezes. Ela pode estar aumentada ou diminuída. Brocofonia: ausculta distinta da voz, pode ser: Pectorilóquia fônica: é a ausculta da voz falada. Pectorilóquia áfona: é a ausculta da voz sussurrada 27 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Descrição do exame normal Tórax atípico, simétrico, eupneico e sem sinais de esforço ventilatório. Ausência de cicatrizes, abaulamentos e lesões de pele. Gânglios supraclaviculares, infraclaviculares e axilares impalpáveis. Elasticidade e expansibilidade preservadas bilateralmente, FTV uniformemente palpável bilateralmente. Som claro atimpânico à percussão. Múrmurio vesicular universalmente audível sem ruídos adventícios. APARELHO CARDIOVASCULAR INSPEÇÃO Geral: Atentar para sinais gerais associados a doença cardiovascular, dentre estes podemos encontrar: Sudorese fria Edemas Petéquias Xantelasmas Lesões orovalvares (embolia) Baqueteamento digital Unhas em vidro de relógio Inspeção da Região Precordial Observar e se possível localizar o ictus cordis impulso de VD pulsações anormais: pulsação de aneurisma da aorta torácica (na fúrcula esternal ou terceiro/segundo EICD) e pulsação da artéria pulmonar (no foco pulmonar) Retrações sistólicas dos espaços intercostais (pericardite constrictiva): Sinal de Broabent Presença de Pulso Venoso Jugular ou Turgência: Analisar as ondas de pulso venoso (H, A, Z, C, X, V, Y), em geral a onda A é a mais visível. Refluxo hepatojugular sinal de Kussmaul (turgência jugular na inspiração) Circulação Colateral: cava superior, braquicefálica (em esclavínea), cava inferior, porta (cabeça de medusa). 28 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 PALPAÇÃO Palpação do ictus cordis Em decúbito dorsal e lateral esquerdo, no foco mitral: normalmente situado no 5ª EIC, na linha hemiclavicular esquerda. Palpar em decúbito dorsal e em decúbito lateral esquerdo (obliquamente, para aproximar o ictus da caixa torácica; o ictus fica mais lateralizado em aproximadamente 2 cm, se não, há redução da mobilidade do ictus que sugere pericardite constritiva). Extensão normal é de 2-3 cm. Quando é visível, guia a palpação. Palpação deve começar com a mão espalmada a procura do ponto de máximo impulso, e após sua detecção, utiliza-se a ponta dos dedos para aumentar a sensibilidade tátil. Descrever: localização (observar variações com a postura, tamanho do coração, patologias pleuropulmonares, patologias abdominais, deformidades torácicas), extensão (normal: tem de uma a duas polpas digitais), forma e amplitude (normal - se está hipocinético, globoso – dilatado, sustentado: maior força de contração - reflexo de hipertrofia), mobilidade (imóvel: sugere pericardite). Alterações incluem: duplo impulso apical e onda pré-sistólica e onda de enchimento rápido (aspecto palpável de B3 e B4). Palpação do precórdio paciente deitado com cabeceira a 30º, sentado para palpação dos focos da base. Foco aórtico: 2º EIC direito, na linha paraesternal. Foco pulmonar: 2º EIC esquerdo, na linha paraesternal. Foco aórtico acessório: 3º EIC esquerdo, na linha paraesternal, entre o FP e o FT. Foco tricúspide: 5º EIC esquerdo, na linha paraesternal. Foco Mitral: 5°EIC esquerdo, na linha hemiclavicular. Frêmitos: localização e posição no ciclo (sistólico,diastólico ou contínuo). Palpação das Bulhas: choque valvar (palpação das bulhas, quando possível) o B1: estenose mitral o P2: hipertensão pulmonar o A2: hipertensão arterial sistêmica OBS: B1: fechamento das valvas AV, logo é palpado no ápice, foco mitral ou tricúspide, marcando o início de sístoles (diferença para B3 e B4 que também são encontradas nesses focos, porém durante a diástole); causado geralmente por calcificações e/ou fibroses que 29 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 causam estenoses valvares (ex: estenose mitral), ou estados hipercinéticos (ex: anemia, febre, tireotoxicose). B2: fechamento das valvas semilunares, logo é palpável na base cardíaca (foco pulmonar ou aórtico); em foco aórtico é sugestivo de HAS, enquanto em foco pulmonar é sugestivo de HAP (quando ocorre associado à VD palpável, há grande probabilidade do diagnóstico). Frêmitos: representam sopros palpáveis. As lesões orovalvares são as grandes responsáveis por isso. Aneurismas