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MODELO DA AÇÃO REVISIONAL FGTS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO ____ JUIZADO ESPECIAL 
FEDERAL _____________DO RIO DE JANEIRO/RJ 
 
 
 
FULANO DE TAL, brasileiro, estado civil, profissão, cpf, 
rg, residente e domiciliado na xxxxxxx, CEP: xxxxxxxx., endereço eletrônico: 
xxxxxxxxxxxxxx, vem, a presença de Vossa Excelência, por seu advogado, instrumento de 
mandato anexo, com endereço profissional na xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, propor a presente 
 
AÇÃO REVISIONAL C/C COBRANÇA DE DIFERENÇAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO 
FGTS – TR 
 
em face de CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, instituição financeira sob a forma de empresa 
pública, dotada de personalidade jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 
00.360.305/0001-04, com sede no Rio de Janeiro na Avenida Rio Branco, nº 174, Centro, Rio 
de Janeiro/RJ, CEP: 20.040-007, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
I. DOS FATOS 
 
A parte Autora possui vínculo trabalhista pelo regime da CLT através da 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, inscrito no PIS nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx na CEF sendo 
efetuados depósitos contínuos pela empregadoras, conforme docs. em anexo. 
O presente processo trata de questão de extrema importância para milhões de 
trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. 
Como é cediço, o FGTS foi criado na década de 1960 para proteger o trabalhador, 
como sucedâneo da antiga estabilidade decenal. É constituído por valores depositados pelas 
empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrimônio. 
Consta do sítio eletrônico da Caixa Econômica Federal que o FGTS hoje financia 
programas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana. 
O FGTS é regido pelas disposições da Lei n°8.036/90, por normas e diretrizes 
estabelecidas por seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econômica Federal. 
 
 
 
Além das referidas atribuições, incumbe à Caixa Econômica Federal realizar a 
correção monetária dos fundos de todos os trabalhadores, bem como remunerá-los com 
juros, nos termos dos caputs dos artigos 2º e 13 da Lei n. 8.036/90, in verbis: 
 
 “Art. 2° O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a 
que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo 
ser aplicadas com atualização monetária e juros, de modo a 
assegurar a cobertura de suas obrigações.” 
(...) 
Art.13. “Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão 
corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para 
atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização 
juros de 3% ao ano” (grifo nosso). 
 
Ressalte-se que o parâmetro fixado para a atualização dos depósitos dos saldos de 
poupança e, consequentemente, dos depósitos do FGTS é a Taxa Referencial- TR, conforme 
prescrevem os arts.12 e 17 da lei n° 8.177/91, com redação da Lei n °12.703/2012, cuja 
dicção é a seguinte: 
Art. 12. Em cada período de rendimento, os depósitos de poupança 
serão remunerados: 
I - como remuneração básica, por taxa correspondente á acumulação 
das TRD, no período transcorrido entre o dia do último crédito de 
rendimento, inclusive, e o dia do crédito de rendimento, exclusive: 
II • como remuneração adicional, por juros de: (Redação dada pela Lei 
n° 12.703. de 2012). 
a) 0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, enquanto a meta da taxa 
Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% 
(oito e cinco décimos por cento); ou (Redação dada pela Lei n° 
12.703, de 2012). 
b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo 
Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de início do 
período de rendimento, nos demais casos. (Redação dada pela Lei 
n° 12.703/2012). 
(...) 
Art. 17 A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo 
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) passam a ser remunerados 
pela taxa aplicável à remuneração básica dos depósitos de poupança 
com data de aniversário no dia 1°, observada a prioridade mensal para 
remuneração. 
Parágrafo único. As taxas de juros previstas na instalação em vigor 
do FGTS são mantidas e consideradas como adicionais à 
remuneração prevista neste artigo. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11330071/artigo-2-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11327070/artigo-13-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
 
 
 
 
Ocorre que, não obstante figurar como operadora do FGTS, a instituição financeira 
demandada não vem aplicando, de forma correta, a atualização monetária das contas 
vinculadas ao FGTS dos trabalhadores ora substituídos, uma vez que o parâmetro fixado para 
correção – estabelecido nos artigos 12 e 17 da Lei n. 8.177, de 1º de março de 1991 – não 
promove a efetiva atualização monetária desde 1999, se distanciando sobremaneira dos 
índices oficiais de inflação. 
Tal fato vem causando grave prejuízo aos trabalhadores, os quais, conforme perícia contábil 
anexa, tiveram efetivas perdas em suas contas vinculadas ao FGTS por conta da ausência de 
real correção monetária dos créditos nelas depositados, o que não se pode admitir, diante da 
inequívoca perda do valor da moeda depositada no fundo criado para proteção dos 
trabalhadores. 
Dessa forma, impõe-se ao Poder Judiciário que, reconhecendo a ilegalidade da aplicação da 
taxa referencial às contas do FGTS dos substituídos, determine à Caixa a correta 
recomposição dos créditos depositados nas referidas contas, nos termos da fundamentação a 
seguir, bem como que efetue o pagamento das respectivas diferenças, a serem apuradas em 
liquidação de sentença. 
Na esteira do que foi deduzido, um quadro comparativo entre os percentuais da TR. INPC e 
IPCA desde 1997, os depósitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores estão 
perdendo poder de compra notadamente a partir de 1999. 
 
II. DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 
Conforme descrito, o artigo 7º da Lei n. 8.036/90 delega à Caixa Econômica Federal a 
qualidade de agente operador do FGTS, e disso decorre sua legitimidade para figurar no polo 
passivo da demanda. Ademais, como a presente ação discute a aplicação de índices de 
correção monetária do referido fundo, aplica-se a Súmula n. 249 do Superior Tribunal de 
Justiça, in verbis: 
STJ Súmula nº 249 - 24/05/2001 - DJ 22.06.2001 Caixa Econômica Federal - 
Legitimidade Passiva - Correção Monetária do FGTS A Caixa Econômica Federal tem 
legitimidade passiva para integrar processo em que se discute correção monetária do FGTS. 
Da mesma forma, o referido Tribunal reconhece que a questão está pacificada em seu 
âmbito, conforme se verifica no julgado a seguir colacionado: 
AÇÃO RESCISÓRIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORREÇÃO DOS 
SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFERENÇAS DE 
EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. TEMA JÁ PACIFICADO NO STJ. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11335638/artigo-12-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11335209/artigo-17-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104105/lei-de-desindexacao-da-economia-lei-8177-91
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11328417/artigo-7-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
 
 
 
PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 1. A matéria referente à correção 
monetária das contas vinculadas ao FGTS, em razão das diferenças 
de expurgos inflacionários, foi decidida pela Primeira Seção deste 
Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - 
PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gonçalves, ambos 
submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução n. 8/08 
do STJ, que tratam dos recursos representativos da controvérsia, 
publicados no DJe de 4.3.2010. [...] Quanto às demais preliminares 
alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o 
entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da 
atualizaçãomonetária dos saldos das contas vinculadas do 
FGTS, a legitimidade passiva ad causam é exclusiva da Caixa 
Econômica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclusão da 
União e dos bancos depositários (Súmula 249/STJ). (AR 1.962/SC, 
Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, Julgado em 
08/02/2012, DJe 27/02/2012 – grifou-se). 
Neste sentido, consoante entendimento já consolidado na jurisprudência pátria, e 
conforme emerge da lei, é incontroverso que a Caixa Econômica Federal é parte legítima para 
figurar no polo passivo da presente demanda. 
 
III. DA INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO 
Antes de adentrar no âmago da questão, cabe destacar que o prazo prescricional para 
invocar o direito ora pleiteado é trintenário, conforme já pacificado perante Superior Tribunal 
de Justiça, conforme teor da Súmula 210: "A ação de cobrança das contribuições para o 
FGTS prescreve em (30) trinta anos". 
Para não restarem quaisquer dúvidas, cita-se recente julgado proferido pelo referido Tribunal: 
RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. FGTS. CORREÇÃO DOS 
SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFERENÇAS DE 
EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. TEMA JÁ JULGADO PELO REGIME 
DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLUÇÃO N. 8/08 DO STJ, QUE 
TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE 
CONTROVÉRSIA. [...] 
Outrossim, não deve prevalecer a interpretação da recorrente quanto à 
ocorrência de prescrição quinquenal, pois este Tribunal já decidiu 
que é trintenária a prescrição para cobrança de correção 
monetária de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das Súmula 
210/STJ: "A ação de cobrança das contribuições para o FGTS 
prescreve em (30) trinta anos". 
(REsp 1150446/RJ, rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda 
Turma, julgado em 10-08-2010, DJe 10-09-2010 - grifou-se.). 
Portanto, verifica-se de plano que a pretensão coletiva ora formulada não está 
alcançada pela prescrição trintenária citada, tendo em vista que, conforme o laudo anexo, os 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
 
 
 
créditos das contas vinculadas ao FGTS dos substituídos passaram a ser erroneamente 
corrigidos pela taxa referencial a partir de 1999. 
IV. DO DIREITO DE REVISÃO DO SALDO DO FGTS 
a) Correção monetária do FGTS 
A Lei n. 8.036/90, que rege o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, contempla 
expressamente a obrigatoriedade de atualização monetária sobre os saldos das contas 
vinculadas ao referido fundo, dispondo, no caput do seu artigo 2º: 
Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a 
que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo 
ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a 
assegurar a cobertura de suas obrigações. 
O artigo 13° da legislação supracitada determina que os depósitos nas contas 
vinculadas deverão ser “corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para 
atualização dos saldos dos depósitos de poupança”. Atualmente, os depósitos de poupança 
são corrigidos pela taxa referencial, nos termos dos artigos 12º e 17° da Lei n. 8.177, de 1º de 
março de 1991: 
Art. 12º. Em cada período de rendimento, os depósitos de poupança 
serão remunerados: 
1. como remuneração básica, por taxa correspondente à acumulação 
das TRD, no período transcorrido entre o dia do último crédito de 
rendimento, inclusive, e o dia do crédito de rendimento, exclusive; 
2. como remuneração adicional, por juros de: (Redação dada pela Lei 
n º 12.703, de 2012) 
3. 0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, enquanto a meta da taxa 
Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% 
(oito inteiros e cinco décimos por cento); ou (Redação dada pela Lei n 
º 12.703, de 2012) 
4. 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo 
Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de início do 
período de rendimento, nos demais casos. (Redação dada pela Lei n º 
12.703, de 2012) [...] 
Art. 17º. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo 
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) passam a ser remunerados 
pela taxa aplicável à remuneração básica dos depósitos de poupança 
com data de aniversário no dia 1º, observada a periodicidade mensal 
para remuneração. 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11330071/artigo-2-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11335638/artigo-12-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11335209/artigo-17-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104105/lei-de-desindexacao-da-economia-lei-8177-91
 
