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Posse

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Posse 
1. Origem da posse, histórico: 
A origem da posse é historicamente 
justificada ao poder físico sobre as coisas e 
na necessidade do homem se apropriar de 
bens 
Ao longo do tempo, o homem sempre 
precisou ter poder físico sobre as coisas 
Roma teve uma participação na criação da 
posse. 
Entendimentos existentes na doutrina: 
a) A posse é um estado de fato 
reconhecido pelo direito. Trata-se de 
um estado de aparência (Venosa) 
 Ela existe na sociedade – é 
fato, e não chega a ser 
direito, mas é protegida pelo 
mesmo 
 É um fato reconhecido pelo 
direito. 
b) A posse é um direito (Maria Helena 
Diniz) 
 Ela o considera um direito 
real, apesar dele não estar 
exposto no rol dos direitos 
reais. 
c) A posse não é fato e não chega a 
ser um direito real. ( Carlos Roberto 
Gonçalves) 
2. Teorias : 
a) Teoria Subjetiva – aceita por Savigny 
Define a posse como o poder direto ou 
imediato que tem a pessoa de dispor 
fisicamente de um bem com a intenção de 
te-lo para si e defende-lo contra a 
intervenção ou agressão de quem quer que 
seja. 
Para ele a posse é a conjugação de dois 
elementos – o corpus e o animus 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS SEGUNDO 
A TEORIA OBJETIVA 
 Corpus – elemento material que 
traduz no poder físico sobre a coisa 
ou na mera possibilidade de exercer 
esse contato, ou melhor, na 
detenção do bem ou da coisa. 
Elemento objetivo que consiste na 
detenção da coisa 
 Animus – consiste na intenção de 
exercer sobre a coisa o direito de 
propriedade 
Não é propriamente a convicção de 
ser dono, mas a vontade de te-la 
como seu, de exercer o direito de 
propriedade como se fosse seu 
titular. 
Havendo apenas o ANIMUS, a posse será 
psíquica 
Havendo apenas o CORPUS, haverá 
detenção 
São detentores- o locatário, o mandatário., o 
comodatário. 
OBS: os detentores não gozam de uma 
proteção direta, assim se forem turbados no 
uso ou gozo da coisa que está em seu poder 
deverão dirigir-se-á pessoa que lhes conferiu 
detenção. 
Adquire-se a posse quando o elemento 
material (poder físico sobre a coisa), vem se 
juntar ao elementos espiritual, anímico 
(intenção de te-la como sua ) 
Essa teoria não é aceita no Brasil. 
b) Teoria Objetiva ( Aceita por Ihering) 
Teoria acolhida pelo nosso código 
Não empresta a intenção ao animus, a 
importância que lhe é conferida a teoria 
subjetiva. Considera-o já incluído no corpus e 
da ênfase, na posse, ao seu caráter de 
exteriorização da propriedade. 
Portanto, basta o corpus para caracterização 
da posse – tal expressão não significa contato 
físico com a coisa, mas sim conduta como 
dono 
Para que a posse exista basta o elemento 
objetivo, pois ela se revela na maneira como 
o proprietário age em face da coisa. 
A posse não é poder físico, e sim, a 
exteriorização da propriedade 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele 
que tem de fato o exercício, pleno ou não, 
de algum dos poderes inerentes à 
propriedade. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de 
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de 
reavê-la do poder de quem quer que 
injustamente a possua ou detenha. 
 O proprietário pode dispor o uso da 
coisa 
 Todo aquele que tem pelo menos 
um poder inerente a propriedade é 
possuidor 
 O Proprietário mesmo dispondo 
todos os poderes para outra pessoa 
continua sendo possuidor. 
Segundo ele, a posse seria o exercício da 
propriedade ou de um outro direito real. 
Seria a porta para a propriedade (um caminho 
de evolução) 
Para que haja a propriedade é necessário 
existir primeiro a posse 
Todo proprietário é possuidor, mas nem todo 
possuidor é proprietário . 
A posse é o caminho para a propriedade 
ELEMENTO CONSTITUTIVO PARA A 
TEORIA OBJETIVA : CORPUS 
Ele defende que para se constituir a posse, 
basta o corpus, dispensando assim o animus 
e sustentando que esse elemento esta ínsito 
no poder de fato exercido sobre a coisa ou 
bem. 
Dispensa a intenção de ser dono, o animus já 
esta inserido no corpus. 
Portanto, são possuidores: o locatário, o 
comodatário, o depositário, o mandatário. 
Essa teoria separa a posse da propriedade, 
mas a coloca como integrante da 
propriedade. 