também podem gerar frêmitos, porém é mais raro. A sensação de palpar o frêmito se assemelha à sensação de palpar a laringe durante a fala. Notar sua localização, momento no ciclo cardíaco, intensidade e irradiação. Frêmito na base cardíaca sugere insuficiência (regurgitação) valvar quando diastólico, e estenose quando sistólico. Já no frêmito em ápice ocorre o contrário. Frêmito diastólico que irradia para fúrcula esternal e carótidas sugere insuficiência aórtica e quando irradia para axila esquerda deve-se pensar em estenose mitral. Impulso de VD (“ictus” de VD): possível em pacientes com tal câmara cardíaca aumentada ou em pacientes magros. Pode-se usar 4 técnicas: com a região tenar e hipotenar da mão; com os punhos cerrados apoiando as falanges proximais da mão; ou palpação em garra, com a mão aberta apoiando as polpas digitais no 3º, 4º e 5º EIC. Ainda é possível palpar abaixo do processo xifoide, colocando a mão de forma espalmada e apontando para a região cefálica do paciente, na região epigástrica (solicitar inspiração do paciente para facilitar; essa manobra pode causar desconforto). Pesquisa da Turgência Jugular: traçar uma linha horizontal de 4,0 cm a esquerda, desde o ângulo de Louis. Daí traçar uma paralela ao pescoço - se a turgência estiver no ponto de intersecção ou acima dele, é considerada presente. O paciente deve estar em decúbito dorsal e inclinação de aproximadamente 45º. Alguns livros descrevem esse exame no aparelho cardiovascular outros no exame de cabeça e pescoço. AUSCULTA Ausculta Cardíaca paciente deitado com cabeceira a 30º O fechamento das valvas cardíacas produz sons de alta frequência (B1 e B2), portanto serão mais bem auscultados com o diafragma. As bulhas acessórias (B3 e B4) constituem sons graves, de modo que para sua detecção deve ser utilizada a 30 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 campânula. Estalidos e cliques são sons mais agudos, logo são mais audíveis com diafragma. Ausculta das Bulhas Cardíacas (B1, B2, B3, B4) Regularidade do Ritmo (regular, irregular ou anárquico - arritmia) – Verificar com a palpação do pulso radial. o Ritmo regular: as bulhas ocorrem em intervalos fixos. o Ritmo regularmente irregular: uma irregularidade, que, no entanto, é repetida de forma não aleatória; a extrassístole é um grande exemplo (estipular quantas ocorrem por minuto). o Ritmo irregularmente irregular: ritmo completamente aleatório. Nesses pacientes, FC deve ser palpada no precórdio, pois nem todos os batimentos possuem tradução palpatória; principal diagnóstico diferencial é fibrilação atrial. Tempos do Ciclo (dois tempos, três tempos, quatro tempos) Intensidade (hipofonese, normofonese, hiperfonese) Desdobramento das bulhas (fisiológico,variável, fixo, paradoxal) Presença de Sopros Cardíacos o posição no ciclo o localização o irradiação o intensidade (+ a 6+): a partir de 4+ é acompanhado de frêmito o timbre (suave, rude, musical, aspirativo, ejetivo, regurgitante...) o configuração (crescendo, decrescendo, crescendo-decrescendo, plateau) Tipos de sopro o Sopro circular de Miguel Couto: Patognomônico de insuficiência mitral. Ocorre quando o sopro em foco mitral irradia para dorso e região direita e anterior do tórax. o Fenômeno de Gallavardin: Modificação do timbre de sopro sistólico de ejeção da estenose aórtica que irradia para o ápice cardíaco. O sopro desaparece sob o esterno. o Sopro em diamante: Ocorre em estenose aórtica. Quanto mais grave o quadro, mais tarde será o pico do sopro sistólico de ejeção. o Sopro Fifty over fifty: Sopro da estenose aórtica que vai acometer 50% da população acima de 50 anos. o Sopro de Austin Flint: Sopro de estenose mitral funcional decorrente de insuficiência aórtica. O sangue que regurgita da aorta na insuficiência aórtica pode bater na valva mitral aberta, podendo deslocar os folhetos da mitral o que leva a uma estenose mitral funcional. o Sopro de Graham: É o sopro diastólico da insuficiência pulmonar. É raro e pode ser confundido com sopro de insuficiência aórtica. 