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1 Felipe Altimari Módulo II – Manifestações externas das doenças e Iatrogenias Tutorias 1- Iatrogenia, erro médico, CLE, CEM 2- Lesões elementares e doenças exantemáticas 3- Complicações metabólicas e infecciosas das quais os pacientes diabéticos são mais propensos e marcadores inflamatórios 4- Ciclo Menstrual e SOP (Síndrome dos ovários Policísticos) 5- Pré-Natal e Síndromes genéticas 6- Lúpus Eritematoso Sistêmico 2 Felipe Altimari Sumário Conferências Módulo II: Manifestações externas das Doenças e Iatrogenias ............................................................... 3 A iatrogenia, o erro médico e as diferentes responsabilidades profissionais – Drª Patrícia Gouveia Ferraz ............ 3 Lesões elementares - Profª. Samirah Mohamed .......................................................................................................... 4 Manifestações externas das ISTs Profª. Samirah Mohamed ....................................................................................... 8 Tétano ......................................................................................................................................................................... 21 Hanseníase .................................................................................................................................................................. 23 Farmacodermias ......................................................................................................................................................... 30 DIABETES MELLITUS ................................................................................................................................................... 36 SOP- Síndrome dos ovários policísticos ..................................................................................................................... 41 Morfofuncional ................................................................................................................................................................ 44 Cavidade abdominal ................................................................................................................................................... 44 Exames de imagem cavidade abdominal .............................................................................................................. 46 Pele e Hipoderme ....................................................................................................................................................... 49 CICLO CELULAR ........................................................................................................................................................... 51 Mamografia ............................................................................................................................................................ 52 Olho............................................................................................................................................................................. 58 Anatomia Radiológica: Olho, órbita e nervos óptico, oculomotor, troclear e abducente .................................. 61 Ovário ......................................................................................................................................................................... 66 Articulação sinovial .................................................................................................................................................... 69 . BIBLIOGRAFIA BÁSICA BOLOGNIA, Jean L.; JORIZZO, Joseph L. ; SCHAFFER. Tratado da dermatologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. AZULAY, David Rubem. Dermatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. GOLDMAN, Lee. Cecil medicina. 25. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR OHEHIR, Robyn ; HOLGATE, Stephen ; SHEIKH, Aziz. Middleton Fundamentos em Alergia. 1. ed. JOHNSON, Richard Allen. Dermatologia de Fitzpatrick. Porto Alegre: Artmed, 2011. MARTINS, Mílton Arruda; CARRILHO, Flair José; ALVES, Venâncio Ferreira; CASTILHO, Euclid. Clínica médica: alergia e imunologia clínica, doenças da pele, doenças infecciosas. Barueri: Manole, 2009. 7 v. Jean Bolognia ; Julie Schaffer ; Karynne Duncan ; Christine Ko. Dermatologia Essencial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015 3 Felipe Altimari Conferências Módulo II: Manifestações externas das Doenças e Iatrogenias A iatrogenia, o erro médico e as diferentes responsabilidades profissionais – Drª Patrícia Gouveia Ferraz IATROGENIA ➔ Conceitos: Deriva do grego: Iatros (médico, remédio, medician), geno (aquilo que gera, produz) ia (uma qualidade) – palavra positiva, sobre algo gerado pelo médico ▪ Atualmente a palavra é usada no sentindo negativo! Consiste num resultado negativo da prática médica. Nesse sentindo, um médico ainda que disponha dos melhores recursos tecnológicos diagnósticos e terapêuticos, é passível de cometer iatrogenias. ▪ Traz prejuízo ao paciente de forma NÃO intencional, não deliberado e nem por falta de expertise do profissional ▪ Abrange danos materiais ou psicológicos ERRO MÉDICO ▪ É um defeito na prestação do serviço de saúde que venha a causar dano ao paciente, é necessário a configuração da culpa, sendo necessária a presença de: IMPRUDÊNCIA, IMPERICIA, NEGLIGÊNCIA Na presença destes, o erro é responsabilizado e punido IMPRUDÊNCIA: O médico realiza atos imprudentes ou não embasados em documentos científicos, como usar tratamentos experimentais em pacientes sem alertá-los do caráter experimental dos mesmos, ou então prescrever remédio que não conhece a pedido do próprio paciente, causando danos ao mesmo. – ex. prescrever um remédio que não conhece Na pesquisa é necessário o termo de consentimento livre esclarecido (TCLE) IMPERÍCIA: O médico realiza tratamento para o qual não está formado. Ex. médico generalista fazendo cirurgia plástica NEGLIGÊNCIA: Ausência da prestação de cuidado. Omissão ou distorção de informação ao paciente, pode ser considerado um ato de erro médico baseado na negligência. No erro médico é necessário estabelecer: NEXO CAUSAL: Uma relação de causa e efeito (ato e resultado) RESPONSABILIDADE INSTITUCIONAL E HIERÁRQUICA: Deve-se avaliar a “culpa” pelo erro, do hospital ou qualquer equipamento de saúde que se constitua uma instituição. No caso hierárquico, os especialistas de áreas diversas, responsabiliza-se solidariamente os chefes de equipe RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: responsabilidade do médico em relação ao paciente, estabelece-se 2 obrigações: Obrigação de meio: O médico assume a obrigação de prestar cuidados em consonância com a ciência em busca da cura Obrigações de resultado: O médico deve fornecer um resultado compatível com o esperado no caso da intervenção gerar resultados previsíveis No erro médico o processo administrativo segue as seguintes instâncias (onde as responsabilidades são distribuídas): 1. Comissão ética 2. Conselhos profissionais: CRM, CFM 3. Poder judiciário Relação médico-paciente “A tarefa da medicina no século XXI será a descoberta da pessoa – encontrar as origens da doença e do sofrimento, com este conhecimento desenvolver métodos para o alívio da dor, e ao mesmo tempo revelar o poder da própria pessoa, assim como nos séculos XIX e XX foi revelado o poder do corpo.” (Cassel, 1991 X). Em todo o processo diagnostico e terapêutico, a familiaridade, a confiança e a colaboração estão altamente implicadas no resultado da arte médica reconhecendo a necessidade diante do sofrimento do paciente. Abordagens na relação médico paciente ao longo da história da medicina: Visão tecnicista, instrumental da medicina e do médico Visão mística, religiosa, política do médico Médico como paciente Ética e bioética Para as teorias éticas, o desejável éo “ser”: Ser livre a autônomo, o ser que pondera seus atos no respeito ao outro e no direito comum; Ser que age para a benevolência e a beneficência (prática o bem e não o nocivo); O ser que exercita a justiça (avalia atos, eventos e circunstancias com a razão e não distorce a verdade); O ser virtuoso no caráter (solidário, generoso, tolerante, que ama a liberdade e o justo) É uma disciplina da filosofia que se dedica investigar o conjunto de reflexões críticas sobre as regras morais vigentes com base nas quais se busca razão que fundamentem, justificam ou legitimam os comportamentos e condutas. A Bioética pode ser compreendida como “o estudo sistemático de caráter multidisciplinar, da conduta humana na área das ciências da vida e da saúde, na medida em que está conduta é examinada à luz dos valores e princípios morais”. O comportamento ético em atividades de saúde não se limite ao indivíduo, deve ter também, um enfoque de responsabilidade social e ampliação dos direitos da cidadania, uma vez que sem cidadania não há saúde. É considerada uma vertente da ética, e amplia o corpo teórico à medida que a ciência médica avança e os dilemas do cotidiano se acentuam. Receita para “compreender” o que é bioética: Dilemas da Bioética no cotidiano Clonagem humana, Aborto, Eutanásia, Telemedicina - são excludentes entre si e inconciliáveis IATROGENIA X ERRO MÉDICO - Iatrogenia: resultado ruim e não desejável. - Não existe imprudência, imperícia e negligência. - Não existe responsabilidade subjetiva Ex: interações medicamentosa, utilização indiscriminada de antibióticos (o que leva à resistência das bactérias), quimio e radio (queda capilar, anemia, náuseas), ou seja efeitos colaterais não manejados adequadamente Tem que haver as 3 instâncias de culpabilidade: imprudência, imperícia e negligência. 