O que importa ´´e o uso econômico ou a 
destinação socioeconômica do bem. 
Para ele, Posse é a conduta de dono 
Sempre que haja o exercício dos poderes de 
fato, inerentes a propriedade, existe a posse 
3. A detenção no C.C 2002 
A detenção é legal e impositiva 
Tipos de detenção – famulo de posse, 
permissão e tolerância. ( + dois casos- atos 
violentos e clandestinos) 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, 
achando-se em relação de dependência para 
com outro, conserva a posse em nome deste 
e em cumprimento de ordens ou instruções 
suas. (famulo de posse) 
Parágrafo único. Aquele que começou a 
comportar-se do modo como prescreve este 
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, 
presume-se detentor, até que prove o 
contrário. 
A detenção está abaixo da posse, que por 
sua vez, está abaixo da propriedade 
No caso do famulo de posse, a pessoa tem a 
detenção de um bem porque o dono deu a 
ordem de que ele administrasse o bem. 
Ex: motorista, caseiro, empregado 
A detenção do famulo de posse ocorre em 
virtude de relações trabalhistas e pode ser 
comprovada pelo vínculo empregatício. 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera 
permissão ou tolerância assim como não 
autorizam a sua aquisição os atos violentos, 
ou clandestinos, senão depois de cessar a 
violência ou a clandestinidade. 
 A permissão se distingue da 
tolerância 
A) Na permissão existe o 
consentimento expresso do 
possuidor. Na tolerância há uma 
atitude espontânea de 
passividade, de não intervenção 
 Quem realiza atos de violência ou 
clandestinos para adquirir a posse 
seria um mero detentor, sem 
relação de dependência. ( 
detenção independente) 
OBS: Todavia, existindo violência e 
clandestinidade a posse seria injusta. – 
enquanto perdurar a violência ou 
clandestinidade não haverá posse. 
O possuidor exerce o poder de fato em 
razão de um interesse próprio; o detentor , 
no interesse de outrem 
Há uma relação de ordem, obediência e 
superioridade. 
4. Natureza da posse 
a) Natureza real da posse – quando o 
proprietário, é possuidor do seu 
próprio bem 
b) Natureza obrigacional/pessoal da 
posse- quando a posse é emanada, 
especificadamente de um contrato 
de locação, promessa de compra e 
venda ou comodato, no qual o objeto 
é a coisa, jamais o direito em si. 
c) Natureza na função social da posse- 
é contraria ao direito real e ao direito 
obrigacional . 
É emanada exclusivamente de uma 
situação fática e existencial de 
apossamento e ocupação da coisa, 
cuja natureza autônoma escapa do 
exame das teorias tradicionais 
A posse deve ser entendida com 
suas próprias razoes para o seu 
recoehciento. 
5. Quem é o possuidor? 
De acordo com a leitura do C.C., é aquele em 
quem seu próprio nome, exterioriza alguma 
das faculdades da propriedade, seja ele 
proprietário ou não 
6. Objeto da posse 
Pressupostos: 
A) Devem ser representados por um 
objeto capaz de satisfazer um 
interesse econômico. 
B) Devem ter capacidade para ser 
objeto de uma subordinação jurídica. 
Bens: 
a) Presentes 
b) Futuros 
c) Corpóreos 
d) Incorpóreos- são aqueles abstratos, 
de visualização ideal 
e) Moveis 
f) Imóveis 
7. Classificação da posse 
a) Posse direta e posse indireta 
POSSE DIRETA ( ART .1197 CC) 
Possuidor direto é aquele que recebe o bem 
e tem o contato, a bem dizer, físico com a 
coisa. 
Poder de fato 
Tem a posse efetiva, real 
Ex: tutores, curadores, comodatários, 
depositário. 
POSSE INDIRETA 
O possuidor indireto é o próprio dono ou 
assemelhado, que entrega seu bem a outrem. 
Há duas espécies de posse- mediata e 
mediata 
A lei reconhece as duas e elas podem 
conviver harmonicamente 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem 
a coisaem seu poder, temporariamente, em 
virtude de direito pessoal, ou real, não anula a 
indireta, de quem aquela foi havida, podendo 
o possuidor direto defender a sua posse 
contra o indireto. 
b) Posse justa e injusta 
POSSE JUSTA 
É justa a posse que não for violenta, 
clandestina ou precária. 
A posse não pode apresentar vícios. 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, 
clandestina ou precária. 