31 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Sopro de Carey-Coombs: sopro diastólico de estenose mitral decorrente de febre reumática Manobras que visam aumentar ou diminuir um sopro: Manobra de Rivero Carvallo: Inspiração profunda. Usada na pesquisa de aumento de VD, pesquisa de bulhas como B3 e B4 e de sopros (principalmente de insuficiência tricúspide) em VD. A inspiração profunda reduz a pressão intratorácica e eleva retorno venoso o que aumenta a chegada de sangue e o tamanho de VD. Com esta manobra também se pode perceber que o desdobramento paradoxal pode desaparecer, já que pulmonar vai demorar mais a fechar com o aumento do RV. Manobra de handgrip: Aumento da resistência periférica com redução de RV. Usada para melhorar audição de B3 e B4 e de sopros (principalmente de regurgitação da insuficiência mitral) em VE. O sangue mantém-se por mais tempo no coração ao aumentar a resistência periférica. Vale lembrar que o sopro sistólico de ejeção da estenose aórtica que irradia para o ápice cardíaco pode ser confundido com sopro sistólico de regurgitação da insuficiência mitral. No entanto, a manobra de Hand Grip aumenta o sopro da insuficiência, mas diminui o sopro da estenose aórtica (aumento da RVP dificulta passagem de sangue pela valva aórtica). Manobra de Valsalva: Expiração forçada - paciente sopra com força o dorso da mão. Diminui percepção de sopros, pois reduz RV. Com esta manobra, porém, se percebe melhor o desdobramento paradoxal (P2 antes de A2) e, em prolapso de valva mitral, a manobra aumenta o tempo de sopro de regurgitação em direção a AE e faz com que o clique mesossistólico (projeção dos folhetos valvares para dentro de AE) se aproxime de B1. Paciente em pé: aumenta sopro da HSA Squating: aumenta sopros de cavidade direita; pode acentuar também das insuficiências aórtica e mitral Paciente em decúbito lateral esquerdo: aumenta sopro da estenose mitral; usar campânula Paciente sentado com o tronco para frente: aumenta sopros de base Aumento da pressão da membrana do estetoscópio Sentado recostado para frente - posição de Harvey: aproxima os focos da base, permitindo melhor ausculta dos focos aórtico e pulmonar. Posição de Cócoras: intensifica todos os sopros, exceto o da miocardiopatia hipertrófica (ou estenose subaórtica hipertrófica idiopática), quando o paciente retorna a posição ereta o contrário ocorre. 32 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Presença de Outros Ruídos o estalido de abertura da valva mitral / tricúspide o click mesossistólico de colapso da valva mitral / tricúspide o click de ejeção aórtico / pulmonar o atrito pericárdico Análise dos pulsosarteriais - Descrita em cardio, entretanto fazer o exame completo no exame do sistema vascular. Atentar para o ritmo, amplitude e tipo de pulso. Analisar pulsos carotídeo, braquial, radial, femoral, poplíteo, pedioso e tibial posterior (dar preferência para a descrição de pulsos centrais). Ritmo: o regular o irregular o anárquico (fibrilação atrial) Freqüência: o normal o taquiesfigmia o bradiesfigmia Amplitude: o pulso cheio (normal) o pulso hipocinético: choque, ICC, IVE, desidratação o pulso hipercinético: hipertensão arterial sistêmica, IVD Estado da Parede Arterial (na aterosclerose ocorre o espessamento da parede). Pulsos Típicos: o Pulso Paradoxal de Kussmaul: redução da PA em mais de 20mmHg quando há inspiração profunda. Ocorre em tamponamento cardíaco (derrame pericárdico que restringe enchimento de VE). o Pulso Bigeminado o Pulso Trigeminado o Pulso em Martelo D’água ou Pulso de Corrigan ou Célere: pulso amplo e de curta duração que ocorre mais em periferia e é típico da insuficiência aórtica. o Pulso Tardus (estenose aórtica) e Pulso Parvus o Pulso Magnus (estenose aórtica) o Pulso Alternans (fase final de ICC) o Pulso Bisferiens o Pulso Dicrótico (parece haverem duas sístoles em uma) 33 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Outros Sinais o Pulso em martelo d’água: o Sinal de Müsset: Pulsos amplos que provocam abalos em repouso, típico de insuficiência aórtica. o Sinal de Müller: Pulsações da úvula, típico de insuficiência aórtica. o Sinal de Qüincke: à compressão do leito ungueal, vê-se a parte rosa da unha pulsando. o Sinal da Perna: ao cruzar a perna, esta fica balançando ritmicamente com o pulso. Ocorre na insuficiência aórtica. o Sinal de Traube: à ausculta da artéria femoral, pode-se ouvir um ruído de pistola. Ocorre