4 Felipe Altimari Lesões elementares - Profª. Samirah Mohamed PELE: TEEPQ Epiderme TE com função de proteção - avascular (nutrida pelo TC) Derme Papilar: TC frouxo - Capilares, fibras elásticas, colágeno frouxo Reticular: TCD não modelado - Capilares, vasos, fibras elásticas, colágeno denso, fibroblastos, vasos linfáticos e terminações nervosas Hipoderme TA (adipócitos) - proteção e isolamento térmico (contra traumas e choques) Epiderme – 90% queratinócitos Córnea - Camada superficial - 30 fileiras de queratinócitos “mortas” sem núcleos e cheia de queratina Lúcida - Apenas na região palmo-plantar - queratinócitos mortos, achatados e cheios de queratina Granulosa - 5 fileiras de queratinócitos - Possuem grânulos de queratina, começam a ficar mais achatadas e mais próximas umas das outras Espinosa - 10 camadas de queratinócitos (projeções semelhantes a espinhos) - Cel. de Langerhans (cel. de defesa) Basal -Renovação celular - Mitoses - Melanócitos: produzem melanina Pigmento da pele Proteção contra radiação solar Emitem prolongamentos para a camada espinosa, onde depositam melanina nos queratinócitos (ao redor do núcleo), protegendo assim o núcleo dos queratinócitos da radiação solar - Cel. de Merckel: cel. epiteliais que sofreram modificações e por isso tem ação neurossensorial (responsável pelo estímulo tátil da pele) LESÕES ELEMENTARES: Padrões de alteração do tegumento cujo reconhecimento possibilita a construção de hipóteses diagnósticas. CAUSAS FÍSICAS IMUNOLÓGICAS BIOLÓGICAS QUÍMICAS DESCONHECIDAS PSÍQUICAS LESÕES ELEMENTARES 1. MODIFICAÇÃO DA COR 2. FORMAÇÕES SÓLIDAS 3. CONTEÚDO LÍQUIDO 4. ALTERAÇÃO DA ESPESSURA 5. POR SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE DA PELE 6. LESÕES CADUCAS 7. SEQUELAS MODIFICAÇÃO DA COR • Mácula ou mancha: qualquer alteração da cor da pele sem alteração do relevo. Mácula: até 1 cm Mancha: > 1 cm o PIGMENTARES e VASCULARES 5 Felipe Altimari Modificação da cor – MANCHAS PIGMENTARES (relacionada à [] melanina) Hipercromica: > [ ] de melanina Exemplos de manchas hipercromicas EFÉLIDES (sardas) MELASMA ([ ] de melanina na região malar) CLOASMA GRAVÍDICO ([ ] de melanina na região malar e perioral) Manchas café com leite: neoplasia benigna (neurofibromatose) Hipocromia: < [ ] de melanina Exemplos de manchas hipocromicas HANSENÍASE: (+ alteração de sensibilidade) VITILIGO: - pode começar com uma mancha hipocrmica e cuminar com uma mancha acrômica - Mancha acromica ou branco nacarado Acromia: ausência de melanina MANCHAS PIGMENTARES (não relacionada à melanina) ENDÓGENO - Bilirrubinas: existe o deposito em esclera e palma das mãos - Caroteno: excesso de caroteno poupa esclera e palma das mãos EXÓGENO - Prata - Anti-maláricos - Corantes MANCHAS VASCULOSSANGUÍ NEAS NÃO HÁ EXTRAVASAMENT O SANGUINEO (desaparecem a digitopressão) Transitórias e permanentes TRANSITÓRIAS: eritema, enantema, exantema Exantema ERITEMA ENANTEMA EXANTEMA EXANTEMA MORBILIFORME (sarampo) ou RUBEOLIFORME: Áreas de eritema entremeadas com áreas de pele sadia EXANTEMA ESCALARTIFORME – Difuso, eritmatoso e uniforme (acentuado em região de dobras – axila e inguinal – Sinal da PASTIA) - Mancha vasculosangúinea localizada - Mancha vasculosangúinea em região de mucosa - Eritema generalizado Eritema PARVOVIROSE “Face esbofeteada” geralmenet associado a quadro febril LUPUS “Eritema em asa de borboleta” (eritema em região malar, dorso do nariz, poupando sulco naso-labial) Eritema migratório – aspecto em alvo DOENÇA DE LYME Eritema giratum repens – REAÇÃO PARANEUPLÁSICA EM NEOPLASIA DE PULMÃO Eritema marginatum – centro calaro FEBRE REUMÁTICA 6 Felipe Altimari PERMANENTES MANCHA ANGIOMATOSA TELANGECTASIA - Alteração local nos vasos sanguíneos - Microvasos em região de face, pode ocorrer na mulher menopausica (alteração no estrogênio), cirrose (alterações hepáticas) MANCHAS VASCULOSSANGUÍ NEAS PÚRPURAS (HÁ EXTRAVASAMENT O DE HEMÁCIAS E NÃO DESAPARECE A VITROPRESSÃO) PETÉQUIAS: Puntiformes com até 1 cm de diâmetro. VÍBICES: Petéquias lineares EQUIMOSES: Maior que 1 cm e são planas HEMATOMA: coleção (alteração de relevo), compressão de nervos e tecidos adjascentes DOR FORMAÇÕES SÓLIDAS PÁPULA: até 1 cm PLACA: Lesão em forma de disco, coalescência de pápulas ou nódulos (extensão maior do que a altura) NÓDULO: > que 1cm e até 3 cm TUMOR: Maior que 3 cm VEGETAÇÃO: Projeções digitiformes pela hipertrofia da papila dérmica VERRUGA: hipertrofia e projeções digitiformes da papila dermica, Quando a superfície se torna queratócica CONTEÚDO LÍQUIDO (tamanho e tipo do conteúdo) VESÍCULA: até 1 cm conteúdo claro BOLHA: Maior que 1 cm conteúdo claro PÚSTULA: até 1 cm Conteúdo: pus ABSCESSO: maior 1 cm Conteúdo: pus - Vesículas em região Labial: Herpes labial - Vesículas em região genital: Herpes genital - Vesículas acometendo metade do corpo, região superior/inferior, dolorosas: Herpes Zoster, cobreiro - Vesículas em região de face: Herpes Zoster (GRAVE – acompanha raízes nervosas, podendo acomete nervo óptico (cegueira) 7 Felipe Altimari - Vesículas difusas em região do corpo, de crianças: Varicela (catapora) ALTERAÇÃO DA ESPESSURA CERATOSE: Espessamento da epiderme pelo aumento da camada córnea LIQUENIFICAÇÃO: Aumento dos sulcos e saliências por atrito/assadura crônica INFILTRAÇÃO: Aumento da consistência e espessura por infiltrado inflamatório, tumoral, etc ESCLEROSE: Endurecimento da pele por proliferação do tecido colágeno (esclerodermia) ESCLERODERMIA Lesão em golpe de sabre- Alteração da cor, espessura e enrrigecimento ATROFIA: Diminuição da espessura da pele (estrias gravídicas, uso crônico de corticoide), pele fina o que possibilita a visualização dos vasos sanguíneos na pele LESÕES ELEMENTARES POR SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE ESCORIAÇÃO: Lesão superficial linear EROSÃO: lesão superficial, apenas epiderme ULCERAÇÃO: lesão mais profunda, acomete toda a derme e /ou hipoderme, chegando até mesmo aos ossos. FISSURA: Solução de continuidade linear e estreita, da epiderme até a derme (mais superficial) FÍSTULA: Pertuito cutâneo que ligam focos supurativos profundos drenando para o exterior LESÕES CADUCAS ESCAMAS: Lâminas epidérmicas secas pelo excesso de queratina normal ou defeituosa, comum em região de dobras – cotovelo e joelhos CROSTAS: formadas a partir de leões primárias, ressecamento de sangue, pus (formando lesões 2ªrias) SEQUELAS CICATRIZ: reparação conjuntiva e epitelial da pele – quando a reparação não é suficiente ATRÓFICA: ausência de tecido suficiente para realizar o reparo da pele. HIPERTRÓFICA: reparação da lesão respeitando os limites da lesão QUELÓIDE: reparação da lesão ultrapassa os limites da lesão Entre 6 meses e 1 ano ainda se apresenta um processo de cicatrização, por isso não é considerado queloide, e durante esse periodo pode apresentar um remodelamento da cicatriz 8 Felipe Altimari Manifestações externas das ISTs Profª. Samirah Mohamed ÚLCERAS GENITAIS VERRUGAS ANOGENITAIS CORRIMENTOS VAGINAL E URETRAL CERVICITE E DIP ÚLCERAS GENITAIS SÍFILIS CANCRO MOLE LINFOGRANULOMA VENÉREO HERPES DONOVANOSE SÍFILIS AGENTE • Treponema palidum SÍFILIS PRIMÁRIA • Úlcera genital, única, indolor, bordos elevados, fundo limpo, endurecida, com regressão espontânea SÍFILIS SECUNDÁRIA • Máculas eritematosas • Febre e lesões cutâneo mucosas (mãos e pés) SÍFILIS TERCIÁRIA • Acometimento sistêmico, cardiovascular, SNC, marcha talonante, goma sifilítica. SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE TARDIA Quadro 11 – Manifestações clínicas de sífilis adquirida, de acordo com o tempo de infecção, evolução e estágios da doença ESTÁGIOS DE SÍFILIS ADQUIRIDA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Primária Cancro duro (úlcera genital) Linfonodos regionais Secundária Lesões cutâneo-mucosas (roséola, placas mucosas, sifílides papulosas, sifílides palmoplantares, condiloma plano, alopecia em clareira, madarose, rouquidão) Micropoliadenopatia Linfadenopatia generalizada Sinais constitucionais Quadros neurológicos, oculares, hepáticos Latente recente (até um ano de duração) Assintomática Latente tardia (mais de um ano de duração Assintomática Terciária Cutâneas: lesões gomosas e nodulares, de caráter destrutivo; Ósseas: periostite, osteíte gomosa ou esclerosante, artrites, sinovites e nódulos justa-articulares; Cardiovasculares: estenose de coronárias, aortite e aneurisma da aorta, especialmente da porção torácica; Neurológicas: meningite, gomas do cérebro ou da medula, atrofia do nervo óptico, lesão do sétimo par craniano, manifestações psiquiátricas, tabes dorsalis e quadros demenciais como o da paralisia geral. SÍFILIS Diagnóstico Testes sorológicos • Treponêmicos: FTA-Abs • Não treponêmicos: VDRL Pesquisa direta • Campo escuro • Imunofluorescencia direta VDRL FTA-Abs INTERPRETAÇÃO – – Não é sífilis ou janela imunológica – + Sífilis recente ou curada + – Falso positivo + + Sífilis não tratada ou tratada recentemente. TRATAMENTO: PRIMÁRIA/ SECUNDÁRIA E LATENTE PRECOCE: Peniclina G Benzatina 2.400.000 UI IM dose única TERCIÁRIA/ LATENTE TARDIA/IGNORADA: Penicilina G Benzatina 7.200.000 UI (dose dividida em 3 vezes com intervalo de 1 semana). NEUROSSÍFILIS: Penicilina Cristalina 4.000.000 EV por 14 dias. 9 Felipe Altimari Quadro 15 – Tratamento e monitoramento de sífilis ESTADIAMENTO