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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DIABETES MELLITUS HIPERDIA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA É uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins, e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais FATORES DE RISCO PARA HAS Idade: relação direta com HAS. Prevalência de HAS é superior a 60% na faixa etária acima de 65 anos; Gênero e etnia: a prevalência entre homens e mulheres é semelhante, sendo mais elevada nos homens até os 50 anos, quando inverte e passa a ser mais prevalente nas mulheres. A HAS é duas vezes mais prevalente em indivíduos de cor não-branca; Excesso de peso e obesidade: associação direta desde os mais jovens. Obesidade central está associada ao aumento da PA. Ingestão de sal: ingestão excessiva de sódio é correlacionado com a elevação de PA. FATORES DE RISCO PARA HAS Ingestão de álcool: por períodos prolongados pode aumentar PA. No Brasil o consumo excessivo de etanol se associa com a HAS independente das características demográficas. Sedentarismo: a atividade física reduz a incidência de HAS; Fatores culturais/econômicos: HAS mais prevalente entre indivíduos com menor escolaridade; Genética favorável; Estilo de vida não saudável DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO A HAS é diagnosticada pela detecção de níveis elevados e sustentados de PA pela medida casual. HAS SECUNDÁRIA Hiperaldosteronismo primário: aumento da produção de aldosterona autônoma em relação as sistema renina-angiotensina – tumores; Hipotireoidismo: 20% com HAS Hiperparatireoidismo: de 10% a 70% Sindrome de Cushing: excesso de cortisol Acromegalia: excesso de hormônio de crescimento Medicamentos e drogas LESÕES EM ÓRGÃOS-ALVO TRATAMENTO A decisão terapêutica deve ser baseada no risco cardiovascular, considerando-se a presença de fatores de risco, lesão em órgão-alvo e/ou doença cardiovascular estabelecida e não apenas no nível de PA. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO Controle de peso: meta IMC < 25kg/m2 e CC < 102 para homens e < 88 para mulheres. Mudança de comportamento e adesão ao plano alimentar; Manutenção da perda ; Cirurgia bariátrica: obesidade moderada a grave. Estilo alimentar : DASH rica em frutas, hortaliças, fibras, minerais e laticínios com baixos teores de gordura e sódio. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO Redução do consumo de sal: 5g de sal (2g de sódio) Ácidos graxos insaturados: ômega 3 Fibras: 20g a 30g por dia, 5g a 10g sendo solúveis. Proteína de soja: diminuição de PA após menopausa; Oleaginosas: Laticínios: desnatados são fontes de cálcio; Café e chás: polifenóis tem propriedades vasoprotetoras em doses habituais; Chocolate amargo: polifenóis Álcool : em pouca quantidade Atividade Física: regularmente Controle de estresse psicosocial; Respiração lenta; Cessação do tabagismo Abordagem por equipe multiprofissional TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Objetivos: controle dos níveis pressóricos e redução do morbidade e mortalidade. DIABETES MELLITUS - DM È um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina, envolvendo processos patogênicos específicos como destruição de células beta do pâncreas, resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros EPIDEMIOLOGIA Epidemia: em 2002 atingiu cerca de 173 milhões de pessoas e estima-se que em 2030 chegará a 300 milhões de pessoas; No Brasil a prevalencia de DM é de 7,6% da população adulta. Com o aumento da idade a prevalencia aumenta chegando a 17,4% na faixa etária de 60 a 69 anos. Taxas de mortalidade por DM aumentam com o progredir da idade de 0,5/100.000 na faixa etária de 0 a 29 anos para 213,4/100.000 para a de 60 anos ou mais. PREVENÇÃO Prevenção Primária: DM1: estímulo ao aleitamento materno e evitar administração de leite de vaca nos primeiros três meses de vida – imunomodulação e imunosupressão DM2: alterações no estilo de vida, ênfase na alimentação e no aumento da atividade física PREVENÇÃO Prevenção secundária: Controle metabólico estrito; Tratamento da hipertensão arterial e dislipidemia Prevenção de ulcerações nos pés por meio de cuidados específicos; Rastreamento para diagnóstico e tratamento precoce de retinopatia ; Rastreamento para microalbuminúria para prevenir a progressão da IR; Redução do consumo de cigarro CLASSIFICAÇÃO DO DM DM 1 DM2 DM Gestacional Outros Tipos CLASSIFICAÇÃO DM DM1: 5% a 10% dos casos Resultado da destruição de células beta pancreáticas com consequente deficiência de insulina; Auto-imune: apresenta marcadores de auto- imunidade Idiopático: sem marcadores Depende de insulina exógena CLASSIFICAÇÃO DM DM2 90% a 95% dos casos Defeitos na ação e secreção da insulina; Apresentam sobrepeso ou obesidade; Pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos; Os pacientes não dependem de insulina exógena para sobreviver, mas para obter controle metabólico. CLASSIFICAÇÃO DE DM Diabetes Gestacional Trata-se de qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com início ou diagnóstico na gestação. Associa-se tanto à resistência à insulina quanto a diminuição da função das células beta. relaciona-se com o aumento da morbidade e mortalidade perinatal. Prevalencia de 7% no