em insuficiência aórtica. o Sinal de Duroziez: à ausculta da artéria femoral, pode-se ouvir um sopro contínuo. Ocorre em insuficiência aórtica. o Sinal do duplo tom de Traube: à ausculta da artéria femoral, pode-se ouvir ruído parecido com bulhas cardíacas. Ocorre em insuficiência aórtica. o Knock pericárdico: som após B2 que não é B3. Ocorre em pericardite constritiva. o Sinal de Kussmaul: aumento da pressão em veia jugular durante a inspiração (deveria ocorre durante expiração). Ocorre em pericardite constritiva. Descrição do exame normal Ausência de abaulamentos e retrações no precórdio. Ausência de pulso hepático, epigástrico e de fúrcula esternal. Precórdio normodinâmico. Ictus de VE invisível, palpável em 5º EIC na LHCE medindo 1 polpa digital, não propulsivo, mobilidade preservada. VD invisível e não palpável. Ausência de frêmitos em precórdio. RCR 2T c/ BNF. Ausência de sopros ou extrassístoles. Em sopros: Tipo, localização, irradiação, 1-6+, timbre, modificadores (rivero carvallo, valsalva, cócoras, handgrip). Ausência de TJP a 45º. Pulsos arteriais periféricos simétricos, sincrônicos e com boa amplitude. SISTEMA VASCULAR Paciente em decúbito dorsal Pulsos dos Membros Superiores Radial: apófise estiloide do radio, com uma ligeira flexão da mão. Ulnar Braquial: dois dedos acima da prega do cotovelo, no sulco do bíceps braquial. 34 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Axilar: deve ser palpado no ápice da axila; pesquisa-se com o ombro em abdução de 90º; o pulso é então palpado penetrando a mão no cavado axilar. Pulsos dos Membros Inferiores Femoral: abaixo do ligamento inguinal - entre a espinha ilíaca ântero-superior e o pubis, mais ou menos no terço médio. Poplíteo: flexão do joelho, deixando-o mole, batimento da artéria no oco poplíteo; nem sempre o pulso é perceptível. Tibial posterior: atrás do maléolo medial Dorsal do pé: artéria pediosa; terço médio do pé, lateralmente ao tendão flexor dorsal do hálux; um bom pulso da artéria dorsal do pé, geralmente significa um bom débito cardíaco. Descrição do exame normal: Ausência de edema, lesões de pele, alterações de cor e temperatura, alterações tróficas, sinais de insuficiência venosa ou arterial. Pulsos periféricos palpáveis simétricos, de ritmo regular, frequência normal, amplos (4+/4+), sem frêmito e sem alterações na parede. ABDOME paciente deitado, sem travesseiro, com braços e pernas descruzados. INSPEÇÃO Lesões de pele à nível de abdome o sinal de Cullen (pancreatite): equimose periumbilical. o sinal de Grey-Turner (pancreatite): equimose em flancos. Sugestivos de sangramento retroperitonial. Tipo Abdominal o ventre em batráquio o distendido/globoso o em avental o escavado o gravídico o em tábua o atípico Cicatriz Umbilical o protusão o hérnia 35 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o eritema o nódulo da irmã Maria José: linfonodo metastático periumbilical Fístulas enterocutâneas (colite ulcerativa e doença de Crohn) Contrações peristálticas visíveis (estenose ou obstrução; pode ainda aparecer em pessoas muito magras). Buscar as ondas de Kusmaul visíveis no epigástrio. Abaulamentos (visceromegalias, tumores intra-abdominais e de parede) o Manobra de Smith-Bates: para diferenciar abaulamentos de parede dos intra- abdominais. AUSCULTA Ausculta do Abdome A ausculta abdominal deve anteceder a palpação e a percussão, pois estas podem estimular o peristaltismo e prejudicar a avaliação dos ruídos hidroaéreos quanto à frequência e intensidade. Divisão do abdome com duas linhas perpendiculares passando pela cicatriz umbilical, formando os 4 quadrantes. A cada 4 incursões respiratórias deve-se auscultar uma onda peristáltica, ou de 5 a 34 ruídos do borborigmo intestinal por minuto. Para se afirmar que o paciente é aperistáltico deve-se auscultar pelo menos 3 min em cada quadrante. Como é muito tempo, na prática, depois de auscultar 1 min em cada quadrante, diz-se que não se ouviu a peristalse ou que no mínimo ela está muito diminuída. Ruídos Hidroaéreos (RHA) o Peristalse normal o Peristalse de luta (obstrução): ruído de alta intensidade e frequência, podendo chegar ao timbre metálico. o silêncio abdominal Proceder com ausculta da aorta abdominal, artérias