ESQUEMA TERAPÊUTICO ALTERNATIVAa (EXCETO PARA GESTANTES) SEGUIMENTO (TESTE NÃO TREPONÊMICO) Sífilis recente: sífilis primária, secundária e latente recente (com até um ano de evolução) Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo) Doxiciclina 100mg, 12/12h, VO, por 15 dias Teste não treponêmico trimestral (em gestantes, o controle deve ser mensal) Sífilis tardia: sífilis latente tardia (com mais de um ano de evolução) ou latente com duração ignorada e sífilis terciária Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, 1x/semana (1,2 milhão UI em cada glúteo) por 3 semanasb. Dose total: 7,2 milhões UI, IM Doxiciclina 100mg, 12/12h, VO, por 30 dias Teste não treponêmico trimestral (em gestantes, o controle deve ser mensal) Neurossífilis Benzilpenicilina potássica/cristalina 18-24 milhões UI, 1x/ dia, EV, administrada em doses de 3-4 milhões UI, a cada 4 horas ou por infusão contínua, por 14 dias Ceftriaxona 2g IV, 1x/dia, por 10-14 dias Exame de LCR de 6/6 meses até normalização Notas: a A benzilpenicilina benzatina é a única opção segura e eficaz para tratamento adequado das gestantes. b A regra é que o intervalo entre as doses seja de 7 dias para completar o tratamento. No entanto, caso esse intervalo ultrapasse 14 dias, o esquema deve ser reiniciado (WHO,2016). CANCRO MOLE AGENTE Haemophylus ducreyi CARACTERÍSTICAS Pápulas dolorosas, pústulas, úlceras múltiplas dolorosas, bordas irregulares, fundo sujo necrótico. Adenomegalia inguinal Fistulização por orifício único DIAGNÓSTICO Clínico Bacterioscopia, cultura, PCR TRATAMENTO Azitromicina 1g VO dose única Ciprofloxacino Ceftriaxone LINFOGRANULOMA VENÉREO AGENTE Chlamydia trachomatis CARACTERÍSTICA Pápulas que podem evoluir para úlceras indolores Lesões de inoculação Não costumam fazer úlceras exuberantes. Adenomegalia com fistulização em “bico de regador” DIAGNÓSTICO Clínico Cultura, biópsia TRATAMENTO Doxaciclina Eritromicina Sulfametoxazol + trimetropim Lembrar... C ERVICITE L INFOGRANULOMA VENÉREO A ADENITE M que drena por MÚLTIPLOS ORIFÍCIOS I MUNOFLUORÊSCENCIA D OXICICLINA I A A ZITROMICINA HERPES AGENTE Herpes simples tipo 1 e tipo2. CARACTERÍSTICA • Pródomos: prurido, ardência e parestesia • Vesículas que coalescem formam úlceras dolorosas • Adenomegalia satélite (pequena e dolorosa) DIAGNÓSTICO • Clínico, citologia, biópsia TRATAMENTO Aciclovir Valaciclovir 10 Felipe Altimari Quadro 38 – Tratamento de herpes genital CONDIÇÃO CLÍNICA TRATAMENTO COMENTÁRIOS Primeiro episódio Aciclovir 200mg, 2 comprimidos, VO, 3x/dia, por 7-10 dias OU Aciclovir 200 mg, 1 comprimido, VO, 5x/dia (7h, 11h, 15h, 19h, 23h, 7h...), por 7-10 dias Iniciar o tratamento o mais precocemente possível. O tratamento pode ser prolongado se a cicatrização estiver incompleta após 10 dias de terapia. Recidiva Aciclovir 200mg, 2 comprimidos, VO, 3x/dia, por 5 dias OU Aciclovir 200mg, 4 comprimidos, VO, 2x/dia, por 5 dias O tratamento deve ser iniciado preferencialmente no período prodrômico (aumento de sensibilidade local, ardor, dor, prurido e hiperemia da região genital). Supressão de herpes genital (6 ou mais episódios/ano) Aciclovir 200mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por até 6 meses, podendo o tratamento ser prolongado por até 2 anos Consideram-se elegíveis para o tratamento supressivo pacientes com episódios repetidos de herpes genital (mais de 6 ao ano). Indicada avaliação periódica de função renal e hepática Herpes genital em imunossuprimidos Aciclovir endovenoso, 5-10 mg/ kg de peso, EV, de 8/8h, por 5 a 7 dias, ou até resolução clínica Em caso de lesões extensas em pacientes com imunossupressão (usuárioscrônicos de corticoide, pacientes em uso de imunomoduladores, transplantados de órgãos sólidos e PVHIV), pode-se optar pelo tratamento endovenoso. Gestação Tratar o primeiro episódio em qualquer trimestre da gestação, conforme o tratamento para o primeiro episódio. Se a primoinfecção ocorreu na gestação ou se recidivas foram frequentes no período gestacional, pode-se realizar terapia supressiva, a partir da 36ª semana, com aciclovir 400mg, 3x/dia. • O tratamento com antivirais é eficaz para redução da intensidade e duração dos episódios, quando realizado precocemente; • O tratamento local pode ser feito com compressas de solução fisiológica ou degermante em solução aquosa, para higienização das lesões; • Analgésicos orais podem ser utilizados, se necessário; • É recomendado retorno em uma semana para reavaliação das lesões; • A forma de transmissão, a possibilidade de infecção assintomática, o medo de rejeição por parte das parcerias sexuais e as preocupações sobre a capacidade de ter filhos são aspectos que devem ser abordados; • É importante mencionar que não há associação entre herpes simples genital e câncer. DONOVANOSE AGENTE Klebisiella granulomatis CARACTERÍSTICA • Pápula ou nódulo indolor • Úlcera plana ou hipertrófica • Lesões vegetantes: em espelho • Evolução crônica e indolente DIAGNÓSTICO • Biópsia TRATAMENTO Doxiciclina Azitromicina Ciprofloxacino 3 PERGUNTAS PARA DIRECIONAR SEU RACIOCÍNIO CLÍNICO 1ª. SÃO MÚLTIPLAS? 2ª. DOLOROSAS? 3ª. FISTULARIZAÇÃO DE LINFONODO? Ulceras genitais MÚLTIPLAS SIM HERPES/ CANCRO MOLE/ DONOVANOSE NÃO SÍFILIS/ LINFOGRANULOMA DOLOROSAS SIM HERPES/ CANCRO MOLE/ NÃO SÍFILIS/ LINFOGRANULOMA VENÉREO/ DONOVANOSE FISTULIZAÇÃO SIM CANCRO MOLE/ LINFOGRANULOMA VENÉREO NÃO HERPES/ SÍFILIS/ DONOVANOSE 11 Felipe Altimari FLUXOGRAMA para manejo de infecções que causam úlcera genital Quadro 39 – Tratamento de cancroide, LGV e donovanose IST PRIMEIRA OPÇÃO ALTERNATIVA COMENTÁRIOS Cancroide Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única Ceftriaxona 250mg, IM, dose única OU Ciprofloxacinoa 500mg, 1 comprimido, VO, 2x/ dia, por 3 dias O tratamento sistêmico deve ser acompanhado de medidas locais de higiene. O tratamento das parcerias sexuais é recomendado, mesmo quando assintomáticas. Linfogranul oma venéreo (LGV) Doxiciclinab 100mg, VO, 1 comprimido, 2x/dia, por 21 dias Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, 1x/semana, por 21 dias (preferencial nas gestantes) As parcerias sexuais devem ser tratadas. Se a parceria for sintomática, o tratamento deve ser realizado com os mesmos medicamentos do caso-índice. Se a parceria for assintomática, recomenda-se um dos tratamentos abaixo: Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única OU Doxiciclinab 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/ dia, por 7 dias O prolongamento da terapia pode ser necessário até a resolução da sintomatologia. A antibioticoterapia não tem efeito expressivo na duração da linfadenopatia inguinal, mas os sintomas agudos são frequentemente erradicados de modo rápido. Os antibióticos não revertem sequelas como estenose retal ou elefantíase genital. Donovanos e Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, 1x/ semana, por pelo menos três semanas, ou até a cicatrização das lesões Doxiciclinab 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por pelo menos 21 dias, ou até o desaparecimento completo das lesões OU Ciprofloxacinoa 500mg, 1 e ½ comprimido, VO, 2x/ dia, por pelo menos 21 dias, ou até a cicatrização das lesões (dose total: 750mg) OU Sulfametoxazol trimetoprima (400/80mg), 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por no mínimo 3 semanas, ou até a cicatrização das lesões Não havendo resposta na aparência da lesão nos primeiros dias de tratamento com ciprofloxacino, recomenda-se adicionar um aminoglicosídeo, como a gentamicina, 1mg/ kg/dia, EV, 3x/dia, por pelo menos 3 semanas, ou até cicatrização das lesões. Em PVHIV, sugerem-se os mesmos esquemas terapêuticos; o uso de terapia parenteral com a gentamicina deve ser considerado nos casos mais graves. O critério de cura é o desaparecimento da lesão, não tendo sido relatada infecção congênita. As sequelas da destruição tecidual ou obstrução linfática podem exigir correção cirúrgica. Devido à baixa infectividade, não é necessário tratar as parcerias sexuais. 12 Felipe Altimari CORRIMENTO VAGINAL •VAGINOSE •CANDIDÍASE •TRICOMONÍASE VAGINOSE AGENTE Gardnerella vaginalis DIAGNÓSTICO 3 de 4 dos critérios de Amnstel • 1. corrimento branco- acinzentado fino, homogêneo • 2.pHvaginal > 4,5 • 3.Teste das amninas (Whiff) positivo • 4. Clue cells TRATAMENTO Metronidazol 500 mg VO de 12/12h por 7 dias Quadro 34 – Tratamento de vaginose bacteriana VAGINOSE BACTERIANA TRATAMENTO Primeira opção (incluindo gestantes e lactantes) Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 7 dias OU Metronidazol gel vaginal 100mg/g, um aplicador cheio via vaginal, à noite ao deitar-se, por 5 dias Segunda opção Clindamicina 300mg, VO, 2x/dia, por 7 dias Recorrentes Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 10-14 dias OU Metronidazol gel vaginal 100mg/g, um aplicador cheio, via vaginal, 1x/ dia, por 10 dias, seguido de tratamento supressivo com óvulo de ácido bórico intravaginal de 600mg ao dia por 21 dias e metronidazol gel vaginal 100mg/g, 2x/semana, por 4-6 meses • O tratamento das parcerias sexuais não está recomendado. • Para as puérperas, recomenda-se o mesmo tratamento das gestantes. CANDIDÍASE AGENTE Candida sp. DIAGNÓSTICO • Corrimento branco aderido, prurido • pH < 4,5 • Pseudo-hifas e esporos TRATAMENTO • Creme imidazólico de 7 a14 dias • 2ª. Opção: Fluconazol 150mg VO dose única. Quadro 33 – Tratamento de candidíase vulvovaginal CANDIDÍASE VULVOGINAL TRATAMENTO Primeira opção Miconazol creme a 2% ou outros derivados imidazólicos, via vaginal, um aplicador