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Tumor Hipofisário e Infertilidade

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MARIA ELIONARA 1 
 
Será infertilidade? 
Luísa, de 31 anos de idade, é casada e está tentando ter seu primeiro filho, porém sem sucesso. Ela procurou 
atendimento médico na clínica de ginecologia e obstetrícia da Dra. Paula, onde Clara, uma graduanda de medicina, 
está estagiando. Como parte dos exames de triagem pré-gestacional, foram solicitados alguns exames laboratoriais. 
Numa segunda consulta, Luísa informou à Dra. Paula que tem sentido muita cefaleia com a presença de galactorreia 
bilateral. Os resultados dos exames laboratoriais evidenciaram que as dosagens de FSH e LH estavam abaixo dos 
valores de referência. A partir destes resultados e das queixas de Luísa, Dra. Paula solicitou a dosagem plasmática de 
prolactina e ꞵ-hCG, e uma ressonância magnética (RM) de sela túrcica. A dosagem de prolactina deu 150ng/mL e a 
RM (abaixo) evidenciou a presença de um tumor. Luísa foi medicada com bromocriptina e depois de 1 ano conseguiu 
engravidar. 
 
Objetivos 
• Recordar os achados laboratoriais e físicos relacionado ao tumor hipofisário em questão 
• Descrever como a prolactina influencia na galactorreia e amenorreia, bem como seu mecanismo 
de ação 
• Demonstrar como funciona o ciclo menstrual reconhecendo o ciclo reprodutivo feminino e 
hormônios envolvidos, relacionando com a condição da paciente. 
• Analisar o mecanismo de ação da bromocriptina relacionando ao prolactinoma 
• Ordenar um acompanhamento de exames para essa paciente 
 
Recordar os achados laboratoriais e físicos relacionado ao tumor hipofisário em questão 
Galactorreia bilateral- produção de leite nas mamas de homens ou mulheres que não estão amamentando, no caso 
da paciente a presença da galactorreia foi apenas de um lado, sendo um dos achados clínicos, principais e mais 
comum para o diagnóstico do tumor hipofisário. Somando -se a isso, a cefaleia que pode resultar do aumento do 
adenoma pituitário, mesmo quando a pressão intracraniana não está elevada. 
- Níveis de prolactina: 
• Mulheres não grávidas e fora do período de amamentação: 2,8 a 29,2 ng/mL; 
• Mulheres grávidas: 9,7 a 208,5 ng/mL; 
• Mulheres pós menopausa: 1,8 a 20,3 ng/mL; 
• Homens: abaixo de 20 ng/mL. 
No caso da paciente, foi observado que o nível de prolactina estava em 150 ngm/mL, sendo assim, um forte fator 
para observar se existe um tumor hipofisário. 
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Na ressonância magnética da sela túrcica, que tem como objetivo rastrear alterações nas estrutura de problemas da 
hipófise e das estruturas ósseas próximas, como a sela túrcica. No caso clinico, foi observado a presença de um 
tumor hipofisário denominado adenoma hipofisário. 
Diante de todos os achados clínicos e laboratoriais, é possível afirmar que a paciente tem um tumor hipofisário, pois 
a paciente apresenta galactorreia, excesso de prolactina, comprometimento na hipófise, infertilidade e alteração no 
ciclo menstrual, sendo esses sintomas do tumor hipofisário. 
Descrever como a prolactina influencia na galactorreia e amenorreia, bem como seu mecanismo de ação 
• Prolactina 
A principal função da prolactina é estimular a produção de leite. A prolactina é o hormônio mais frequentemente 
produzido em excesso pelos tumores da hipófise. A galactorreia decorre, em geral, de adenoma hipofisário 
secretor de prolactina (prolactinoma). A galactorreia decorre, em geral, de adenoma hipofisário secretor de 