renais, ilíacas e femorais. Atrito Hepático (Cirrose ou NEO hepática) Sopro Hepático (cirrose ou NEO hepática por neovascularização) Sopro Aórtico / Renal / Mesentérico (obstrução, placa de ateroma) Sopro por circulação colateral. PERCUSSÃO Realizar a percussão das 9 regiões abdominais. Som normal = timpânico e maciço (fígado) Pesquisar som do espaço de Traube (está alterado na esplenomegalia) 36 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Limites de Traube: 6º EIC esquerdo, rebordo costal esquerdo e linha axilar anterior esquerda. o Linha de Piorry: da fúrcula esternal até a extremidade distal da primeira costela flutuante esquerda. O som normal do abdome é timpânico, assim percute-se traube a procura de macicez que pode indicar esplenomegalia. A macicez no espaço de traube também pode decorrer de estômago cheio (alimentação), fecaloma, adenocarcinoma gástrico, ascite volumosa, situs inversus ou extenso derrame pleural à esquerda; assim para diferenciar a esplenomegalia verdadeira de outras causas usa-se a linha de Piorry. Caso a percussão medial dessa linha seja maciça, indica crescimento esplênico verdadeiro. Hepatimetria o Deve ser feita com o paciente respirando calmamente, pois se o paciente respira fundo o fígado se movimenta. Começa-se delimitando o limite superior através da percussão desde o 2ª EIC direito, na direção da linha hemiclavicular. O som pulmonar é claro atimpânico, enquanto o hepático é maciço; no ponto em que há sobreposição do pulmão com o fígado, o som é submaciço,sendo este ponto o considerado como o limite superior do fígado. Para delimitar a borda inferior, deve- se fazer a palpação desde a fossa ilíaca direita (a percussão nesse caso pode ser falseada, pois a flexura direita do cólon pode estar por sobre o fígado – sinal de Chilaiditi), palpando a borda direita na linha hemiclavicular e a borda esquerda na linha média, abaixo do apêndice xifoide. o O tamanho hepático normal é de 6 a 12 cm na linha hemiclavicular direita, e de 4 a 8 cm abaixo do apêndice xifoide. Sinal de Joubert (pneumoperitônio): aparecimento de timpanismo em área de macicez, índice de perfuração de víscera oca, uma vez que o ar tende a ocupar as porções superiores (infradiafragmáticas) do abdome. Manobras para pesquisa de Ascite o Macicez móvel de decúbito: em pacientes com macicez nos flancos e timpanismo na região umbilical, deve-se pesquisar se há líquido livre na cavidade, que devido ao decúbito dorsal, faz o líquido escorrer para os flancos e as alças flutuarem dando o timpanismo na região periumbilical. Para descobrir se o líquido é livre, marca-se o ponto entre o timpanismo e a macicez e pede-se que o paciente fique em decúbito lateral, assim o líquido escorre e as alças são transferidas para cima, fazendo com que a área anteriormente maciça fique timpânica, constituindo assim a macicez móvel de decúbito. 37 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Sinal do Piparote: é evidenciado através da sensibilidade de ondas líquidas no lado oposto ao que se estimula com percussões (“petelecos”) a parede abdominal. Pede- se ao paciente que comprima a região mediana ou linha média com a borda ulnar da mão, para impedir que haja transmissão via tecido celular subcutâneo, realiza-se a percussão em um dos lados do abdome e sente-se a onda líquida com a outra mão, do outro lado. Há necessidade de um volume maior de líquido para se sentir, logo tem menos sensibilidade que a macicez móvel de decúbito. o Sinal da Poça: paciente colocado em posição genito-peitoral (“de quatro”) no leito. Um auxiliar posiciona o diafragma do estetoscópio sobre a superfície ântero-lateral de um dos flancos do paciente. O examinador vai percutindo da periferia para o centro e vai ouvindo o som com o estetoscópio. A passar a auscultar o som mais rapidamente do que ates (liquido transmite melhor o som do que o ar) para-se de caminhar com a percussão e se coloca o estetoscópio mais próximo do centro. Repetidamente, faz-se o mesmo processo até que se delimite o diâmetro da região periumbilical que está tomado por líquido. O sinal da Poça é positivo para ascite no mínimo de 150 ml. Pouco utilizado na prática clínica. o Semicirculo de Skoda: o líquido ascítico ocupa as áreas de