cheio, à noite ao deitar-se, por 7 dias OU Nistatina 100.000 UI, uma aplicação, via vaginal, à noite ao deitar-se, por 14 dias Segunda opção Fluconazol 150mg, VO, dose única OU Itraconazol 100mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 1 dia CVV complicada e CVV recorrentes Indução: fluconazol 150mg, VO, 1x/dia, dias 1, 4 e 7 OU Itraconazol 100mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 1 dia OU Miconazol creme vaginal tópico diário por 10-14 dias. Manutenção: fluconazol 150mg, VO, 1x/semana, por 6 meses OU Miconazol creme vaginal tópico, 2x/semana OU Óvulo vaginal, 1x/semana, durante 6 meses • As parcerias sexuais não precisam ser tratadas, exceto as sintomáticas. • É comum durante a gestação, podendo haver recidivas pelas condições propícias do pH vaginal que se estabelecem nesse período. • Tratamento em gestantes e lactantes: somente por via vaginal. O tratamento oral está contraindicado. TRICOMONÍASE AGENTE Tricomonas vaginalis DIAGNÓSTICO • Corrimento amarelo esverdeado bolhoso, • pH >5,0, colo em framboesa. • Protozoário móvel da microscopia a fresco. TRATAMENTO •Metronidazol 500mg 12/12h por 7 dias Quadro 35 – Tratamento de tricomoníase TRICOMONÍASE TRATAMENTO Primeira opção (incluindo gestantes e lactantes) Metronidazol 400mg, 5 comprimidos, VO, dose única (dose total de TTO 2g) OU Metronidazol 250mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 7 dias • As parcerias sexuais devem ser tratadas com o mesmo esquema terapêutico. O tratamento pode aliviar os sintomas de corrimento vaginal em gestantes, além de prevenir infecção respiratória ou genital em RN. • Para as puérperas, recomenda-se o mesmo tratamento das gestantes. 13 Felipe Altimari CORRIMENTO URETRAL GONOCÓCCICA NÃO – GONOCÓCCICA • Incubação: 2 a 5 dias • 50% ato sexual • Início abrupto e evolução rápida • PURULENTO • DISÚRIA 70% • Agressivo • Incubação:14 a 21 dias • 20 % • Insidioso • MUCÓIDE • DISÚRIA 40% • Indolente Neisseria gonorrhoeae Chlamydia tracomatis CORRIMENTO URETRAL TRATAMENTO BACTERIOSCOPIA NO MOMENTO DA CONSULTA? NÃO SIM DIPLOCOCOS GRAM NEGATIVOS INTRACELULARES PRESENTES? SIM NÃO TRATAR CLAMÍDIA E GONORRÉIA TRATAR SÓ CLAMÍDIA INFECÇÃO Neisseria gonorrhoeae SÍNDROME DE REITER URETRITE + ARTRITE + CONJUNTIVITE CORRIMENTO URETRAL - TRATAMENTO GONOCÓCCICA NÃO – GONOCÓCCICA • CEFTRIAXONE 250MG IM, DOSE ÚNICA OU • CIPROFLOXACINO 500MG VO DOSE ÚNICA • AZITROMICINA 1G VO DOSE ÚNICA OU • DOXICICLINA 100MG VO DE 12/12 H POR 7 DIAS. Quadro 37 – Tratamento de uretrites CONDIÇÃO CLÍNICA PRIMEIRA OPÇÃO SEGUNDA OPÇÃO COMENTÁRIOS Uretrite sem identificação do agente etiológico Ceftriaxona 500mg, IM, dose única MAIS Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única Ceftriaxona 500mg, IM, dose única MAIS Doxiciclina 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/ dia, por 7 dias - Uretrite gonocócica e demais infecções gonocócicas NÃO complicadas (uretra, colo do útero, reto e faringe) Ceftriaxona 500mg, IM, dose única MAIS Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única – – Uretrite não gonocócica Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única Doxiciclina 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/ dia, por 7 dias A resolução dos sintomas pode levar até 7 dias após a conclusão da terapia Uretrite por clamídia Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única Doxiciclina 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/ dia, por 7 dias A resolução dos sintomas pode levar até 7 dias após a conclusão da terapia Retratamento de infecções gonocócicas Ceftriaxona 500mg, IM, dose única MAIS Azitromicina 500mg, 4 comprimidos, VO, dose única Gentamicina 240mg, IM MAIS Azitromicina 500mg, 4 comprimidos, VO, dose única Para casos de falha de tratamento. Possíveis reinfecções devem ser tratadas com as doses habituais Uretrite por Mycoplasma genitalium Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única – – Uretrite por Trichomonas vaginalis Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 7 dias Clindamicina 300mg, VO, 2x/dia, por 7 dias – Infecção gonocócica disseminada (exceto meningite e endocardite) Ceftriaxona 1g IM ou IV ao dia, completando ao menos 7 dias de tratamento MAIS Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única – – Conjuntivite gonocócica no adulto Ceftriaxona 1g, IM, dose única – – • Se o paciente apresentar alergia grave às cefalosporinas, indicar azitromicina 500mg, 4 comprimidos, VO, dose única (dose total: 2g). • Os pacientes e a(s) parceria(s) devem se abster de relações sexuais desprotegidas até que o tratamento de ambos esteja completo (ou seja, após o término do tratamento com múltiplas doses ou por 7 dias após a terapia com dose única). 14 Felipe Altimari 15 Felipe Altimari CERVICITE AGENTES Neisseria gonorroeae e Chlamydia tracomatis DIAGNÓSTICO Corrimento cervical, colo hiperemiado, friável, sinusorragia, dispaurenia. TRATAMENTO Ceftriaxone IM ou Ciprofloxacino VO = Gonococo Associado a Azitromicina VO ou Doxiciclina VO = Chlamydia Quadro 31 – Tratamento de gonorreia e clamídia CONDIÇÃO CLÍNICA TRATAMENTO Infecção gonocócica NÃO complicada (uretra, colo do útero, reto e faringe) Ceftriaxona 500mg, IM, dose única MAIS Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única Infecção gonocócica disseminada Ceftriaxona 1g IM ou IV ao dia, completando ao menos 7 dias de tratamento MAIS Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única Conjuntivite gonocócica no adulto Ceftriaxona 1g, IM, dose única Infecção por clamídia Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única OU Doxiciclina 100mg, VO, 2x/dia, por 7 dias (exceto gestantes) DIP – Doença Inflamatória Pélvica AGENTES Polimicrobiana • Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia tracomatis CARACTERÍSTICAS Endometrites, salpingite, ooforite, peritonite DIAGNÓSTICO 3 Critérios maiores + 1 critério menor Ou 1 critério elaborado CRITÉRIOS MAIORES: DOR hipogástrica+ anexial + à mobilização do colo. CRITÉRIOS MENORES: febre, leucocitose, VHS ou PCR aumentados, cervicite, comprovação do gonococo, clamídia ou micoplasma. CRITÉRIOS ELABORADOS: endometrite na biópsia ou por histeroscopia. Abscesso tubo- ovariano ou em fundo de saco visualizado na ultrassonografia ou DIP na Videolaparoscopia. CRITÉRIOS DE MONIF 1: SEM PERITONITE TRATAMENTO AMBULATORIAL CEFTRIAXONE IM DOSE ÚNICA + DOXICICLINA VO POR 14 DIAS ASSOCIADO OU NÃO AO METRONIDAZOL VO POR 14 DIAS 2. COM PERITONITE 3. OCLUSÃO TROMPA ou ABSCESSO TUBO OVARIANO 4. ABSCESSO >10 cm ou ROTO TTO HOSPITALAR CLINDAMICINA E GENTAMICINA Quadro 44 – Tratamento de DIP TTO PRIMEIRA OPÇÃO SEGUNDA OPÇÃO TERCEIRA OPÇÃO Ambulatorial Ceftriaxona 500mg, IM, dose única MAIS Doxiciclinaa 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por 14 dias MAIS Metronidazol 250mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 14 dias Cefotaxima 500mg, IM, dose única MAIS Doxiciclinaa 100mg, 1 comprimido,VO, 2x/dia, por 14 dias MAIS Metronidazol 250mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 14 dias – Hospitalar Ceftriaxona 1g, IV, 1x/dia, por 14 dias MAIS Doxiciclinaa 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por 14 dias MAIS Metronidazol 400mg, IV, de 12/12h Clindamicina 900mg, IV, 3x/ dia, por 14 dias MAIS Gentamicina (IV ou IM): 3 5 mg/kg, 1x/dia, por 14 dias Ampicilina/ sulbactam 3g, IV, 6/6h, por 14 dias MAIS Doxiciclinaa 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por 14 dias • O uso parenteral deverá ser suspenso 24 horas após a cessação dos sintomas e a continuação terapêutica antimicrobiana por via oral deve se estender até 14 dias. • Orientar quanto ao não uso de bebidas alcoólicas durante e após 24h do uso de metronidazol para evitar efeito dissulfiran (antabuse) símile. a A doxiciclina é contraindicada durante a gravidez. 16 Felipe Altimari VERRUGAS ANOGENITAIS AGENTE HPV - Papiloma Vírus Humano CARACTERÍSTICA Transmissão preferencialmente por via sexual, transmissão por fômites é rara. Tempo de latência desconhecido. A maioria das infecções tem resolução espontânea. A recidiva das lesões está mais relacionadas a ativação de reservatórios virais que reinfeção. HPV de alto risco, estado imunológico, tabagismo Tipos de infecções: Latente, subclínica, CLÍNICA: LESÕES EXOFÍTICAS: CONDILOMA ACUMINADO, VERRUGAS GENITAIS, CRISTA DE GALO Diagnóstico COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA DO COLO UTERINO COLPOSCOPIA CITOLOGIA ONCÓTICA ANAL ANUSCOPIA HISTOLOGIA VERRUGAS ANOGENITAIS - TTO LESÕES SUGESTIVAS DE INFECÇÃO POR HPV EM SESSÃO ÚNICA NÃO ATA 70-90% Podofilina 0,5% Crioterapia SIM Excição cirúrgica Eletrocautério Dúvida no diagnóstico? Lesão suspeita de neoplasia, pigmentadas, endurecidas, fixas, ulceradas. Ausência de resposta ao tratamento convencional. Aumento das lesões durante o tratamento. Paciente com imunodeficiência. BIÓPSIA Quadro 10 – Principais síndromes em IST e os respectivos agentes etiológicos SÍNDROME – ÚLCERA ANOGENITAL Possíveis agentes etiológicos Infecção Chlamydia trachomatis (sorovars L1, L2 e L3) Linfogranumoma venéreo (LGV) Haemophilus ducreyi Cancroide Vírus do Herpes simplex (tipo 2) Herpes genitala Klebsiela granulomatis Donovanose Treponema pallidum Sífilis SÍNDROME – CORRIMENTO URETRAL/VAGINAL Possíveis agentes etiológicos Infecção Candida albicans Candidíase vulvovaginalb Chlamydia trachomatis (sorovars D ao K) Clamídia Neisseria gonorrhoeae Gonorreia Trichomonas vaginalis Tricomoníase Mycoplasmagenitalium Infecção causada por micoplasma