 
 
Parágrafo único. As taxas de juros previstas na legislação em vigor 
do FGTS são mantidas e consideradas como adicionais à 
remuneração prevista neste artigo. 
 
Da mesma forma, o artigo 1º da Lei n. 8.177/91 determina os parâmetros para cálculo 
da TR: 
Art. 1º. O Banco Central do Brasil divulgará Taxa Referencial (TR), 
calculada a partir da remuneração mensal média líquida de 
impostos, dos depósitos a prazo fixo captados nos bancos 
comerciais, bancos de investimentos, bancos múltiplos com 
carteira comercial ou de investimentos, caixas econômicas, ou 
dos títulos públicos federais, estaduais e municipais, de acordo 
com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional, 
no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado 
Federal. 1º (revogado) 
Art. 2º. As instituições que venham a ser utilizadas como bancos de 
referência, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do País, 
classificadas pelo volume de depósitos a prazo fixo, estão obrigadas a 
fornecer as informações de que trata este artigo, segundo normas 
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, sujeitando-se a 
instituição e seus administradores, no caso de infração às referidas 
normas, às penas estabelecidas no art. 44 da Lei nº 4.595, de 31 de 
dezembro de 1964. 
Art. 3º. Enquanto não aprovada a metodologia de cálculo de que trata 
este artigo, o Banco Central do Brasil fixará a TR. (grifamos) 
 
A metodologia a que se refere o § 3º acima transcrito já foi definida pelo Banco Central 
e pelo Conselho Monetário Nacional, e hoje está vigente na forma da Resolução n. 3.354, de 
31 de março de 2006, em anexo. Entretanto, conforme será demonstrado, a taxa referencial 
não serve como índice de correção monetária, nem sequer vem atualizando os valores das 
contas do FGTS, consoante determina a lei que o rege. 
A correção monetária pode ser conceituada como um ajuste feito periodicamente em 
determinados valores, objetivando compensar a perda de valor da moeda em circulação, por 
meio da observância dos índices de aumento de preço em determinada economia. Busca-se, 
efetivamente, adequar o valor nominal da moeda ao valor real, fazendo com que, ainda que 
os preços subam, o dinheiro em posse do indivíduo permita adquirir a mesma quantidade de 
produto. 
Desde 1960 diversos índices de correção monetária foram criados, até a entrada em 
vigor da Medida Provisória n. 294, de 31 de janeiro de 1991, que posteriormente se 
transformou na Lei n. 8.177, de 1º de março de 1991. Por ela, o Governo Collor pretendeu 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11336720/artigo-1-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104105/lei-de-desindexacao-da-economia-lei-8177-91
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11661193/artigo-44-da-lei-n-4595-de-31-de-dezembro-de-1964
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034504/lei-da-reforma-bancária-lei-4595-64
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/108780/medida-provisoria-294-91
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104105/lei-de-desindexacao-da-economia-lei-8177-91
 
 
 