prolactina (prolactinoma). Os tumores mais comuns em mulheres são os microadenomas (< 10 mm de diâmetro), 
mas uma pequena porcentagem é de macroadenomas (> 10 mm) ao serem diagnosticados. Lesões de massa 
hipofisária também podem aumentar os níveis de prolactina comprimindo a haste hipofisária e, assim, reduzindo 
a ação da dopamina, um inibidor de prolactina. 
• Amenorreia 
Geralmente, o hipotálamo gera pulsos do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). O GnRH estimula a 
hipófise a produzir gonadotrofinas [hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) que são 
liberadas na corrente sanguínea. As gonadotrofinas estimulam o ovário 
produzir estrógeno (principalmente estradiol), andrógenos (principalmente testosterona) e progesterona. Esses 
hormônios fazem o seguinte: 
• O hormônio folículo-estimulante ativa a aromatase nas células granulosas em torno dos oócitos em 
desenvolvimento para converter androgênios em estradiol. 
• Estrogeno estimula o endométrio, fazendo com que se prolifere. 
• LH (luteinizing hormone), quando surge durante o ciclo menstrual, promove a maturação do oócito 
dominante, liberação do oócito e a formação do corpo lúteo, que produz progesterona. 
• Progesterona altera o endométrio em uma estrutura secretora e prepara-a para a implantação do óvulo 
(decidualização endometrial). 
Se a gestação não ocorrer, a produção de estrogênio e progesterona diminui, e o endométrio decompõe-se e é 
descartado durante a menstruação. A menstruação ocorre 14 dias após a ovulação em ciclos típicos. 
Quando há comprometimento de parte desse sistema, ocorre disfunção ovulatória. Há interrupção do ciclo de 
produção de estrogênio estimulada pela gonadotrofina e das alterações cíclicas do endométrio, resultando em 
amenorreia anovulatória e o fluxo menstrual pode não ocorrer. A maioria das amenorreias, especialmente a 
secundária, é anovulatória. 
No entanto, pode haver amenorreia quando a ovulação é normal, como acontece na vigência de alterações 
anatômicas genitais (p. ex., alterações congênitas que provocam obstrução da via de saída, aderências 
intrauterinas [síndrome de Asherman]) que impedem o fluxo menstrual normal, apesar da estimulação hormonal 
normal 
 Dividida entre amenorreia ovulatoria e anovulatória 
Anovulatória- Desenvolvem ruptura do eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano.Assim, as causas compreendem : 
Disfunção hipotalâmica (particularmente a anovulação hipotalâmica funcional), disfunção hipofisária, insuficiência 
ovariana primária (insuficiência ovariana prematura), doenças endócrinas que provocam excesso de andrógeno 
 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/endocrinologia-reprodutiva-feminina/endocrinologia-reprodutiva-feminina#v1061583_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-menstruais/amenorreia#v1061743_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-menstruais/amenorreia#v35582806_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-menstruais/insufici%C3%AAncia-ovariana-prim%C3%A1ria
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-menstruais/insufici%C3%AAncia-ovariana-prim%C3%A1ria
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Em geral, a amenorreia anovulatória é secundária, mas pode ser primária se nunca houve ovulação, p. ex., em 
decorrência de doença genética. Se a ovulação nunca ocorre, a puberdade e o desenvolvimento das 
características sexuais secundárias são anormais. Doenças genéticas que conferem a um cromossomo Y maior 
risco de câncer de células germinativas ovarianas. 
 