Múltiplos agentes Vaginose bacterianab SÍNDROME – VERRUGA ANOGENITAL Agente etiológico Infecção Papilomavírus humano (HPV) Condiloma acuminadoa Notas: a Infecções não curáveis, porém tratáveis. b Infecções endógenas do trato reprodutivo, que causam corrimento vaginal; não são consideradas IST. SARCOMA DE KAPOSI - AIDS Doença de KAWASAKI Vasculite de etiologia desconhecida, Fase aguda: quadro viral/gripal Característica: descama ponta dos pés e das mãos Complicações tardias: comprometimento das coronárias provocando aneurismas, trombose, IAM Similar à poliomielite nodosa do adulto, com microaneurismas em arterias viscerais Diagnóstico diferencial com escarlatina 17 Felipe Altimari Conferência Lesões Elementares- Caso clínico CASO CLÍNICO 1-ABS, 15 anos, sexo masculino, residente de Paraíba, procurou o serviço de pronto atendimento referindo ter iniciado há 8 dias quadro de odinofagia associada a febre aferida (38,5 ºC), cefaleia e adinamia. Relata ter iniciado uso de amoxicilina há 4 dias, porém sem melhora do quadro. Há 2 dias notou surgimento de exantema em região de tronco. Nega possuir comorbidades. Nega uso diário de medicamentos. Afirma fazer uso de bebidas alcoólicas aos fins-de-semana, não fuma, não pratica atividade física. História de pai hipertenso e diabético. Exame físico ● Regular estado geral, lúcido e orientado em tempo e espaço, acianótico, anictérico, hidratado, febril (38,9 graus Celsius), normotenso (120 x 80 mmHg) ● Pele: presença de rash cutâneo maculopapular em região de tronco ● Sistema respiratório: eupneico (18 irpm), ausência de tiragens e retrações. Expansibilidade torácica completamente preservada e frêmito toraco-vocal presente em toda a parede torácica. À percussão: som claro pulmonar. À ausculta: múrmurio vesicular fisiológico presente sem ruídos ● Sistema cardiovascular: ritmo cardíaco regular, 2T, bulhas cardíacas normofonéticas, sem sopros. FC: 80bpm ● Oroscopia: orofaringe hiperemiada com placas brancas ● Palpação de linfonodos: presença de gânglios cervicais posteriores com 1-2 cm de diâmetro, de consistência fibroelástica, levemente dolorosos, móveis ● Exames complementares: Hemograma: Hb: 13,1; Ht: 39,8%, Leucócitos: 13.600 cels/mm3 com linfócitos atípicos 69,5%, segmentados 29,4%, eosinófilos 0,4% Plaquetas: 110.00/mm3 PCR:38 mg/L Transaminases TGO 100 U/L [VR: 5 a 40 U/L]; TGP: 191 U/L [VR: 7 a 56 U/L] Abdome: à ausculta: ruídos hidroaéreos presentes, normotenso, doloroso a palpação, fígado palpável a 4cm do RCD e doloroso, baço há 6 cm do RCE. Odinofagia- deglutição com dor Amoxicilina sem melhora do quadro → não parece ser doença bacteriana Erupções morbiliformes são comuns em pacientes com mononucleose infecciosa tratada com ampicilina ou amoxicilina (ocorrendo em até 95% dos pacientes com exposição à droga) ● O linfócito atípico é um leucócito não maligno que pode ser encontrado no sangue periférico em resposta a alguns estímulos antigênicos. Diagnóstico: Mononucleose infecciosa/ “doença do beijo” A doença do beijo, também conhecida como mononucleose, é uma infecção causada pelo vírus Epstein Barr (EBV). Essa condição é chamada de doença do beijo porque é transmitida majoritariamente pelo contato direto com a saliva de um indivíduo que tenha a doença, além do contato com objetos dessa pessoa. Outra forma de transmissão da doença do beijo é por meio da transfusão de sangue. A doença do beijo é bastante comum em indivíduos entre 15 e 30 anos e, uma vez que tenha sido infectado com o vírus Epstein-Barr, o paciente fica com ele por toda a vida. Mesmo sem apresentar os sintomas da mononucleose, ele acaba sendo capaz de transmitir a doença para outras pessoas, dependendo de certos fatores. Atualmente, acredita-se que o vírus causador da mononucleose seja um fator de risco para outras condições de saúde, como o lúpus e a diabetes. Entre os sintomas da doença do beijo, podemos destacar: Fadiga, faringite e linfadenopatia Inflamação e dor na garganta; Febre; Mal-estar; Dor de cabeça; Calafrios; Náuseas e vômitos; Tosse; Perda de apetite; Inflamação dos gânglios do pescoço; Dores musculares; e Aumento do fígado e do baço. CASO CLÍNICO 2 Paciente JAS, 3 anos, sexo feminino, deu entrada no Pronto- Socorro com quadro de dor abdominal e febre a uma semana, acompanhado de inapetência, amidalite, vômitos, edema periorbital e exantema Exame físico: ● linfonodos de cadeia submandibulares e cervicais palpáveis, firmes e não aderentes ● oroscopia com hiperemia de amígdalas, sem outras alterações ● Abdome com dor á palpação profunda em região de hipocôndrio direito com descompressão brusca negativa, com baço a 1,5 cm do RCE e fígado não palpável Exames laboratoriais: Apresentou leucopenia e plaquetopenia Sorologia positiva para toxoplasmose Diagnóstico: Síndrome mononucleose like em infecção aguda pela toxoplasmose Toxoplasmose febril aguda - Na maioria das vezes, a infecção inicial é assintomática. Porém, em muitos casos, pode generalizar-se e ser acompanhada de exantema. Às vezes, sintomas de acometimento pulmonar, miocárdico, hepático ou cerebral são evidentes. As lesões resultam da proliferação rápida dos organismos nas células hospedeiras e, quando há manifestações clínicas, essas tem evolução benigna. Há casos em que ocorrem pneumonia difusa, miocardite, miosite, hepatite, encefalite e exantema maculopapular. CASO CLÍNICO 3: Paciente feminino, 20 anos, aparecimento agudo de febre, adenomegalias(gânglios aumentados) e hepatoesplenomegalia, dor de cabeça, rash cutâneo, fraqueza, mal estar, dor de garganta. Exame físico: Sistema cardiovascular: à ausculta ritmo cardíaco regular, 2T, bulhas cardíacas normofonéticas, sem sopros. FC: 80 bpm Oroscopia: orofaringe hiperemiada com placas brancas Palpação de linfonodos: presença de gânglios cervicais posteriores com 1-2 cm de diâmetro, de consistência fibroelástica, levemente dolorosos, móveis Abdome com dor à palpação profunda em região de hipocôndrio direito, com descompressão brusca negativa, com baço a 1,5 cm do RCE e fígado não palpável. Diagnóstico Síndrome mononucleose like em infecção aguda pelo HIV 18 Felipe Altimari Doenças Sarampo Rubéola Exantema Súbito Eritema Infeccioso Escarlatina Característica da febre Alta Baixa Alta Baixa Alta Local de início do exantema Face Face Tronco Face Tronco, poupa palma das mãos e planta dos pés (dobras) Etiologia F. Paramyxoviridae G: Morbillivirus Família togaviridae Genero rubivirus Herpes Vírus 6-7 Parvovirus B19 Streptococcus pyogenes (estreptococo β-hemolitico do grupo A) Pródromo Febre, tosse, coriza, conjuntivite, fotofobia Febre, mialgia, atralgia, linfodenopatia occiptal, retoauricular Febre, hipermia de faringe, edema palpebral, tosse Típico de IVA: rinorreia, obstrução nasal, cefaleia, atropatia Vomito, amigdalite (exsudato), dor abdominal Período de surgimento Entre o 2º e 4° dia após o início do pródromo, piora a febre Pode ser a primeira manifestação a doença Exantema surge após quadro febril Muito tempo após o pródromo 12-48h após início da febre Duração dos exantemas 5 dias 3 dias Poucas horas - 3 dias 1-3 dias 1 semana Descamação Descama Não descama - Não descama Descamação fina, começando pela face, por último pés e mãos Formato Maculo papular Maculo papular Macular Manchas vermelhas Micro Papular, Pele "Lixa" Patognomôni co Sinal de Koplick: manchas brancas na boca Manchas de Forchheimer: Lesões rosadas em palato mole e amígdalas, com exsudato Manchas de Nagayama: úlcera no palato e úvula Eritema do tipo face esbofeteada, pele rendilhada Língua branca (1 dia), Língua framboesa (3 dia), Sinal deFilatov: Palidez perioral membros, Sinal de Pastia Faixa etária da prevalência 5-10 anos - >6 meses < 15 meses Escolar Pré-escolar, Escolar: 5 anos – 15 anos Periodo de Transmissibili dade 3 dias antes – 4 dias após o exantema 5 dias antes – 6 dias após o exantema - - - Profilaxia Vacina Vacina Não vacina Não vacina Não vacina Diagnóstico Sorologia Hemograma: leucopenia com linfocitose Sorologia Hemograma: leucopenia, neutropenia, trombocitopeni a Clínico Sorologia Hemograma ( hemoglobina) Clínico, cultura de faringe TTO Sintomático Sintomático Sintomático Não necessário Penicilina Tem vesículas, mas não estão nem no pé, nem na mão e nem na boca VARICELA TEM LINFONODOMEGALIA occipital e RETROAURICULAR RUBÉOLA Exantema aparece subitamente depois da febre EXANTEMA SÚBITO Exantema se acentua em região de dobras e é claro perto da boca ESCARLTINA Face está esbofeteada ERITEMA INFECCIOSO Conjuntivite+ febre alta + sintomas respiratórios SARAMPO Conjuntivite + língua em framboesa ou morango, lábio em amora DOENÇA DE KAWASAKI https://pt.wikipedia.org/wiki/Paramyxoviridae https://pt.wikipedia.org/wiki/Paramyxoviridae 19 Felipe Altimari SARAMPO RUBÉOLA EXANTEMA SÚBITO OU ROSÉOLA ERITEMA INFECCIOSO VARICELA ENTEROVIROSES NÃO PÓLIO ESCARLATINA DOENÇA DE KAWASAKI Gên.: Morbilivírus Fam.: Paramyxoviridae (RNA) Notificação imediata! Incidência: pré-escolares (<5a) TRANSMISSÃO • Aerossol (respiratória e conjuntiva). • Transmissão: 3 d antes a 4-6 d após o início do exantema (maior de 2d antes a 2 d após). • Incubação: 8 – 12d Sazonalidade: verão e primav QUADRO CLÍNICO Pródromos: 6 dias • Febre ↑, tosse, coriza, conjuntivite. • Manchas de Koplik (pequenas manchas brancas na mucosa oral) – patognomônico! 