substituir pela taxa referencial os diversos indexadores tradicionais (ORTN, OTN e BTN), os 
quais eram vinculados ao nível geral de preços. 
Existiu grande discussãodoutrinária ao redor da taxa referencial, justamente em 
virtude da lei que a criou. Afinal, no artigo 39 da Lei n. 8.177/91, a TR é tratada como taxa 
de juros, enquanto que no artigo 18 do mesmo diploma legal ela é tida como indexador. 
Entretanto, não se pode confundir os dois conceitos. As taxas de juros têm como 
objetivo remunerar a disposição do capital, ou seja, quando um indivíduo entrega o seu 
capital em benefício de uma instituição financeira, ou vice-versa, deve haver remuneração 
pela possibilidade do uso do dinheiro. Os indexadores, por sua vez, estão relacionados à 
variação dos preços no mercado, e visam corrigir os efeitos inflacionários em 
determinada economia. 
O Supremo Tribunal Federal, ao enfrentar o tema da natureza jurídica da taxa 
referencial, na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 493- 0/DF chegou à seguinte 
conclusão: 
A Taxa Referencial (TR) não é índice de correção monetária, pois, 
refletindo as variações do custo primário da captação dos 
depósitos a prazo fixo, não constitui índice que reflita a variação 
do poder aquisitivo da moeda.(grifamos) 
Nessa oportunidade, o Supremo Tribunal Federal entendeu que a taxa referencial 
tinha natureza de taxa de juros, e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n. 8.177/91, cujo 
texto original estabelecia que os saldos devedores e as prestações dos contratos integrantes 
do SFH deveriam ser atualizados pela taxa aplicável à remuneração básica dos depósitos de 
poupança. 
Da ementa da referida Ação Direta de Inconstitucionalidade extrai- se o seguinte teor: 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. - Se a lei alcançar 
os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, será 
essa lei retroativa (retroatividade mínima) porque vai interferir na 
causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no 
artigo 5, XXXVI, da Constituição Federal se aplica a toda e qualquer lei 
infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito público e 
lei de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei dispositiva. 
Precedente do S.T.F.. - Ocorrência, no caso, de violação de direito 
adquirido. A taxa referencial (TR) não e índice de correção 
monetária, pois, refletindo as variações do custo primário da 
captação dos depósitos a prazo fixo, não constitui índice que 
reflita a variação do poder aquisitivo da moeda. Por isso, não há 
necessidade de se examinar a questão de saber se as normas que 
alteram índice de correção monetária se aplicam imediatamente, 
alcançando, pois, as prestações futuras de contratos celebrados no 
passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11333396/artigo-39-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104105/lei-de-desindexacao-da-economia-lei-8177-91
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11334860/artigo-18-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11334860/artigo-18-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104105/lei-de-desindexacao-da-economia-lei-8177-91
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729579/inciso-xxxvi-do-artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729579/inciso-xxxvi-do-artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
 
 
 
Magna. - Também ofendem o ato jurídico perfeito os dispositivos 
impugnados que alteram o critério de reajuste das prestações nos 
contratos já celebrados pelo sistema do Plano de Equivalência Salarial 
por Categoria Profissional (PES/CP). Ação direta de 
inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a 
inconstitucionalidade dos artigos 18, "caput" e parágrafos 1 e 4; 20; 21 
e parágrafo único; 23 e parágrafos; e 24 e parágrafos, todos da Lei 
8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA 
ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP- 
14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-
00724) 
Pois bem. É público e notório que, apesar de nunca ter sido fixada em percentual 
correspondente à inflação, a TR sempre esteve em patamares próximos do INPC e IPCA, 
pois o redutor aplicado à taxa referencial era razoável e visava, efetivamente, corrigir o valor 
do capital. 
Não bastasse, a análise do gráfico do parecer em anexo demonstra que os 
rendimentos dos depósitos vinculados às contas do FGTS foram inferiores aos índices 
inflacionários. Esse desempenho insatisfatório tem ligação direta com a vinculação do FGTS 
à taxa referencial. Percebe-se, pelo gráfico, que a partir de 1999 o índice da TR deixou de 
crescer no mesmo ritmo dos demais indexadores, evidenciando que não está havendo a 
efetiva correção monetária nos termos da lei. 
A análise do gráfico demonstra que, até o ano de 1999, a TR evoluiu em taxas 
semelhantes às do INPC e do IPCA, em um mesmo patamar de crescimento. A partir daquele 
ano, contudo, o INPC e IPCA continuaram no mesmo ritmo de crescimento, mas a TR teve 
seu crescimento desacelerado, chegando praticamente à estagnação em 2012. 
A alteração na evolução dos indicadores da TR não está relacionada exclusivamente 
às oscilações na economia, mas principalmente à metodologia de cálculo que vem sendo 
adotada pelo Banco Central, o qual tem por lei (artigo 1º da Lei n. 8.177/91 e artigo 5º da Lei 
n. 10.192/01) a atribuição de regulamentação a metodologia de cálculo da TR. 
A referida instituição passou a calcular a TR a partir da remuneração mensal média 
dos certificados e recibos de depósito bancário (CDB/RDB), emitidos pelas 30 maiores 
instituições financeiras (a partir da Resolução n. 4.240, de 28 de junho de 2013, esse número 
passou a ser de 20) e de um redutor R, esse determinado por resolução do Conselho 
Monetário Nacional, independentemente de qualquer previsão legal. 
Afinal, a lei que rege o FGTS é clara ao garantir, em seu artigo 2º, a atualização 
monetária e os juros dos fundos vinculados. Quando a TR é igual a zero, em virtude do 
referido redutor, ou desproporcional em relação à inflação, há violação ao mencionado 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11336720/artigo-1-da-lei-n-8177-de-01-de-marco-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104105/lei-de-desindexacao-da-economia-lei-8177-91
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11136117/artigo-5-da-lei-n-10192-de-14-de-fevereiro-de-2001
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/101216/lei-10192-01
 