POSSE INJUSTA 
É a oposição, é a posse adquirida 
violentamente, clandestinamente ou 
precariamente 
 Posse violenta – o agente tom o 
objeto de alguém utilizando a 
força , essa violência pode ser 
física ou psicológica 
Ex: roubo, mov. Sem terra (posse direta 
+violenta) 
 Posse clandestina- furta um 
objeto ou ocupa um imóvel de 
outro as escondidas 
Ex: furto, fraude de assinatura 
 Posse precária – ocorre quando 
o agente se nega a devolver a 
coisa, findo o contrato. 
É uma quebra de confiança 
Ex: apropriação inebita 
Ocorre na locação vencida quando o locatário 
se recusa a deixar o imóvel – não pode ser 
despejado porque já acabou o contrato de 
locação. 
OBS: A justiça e a injustiça da posse é 
conceito de exame objetivo. Não se confunde 
com a posse de boa ou ma fe, pois exigem 
exame subjetivo 
Ex: quem furta ou rouba só tem posse viciada 
com relação ao dono da coisa surrupiada. . 
OBS: o STJ reafirma que para a consumação 
dod crime de furto basta a posse de fato da 
res. Furtiva, sendo prescindível a posse mansa 
e pacifica. 
Os vícios que maculam a posse são ligados 
ao momento de sua aquisição- o legislador 
brasileiro classifica a posse como justa ou 
injusta levando em conta a forma pela qual 
ela foi adquirida. 
Ainda que viciada a posse injusta, não deixa 
de ser posse 
Assim, a posse obtida clandestinamente, ate 
por furto, é injusta, em relação ao legitimo 
possuidor, mas poderá ser justa em relação 
a um terceiro que não tenha posse alguma. 
C) Posse de boa-fe 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor 
ignora o vício, ou o obstáculo que impede a 
aquisição da coisa. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título 
tem por si a presunção de boa-fé, salvo 
prova em contrário, ou quando a lei 
expressamente não admite esta presunção. 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este 
caráter no caso e desde o momento em que 
as circunstâncias façam presumir que o 
possuidor não ignora que possui 
indevidamente. 
O possuidor ignora o vicio (art 1201 cc) pois 
tem a consciência de que adquiriu a posse 
por meios legítimos. 
É a crença do possuidor de se encontrar em 
uma situação legitima. 
O justo titulo – é o titulo hábil para transferir 
o domínio e que realmente o transferiria se 
emanado do verdadeiro proprietário. Essa 
presunção cede com a prova em contrario. 
O justo titulo é o que seria hábil para transferir 
o domínio e a posse se não contivesse 
nenhum vicio impeditivo dessa transmissão . 
Ex: uma escritura de compra e venda, 
devidamente registrada, é um justo hábil para 
a transmissão de um imóvel 
D) Posse de ma-fe 
Quando o possuidor esta convencido de que 
sua posse não tem legitimidade jurídica e 
nada obstante nela, se mantem. 
Se o vicio é de conhecimento do possuidor, 
este o adquiriu em ma fe. 
Ex: é de ma-fe a posse daquele que sabe que 
sua posse é viciosa, ou deve saber, por não 
ter titulo de aquisição, nem presunção dele ; 
ou ser este manifestamente falso, ou por 
outras circunstâncias. 
E) Posse ad interdidcta: 
Toda aquela posse passível de ser defendida 
por ações possessórias é denominada ad 
interdicta 
É aquela que possibilita a utilização dos 
interdictos para repelir ameaça, mante-la ou 
recupera-la. 
As ações possessórias, também denominadas 
interditos possessórios são as que têm por 
objetivo a defesa da posse, com fundamento 
na posse, em face da prática de três 
diferentes graus de gravidade de ofensa a ela 
cometida: esbulho, turbação ou ameaça, 
assunto que veremos mais adiante. 
Para que a posse seja protegida pelos 
interditos basta que ela seja justa, isto é , que 
não contenha os vícios da violência, da 
clandestinidade ou da precariedade. 
Interditos possesorios= ações possessórias 
a) Ação de reintegração de posse 
b) Ação de manutenção de posse 
c) Interditos proibitórios 
F) Posse usucapionem 
É aquela posse que dará direito a propriedade 
em virtude do tempo. 
É aquela que se prolonga por determinado 
lapso dde tempo estabelecido na lei, 
deferindo a seu titular a aquisição do domínio. 
É em sua, aquela capaz de gerar o direito de 
propriedade. 
É a propriedade adquirida por usucapião 
G) Posse velha 
É aquela posse que tiver mais de um ano e 
um dia 
O decurso do aludido prazo tem o condão de 
consolidar a situação de fato, permitindo que 
a posse seja considera purgada dos defeitos 
da violência e dd clandestinidade. 
