Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HEMOSTASIA NORMAL Mantêm o sangue num estado líquido livre de coágulos – induz um tampão hemostático rápido e localizado. Depende da parede vascular, das plaquetas e da cascata de coagulação. Endotelina: Potente vaso constritor derivado do endotélio. Após lesão inicial: Vasoconstrição arteriolar por mecanismos neurogênicos reflexos pela secreção de endotelina. Efeito transitório – para cessar o sangramento deve haver ativação dos sistemas plaquetários e de coagulação. Hemostasia primária – formação do tampão plaquetário: Atração de plaquetas e formação do tampão plaquetário após lesão endotelial e exposição da MEC. Hemostasia secundária – deposição de fibrina: Fator tecidual atua em conjunto com os fatores plaquetários secretados para ativar a cascata de coagulação ® ativação da trombina ® conversão do fibronogenio solúvel em fibrina insolúvel ® depósito local de fibrina. Trombina: Induz também a adição e o recrutamento plaquetário e a liberação granular. Estabilização e reabsorção do tampão: A fibrina polimerizada e os agregados plaquetários formam um tampão permanente e sólido – previne qualquer hemorragia adicional. Nesse estágio, os mecanismos contra-regulatórios (ex.: ativador do plasminogênio tecidual) são estabelecidos em movimento para limitar o tampão hemostático ao local da lesão. TROMBOSE Ativação excessiva do processo de coagulação com formação de um coágulo sanguíneo intravascular. Processo de formação do trombo – grumos puros de plaquetas, fibrina ou mistos. Coágulo: Produto final do mecanismo de coagulação. TRÍADE DE VIRCHOW – 1875 Lesão endotelial: Fator mais importante – exposição do colágeno subendotelial ® aderência e ativação plaquetária, fator tecidual em ação. Estase ou turbulência do fluxo sanguíneo: O fluxo sanguíneo normal é laminar – plaquetas fluem centralmente na luz dos casos, separados do endotélio por uma camada em movimentação mais lenta de plasma. Trombose, embolia e infarto Gabrieli Flesch ATM 25/2 Estase e turbulência promovem: o Ativação endotelial, aumentando a atividade pró-coagulante e a adesão de leucócitos; o Rompimento do fluxo laminar; o Contato das plaquetas com o endotélio; o Redução da eliminação e da diluição dos fatores de coagulação ativados pelo afluxo de sangue e por inibidores dos fatores de coagulação. Hipercoagulabilidade: Pode ser por causas genéticas/primárias– mutações do gene do fator V e da protrombina, síndrome da trombocitopenia induzida por heparina, síndrome de anticorpos antifosfolipídio (auto-imune); adquiridas/secundárias – imobilização prolongada, neoplasias, gravidez, infarto do miocárdio e etc. Trombo: Massa sólida formada dentro do sistema cardiovascular a partir de elementos do sangue – começam em um lugar de estase, por lesão ou bifurcação arterial, e tendem a crescer em direção ao fluxo. Sua fragmentação cria o êmbolo. Murais: Originados nas câmaras cardíacas ou na luz aórtica. Venosos: De estase, são vermelhos, com pouca fibrina. Arteriais: Costumam ser oclusivos – artérias coronárias, cerebrais e femorais. Estrias de Zahn: Plaquetas + fibrina + hemácias (mais em trombos arteriais). DESTINOS DO TROMBO Propagação: Acumula mais plaquetas e fibrina, levando a obstrução do vaso. Embolização: Podem se desprender e seguir para outro local da vasculatura. Dissolução: Ocorre por atividade fibrinolítica. Organização e recanalização: Podem induzir inflamação e fibrose e recanalizar. IMPORTÂNCIA CLÍNICA o Obstrução de artérias e veias; o Possível fonte de êmbolos. CIVD ou CID: Coagulação intravascular disseminada – distúrbio trombo-hemorrágico que ocorre como uma complicação secundária, ativando os mecanismos fibrinolíticos reflexos e resultando em distúrbio hemorrágico grave. Pode ser chamada de coagulopatia de consumo pelo consumo rápido de plaquetas