 
 
dispositivo de lei, e o patrimônio constituído pelo trabalhador é subtraído e indevidamente 
utilizado pela empresa pública que tem o dever legal de administrá-lo. 
A Caixa Econômica Federal está efetivamente confiscando o patrimônio dos 
trabalhadores, tornando o FGTS um fundo sem recomposição inflacionária dos recursos, 
fazendo-o perder seu poder de compra. O trabalhador está subsidiando as políticas públicas 
atualmente vigentes, em virtude do redutor que vem sendo costumeiramente aplicado pelo 
Banco Central e que impede a recomposição adequada do referido fundo. 
Como foi visto, a metodologia estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional sofreu 
modificações ao longo dos anos, mas a partir da Resolução n. 2.437, de 30 de outubro de 
1997, a TR passou a ser calculada com base na Taxa Básica Financeira e um redutor. A 
Resolução n. 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte (redação dada pela 
Resoluçãon. 4.240, de 28 de junho de 2013): 
Art. 1º. Para fins de cálculo da Taxa Básica Financeira (TBF) e da 
Taxa Referencial (TR), de que tratam os arts. 1º da Lei nº 8.177, de 1º 
de março de 1991, 1º da Lei nº 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5º da 
Lei nº 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constituída 
amostra das 20 maiores instituições financeiras do País, assim 
consideradas em função do volume de captação efetuado por meio de 
certificados e recibos de depósito bancário (CDB/RDB), com prazo de 
30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, 
entre bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e 
caixas econômicas. (Redação dada pela Resolução nº 4.240, de 
28/6/2013.) art. 1º. Para efeito daconstituição da amostra referida 
neste artigo, devem ser considerados: 
1. como uma única instituição financeira, o conjunto de instituições de 
um mesmo conglomerado financeiro, nos termos do conceito 
estabelecido no Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro 
Nacional (COSIF); 
2. os somatórios dos valores de captação de CDB/RDB ao longo de 
cada semestre 
p. 2º. O Banco Central do Brasil deve constituir a amostra de que trata 
este artigo até o décimo quinto dia útil dos meses de janeiro e julho, 
para vigorar a partir dos dias 1º de fevereiro e 1º de agosto de cada 
ano. 
Art. 2º A TBF e a TR são calculadas a partir da remuneração mensal 
média dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com 
prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informações 
prestadas pelas instituições integrantes da amostra de que trata o art. 
1º, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. 
Art. 4º Para cada dia do mês - dia de referência -, o Banco Central do 
Brasil deve calcular a TBF, para o período de um mês, com início no 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104105/lei-de-desindexacao-da-economia-lei-8177-91
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/108749/lei-8660-93
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/101216/lei-10192-01
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
 
 
 
próprio dia de referência e término no dia correspondente ao dia de 
referência no mês seguinte, considerada a hipótese prevista no § 2º, 
inciso IV. [...] 
Art. 5º Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 
4º, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplicação de um 
redutor R, de acordo com a seguinte fórmula: 
Ora, dessa metodologia estabelecida pelo Banco Central e pelo 
Conselho Monetário Nacional constata-se que a TBF e a TR são 
exatamente iguais em sua formação até o momento em que se 
estabelece a aplicação de um redutor à TBF para se chegar à TR. 
Como decorrência dessa intervenção do Banco Central na 
metodologia de cálculo, a TR deixou de refletir, a partir de 1999, as 
taxas de inflação do mercado financeiro, e, por conseguinte, o FGTS 
também deixou de remunerar corretamente os depósitos vinculados a 
cada trabalhador. 
Os danos ocasionados aos assalariados em virtude da indexação do FGTS ao TR são 
graves e evidentes. Mesmo com a incidência de juros de 3% ao ano, desde 2002 o Fundo de 
Garantia por Tempo de Serviço vem rendendo menos que a inflação. 
Desse modo, o dinheiro pertencente aos trabalhadores não está sofrendo correção 
monetária. Mesmo com a incidência de juros, o crescimento está abaixo da inflação. Ademais, 
ainda que se diga que a aplicação do redutor pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário 
Nacional seja legal, sua redução a zero e um cenário de inflação que varia de 5% a 6% ao 
ano, configura evidente afronta ao artigo 2º da Lei n. 8.036/90, que obriga a instituição a 
proceder a adequada correção monetária. 
b) Dos prejuízos para os trabalhadores 
Como foi visto, a ausência de correção monetária em virtude da aplicação da TR como 
indexador vêm tornando o FGTS um fundo iníquo, já que não acompanha os índices de 
inflação. Os valores ali depositados, com o passar dos anos, perdem seu poder de compra, 
impossibilitando que o trabalhador usufrua do valor econômico a que efetivamente tem direito. 
Sabe-se que os recursos vinculados à conta do FGTS pertencem ao trabalhador, e, 
conforme visto, devem ser atualizados mediante incidência de correção monetária e juros. 
Aliás, é o que se extrai do próprio sítio do Governo Federal 
(http://www.fgts.gov.br/trabalhador,acesso em 15.10.2013): 
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS foi criado em 1967 pelo Governo 
Federal para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de 
contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o 
primeiro depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos depósitos mensais 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11136146/artigo-4-da-lei-n-10192-de-14-de-fevereiro-de-2001
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11330071/artigo-2-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
http://www.fgts.gov.br/trabalhador
 