Brasil. Após 4 a 6 semanas após o parto a paciente deve ser reavaliada, sendo que na maioria dos casos há reversão para tolerância normal CLASSIFICAÇÃO DE DM Outros tipos específicos: São incluídos defeitos genéticos na função das celulas beta; Defeitos genéticos na ação da insulina, Doenças do pâncreas exócrino; Endócrinopatias; Secundárias a ação de medicamentos ou agentes químicos; Infecções; Formas incomuns de DM auto-imune; Síndromes genéticas associadas a DM. DIAGNÓSTICO DO DM 3 critérios: Sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casula > 200 mg/dL; Glicemia de jejum ≥126 mg/dL Glicemia de 2 horas pós-sobrecarga de 75g de glicose > 200 mg/dL Hemoglobina glicada > 6,5% PRINCÍPIOS DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL A TN objetiva adequar o estado nutricional, saúde fisiológica, qualidade de vida, prevenir e tratar complicações a curto e a longo prazo e comorbidades associadas. DM1: integrar terapia insulinica, dieta e atividade física Educação Nutricional: tanto os portadores de DM quanto seus familiares devem participar de programas de EAN – conscientização da importância do autocuidado; As estratégias incluem atividades em grupos operativos, oficinas e palestras – adesão ao plano alimentar, independência quanto a trocas alimentares, atitudes e decisões em situações não rotineiras, e conscientização da influência das escolhas alimentares no controle glicêmico e na prevenção das complicações PRINCÍPIOS DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL EXERCÍCIOS NO TRATAMENTO DO DM O EF atua na prevenção do DM - atua sobre a resistência insulínica: Níveis de insulina circulante mais baixos Melhora na ação dos receptores e pós receptores de membrana, Melhora na resposta de transportadores de glicose; Maior capilarização nas células musculares esqueléticas, Atua na redução do peso corporal Atua sobre os fatores de risco cardiovascular. paciente deve passar por avaliação médica antes de começar um programa de atividade física TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Medicamentos orais: Agentes que aumentam a secreção de insulina Agentes que não aumentam a secreção de insulina: reduzindo a velocidade de absorção intestinal da glicose, diminuindo a produção hepática de glicose e aumentando a sensibilidade à insulina; Agentes que aumentam a secreção de insulina dependente de glicose e que diminuem a secreção de glucagon USO DE INSULINA DM 1: imprescindível e deve ser instituído assim que o diagnóstico é realizado; DM2: a terapia insulínica deve ser iniciada quando mesmo com doses máximas de duas ou três drogas orais o paciente mantiver níveis de hemoglobina glicada > 7% Insulina basal Insulina prandial Regular COMPLICAÇÕES DO DM Doença Cardiovascular Retinopatia Diabética Nefropatia diabética – presença de anormalidades estruturais ou funcionais dos rins , com duração de pelo menos 3 meses, expressa por dano renal sem ou com diminuição da TFG – albuminúria Neuropatia Diabética – lesão neurológica extensa, envolvendo amplamente todo o sistema nervoso periférico e seus componentes sensório motor e autônomo; Doença Arterial Periférica: Pé Diabético Doença Periodontal – infecção localizada na gengiva e nos tecidos de sustentação dos dentes HIPERDIA Abordagem conjunta: a associação das duas doenças é da ordem de 50%; Objetivos: Instrumentalizar e estimular os profissionais envolvidos na atenção básica para que promovam medidas coletivas de prevenção primária, enfocando os fatores de risco cardiovascular e DM. Orientar e sistematizar medidas de prevenção, detecção, controle e vinculação dos hipertensos e diabéticos inseridos na atenção básica. Reconhecer as situações que requerem atendimento nas redes secundária e/ou terciária. Reconhecer as complicações da HA e do DM, possibilitando as reabilitações psicológica, física e social dos portadores dessas enfermidades. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DE SAÚDE Esclarecer a comunidade sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, orientando-a sobre as medidas de prevenção. Rastrear a hipertensão arterial em indivíduos com mais de 20 anos, pelo menos, uma vez ao ano, mesmo naqueles sem queixa. Identificar, na população em geral pessoas com fatores de risco para diabetes tipo 2, . Consulta de enfermagem /medica os indivíduos rastreados como suspeitos de serem portadores de hipertensão/Diabetes Fornecer medicamentos para o paciente em tratamento Monitorar o acompanhamento do paciente. Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade; desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos e diabéticos; Encaminhar às unidades de referência secundária e terciária as pessoas que apresentam hipertensão arterial grave e refratária ao tratamento, com lesões importantes em órgãos-alvo, com suspeita de causas secundárias e aqueles que se encontram em estado de urgência e emergência hipertensiva; REFERENCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão arterial e ao Diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão Arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq. Bras. Cardiol. V.95, n.1, s.1, p.1-51, 2010. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014.
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