e proteínas da coagulação. EMBOLIA Massa sólida, líquida ou gasosa intravascular desprendida, que é levada pelo sangue a um local distante do seu ponto de origem – provenientes de trombos. Resultam em oclusão vascular parcial ou completa = infarto. TROMBO Laminado Linhas de Zahn Friável Aderido à íntima COÁGULO Homogêneo Firme e elástico Sem adesão à íntima TROMBOEMBOLISMO PULMONAR o Patologia grave; o Resulta de trombos oriundos de veias profundas da perna (95%); o Dependendo do tamanho podem obstruir a artéria pulmonar principal ou ir para um ramo menor; o 60-80% são silenciosos; o Morte súbita, insuficiência cardíaca direita ou colapso cardiovascular ocorrem quando 60% ou mais da circulação pulmonar é obstruída; o Dupla circulação: em geral não há infarto; o Hipertensão pulmonar com insuficiência cardíaca direita: consequência de êmbolos. TROMBOEMBOLISMO SISTÊMICO o 80% de origem intramural cardíaca; o Podem ocorrer em uma grande variedade de locais – mais comum no cérebro e membros inferiores; o Isquemia depende do tecido e do grau de obstrução vascular. Coração esquerdo: Infarto – dilatação atrial com fibrilação de átrio esquerdo – trombo em bola. Outros: Aneurismas aórticos com trombose – trombos em placas ateroscleróticas ulceradas: vegetação de endocardite valvar. EMBOLIA GORDUROSA o Principalmente após fratura de ossos longos (medula) ou trauma de tecidos moles; o 90% dos pacientes com lesão esquelética grave; o Obstrução mecânica e lesão química – efeito inflamatório no vaso: liberação de radicais livres e proteases. EMBOLIA GASOSA o Bolhas de gás dentro da circulação; o Traumatismo de parede torácica – procedimento obstétrico; o Mais de 100ml são necessários para ter efeito clínico; Mergulhador: Ar inalado em alta pressão (nitrogênio acumulado no tecido) – ascensão rápida. EMBOLIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO o Causa importante de mortalidade materna; o Incomum e grave; o 20-40% de mortalidade; o Laceração de membranas placentárias e ruptura de veias uterinas; o Embolia maciça; o Evolução para CIVD – substâncias trombogênicas do líquido. INFARTO o Área de necrose isquêmica causada por obstrução arterial ou oclusão da drenagem venosa; o Causa comum e extremamente importante de doença; o 99% resultam de eventos trombóticos ou embólicos. Outras causas: Vasoespasmo, oclusão extrínseca (tumor), torção arterial (volvo intestinal) e etc. Infartos por trombose venosa: Testículos e ovários – único canal de influxo venoso. Infarto hemorrágico: Oclusões venosas em tecidos com dupla circulação – pulmão. Fragmentação de um êmbolo oclusivo, após ter causado infarto. Infarto anêmico: Por obstrução arterial em órgãos sólidos – limite o grau de hemorragia do tecido adjacente. Necrose de coagulação, exceto no cérebro, formando uma área cuneiforme. Infarto séptico: Embolização de vegetação bacteriana da valva cardíaca ou por microrganismos que semeiam uma área de infarto – reação inflamatória maior. Fatores que influenciam: o Suprimento sanguíneo alternativo; o Oclusões lentas com formação de vias de perfusão alternativa; o Vulnerabilidade a hipóxia – SNC (3 a 4 min), coração (20 a 30min) e fibroblastos (horas); o Conteúdo sanguíneo de O2 – baixa taxa de O2 e obstrução parcial. CHOQUE Hipoperfusão sistêmica devido a uma redução do débito cardíaco ou do volume sanguíneo – hipotensão, redução da perfusão tecidual e hipóxia. Cardiogênico: Insuficiencia da bomba cardíaca (infarto, tamponamento e arritmias). Hipovolêmico: Hemorragia, perda hídrica por queimadura ou traumatismo. Séptico: Infecção microbiana sistêmica. Neurogênico: Perda do tônus vascular. Anafilático: Hipersensibilidade – vasodilatação sistêmica. Estágios: Não progressivo: Mecanismos compensatórios. Progressivo: Hipoperfusão – acidose. Irreversível: Lesão celular disseminada.
Compartilhar