declive do abdome, em hipogástrio e flancos. Ao percutir o abdome a partir do andar superior, delimita-se uma linha circular na transição entre o timpanismo e a macicez das áreas de maior declive; a concavidade estará voltada para a região epigástrica. PALPAÇÃO Palpação Superficial Perguntar sobre pontos dolorosos antes de palpar, em caso positivo, essa será a última região a ser examinada. A palpação deve-se iniciar na fossa ilíaca direita, passando pelos 4 quadrantes (9 regiões) e depois indo ao meio do abdome (“caracol”). A palpação superficial é feita apenas com uma das mãos, movimentando levemente, sentindo a tensão da parede, avaliando a presença de dor, herniações, massas e visceromegalias de grande monta. Sensibilidade: normal, hipoestesia, hiperestesia Tensão: normal, flacidez, hipertonia (ou defesa) Abdome em Tábua: forma extrema de hipertonia involuntária. Tumores (lipomas, fibromas, hematomas da bainha do músculo reto abdominal) Solução de continuidade de Hérnias (diástase dos retos) Palpação Profunda Novamente, se houver alguma região dolorosa, será a última região a ser examinada. A palpação deve-se iniciar na fossa ilíaca direita, passando pelos 4 quadrantes (9 regiões) e depois indo ao meio do abdome (“caracol”), feita em movimentos circulares em cada ponto. 38 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 A palpação profunda é feita com as duas mãos, uma sobre a outra, colocando a mão predominante por baixo sendo a que irá palpar/sentir, e a outra por cima apenas para apoio e para ajudar a afundar; sempre observando a expressão do paciente (pode não reclamar de dor, mas fazer fácies de dor). Nessa palpação, procura-se massas (que podem ter sido delimitadas previamente pela percussão), e palpa-se especificamente algumas regiões: fossa ilíaca esquerda – colon sigmoide; fossa ilíaca e flanco direito – ceco; na linha média normalmente não se palpa nenhuma estrutura; fígado, baço e rins também devem ser palpados porém possuem técnicas específicas, analisadas separadamente. Pesquisa de Massas Anormais o localização o tamanho e forma o superfície o sensibilidade o consistência o observar se é pulsátil (aneurisma de aorta abdominal) o mobilidade (com movimentos respiratórios) Palpação de Fígado: pode ser palpável em condições normais (na ascite pode ser dificultada, usar então a manobra do Rechaço); descrever localização, volume, sensibilidade, superfície (lisa ou nodulada), consistência e bordas (normal, romba ou cortante). o Palpação bimanual: a mão esquerda do examinador deve ser colocada na região costolombar direita, tracionando levemente para cima de modo a suspender o fígado; com a mão direita, palpa-se com a borda radial dos dedos da fossa ilíaca direita em direção ao rebordo costal direito, solicitando ao paciente que respire fundo e solte o ar (inspirando pelo nariz e soltando pela boca, ou respirando com a boca aberta); na expiração afunda-se a mão, e na inspiração a mão direita sobe e vai de encontro a borda inferior que desce. Deve-se palpar na linha hemiclavicular (borda direita) e na linha média, abaixo do apêndice xifoide (borda esquerda). Pode haver variações, como a palpação com a ponta dos dedos. o Método em garra: mãos apoiadas sobre o rebordo costal, com os dedos tentando entrar por debaixo do rebordo costal. Palpação de baço: normalmente impalpável. Avaliar o grau de esplenomegalia. Normalmente não é palpável, pode ser palpado quando estiver pelo menos 2 vezes aumentado de volume. o Palpação bimanual: semelhante a do fígado; a mão esquerda do examinador 39 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 deve ser colocada na região costolombar esquerda, tracionando levemente para cima de modo a suspender o baço; com a mão direita, palpa-se com a borda radial dos dedos da fossa ilíaca direita ou da cicatriz umbilical em direção ao rebordo costal esquerdo (sentido de crescimento do baço), solicitando ao paciente que respire fundo e solte o ar (inspirando pelo nariz e soltando pela boca, ou respirando com a boca aberta); na expiração afunda-se a mão, e na inspiração a mão direita vai em direção ao órgão. o Método em garra: para essa manobra o examinador precisa passar para o lado esquerdo do leito; mãos apoiadas