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INJURIA RENAL AGUDA - IRA 10% dos pacientes evoluem com algum grau de IRA, variando a mortalidade entre 20 e 90% (a depender do grau). É um marcador de mau prognostico. DEFINIÇÃO Quebra abrupta/aguda na taxa de filtração glomerular, levando ao acumulo de escórias nitrogenadas no sangue, causando uma desregulação do volume extracelular e eletrólitos, levando a congestão sistmica, distúrbios hidroeletrolíticos e acido-bases. A creatinina sérica e o débito urinário são as principais variáveis para se analisar IRA. CREATININA SÉRICA – elevação maior ou igual a 0,3mg/dl em 48h OU >igual 1,5x da creatinina basal em 7 dias. DÉBITO URINARIO - < 0,5ml/kg/h por 6h O acumulo de escorias nitrogenadas em grande quantidade pode levar a uma condição clinica determinada como SÍNDROME URÊMICA. METODOS DE AVALIAÇÃO DE FUNÇÃO RENAL DOSAGEM DE UREIA: é formada pelo fígado, por meio da degradação de proteinas. Pode causar disfunção plaquetaria. VR da UREIA: 20-40mg/dL Causas não renais da sua alteração: hipovolemia, estados hipercatabolicos, dieta hiperproteica, sangramento digestivo... DOSAGEM DE CREATININA: substancia atóxica produzida pelo tecido muscular. Possui produção diária e constante. Seus níveis dependem da massa muscular e da ingesta de carne. Aumento fisiológico da creatinina: jovens, negros, grande massa muscular – CREATININA BASAL ALTA. Diminuição fisiológica: idosos, hispânicos ou asiáticos, amputados, vegetarianos e desnutrição. CLEARENCE DE CREATININA É o volume de plasma que fica livre da substancia por minuto, resultando em uma TFG (taxa de filtração glomerular). TFG VR: 80-120 ml/min/m² PRINCIPAIS FATORES DE RISCO · Doença renal crônica · Idosos · Desidratação · Exposição a nefrotóxicos · Hipertensos · Diabéticos ESTADIAMENTO – KDIGO CLASSIFICAÇÃO ANATOMICA IRA PRÉ-RENAL CAUSA HIPOFLUXO RENAL. mais comum – 50% dos casos A IRA PRÉ-RENAL é causada por situações extrarrenais, tendo como consequência o hipofluxo renal. Fisiopatologia Quando há redução do fluxo sanguíneo renal, a arteríola aferente sofre dilatação. Consequentemente a isso, a arteríola eferente sofre contração por conta do SRAA, a fim de manter a TFG. Essa autorregulação só será feita até uma PAS igual a 80mmHg (abaixo disso o paciente entra em hipoperfusao renal). Principais causas de hipofluxo renal: · Hipovolemia relativa – causada por insuficiência cardíaca, hepatopatias cronincas, síndrome nefrotica. · Hipovolemia real – diarreia e vômitos, hemorragia grave, desidratação. Geralmente é reversível. No entanto, pode evoluir com necrose tubular aguda isquêmica. Para diagnóstico de IRA PRÉ-RENAL · Relação Ur/Cr maior que 40. · Hipovolemia – hipotensão postural, desidratação, taquicardia e hipotensão. · EAS inocente. · Urina concentrada e com cheiro forte Tratamento IRA PRÉ-RENAL · Suspensao de medicações nefrotóxicas · Tratamento da causa-base de hipovolemia · Reposição da volemia (cristaloides) IRA RENAL/INTRINSECA CAUSA LESÃO RENAL 40% dos casos É a principal causa de IRA na UTI. A necrose tubular aguda é a causa mais comum de IRA RENAL. Ela pode ser decorrente de IRA PRÉ-RENAL não tratada. Principais causas da IRA RENAL: · Glomerulopatias – síndrome nefrítica e glomerulonefrite rapidamente progressiva · Vasculares – purpura trombocitopenica, estenose de artéria renal, trombose de veia renal. · Tubulo- intersticiais – necrose tubular aguda (NTA), nefrite intersticial aguda (NIA), obstruções tubulares, nefrotoxicicidade medicamentosa, nefropatia por contraste. NECROSE TUBULAR AGUDA - NTA Ocorre quando as células tubulares do rim morrem por isquemia, por substancias nefrotóxicas ou pela reação autoimune. Essa morte celular tubular resulta em obstrução do túbulo no nefron e extravasamento do filtrado para interstício. NTA tende a ser um processo auto-limitado, com duração de 7 a 14 dias. Podendo se estender ate 28 dias. NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA –NIA Consiste numa inflamação aguda do interstício renal por conta de efeitos adversos ou abuso de medicamentos. O diagnostico geralmente é feito por meio da biopsia, tendo uma incidência subestimada na população. A biopsia identifica filtrado de células inflamatórias no interstício. Tratamento IRA RENAL · Será feito de acordo com a etiologia do quadro. IRA PÓS RENAL CAUSA OBSTRUÇÃO MECANICA (10% dos casos) Caracterizada por obstrução do trato urinário, levando a um aumento da pressão retrograda -> dilatação pielocalicial -> destruição dos túbulos. Principais causas da IRA PÓS RENAL: · Nefrolitiase, levando a uma hidronefrose · Tumoração · Hiperplasia prostática benigna · Bexigoma Diagnóstico da IRA PÓS RENAL · Anuria/oliguria · Desconforto hipogástrico · Sincope vasovagal por distensão da bexiga · No EAS pode ser encontrado hematúria ou piuria Tratamento da IRA PÓS RENAL · Desobstrução por meio de sonda vesical de demora · Cistotomia · Nefostomia COMO DIFERENCIAR OS PRINCIPAIS TIPOS DE IRA PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLINICAS DA IRA · Alterações hidroeletrolíticas · Distúrbios ácido-base – acidose metabólica. · Uremia/Síndrome uremica aguda COMO DIFERENCIAR IRA de DRC · Historia clinica e exame prévios · Presença de anemia normocitica e normocronica (típica de DRC) · Exames de imagem – DRC: rim de tamanho menor, não consegue diferenciar medula de córtex... · Presença de distúrbios hidroeletrolíticos e acido base (típico de IRA) INDICAÇÕES DE HEMODIALISE DE URGENCIA Associado a uma falha de tratamento clinico · Hipercalemia refrataria · Acidose metabólica refrataria · Hipervolemia refrataria · Sintomas uremicos (confusão mental, náuseas, vômitos). SÍNDROME URÊMICA AGUDA Esse termo não se refere a concentração da ureia no corpo, mas sim ao quadro sindrômico que o paciente apresenta quando suas concentrações de metabolitos nitrogenados dialisáveis estão em alta. Caracterizada por: · Alterações hematológicas: disfunção plaquetária, anemia (rim produz hormônio que estimula a produção de hemoglobina – eritropoietina). · Neurológico: encefalopatia uremica (confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, coma por intoxicação urêmica). · Cardiovascular: pericardite urêmica (por causa da inflamação causada pela azotemia), tamponamento cardíaco (retenção de liquido na cavidade pericárdica) e arritmias. · Gastrointestinal: náuseas e vômitos, íleo metabólico (diminuição da função intestinal, intestino preso);
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