• Amenorreia primária é a ausência de menstruação aos 15 anos de idade em pacientes com crescimento e 
características sexuais secundárias normais. Se as pacientes não tiveram períodos menstruais aos 13 anos 
de idade e não têm sinais de puberdade (p. ex., qualquer tipo de desenvolvimento das mamas), deve-se 
avaliá-las para amenorreia primária. 
• Amenorreia secundária consiste na ausência de menstruação por ≥ 6 meses ou por 3 ciclos após o 
estabelecimento dos ciclos menstruais regulares (1). No entanto, pacientes com ciclos previamente 
regulares são avaliadas à procura de amenorreia secundária se não houver menstruação por ≥ 3 meses; 
pacientes com ciclos previamente irregulares são avaliadas à procura de amenorreia secundária se não 
houver menstruação por ≥ 6 meses. 
 
 
Demonstrar como funciona o ciclo menstrual reconhecendo o ciclo reprodutivo femininoe hormônios 
envolvidos, relacionando com a condição da paciente. 
• Ciclo menstrual 
 
 
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Fase Folicular 
É a primeira fase do ciclo, que se inicia no primeiro dia da menstruação e, dura entre 5 a 12 dias. Nesta fase o 
cérebro aumenta a produção do hormônio folículoestimulante (FSH), que leva os ovários a amadurecer seus óvulos. 
Com esse amadurecimento, o ovário começa também a liberar maiores quantidades de estrogênio, que é outro 
hormônio, responsável por tornar o revestimento do útero pronto para uma possível gravidez. 
Fase Ovulatória 
Nesta fase, os níveis de estrogênio continuam aumentando e levam o corpo a produzir o hormônio luteinizante (LH), 
que é responsável por selecionar o óvulo mais maduro e fazê-lo sair do ovário, que é quando ocorre a ovulação, 
geralmente, por volta do dia 14 do ciclo. Depois de liberado, o óvulo viaja pelas trompas até chegar ao útero. 
Normalmente, o óvulo sobrevive por 24 horas fora do ovário e, por isso, se entrar em contato com espermatozoides, 
pode ser fecundado. Uma vez que os espermatozoides podem durar até 5 dias dentro do corpo da mulher, é possível 
que se, a mulher tiver tido relações até 5 dias antes da ovulação, possa engravidar. 
Fase Lútea 
Esta fase acontece, em média, nos últimos 12 dias do ciclo e, durante esses dias, o folículo, deixado pelo óvulo 
dentro do ovário, começa a produzir progesterona em maior quantidade, para continuar preparando o revestimento 
do útero para o caso de uma possível gravidez. Além disso, também existe um aumento na produção de estrogênio 
e, por isso, algumas mulheres podem apresentar sensibilidade nos seios, mudanças de humor e até inchaço. Quando 
a fecundação não acontece, o folículo vai encolhendo dentro do ovário e, por isso, os níveis de estrogênio e 
progesterona vai diminuindo até que o revestimento do útero seja eliminado, dando início à menstruação e ao 
próximo ciclo menstrual. Já se existir fecundação, o óvulo fica grudado nas paredes do útero e o corpo começa a 
produzir hCG, um hormônio que mantém o folículo produzindo estrogênio e progesterona em níveis elevados para 
manter o revestimento do útero até à formação da placenta. 
 
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A: liberação pulsátil do LH e do FSH; 
B: aumento da quantidade de estrógeno; 
 C: redução dos pulsos de LH e FSH; 
 D: surtos pré-ovulatórios de LH e FSH; 
 E: estrógeno e grandes quantidades de progesterona secretados devido à ovulação; 
F: não havendo fecundação a concentração de estrógeno e progesterona caem. 
 Analisar o mecanismo de ação da bromocriptina relacionando ao prolactinoma 
 Ordenar um acompanhamento de exames para essa paciente 
Estrógeno e progesterona - secretados principalmente nos ovários 
 Hormônio luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (LH) – secretados pela hipófise. No início de cada ciclo, 
quando a menstruação ocorre, há liberação hipofisária de pequenas quantidades de FSH e LH (pequenos pulsos), 
que juntos provocam o crescimento e amadurecimento dos folículos ovarianos. 
O crescimento destes folículos induz o aumento da produção de estrógeno. Este é secretado em uma taxa crescente, 
estimulando a proliferação endometrial, e atingindo o seu pico aproximadamente na metade do ciclo A 
concentração alta de estrógeno inicialmente reduz o pulso de LH e FSH e, em seguida, provoca um aumento súbito – 
surto pré ovulatório – destes dois hormônios, estimulando a ovulação (ruptura do folículo e liberação do óvulo). 
Após a ovulação, os elementos residuais do folículo rompido formam o desenvolvimento do corpo lúteo que secreta 
estrogênio e quantidades elevadas de progesterona com o objetivo de manter a gestação até que a placenta possa 
assumir essa função. Não havendo fecundação, os níveis de progesterona e estrogênio caem provocando a 
diminuição de LH e FSH de modo que o corpo lúteo regrida – fase luteínica – reduzindo por sua vez a produção de 
progesterona e estrogênio e fazendo com que o endométrio descame, ocorrendo a menstruação e dando início a um 
novo ciclo. 
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Analisar o mecanismo de ação da bromocriptina relacionando ao prolactinoma 
A bromocriptina liga-se seletivamente e ativa os receptores dopaminérgicos pós sinápticos D2 no corpo estriado do 
sistema nervoso central (SNC). A ativação desses receptores D2 ativa proteínas G inibitórias, que inibem a adenilil 
ciclase, impedindo a transdução de sinal mediada via AMPc e resultando na inibição da neurotransmissão e um 
efeito antidiscinético. Este agente também estimula a dopamina D2 receptores na glândula pituitária anterior, o que 
resulta na inibição da secreção de prolactina e lactação e pode inibir a proliferação de células de câncer de mama 
dependentes de prolactina. Ou seja, vai atuar de forma inibitória sobre a secreção da prolactina com o objetivo de 
minimizar o tumor na hipófise e seus efeitos colaterais. 
Ordenar um acompanhamento de exames para essa paciente 
Verificar o nível de prolactina após 2 ou 3 meses do uso da bromocriptina, dependendo do resultado aumentar a 
dosagem do dopaminérgico e após um ano, ou quando o médico observar uma necessidade clinica fazer 
novamente a ressonância magnética para verificar a presença do tumor. 
Hipótese 
 
Segundo o relato de caso, a paciente pode apresentar um adenoma hipofisário

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