sobre o rebordo costal, com os dedos tentando entrar por debaixo do rebordo costal. o Posição de Schuster: posição que facilita a palpação do baço; semidecúbito lateral direito, com perna direita esticada e perna esquerda dobrada (flexão do joelho e do quadril), com o braço esquerdo dobrado sobre a cabeça; apoia-se a mão esquerda por sobre o rebordo costal e a direita irá palpar, novamente desde a cicatriz umbilical. Palpação de rins: normalmente impalpável; quando palpável fazê-lo no direito (tumor, hidronefrose, nefroesclerose diabética); normalmente é imóvel (como o pâncreas). Dor em pontos específicos o ponto de MacBurney (doloroso na apendicite): 2/3 mais laterais entre cicatriz umbilical e crista ilíaca direita. o ponto pancreático de Desjardinso ponto cístico (vesícula biliar) - colecistite o ponto epigástrico o pontos reno-ureterais superiores e inferiores, direitos e esquerdos Sinais e Manobras Específicas o Sinal de Blumberg: Dor à descompressão súbita do ponto de McBurney (indica apendicite) o Sinal de Rovsing: deslocamento de ar para o ceco à partir do colo esquerdo, positivo na Apendicite Aguda o Sinal de Murphy: pede-se ao paciente para respirar fundo, se interromper a respiração por conta de dor, tem-se sinal de Murphy positivo. Indica colecistite aguda. Esta provoca dor e hipersensibilidade no ponto cístico (ponto de encontro entre a borda lateral do músculo retoabdominal e o rebordo costal. Caso o fígado esteja aumentado, o ponto cístico desloca-se caudalmente na mesma linha vertical. 40 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Sinal de Courvoisier: vesícula palpável e indolor (pode estar visível), indica CA periampular, sendo mais freqüente o de cabeça de pâncreas o Vascolejo / Gargarejo: murmúrio aumentado respectivamente em mesogástrio e colo o Sinal de Jobert: timpanismo em hipocôndrio direito, que deveria estar maciço pela presença do fígado. Pode ocorrer por pneumoperitônio ou por abscesso subfrênico. o Sinal de Chilaiditte (falso Jobert): Timpanismo em hipocôndrio direito sem presença de patologia, mas de alça intestinal na região. o Manobra de Rechaço: mão direita do examinador é posicionada perpendicular ao abdome do paciente. Pede-se que ele respire normalmente. Atentamente, verifica-se se houve toque de vísceras nas pontas dos dedos da mão direita. Essa manobra serve em situação de ascite em que o volume abdominal dificulta palpação de vísceras como fígado e baço. Outra manobra dessas situações é a de colocar o estetoscópio no rebordo costal e ir dando petelecos de baixo para cima até que o som fique mais rápido. Aí será o local da borda hepática ou esplênica (solido transmite melhor o som do que liquido ou ar). o Sinal do Psoas: pedir ao paciente que faça flexão da coxa sobre o tronco contra a resistência do examinador. Haverá dor e é indicativo de irritação peritoneal por apendicite. Esse sinal pode ser pesquisado também com o paciente em decúbito lateral esquerdo: o examinador flete o membro inferior sobre o tronco até a altura do quadril e depois retorna à posição. Se houver dor, o sinal é positivo. o Sinal do Obturador: Paciente em decúbito dorsal, flexionar a coxa sobre o tronco até a altura do quadril e, então, fazer rotação interna, o que estira o músculo obturador interno. Se ocorrer dor hipogástrica, diz-se que há sinal positivo, sugerindo irritação peritoneal por apendicite. o Hiperestesia cutânea: comprimir vários locais de pregas cutâneas no abdome com o polegar e o indicador sem beliscar. Normalmente, não se sente dor, porém, na apendicite, pode-se sentir dor no quadrante inferior direito. o Manobra de Israel: Com o paciente em decúbito lateral direito, tenta-se palpar o rim esquerdo, ou, com o paciente em decúbito lateral esquerdo, tenta-se palpar o rim direito. o Manobra de percussão lobar (punho-percussão): O examinador coloca sua mão esquerda espalmada sobre o dorso do paciente e percute sobre ela com a mão direita em punho cerrado com a face ulnar. o Sinal de Giordano: hipersensibilidade à manobra de percussão lombar. Indica pielonefrite aguda, calculo renal, artrose, apendicite retro-cecal, pancreatite, abscesso do músculo psoas. 