 
 
efetivados pelo empregador, equivalentes a 8,0% do salário pago ao empregado, 
acrescido de atualização monetária e juros. 
Com o FGTS, o trabalhador tem a oportunidade de formar um patrimônio, que pode 
ser sacado em momentos especiais, como o da aquisição da casa própria ou da 
aposentadoria e em situações de dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa 
causa ou em caso de algumas doenças graves. 
Sabe-se, ainda, que apesar de ser proprietário dos recursos vinculados à sua conta do 
FGTS, o trabalhador não pode dispor livremente de tais valores, pois o saque está vinculado 
às hipóteses previstas na legislação. Da mesma forma, o trabalhador não pode utilizar o 
montante que possui para investir em aplicações mais rentáveis. Ou seja, ele é obrigado a se 
submeter a políticas econômicas e sociais que lhe são altamente prejudiciais. 
Ocorre, contudo, que com a aplicação da TR como indexador dos valores depositados 
nas contas vinculadas ao FGTS o trabalhador tem a real sensação de que “está perdendo 
dinheiro”. Por mais que faça um planejamento de aquisição de casa própria, por exemplo, no 
momento do saque o trabalhador constatará que o valor dos imóveis e da inflação cresceram 
muito mais que os valores em sua conta vinculada, em termos percentuais. 
Trata-se de real apropriação, pela Caixa Econômica Federal, do montante depositado 
nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores. Os referidos valores acabam não só 
financiando os programas de habitação popular e outros programas sociais, mas sim 
subsidiando-os. 
O crescimento dos saldos das contas vinculadas abaixo da inflação (mesmo com a 
incidência dos juros de 3% ao ano que, conforme foi visto, acabam por perder seu caráter de 
remuneração pela disposição de capital e apenas atenuar a correção monetária não 
realizada) gera uma situação de confisco por parte do Governo Federal, feito através da 
instituição financeira ré. 
E além de confiscar o patrimônio do trabalhador, a Caixa Econômica Federal obtém 
altíssimas taxas de lucro ao emprestar os mesmos valores a juros abusivamente mais 
elevados, muitas vezes para o próprio trabalhador que teve seu patrimônio confiscado, por 
meio do Sistema Financeiro de Habitação. 
Explica-se: muitas vezes o trabalhador faz um planejamento para adquirir a casa 
própria dentro de alguns anos. Passado esse tempo, contudo, o trabalhador percebe que, em 
termos percentuais, seu saldo no FGTS não cresceu da mesma forma que a inflação e os 
preços dos imóveis em sua região. 
 
 
 
Diante desse quadro, o trabalhador saca seu dinheiro – menos do que tinha direito – e 
o restante financia – na maioria das vezes com a própria Caixa Econômica Federal, que é 
uma das instituições financeiras que mais se utiliza dos fundos do SistemaFinanceiro de 
Habitação. 
Ou seja, a Caixa Econômica Federal utiliza o montante que deveria ter sido repassado 
aos trabalhadores a título de correção monetária para emprestá-lo ao mesmo trabalhador. Ela 
se apropria dos valores ao não efetuar o repasse da correção monetária e depois os 
empresta, a taxas de juros que estão entre as maiores do mundo, aos mesmos trabalhadores 
que, efetivamente, são donos daquele dinheiro. Essa prática não pode se perpetuar! 
Se os depósitos vinculados à conta do FGTS tivessem sido regularmente corrigidos, é 
bem provável que o trabalhador não precisaria endividar-se por anos para poder quitar o 
imóvel adquirido, por exemplo. 
c) Índices que corrigem monetariamente 
Como foi visto, desde 1999, com a metodologia adotada pelo Banco Central do Brasil, 
a TR não vem mais corrigindo monetariamente os depósitos vinculados às contas de FGTS. 
Ora, se a TR não pode ser considerada um indexador idôneo, é necessário substituí-la por 
outro índice que, efetivamente, dê cumprimento aos preceitos do artigo 2º da Lei n. 8.036/90. 
Sabe-se que o salário mínimo do trabalhador brasileiro é corrigido pelo INPC, índice 
previsto na Lei n. 12.382, de 25 de fevereiro de 2011, nos seguintes termos: 
Art. 2º. Ficam estabelecidas as diretrizes para a política de valorização 
do salário mínimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem 
aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. 
1º. Os reajustes para a preservação do poder aquisitivo do salário 
mínimo corresponderão à variação do Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Fundação Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, acumulada nos doze 
meses anteriores ao mês do reajuste. 
2º. Na hipótese de não divulgação do INPC referente a um ou mais 
meses compreendidos no período do cálculo até o último dia útil 
imediatamente anterior à vigência do reajuste, o Poder Executivo 
estimará os índices dos meses não disponíveis. 
3º. Verificada a hipótese de que trata o § 2º, os índices estimados 
permanecerão válidos para os fins desta Lei, sem qualquer revisão, 
sendo os eventuais resíduos compensados no reajuste subsequente, 
sem retroatividade. 
4º. A título de aumento real, serão aplicados os seguintes percentuais: 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11330071/artigo-2-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1027059/lei-12382-11
 
 
 