4 C’s: Coriza Cough (tosse), Conjutivite e C(k)oplick Exantema: Duração 7d • Morbiliforme; • Maculopapular eritematoso; • Não pruriginoso • Início na linha de implantação do cabelo → progressão craniocaudal lenta e confluente Convalescença: • Descamação furfurácea. • A tosse desaparece por último. Gen.: Rubivírus Fam.: Togaviridae (RNA) Notificação imediata! Incidência: pré-escolares (<5ª) – pré-vacinal Pós vacinal: Jovens e adultos → em mulh em idade fértil – rubéola congênita TRANSMISSÃO Gotículas de saliva ou secreção nasofaríngea (mucosa-respiratória). • Maior transmissibilidade: 5 d antes a 6 d após o exantema. • Incubação: 14 – 21d Sazonalidade: inv. e prim. QUADRO CLÍNICO Pródromos: • Febre , dor de garganta, conjuntivite, cefaleia, mal estar, anorexia. • Linfadenomegalia: suboccipital, retroauricular e cervical posterior. • Artralgia – adultos; + em mulheres. Exantema: 3 d – evanescente • Maculopapular róseo; confluente, não-pruriginoso. • Início em face; • Progressão craniocaudal rápida. • Sem descamação. • Manchas de Forchheimer (lesões no palato mole) → NÃO são patognomônicas! DIAGNÓSTICO • Clínico-epidemiológico • Sorologia: IgM: aparece 1-2 d após o início do exantema. ↑ IgG. • Hemograma: leucopenia, neutropenia e trombocitopenia. Herpes vírus humano tipo 6 (+ comum) ou 7. Fam.: Herpesviridae (DNA) Incidência: pré-escolares (Pico: 6-15 meses) TRANSMISSÃO • Gotículas de saliva (mucosa nasofaringe ou conjutival) → durante o período de febre. • Incubação: 5-15d QUADRO CLÍNICO Pródromos: • Assintomático; ou • IVAS leve. • Febre ↑ (3-5 d) – resolve em crise. • Manchas de Nagayama (úlceras na junção entre a úvula e o palato). Exantema: Duração 1-3d • Maculopapular róseo – início em tronco – sem descamação. • NÃO é pruriginoso! • 12-24 h após o desaparecimento da febre! Febre ↑ → febre desaparece → exantema DIAGNÓSTICO • Clínico. • Sorologia: IgM aparece após 5d do início. • PCR. • Hemograma: durante a febre – leucometria; predomínio de linfócitos na fase do exantema. • Chamado tb de “5ª doença” • Fenômeno imunológico pós infeccioso Parvovírus B19 Gên.: Erythorovirus Fam.: Parvoviridae (DNA) Incidência: escolares (5 – 15 a) TRANSMISSÃO • Gotículas de saliva ou secreção nasofaringe; • Placentária e sanguínea. • Período de infectividade: 7 a 11 d após o contato QUADRO CLÍNICO Pódromos: • Febre baixa. • IVAS leve Exantema: 10 d Fase 1: • “Face esbofeteada” → lesões eritematosas nas regiões zigomáticas. Fase 2: • Exantema maculopapular de aspecto rendilhado (clareamento central das lesões). → começa no tronco (poupa palpas e plantas dos pés). • Mais intenso em superfícies extensoras; • Sem descamação Fase 3: Recidiva do exantema em 1- 3 sem (quando exposto ao sol, calor, estresse e exercício). Quando surge o exantema não há mais transmissão do vírus! DIAGNÓSTICO • Clínico-epidemiológico; • Sorologia: IgM e IgG. Vírus varicela-zóster (VZV) Fam.: Herpesviridae. (DNA) Notificação de casos graves internados e óbitos! Incidência: pré-escolares (<5a) – pré-vacinal Pós vacinal: escolares Sazonalidade: inv. e primav TRANSMISSÃO • Aerossol. • Contato com a secreção das vesículas. • Transmissão: 2 d antes do exantema até todas as lesões virarem crostas. • Incubação: 10-21 d QUADRO CLÍNICO Pródromos: • Brandos; curtos ou inexistentes. • Febre moderada e mal estar. Exantema: intenso 7d •Polimórfico – máculas, pápulas, vesículas e crostas: papulovesicular polimórfico. • Início na cabeça. • Distribuição centrípeta (predomina na face, pescoço e tronco). • Mucosa oral e genitália; • Lesões pruriginosas. • Varicela grave: lactentes, adolescentes/ adultos, imunodeprimidos, pcts que fazem uso de corticoide sistêmico → + nº de lesões, envolvimento visceral, coagulopatia. DIAGNÓSTICO • Clínico-epidemiológico; • Laboratorial: leucopenia <72h; Linfocitose; ↑ transaminases. • PCR • Sorologia: não é útil na varicela. “Doença mão-pé-boca” Gen.: Enterovírus Fam.: Picornaviridae Incidência: lactentes e pré- escolares (<1a) TRANSMISSÃO • Fecal-oral • Respiratória • Vertical: transplacentária ou durante o trabalho de parto. • Fômites • Incubação: 3-6 d QUADRO CLÍNICO Pródromos: • Febre baixa ou ausente; • Hiperemia orofaringe • Vesículas em toda orofaringe, lábios e língua. Exantema: Duração 7d • Exantema papulovesicular – acomete apenas plantas dos pés e palmas das mãos • Sem descamação →Pode evoluir com pústulas • Doença autolimitada DIAGNÓSTICO • Clínico - Comum em surtos • Etiológico: cultura viral; PCR. CONDUTA • Tratamento sintomático: analgésicos e antipiréticos. • Manifest neurológicas e cardíacas requerem internação; • Imunoglobulina p/ pcts com imunodeficiência humoral (eficácia variável). COMPLICAÇÕES • Raras • Meningite Streptococcus pyogenes (estreptococo β-hemolítico do grupo A) produtor de exotoxina pirogênica (ou toxina eritrogênica). • única doença típica da infância causada por uma bactéria! Incidência: escolares (3-15 a) Sazonalidade: inverno e primav TRANSMISSÃO • Gotículas de saliva da pessoa infectada Deixa de transmitir após 24h de uso do atb • Incubação: 2-5 d QUADRO CLÍNICO Pródromos: 12-24h • Faringite estreptocócica: febre ↑, dor de garganta, dor abdominal. • Enantema: língua em morango branco e língua em morango vermelho. Exantema: 3-4 d • Surge 1º do tórax e se estende p/ o restante do tronco, pescoço e membros, poupando a região palmar. • Micropapular: pele áspera ou em lixa. Início em pescoço, depois membros – poupando palmas e plantas dos pés. • “Face esbofeteada” • Sinal de Filatov: palidez perioral. Doença reumatológica que faz diag diferencial com as doenças exantemáticas da infância! •Etiologia desconhecida. • Acredita-se que ocorra uma resposta imune patológica desencad por agentes ambientais ou infecciosos em indivíduos geneticam. predispostos.Incidência: 85% < 5 a QUADRO CLÍNICO Febre ↑ por no min 5 dias + 4 dos seguintes sinais: 1.Conjutivite bilateral bulbar não exsudativa. 2. Alterações nos lábios e cavidade oral: eritema, fissura e língua em morango. 3.Linfadenopatia cervical, > 1,5 cm, geralmente unilateral. 4.Exantema polimórfico: pode ser maculopapular, escarlatiniforme, eritema multiforme. • Lesões vesiculares ausentes 5. Alterações de extremidades: - Fase aguda: edema e eritema de mãos e pés; - Fase subaguda: descamação periungueal DIAGNÓSTICO • Febre 5d + 4 critérios clínicos Quando não completa os critérios: • Laboratorial: leucócitos >15 mil; Neutrofilia; trombocitose. ↑ VHS e PCR; CONDUTA • Gamaglobulina dose única – 1ºs 10 dias da doença • AAS →Se o pct responder bem: manter o AAS até normalizar VHS e PCR →Se o pct não responder bem: 2ª dose de gamaglobulina ou Corticoide IV p/ 3 d 20 Felipe Altimari DIAGNÓSTICO • Clínico-epidemiológico • Laboratorial: leucopenia com linfopenia; - VHS e PCR normais. - Sorologia: Fase aguda – IgM, Fase convalescença: ↑ IgG CONDUTA • Suporte: internação nos casos graves. | O2 umidificado, hidratação, antitérmicos. | Antivirais não estão indicados. • Vitamina A: 2 doses (no dia do diag e no dia seguinte ao diag.) • Não há necessidade de fazer isolamento do paciente. Prevenção pré-exposição: • Vacina (tríplice e tetraviral). Prevenção pós-exposição: • Bloqueio vacinal: até 72h após a exposição para contactantes suscetíveis. | Vacinar apenas > de 6 meses (dose entre 6-12 meses não é válida para rotina). • Imunoglobulina padrão: até 6 dias após a exposição. Para < 6 meses, grávidas e imunossuprimidos. COMPLICAÇÕES Pensar em complicações quando a febre persistir: • Pneumonia: principal causa de morte. • Otite média aguda: complicação bacteriana + comum. • Encefalite: alta mortalidade • Panencefalite esclerosante subaguda: infecção indolente e progressiva do vírus no SNC. Ocorre cerca de 7 a 10 anos após a infecção inicial. ↑ mortalidade. CONDUTA • Sintomáticos. • Corticoides e imunoglobulina: considerados no tratamento de trombocitopenia que não remite. Prevenção pré-exposição: • Vacina (tríplice e tetraviral). Prevenção pós-exposição: • Bloqueio vacinal. COMPLICAÇÕES • Trombocitopenia pós infecciosa. • Artrite. • Encefalite pós-infecciosa. • Panencefalite progressiva da rubéola. CONDUTA • Suporte: Analgésicos e antipiréticos. • Não precisa de isolamento! COMPLICAÇÕES • Convulsão febril; • Imunodeprimidos: encefalite; CONDUTA • Suporte: Analgésicos e antipiréticos. • Orientações: exantema pode retornar se houver exposição a fatores desencad. • Não precisa de isolamento! • Imunoglobulina intravenosa: imunodeprimidos com anemia crônica e supressão medular. COMPLICAÇÕES Outras manifestações da infecção pelo parvovírus B19. • Artropatia; • Crise aplásica transitória: em pcts com anemia hemolítica crônica. Este pct ainda está eliminando o vírus, (é infectante). • Infecção fetal: insuf cardíaca congestiva e hidropsia fetal não imune. • Miocardite • Síndrome de “luvas e meias”: febre, prurido e edema doloroso e eritema de mãos e pés, com distribuição em “luvas e meias”. CONDUTA VARICELA NÃO COMPLICADA: • Anti-histamínicos e antipiréticos. • Higiene: cortar as unhas VARICELA COM RISCO DE COMPLICAR: • Aciclovir oral: >12a (não gestantes); • Isolamento respiratório e de contato até que todas as lesões estejam em crosta. Prevenção pré-exposição: Vacina. Prevenção pós-exposição: •Bloqueio vacinal: até 5d – após exposição para bloqueio de surto (ambiente hospitalar, creches e escolas) nos suscetíveis > 9 meses e sem contraindicação para vacina. • Imunoglobulina humana antivaricela-zóster: até 96h após exposição para os contactantes suscetíveis de alto risco → imunodeprimidos, grávidas e RNs. COMPLICAÇÕES • Infecção cutânea: + comum – S. aureus e estreptococos do grupo A. • Trombocitopenia • Ataxia cerebelar aguda: distúrbio de marcha, nistagmo e fala arrastada • Pneumonia por varicela • Síndrome de Reye: esteatose hepática com encefalopatia. Associada ao uso de AAS. • Varicela progressiva: principalm. em imunocomprometidos • Sinal de Pastia: acentuação nas pregas flexoras cutâneas. • Descamação fina no corpo e lamelar nas extremidades (acometendo mãos e pés). DIAGNÓSTICO • Clínico • Laboratorial: cultura de orofaringe (padrão ouro) para a identificação do agente. - Strep test; ASLO; Anti- DNAse B CONDUTA • Antipiréticos • Antibiótico: Penicilina Benzatina IM dose única ou Amoxicilina VO 10 d COMPLICAÇÕES • Supurativas: Linfadenite cervical, Abcesso peritonsilar • Não-supurativas: Febre reumática (previnível com atb) - Glomerulonefrite pós estreptocócica COMPLICAÇÕES - Aneurisma de artéria coronária (fase subaguda da doença não tratada) - Artéria descendente anterior e coronária direita. Solicitar ECO ainda na fase aguda no diagnóstico – identificar a complicação: 1º Eco: diagnóstico 2º Eco: fase subaguda (2-3 sem) 3º Eco: fase de convalescença (6-8 sem). 