H) Posse nova 
É aquela que se dá em até um ano e um dia. 
Art. 558. Regem o procedimento de 
manutenção e de reintegração de posse as 
normas da Seção II deste Capítulo quando a 
ação for proposta dentro de ano e dia da 
turbação ou do esbulho afirmado na petição 
inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no 
caput, será comum o procedimento, não 
perdendo, contudo, o caráter possessório. 
8. Princípio da continuidade 
do caráter da posse 
Art. 1.203 do CC: SALVO PROVA EM 
CONTRÁRIO, ENTENDE-SE MANTER A 
POSSE O MESMO CARÁTER COM QUE FOI 
ADQUIRIDA. 
Ex: Se a posse for adquirida de má-fé, ela 
continuará assim, até que se prove o 
contrário. 
A simples mudança de vontade é incapaz de 
mudar a natureza da posse. 
 O que pode mudar a natureza da 
posse é um negócio jurídico, ao 
repassar a posse esta se torna 
legitima e de boa-fé 
A posse precária sempre assim será 
considerada. 
Ex: de posse precária- a pessoa que pega 
um livro na biblioteca, fica de devolver, mas 
não devolve 
EX: Ocorre quando o comodatário se recusa 
a restituir a coisa objeto do contrato alegando 
que a recebeu em dação em pagamento. 
Bem ressalta Venosa (2002, 77) que “a 
simples vontade do possuidor não tem o 
condão de modificar a natureza da posse. O 
que modificaria sua natureza seria ato material 
exteriorizado em outra relação de fato com 
a coisa. 
ART. 1.206 DE QUE “A POSSE TRANSMITE-
SE AOS HERDEIROS OU LEGATÁRIOS DO 
POSSUIDOR COM OS MESMOS 
CARACTERES” 
 Sucessão mortis causa- que se 
dá pela morte 
 Os sucessores podem ser 
herdeiros – recebem sucessão 
universal; 
 Ou legatários – recebem um 
certo bem determinado pelo 
falecido, antes da morte. – 
SUCESSAO SINGULAR 
ART. 1.207 DE QUE “O SUCESSOR 
UNIVERSAL CONTINUA DE DIREITO A 
POSSE DE SEU ANTECESSOR; E AO 
SUCESSOR SINGULAR É FACULTADO UNIR 
SUA POSSE À DO ANTECESSOR, PARA OS 
EFEITOS LEGAIS.” 
 Para sucessor universal- a posse 
continua com as mesmas 
características 
 Para o sucessor singular – as 
características da posse podem ser 
alteradas e pode ser realizada uma 
união de posses. 
Ex: Se a posse for injusta e de má-fé o 
herdeiro não pode mudar suas 
características, no caso do usucapião, por 
exemplo, ele deve esperar o tempo correto. 
No caso do legatário, ele pode alegar boa-fé 
e adquirir a propriedade por meio do 
usucapião em um intervalo de tempo menor, 
se essa for sua vontade. 
Caio Mário (2003, 31) diz que “Se a posse 
originária era injusta, o desconhecimento do 
defeito daquele que a recebeu por título 
hereditário não lhe apaga o defeito porque o 
herdeiro, como sucessor universal do 
defunto, continua na mesma posse, com os 
vícios e qualidades que a revestiam”. 
Por outro lado, “Se a aquisição se der a título 
singular (convenção, legado), o mesmo não 
ocorre, pois que, começando sempre a 
posse com o ato aquisitivo, não a inquinam os 
vícios anteriormente existentes. É certo que 
o adquirente tem a faculdade de juntar à sua 
a posse do antecessor (accessio 
possessionis), mas é mera faculdade, de que 
somente se utilizará selhe convier, e o 
possuidor é disto o único árbitro”. 
POSSE VIOLENTA – POSSE CLANDESTINA 
– POSSE PRECÁRIA! : Modalidades de posse 
injusta 
ART. 1.208 DO CC: NÃO INDUZEM POSSE OS 
ATOS DE MERA PERMISSÃO OU 
TOLERÂNCIA ASSIM COMO NÃO 
AUTORIZAM A SUA AQUISIÇÃO OS ATOS 
VIOLENTOS, OU CLANDESTINOS, SENÃO 
DEPOIS DE CESSAR A VIOLÊNCIA OU A 
CLANDESTINIDADE 
 Atos de permissão e tolerância – 
SÃO ATOS DE DETENÇÃO 
 SE permissão for expressa, por 
escrito ou provada por depoimento 
convincente de testemunha, que viu 
ou ouviu o proprietário permitir o 
uso da coisa temporariamente. Nesse 
caso, o permissionário se equipara ao 
comodatário (possuidor direto). 