1. em 2012, será aplicado o percentual equivalente à taxa de 
crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, 
para o ano de 2010; 
2. em 2013, será aplicado o percentual equivalente à taxa de 
crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; 
3. em 2014, será aplicado o percentual equivalente à taxa de 
crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e 
4. em 2015, será aplicado o percentual equivalente à taxa de 
crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 
5º. Para fins do disposto no § 4º, será utilizada a taxa de crescimento 
real do PIB para o ano de referência, divulgada pelo IBGE até o último 
dia útil do ano imediatamente anterior ao de aplicação do respectivo 
aumento real. 
Desse modo, utilizou-se o INPC para correção dos salários mínimos justamente para 
preservar o seu poder aquisitivo. Se o salário mínimo é corrigido por esse índice, nada mais 
razoável que corrigir os depósitos vinculados ao FGTS pelo mesmo indexador, justamente por 
decorrerem diretamente do salário do trabalhador. 
Caso não se entenda dessa forma, outro índice que se mostra aplicável e que 
efetivamente produz correção monetária é o IPCA, índice estabelecido pelo Governo Federal 
para medir as metas inflacionárias contratadas com o FMI ou, ainda, outro índice estabelecido 
pelo Juízo, desde que respeitada a correção monetária prevista no artigo 2º da Lei n. 
8.036/90. 
Ademais, o parecer contábil em anexo apresenta comparações interessantes entre a 
correção monetária (não) efetuada pela TR e a correção realizada por outros índices. Verifica-
se, por exemplo, que um trabalhador com salário de R$1.000,00 (mil reais), se tivesse seus 
fundos corrigidos pelo INPC desde 1999, teria uma diferença a receber de R$9.098,56 (nove 
mil e noventa e oito reais e cinquenta e seis centavos). 
Da mesma forma, um trabalhador com o mesmo salário acima especificado, se tivesse 
seus rendimentos corrigidos pelo IPCA desde 1999, teria uma diferença a receber de 
R$8.561,43 (oito mil, quinhentos e sessenta e um reais e quarenta e três centavos). Ou seja, 
a TR é um indexador inidôneo que merece ser substituído para efetivo cumprimento dos 
preceitos da Lei n. 8.036/90. 
d) Juros de mora 
Independentemente da incidência dos juros de capitalização assegurados pela Lei – 
que é de 6% ao ano aos que optaram pelo fundo até a data de 22.09.71 (de acordo com a Lei 
nº 5.107/66 instituidora do FGTS, o artigo 11, parágrafo 3º da Lei 7.839/89 e o artigo 13, § 3º 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11330071/artigo-2-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/110710/lei-do-fundo-de-garantia-do-tempo-de-servico-de-1966-lei-5107-66
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11653509/artigo-11-da-lei-n-7839-de-12-de-outubro-de-1989
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109007/lei-7839-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11327070/artigo-13-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/99689238/parágrafo-3-artigo-13-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
 
 
 
da Lei 8.036/90 e de 3% ao ano para todos os demais (artigo 13, caput da Lei 8.036/90)– as 
diferenças devidas aos substituídos devem ser majoradas com a incidência de juros de mora, 
nos moldes previstos pelo Código Civil. 
 
V. DA SUSPENSÃO DO FEITO EM RAZÃO DA DECISÃO NOS AUTOS DA ADI 5090 
 
 Na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.090/DF, que versa sobre Correção 
Monetária das contas do FGTS, o Exmº Relator Ministro Luís Roberto Barroso determinou a 
suspensão de todos os processos que discutem a mesma matéria até o julgamento definitivo 
da mencionada ADI. Vejamos: 
Considerando: (a) a pendência da presente ADI 5090, que sinaliza que 
a discussão sobre a rentabilidade do FGTS ainda será apreciada pelo 
Supremo e, portanto, não está julgada em caráter definitivo, estando 
sujeita a alteração (plausibilidade jurídica); (b) o julgamento do tema 
pelo STJ e o não reconhecimento da repercussão geral pelo Supremo, 
o que poderá ensejar o trânsito em julgado das decisões já proferidas 
sobre o tema (perigo na demora); (c) os múltiplos requerimentos de 
cautelar nestes autos; e (d) a inclusão do feito em pauta para 
12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspensão de 
todos os feitos que versem sobre a matéria, até julgamento do 
mérito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se. 
Brasília, 6 de setembro de 2019. Ministro Luís Roberto Barroso 
Relator”.(Grifo nosso) 
 Isto posto, considerando que a presente ação versa sobre matéria idêntica e que 
existe é Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI nº 5090 pendente de julgamento com 
determinação de suspensão de todos os processos que versem sobre a correção monetária 
do FGTS, requer o autor que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do processo 
em análise. 
VI. CONCLUSÃO 
 Frente a todo narrado, em primeiro lugar deve ser declarado que a TR – Taxa 
Referencial, não constitui índice de correção monetária porquanto reflete a variação do 
custo primário da captação dos depósitos bancários a prazo fixo, e não a variação do 
custo da moeda, e a declaração do direito dos substituídos de terem os valores que foram e 
que serão depositados em conta vinculada do FGTS, de serem corrigidos monetariamenteconsiderados os índices pleiteados na presente ação. 
 Além disso, os substituídos fazem jus a ter os seus depósitos do FGTS corrigidos 
monetariamente com os índices pleiteados – inclusive sobre os saques eventualmente 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11327070/artigo-13-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/código-civil-lei-10406-02
 