21 Felipe Altimari Tétano • Doença infecciosa grave, causada pela toxina bacteriana (tetanospamina neuroprotease) - Neurotoxina → predileção pelo SNC (placa neuromotora) Notificação compulsória! • Agente infeccioso: Clostridium tetani (anaeróbio e gram +) ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA APRESENTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO • Não ocorre a transmissão entre humanos (não contagiosa); • Infecção a partir de um ferimento (ou terra/ areia contaminada) • Incubação: 5-10 dias (assintomático) Solução de continuidade, Esporo → penetra em um ferimento • Resistente à fervura, mas não à autoclavagem; • Sua forma vegetativa é eliminada com o calor e desinfetantes comuns. ▲Vegetativo → condições de anaerobiose → esporos → produção de toxinas • Esporos presentes em carpetes, solos, fezes de animais – foco tetânico (2 toxinas): tetanolisina e tetanospasmina • Para produção de toxinas é necessário condições de anaerobiose! OBS: Tétato neonatal → mortalidade 90%: contaminação no parto (ao clampear o cordão umbilical) • Usuário de drogas podem se contaminar através da agulha. Caminho da toxina até o SNC: Penetração do Clostridium por uma porta de entrada Musculatura e tecidos perilesionais Produção da toxina em condições de anaerobiose Toxina atinge Junção neuromuscular (transporte axonal retrógrado) Penetra no axônio dos neurônios motores atinge Sistema axonal de transporte retrógrado Corno anterior da medula (manifest. clínicas) Penetração em axônios de neurônios inibitórios mediadores de glicínia e/ou GABA → inibição dos mediadores. Hiperatividade simpática • Hipertonia: ↑ freq. dos disparos do neurônio (neurônios que eram pra estar inibidos) → estado de contração crônica (hipertonia)! • Espasmos: estímulos sensoriais desencadeiam → contrações da musculatura agonista e antagonista → espasmos musculares devido a perda dos mecanismos inibitórios. OBS: interneurônios GABA inibem a contração da musculatura antagonista. Formas clínicas: Tétano neonatal (generalizada óbito) Tétano não neonatal Tétano não neonatal: • Tétano generalizado descendente e ascendente (+ frequente) • Tétano cefálico comprometimento dos pares cranianos (7º, 3º, 6º par) • Tétano localizado (toxina restrita aquela topografia) – na região abdominal simula um quadro de abdome agudo (+ benigna) OBS: Quanto menor o período de incubação – pior o prognóstico. • 15-25% não se acha o foco para o tétano, piorando o prognóstico, pois não se consegue desbridar o foco. Quanto + distante do SNC é o ferimento → maior o tempo de incubação! • Quanto mais prox. ao SNC, < tempo de incubação,> gravidade e mortalidade. - Sintomas de 5 a 10 dias após a infecção (podendo demorar até 50 dias) CLÍNICA • Trismo (contração do masseter, musculatura da mandíbula - limitação de abertura bucal) – geralm. é o 1º a aparecer. • Rigidez de pescoço e costas (dor) • Riso sardônico • Dificuldade de deglutição • Rigidez da musculatura abdominal • Opistótono (não patognomônico) • Clínico, não existe exames laboratoriais que confirmem a doença (positivo apenas em 30%) • Avaliar história, porta de entrada, histórico vacinal • Avaliar sinais clínicos (trismo, riso sardônico, hipertonia...) ACHADOS LABORATORIAIS: • CPK (devido a hipertonia → rabdomiólise) • Pode ter AST ↑ EXAMES LABORATORIAIS PARA ACOMPANHAMENTO: • Hemograma: normal, a não ser em casos de infec secundárias • Bioquímica: uréia e transaminases alteradas em casos graves • Gasometria arterial e eletrólitos: solicitar nas formas graves • RX tórax e coluna: diagnósticar infec pulmonares e fratura de vértebras. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS • Intoxicação por estricnina: ausência de trismo e com relaxamento muscular durante os intervalos dos espasmos. • Meningite: febre alta, ausência de trismo, presença dos sinais de Kernig e Brudzinsky, rigidez nucal, cefaleia e vômito. • Hipocalcemia: espasmos nas extremidades, com sinais de Trousseau e Chevostek presentes. • Intoxicação por metoclopramida e neurolépticos: reação a fármacos antidopaminérgicos (antipsicóticos e antieméticos – plasil) podendo levar ao trismo e hipertonia muscular. INESPECÍFICO • Sempre UTI • Sedação → relaxamento muscular – melhora ventilação do pct; espasmos e a dor da hipertonia • Benzodiazepínicos, midazolam (controle e sedação do pct) • Curare (fitoterápico): controle dos espasmos quando muito severos ou prolongados. • Para disautonomia: nitroprussiato de sódio; volume; dopamina; adrenalina, sulfato de Mg. • Cateter centrar, sonda vesical de demora. • SNG: somente em pcts intubados ou traqueostomizados • limpeza e cuidado da ferida OBS: manutenção do relaxamento muscular: Benzodiazepínicos e Curare. • Para o controle das contrações musculares: Baclofeno intra-tecal • TIG (Imunoglobulina antitetânica humana): 5000 U/IM → eliminar a toxina. • Desbridamento do foco após 1h, com uso de TIG; ou SAT – dose profilática 5000 U e dose terapêutica 20.000 U (perilesional) • Antibioticoterapia: - Metronidazol: adultos 500 mg IV 8/8 h (7- 10d); crianças 7,5 mg IV 8/8 h (7-10d). - Penicilina G cristalina: adultos 2.000.000 UI/dose IV 4/4 h (7-10d); crianças 50.000 – 100.000 UI/Kg/dia IV 4/4 h (7-10d) Resumindo: UTI, sedação, SORO, antibacterianos (fase aguda), limpeza da ferida e vacina 22 Felipe Altimari EPIDEMIOLOGIA • Acomete principalmente países em desenvolvimento, porém vem diminuindo. • Regiões de clima quente: + freq. na primavera e verão. • Principalmente na Índia • Brasil: 500 – 600 casos/ano (norte e nordeste) – Mortalidade: 20 – 35% • ↑ em indivíduos 60 anos – não fazem (normalmente) a cobertura vacinal. ➔ Facilitadores da disseminação: • saneamento básico • Não vacinados • Imunização inadequada Resumindo... Esporos → “porta de entrada” → germinação em forma vegetativa → bactéria ativa → sintetiza → tetanospamina → ligação com terminações nervosas → transporte para o SNC → terminações pré sinápticas dos neurônios inibidores → bloqueia a glicina e GABA → atividade sináptica excitatória → espasmos e hipertonia • Fixação da toxina é irreversível, podendo demorar até 3 sem para se desfazer. • Fisiopatogenia da disautonomia é desconhecida Com a disautonomia o pct não consegue modular seus níveis pressóricos → varia entre hipotensão e hipertensão. • Mortalidade associada a disautonomia SINTOMAS GERAIS • Febre; sudorese; ↑ PAS; taquicardia → sintomas decorrentes da hiperatividade simpática. • O pct mantém o nível de consciência, tem um quadro de hipertonia muscular, associado a espasmos. Além disso, a hipertonia e o espasmo, podem geral paralisia da musc respiratória e diafragmática – insuf respiratório aguda. Espasmos desencadeados por estímulos leves (p.ex. luz ou ruídos) As contrações duram de 3 a 4 semanas e a recuperação pode levar meses Pode levar ao óbito em até 30% dos casos PROGNÓSTICO FATORES DE MAU PROGNÓSTICO • Idade > 70 anos • Incubação < 7 dias • Local de entrada próximo ao SNC • FC > 140 bpm • PA > 140 mmHg • Presença de espasmo graves • T > 38,5ºC VACINAÇÃO Prevenção - O mais importante é a vacinação, focar nos grupos de risco OBS: doença não gera a imunidade, mas se a doença já se instalou não adianta a vacina. Porém, se faz a vacinação para estabelecer imunidade! • Soro anti-tetânico tem ação na hora! 2) Vacina dupla: dura 10 anos • Pode ser infantil ou adulta (DT ou dT) • Dose: 0,5 ml – profunda. - DT: crianças com até 6 a e 11 meses. - dT: crianças a partir de 7 a e adultos; • Mulheres em idade fértil e gestantes – prevenção do tétano neonatal. 1ª dose: 2M + 3 Bac (difteria e coqueluche) 2ª dose: 4M 3ª dose: 6M Reforço: 15 a 18 Meses e depois a cada 10 anos PROFILAXIA Avaliação para profilaxia • Status vacinal prévio • Características do tratamento 1- Ferimento com risco aumentado ou sujo: Fazer vacina se a história vacinal é incerta ou menos de 3 doses; 3 ou mais doses há > de 5 anos 2- Ferimento com risco mínimo ou limpo: Fazer vacina se histórico de vacinação é incerto ou menos de 3 doses; ou 3 ou mais doses sendo a ultimas a > de 10 anos CONDUTA NO ALTO RISCO: Desinfecção da ferida, desbridamento, remoção de corpos estranhos. Profilaxia do tétano acidental SAT (soro antitetânico): Indicado para prevenção e TTO do tétano. • DOSE: Profilática – 5000 UI (crianças e adultos). Tratamento – 20.000 UI → Ambas IM. • A adm de soro e vacina deve ser feitas em sítios anatômicos diferentes. IGHAT (Ig humana antitetânica): Neutralização da toxina. • DOSE: 250 UI/IM. • Imunodeprimidos devem sempre receber IGHAT no lugar da SAT. • RN em situação de risco • RN prematuros com lesões potencialmente tetanogênicas, independente da história vacinal da mãe. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Infecção da ferida (assintomático) 7 – 10 d (incubação) Inibição GABA (Sintomas iniciais: trismo; mialgia; espasmos) 24-72 h SN motor e autônomo desinibido (Espasmos localizados e generalizado; instabilidade CV (bradi ou taqui); ↑ febre e secreções pulmonares) 4 – 6 sem Degradação da toxina (Melhora dos espasmos e recuperação do tônus muscular; melhora dos parâmetros cv). 23 Felipe Altimari Hanseníase • Infecção crônica, que atinge principalmente pele e SN periférico, granulomatosa; - ↑ infectividade e patogenicidade • Agente etiológico: Mycobacterium leprae Afinidade por células do tecido cutâneo e de nervos periféricos; EPIDEMIOLOGIA QUADRO CLÍNICO ESTADOS REACIONAIS • ↑ dos indivíduos são resistentes – são curados sem desenvolver a doença. • O doente multibacilar (HV, DV, DD) é a principal fonte de infecção; • Afeta ambos os sexos (H) e todas as idades; baixa renda, países em desenvolvimento • Predisposição genética; • BR é o 2º país com maior taxa de incidência no mundo. ETIOPATOGENIA O homem é o único reservatório natural do bacilo! • Período de incubação: LONGO: 2 a 40 anos! • Vias aéreas superiores: principal fonte de inoculação e eliminação do bacilo; • A doença apresenta polos estáveis opostos, intercalados por formas instáveis que podem adquirir aspectos clínicos imunológicos de cada um dos polos – depende da resposta imune do hospedeiro. REAÇÃO DE MITSUDA •Inoculação intradérmica - Testa a resposta imunológica do hospedeiro; • Leitura após 28 dias; • Não possui valor diagnóstico – utiliza-se na classificação e prognóstico! → Positiva: tende ao polo tuberculóide – pápulainfiltrada (poucos bacilos); → Negativa: ausência de alteração cutânea. Hanseníase Indeterminada (HI) • Começa com máculas hipocrômicas (manchas esbranquiçadas) anestésicas e com bordas imprecisas; • Lesões únicas ou em pequena qtd; • Pode haver anidrose e/ou alopecia; • Não há comprometimento neural; • Pode evoluir para a cura espontânea, ou para outra forma clínica! Hanseníase Tuberculóide (HT) • Lesão de ↑ resistência à infecção pelo M. leprae; • Resposta Th1 (CD4), imunidade celular (↑↑ citocinas: IL2, linfotoxina (TNF β), Interferon gama, IL12, IL17) – poucos bacilos → paucibacilar Lesão anular circular, borda delimitada, borda em relevo endurada, hipoanestésica ou anestésica (< 5 lesões) • Lesões cutâneas e/ou neurais, bem delimitadas, em nº reduzido; • Borda infitrada, eritemotosa-acastanhada; • Anidrose, alopecia e hipo ou anestesia local. • Pode haver espessamento neural próximo à lesão – alteração de sensibilidade na área do trajeto nervoso. Reação de Mitsuda positiva! Hanseníase Virchowiana (HV) • múltiplas lesões e nódulos, simétrica (madarose) • Polo de baixa resistência imunológica ao bacilo – excessiva multiplicação bacilar (> 5 bacilos) → Resposta imunológica humoral (Th2, CD8, IL-4, IL 5 e IL-10) • Evolução insidiosa; • Infitração progessiva e difusa da pele, mucosas, VAS, olhos, testículos, nervos; podendos afetar linfonodos, fígado e baço (hepatoesplenomegalia). • Lesões na pele: máculas, pápulas, tubérculos e nódulos eritêmato viláceos – infiltração + acentuada na face e membros → aspecto facies leonina • Lesões ricas em bacilos – hansenomas! • Nervos periféricos espessados à palpação – auriculares, radiais, ulnares, medianos, fibulares comuns e tibiais posteriores. → hipoestesia: destruição dos nervos periféricos. Reação de Mitsuda negativa! Hanseníase Dimorfa • Tipo mais comum! • Sua evolução depende da eficácia do TTO • Quadro clínico intermediário entre os dois pólos → coexistem lesões características da HT e HV; → Dimorfos tuberculódes: lesões cutâneas assimétricas, porém em ↑ nº., limites imprecisos; superfícies lisas e brilhantes. → Dimorfos Virchowianos: multiplas lesões elevadas eritematosas, tendem a uma maior simetria; menos lisas e brilhantes. → Dimorfo dimorfo: lesões faveolares (foto); • transição de deteriorização de DT ou melhora de DV; • pode transmitir; Reação de Mitsuda negativa! Episódios inflamatórios que podem ou não ter relação com o TTO REAÇÃO REVERSA – TIPO 1 • Reação de hipersensibilidade tardia aos antígenos do M. leprae • Hanseníase Dimorfa – (tuberculóide ou Virchoviana), não existe na forma pura; • Evolui para comprometimentos neurológicos (n. ulnar) e TTO (corticoide) em < 24 horas para evitar sequela • Th1, CD4, Interferon gama REAÇÃO REVERSA – TIPO 2 (Eritema Nodoso Hansênico) • Imunocomplexos circulantes Reação intensa • Pcts Multibacilares V ou DV; • Febre ↑, neurite, edema, pápulas e nódulos doloros difusos; Adenomegalias, hepatomegalias; óbito • ↑ de provas de ativ. Inflamatória aguda. • Th2, CD8, TNFα (IL4, IL-5 e IL10) DIAGNÓSTICO • Inicialmente clínico; • Pesquisa de sensibilidade: térmica, dolorosa e tátil; • Prova da histamina: o esperado é se formar um eritema reflexo, devido ao estímulo das terminações nervosas, mas em pcts hansênicos não se forma → comprometimento das terminações nervosas! • Teste da pilocarpina: injeção intradérmica. Normalmente ocorre sudorese na área da picada. Nas lesões hansênicas ocorre anidrose. • Baciloscopia: ↑ utilizado. Negativa: HI e HT; Positiva: HV E HD TRATAMENTO FORMAS DIMÓRFICA E VIRCHOWIANAS RECOMENDAÇÃO DA OMS Esquema tríplice: por 12 meses Rifampicina 600 mg/dia 1 x por mês Dapsona 100 mg/dia, Clofazimina 300 mg/1 x por mês e 50 mg/dia Paucibacilar: • Uma dose mensal supervisonada de 600 mg de Rifampicina + 100 mg Dapsona • Em casa:Dapsona 100 mg /1x dia → Durante 6 meses: 6 cartelas em 9 meses. Multibacilar: • Uma dose mensal supervionada de 600 mg de Rifampicina + 100 mg de Dapsona + 300 mg de Clofazimina. • Em casa: 100 mg de Dapsona e 50 mg de Clofazimina / 1x dia → Durante 12 meses: 12 cartelas em 18 meses. 24 Felipe Altimari HANSENÍASE Hanseníase: doença crônica afetando principalmente a pele, SN periférico, trato respiratório alto, olhos e testículos causada pelo bacilo álcool ácido resistente Mycobacterium leprae. Não tratada sequelas com deformidades características. Há transmissão da doença por contato prolongado. Reconhecida na maior parte das culturas, associada a estigma social. Registros na Índia em 500 A.C. Falou mais o Senhor a Moisés e a Arão dizendo: O homem, quando na pele de sua carne houver inchação ou pústula, ou empola branca, que estiver na pele de sua carne como praga de lepra, então, será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes. E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pelo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele de sua carne, praga da lepra é, vendo- o, o declarará imundo. Etiologia - M. leprae. Genoma conhecido 4 Cepas identificadas Explicações metabólicas para parasitismo intracelular Dependência do hospedeiro para suporte bioquímico Contudo, 150 anos depois uma das poucas bactérias não cultivável em meio de cultura de laboratório. M. leprae inocula-se nas almofadas dos pés de ratos de laboratório para conseguir determinar resistência a terapêutica antimicrobiana específica. Tatu também, uma espécie com 9 anéis pode abrigar o M. Leprae em grandes quantidades e o musgo esfagno – musgo usado como adubo e em xaxins; adubo para plantas carnívoras. Parede celular do M. leprae glicolipídio fenólico, trissacarídeo liga-se a membrana basal das células de Schwann agressão dos nervos periféricos. Outro agente causal: micobactéria identificada mais recentemente: Mycobacterium lepromatosis geneticamente similar. Identificado em tecidos de pequeno número de pacientes no México com forma Virchowiana e em hospitais dedicados do Canadá e Singapura. Ainda não está claro se causa doença independentemente, alguns pacientes portavam ambas as micobacterias. Felizmente é sensível a dapsona, rifampicina e fluoroquinolonas Epidemiologia Países em desenvolvimento: áreas da Ásia, África, América Latina - México, costa do Pacífico, Pacífico. África maior prevalência x Ásia maior número de casos. 80% dos pacientes do mundo estão na Índia, China, Mianmar, Indonésia, Brasil, Madagascar e Nepal. Trio maravilha: Índia, Brasil, Indonésia. No mundo: entre 600 mil a 8 milhões de indivíduos afetados. Brasil: Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará e Piauí; superado hoje apenas pela Índia em número de casos. 2017 26 mil casos novos. Baixa renda e residência rural. Imunidade natural muito prevalente. Início na 2ª e 3ª década da vida. Em geral um pouco mais frequente em homens. Forma Virchowiana: 2 vezes mais frequente em homens; raramente em crianças Frequência das formas polares nos diferentes países: muito variável e em parte determinada geneticamente Alguns tipos de HLA são conhecidos pela associação com tipos específicos de evolução. Índia e África 90% dos casos forma tuberculóide. Sudoeste da Ásia: 50% tuberculóide, 50% Virchowiana. México 90% forma Virchowiana. Brasil forma multibacilares mais prevalentes: 20% tuberculoide; 80% dimórfica Virchowiana e Virchowiana. TRANSMISSÃO - MANEIRA INCERTA. GOTÍCULAS NASAIS: as de pacientes com forma Virchowiana podem conter 10 milhões de bacilos (espirro 10 bilhões de bacilos). PCR para IgA anti m leprae e genes de m leprae: Em indivíduos de áreas endêmicas sem sinais da doença. 19% dos contatos de pacientes com forma Virchowiana. CONTATO COM SOLO INFECTADO: Doença de área rural Tatuagem pode transmitir (inoculação direta)
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