41 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 Pesquisa de Hérnias Abdominais / Inguinais o Manobra de Smith-Bates: pede-se para o paciente elevar as pernas esticadas e sustentar por um curto tempo, isso contrai a musculatura abdominal e permite evidenciar hérnias abdominais. Alternativamente, pode-se pedir pro paciente se inclinar para frente como se fosse sentar, o que também contrai a musculatura abdominal. Se a massa visível desaparecer com essas manobras, indica que está abaixo da parede abdominal, se permanecer visível e palpável indica que é massa da parede abdominal (ex: lipoma) ou que há enfraquecimento ou falha na musculatura abdominal (hérnias). o Manobra de Valsalva: pede-se para o paciente soprar forte contra o dorso da mão, isso aumenta a pressão intra-abdominal, o que também permite avaliar herniações através da parede abdominal. o Deve-se descrever a localização e sua relação com cicatrizes cirúrgicas (hérnia incisional). As mais encontradas na linha Alba são a umbilical, epigástrica e incisional. Descrição do exame normal: Abdome plano, simétrico, sem lesões de pele, cicatrizes, abaulamentos, circulação colateral ou herniações. Pulsações arteriais e peristalse não identificáveis à inspeção. Peristalse normal presente nos 4 quadrantes, (2-30) borborigmos por minuto, e ausência de sopros em focos arteriais abdominais. Hepatimetria medindo (8-12) cm no lobo direito e (4-8) cm no lobo esquerdo. Traube timpânico. Ausência de hipertimpanismo difuso ou macicez em flancos. Abdome indolor a palpação superficial e profunda. (ou sem sinais de irritação peritoneal) Ausência de massas palpáveis. Fígado e baço impalpáveis. Em visceromegalias: Forma, consistência, superfície, sensibilidade. SISTEMA NEUROLÓGICO INSPEÇÃO GERAL Postura e Posição Típicas no Leito o opistótono o parkinson (observar também fácies) Plegias e Paresias. Atrofias, hipertrofias e miofasciculações Distonia muscular Espessamento de nervos periféricos Hipercinesias o balismo 42 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o coréia o atetose o mioclonia (lesão do núcleo denteado do cerebelo): contração brusca e involuntária de um ou mais músculos, sem deslocamento do segmento, dependendo do músculo e segmento envolvidos. São movimentos clônicos, arrítmicos e paroxísticos. “Maria Eduarda Foi Toda Contente Rever Seu Namorado Sinistro e Muito Inteligente” MARCHA (paciente em pé) Paciente deve estar com joelhos à mostra e pés descalços; solicitar que ele caminhe de um lado para o outro na sala. Atentar aos seguintes parâmetros: sequência do andar comprimento e simetria das passadas elevação correta dos joelhos balanceio correto dos braços toque no pé no solo (calcanhar e depois planta do pé) posição do tronco e da cabeça, se segue uma linha reta e se a virada ocorre normalmente. Também se solicita que o paciente caminhe na ponta dos pés, analisa-se integridade da musculatura inervada pela raiz de S1. Solicitar que o paciente caminhe sobre os calcanhares: analisa integridade da musculatura inervada pela raiz de L4, que são testes mais sensíveis na detecção de fraquezas sutis na musculatura distal dos MMII. Solicitar que o paciente ande para frente e para trás: formação da “estrela de Babinski”- lesão vestibular. Também se pede para que faça a marcha “pé-antepé” ou o andar em fila indiana, que causa esforço adicional dos mecanismos da marcha e do equilíbrio. Exemplos de marchas: o Ceifante ou hemiplégica: paciente com postura tônica em flexão do MS e extensão do MI, não faz flexão da coxa e dorsiflexão do pé, logo caminha fazendo um semicírculo a partir do quadril com o MI estendido; o Cerebelosa, ébrio ou atáxica: paciente caminha com base alargada, movimentos largos e imprecisos, olham para os MMII enquanto deambulam e apresentam perda do equilíbrio; 43 Roteiro de prática Ana Carolina Robadelo – M5 2016.2 o Escarvante: fraqueza na dorsiflexão do pé, caminha arrastando a ponta dos pés no solo; elevação anormal do joelho realizada com o objetivo de não arrastar a ponta dos pés no chão; por lesões nos nervos periféricos o Talonante ou tabética: perda das informações sensoriais dos MMII, principalmente da propriocepção, arremessa o pé para diante e bate com força no chão, pois perde a
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