 
 
ocorridos, com o crédito em suas contas das diferenças resultantes, acrescidas dos juros 
garantidos pela própria Lei nº 8.036/90 e os juros de mora. 
 Por fim, as correções em tela devem ser consideradas também naquelas hipóteses em 
que, com o apoio legal (art. 20 da Lei nº 8.036/90) o substituído sacou seu FGTS com a 
continuidade do vínculo empregatício. Em outros termos, os valores sacados que no futuro 
foram ou serão considerados para fins rescisórios, devem também ser corrigidos 
monetariamente pelo índice reconhecido como devido na presente ação (art. 18, § 1º da Lei 
nº 8.036/90 e Resolução do Conselho Curador do FGTS nº 28, de 06.02.91). 
 
VII. DO PROVEITO ECONÔMICO DA LIDE 
 
 Consoante os extratos analíticos da conta de FGTS do Autor, cumpre demonstrar as 
perdas econômicas aqui abordadas de acordo com a planilha organizada anexo. 
 
VIII. DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: 
a) a CITAÇÃO da requerida, na pessoa do seu representante legal, no endereço 
inicialmente indicado para, querendo, apresentar defesa dos termos da lei, 
advertida das sanções de confissão e revelia; 
b) declaração judicial que a TR – Taxa Referencial, não constitui índice de correção 
monetária porquanto reflete a variação do custo primário da captação dos 
depósitos bancários a prazo fixo, e não a variação do custo da moeda; 
c) a SUSPENSÃO DO FEITO com base na ADI 5090; 
d) a CONDENAÇÃO da ré a substituir a TR pelo INPC como índice de correção dos 
depósitos efetuados em nome do substituído, a partir de 1999, com o 
consequente pagamento, em favor do trabalhador substituído pelo autor, do valor 
correspondente às diferenças do FGTS decorrentes da aplicação do INPC aos 
valores vinculados, nos meses em que a TR foi menor que a inflação do período 
(parcelas vencidas e vincendas), conforme planilha de cálculos anexo, no valor 
de R$ xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
e) caso não entenda pela aplicação do INPC, ALTERNATIVAMENTE a 
condenação da ré a substituir a TR pelo IPCA como índice de correção dos 
depósitos efetuados em nome dos substituídos, a partir de 1999, com o 
consequente pagamento, em favor do trabalhador substituído pelo autor, do valor 
correspondente às diferenças do FGTS decorrentes da aplicação do IPCA aos 
valores vinculados, nos meses em que a TR foi menor que a inflação do período 
(parcelas vencidas e vincendas), conforme planilha de cálculos anexo; 
f) e ainda, caso, não entenda das formas anteriormente expostas, A 
CONDENAÇÃO da ré a substituir a TR por outro índice que leve em consideração 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11326331/artigo-20-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11326597/artigo-18-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11326566/parágrafo-1-artigo-18-da-lei-n-8036-de-11-de-maio-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104148/lei-do-fgts-lei-8036-90
 
 
 
a correção monetária e atualize os depósitos efetuados em nome dos 
substituídos, a partir de 1999, com o consequente pagamento, em favor de cada 
trabalhador substituído pelo autor, do valor correspondente às diferenças do 
FGTS decorrentes da aplicação do referido índice aos valores vinculados, nos 
meses em que a TR foi menor que a inflação do período (parcelas vencidas e 
vincendas) no valor de R$ 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
g) sobre os valores devidos pela CONDENAÇÃO de que tratam os itens anteriores, 
A INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DESDE A INADIMPLÊNCIA DA 
CAIXA, bem como os juros legais, observando aqueles próprios do FGTS e os 
juros do código civil quando tenha ocorrido saque do FGTS em qualquer uma das 
hipóteses da previstas no art. 20 da Lei 8.036/90. 
h) A JUNTADA DO CONTRATO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, requerendo, 
ao final, antes da liberação dos valores para a conta vinculada ao FGTS, valores 
esses que a ré for condenada a pagar ao autor, que o montante pactuado no 
instrumento contratual anexo seja liberado diretamente para este patrono, 
através de alvará, conforme art. 22, §4º do EOAB. 
 
i) Caso a parte autora tenha sacado os valores depositados em sua conta vinculada 
do FGTS, que seja determinada o deposito dos valores ao final apurado, em 
conta judicial, para posterior levantamento para parte autora, por meio de alvará 
judicial, ALVARÁ QUE FICA DESDE LOGO REQUERIDO. 
j) a condenação da ré ao pagamento das custas e honorários advocatícios, em valor 
a ser arbitrado pelo Juízo, em sede recursal. 
 
 Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente documental e tudo mais que se fizer necessário para a perfeita resolução da 
lide. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx de 2021. 
 
 
(Assinado eletronicamente) 
ADVOGADO 
OAB/UF Nº XXXXXX 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/232194/lei-36-90

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