 A tolerância é uma permissão tácita. 
 Quando for adquirida por meio de 
atos clandestinos e violentos não 
induziria a posse. Desta Forma, 
enquanto não cessados os atos de 
violência e de clandestinidade, não 
existe posse – NESSE CASO 
EXISTE A DETENÇÃO e somente 
quando se tornar pacifico existe a 
posse. 
 A posse clandestina nova – não pode 
mudar suas características 
 A posse clandestina velha pode 
mudar as características da posse. 
9. Composse 
ART. 1.199. SE DUAS OU MAIS PESSOAS 
POSSUÍREM COISA INDIVISA, PODERÁ CADA 
UMA EXERCER SOBRE ELA ATOS 
POSSESSÓRIOS, CONTANTO QUE NÃO 
EXCLUAM OS DOS OUTROS 
COMPOSSUIDORES. 
a situação pela qual duas ou mais pessoas 
exercem, simultaneamente, poderes 
possessórios sobre a mesma coisa. 
Ex: É o que sucede com adquirentes de coisa 
comum, com marido e mulher em regime de 
comunhão de bens ou com coerdeiros antes 
da partilha. Como a posse é a exteriorização 
do domínio, admite-se a composse em todos 
os casos em que ocorre o condomínio, pois 
ela está para a posse assim como este para 
o domínio 
A) REQUISITOS: 
• PLURALIDADE DE SUJEITOS; 
• COISA INDIVISA; 
• PODE OCORRER POR ATO CONSENSUAL 
OU POR HERANÇA. 
EX: Dois sujeitos podem ter a posse da 
mesma coisa. Pode existir mais de um locador 
e mais de um locatário. 
EX: Pode haver a composse sem que os 
possuidores saibam. 
Ex: Um herdeiro que se ache único. 
B) TIPOS DE COMPOSSE: 
a) COMPOSSE SIMPLES OU DIVISA: Cada 
Sujeito tem o poder fático sobre a coisa, 
independentemente do outro consorte, 
quem também o tem. 
É a composse romana, na qual cada um dos 
compossuidores pode exercer sozinho o 
poder de fato sobre a coisa, sem excluir, 
todavia, o dos outros compossuidores 
 EX: O CONDOMÍNIO EDILÍCIO EM 
RELAÇÃO AOS SEUS APARTAMENTOS. 
PARTE DIVISA. 
B0 COMPOSSE DE MÃO COMUM OU 
INDIVISA: Nenhum dos sujeitos tem o 
poder fático independente dos demais. 
EX: HERDEIROS. SÃO POSSUIDORES EM 
CONJUNTO. 
Se configura quando somente todos os 
compossuidores, em conjunto, podem 
exercer o poder de fato sobre a coisa. 
OBS1: em qualquer tipo de composse, ambos 
os possuidores podem defender a sua posse 
no todo contra terceiros. 
OBS2: pode ser defendido contra o outro 
compossuidor. 
 Obs: Poderá haver a turbação de composse, 
se um compossuidor usar da coisa comum 
praticando atos contrários à sua destinação, 
ou se perturba o seu exercício normal por 
parte de outro compossuidor. 
10. CONCORRÊNCIA DE POSSE 
OU POSSES PARALELAS: 
Art. 1.197 do CC: POSSE DIRETA X POSSE 
INDIRETA. ONDE EXISTE A CONCORRÊNCIA 
DE POSSE 
Um sujeito age como possuidor direto e 
outro como possuir indireto. 
 
Como exemplo desse instituto citaremos o 
contrato de locação. Nele, há aquele que age 
como possuidor direto - locatário -, que de 
fato exerce poderes diretos sobre a coisa 
tutelada, e aquele que age como possuidor 
indireto - locador -, que também é possuidor, 
por ser o legítimo proprietário do bem. 
 
Com base nessa breve instrução, surge-nos 
a seguinte pergunta: poderia o possuidor 
indereto interpor alguma medida possessoria 
em desfavor do possuidor indireto? 
A resposta, evidentemente, é positiva. Isso se 
dá na medida em que, havendo um contrato 
regindo interesses distintos, não podem as 
partes descumpri-lo. A ssim, caso o possuidor 
indireto tente invadir o imóvel objeto da 
locação, o locatário pode muito bem interpor 
uma medida possessoria a fim de garantir a 
sua posse justa e de boa-fé. 
Ocorre concorrência ou sobreposição de 
posses 
PODE EXISTIR A COMPOSSE! 
PODE = FACULDADE!

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