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Larissa Gonçalves Insuficiência Respiratória Aguda Parte 1 - Diagnóstico Dispneia Introdução: Definição: · “Experiência subjetiva relacionada a dificuldade para respirar” · Terminologia variada no Brasil: o Falta de ar, canseira, cansaço, falta de fôlego, respiração pesada... Anamnese + exame físico = 70% dos diagnósticos Exames complementares = 30% dos diagnósticos *TEP dispneia isolada com exame físico normal – não modifica a dinâmica dos alvéolos Mecanismos de dispneia: 1. Fatores provocadores: Alterações na pO2 e pCO2 Citocinas Modificação no calibre da via aérea 2. Estímulo de receptores da dispneia: Ar passando na VA superior Receptores na VA inferior (receptores J) Receptores na parede torácica 3. SNC: (estímulo é levado para o SNC) Centro respiratório SINTOMA 4. Estímulo para músculos ventilatórios Mudança no padrão ventilatório SINAL *pCO2 muito importante para determinar a dispneia *Citocinas: pneumonia possui grande quantidade no parênquima pulmonar Classificação e causas: dividida em origem e cronologia 1. Origem: Cardiogênica: · Insuficiência cardíaca congestiva (principal): o Crônica (estável): HAS, Chagas, isquemia, doenças valvares (aórtica e mitral), idiopática; o Aguda (descompensada): IAM, HAS (crise hipertensiva), arritmia, miocardite, má adesão ao tratamento, infecção; · Equivalente anginoso: quando o paciente apresenta outro sintoma que não a dor, mas que representa isquemia dispneia, síncope, sudorese o Diabéticos, idosos, mulheres · Taqui/bradiarritmias; · Pericardite e miocardite. · No exame físico: sinais de congestão pulmonar estertor fino bibasal, ortopneia, dessaturação em decúbito; sinais de congestão sistêmica estase jugular, edema de MMII, hiporexia... *Queixa típica de pericardite: dor ventilatório dependente dor pleurítica. Fator de alívio: posição de prece maometana *Pericardite: supra de ST difuso Pulmonar: · Doenças obstrutivas: asma, DPOC (fator causador), bronquiectasias · Processos infecciosos: pneumonia (febre, mal-estar, hiporexia, dispneia...), bronquite aguda, vírus... · Tromboembolismo pulmonar (TEP): histórico de imobilização recente, hemoptise, alterações isoladas dos dados vitais · Derrame pleural · Pneumotórax: espontâneo e traumático (acidente de trânsito, trauma perfurante...). exame físico: ausência de murmúrio vesicular, percussão timpânica, desvio de traqueia, enfizema subcutâneo (“plástico bolha”) · Atelectasia Outras · Obstrução das vias aéreas altas/traqueia: anafilaxia edema de glote (estridor) – administrar adrenalina IM; · Doenças neuromusculares: síndrome de Guillain Barré; Larissa Gonçalves · Restrição torácica e extratorácica: politraumatizado, ascite; · Anemia: ponto de corte para hemotransfusão = Hb < 7,0 · Transtornos ansiosos / síndrome da hiperventilação; · Descondicionamento físico. 2. Cronologia: dividida em aguda e crônica Aguda: · Dispneia de instalação em horas ou poucos dias; · Potencialmente grave; · Insuficiência respiratória tipo I e II. o Perturbação de algum dos componentes da respiração o Tipo I: redução de O2 no sangue. Doenças que afetam a difusão e perfusão; Síndrome hipoxêmica (IRpA tipo I): Dispneia; Agitação/confusão mental; Taquicardia, taquipneia, hipertensão; Esforço respiratório; Fase final: bradicardia, cianose, sonolência, falência muscular o Tipo II: aumento de CO2 no sangue. Doenças que afetam a ventilação. Síndrome hipercápnica (IRpA tipo II): Dispneia menos intensa; Bradipsiquismo / sonolência; Cefaleia: por vasodilatação cerebral; Rebaixamento do sensório; Acidose respiratória. Respiração Ventilação: ato do ar chegar até os alvéolos e sair. É necessário do SNC e musculatura funcionantes. Ex.: DPOC, asma, depressão SNC, falência muscular. Perfusão: chegada do sangue aos alvéolos. Ex.: TEP Difusão: ato de troca de O2 e CO2, entre alvéolo e capilar. Ex.: Congestão, pneumonia, COVID Bioquímica do O2 e CO2 · Causas: o ICC descompensada; o Pneumonia; o DPOC exacerbado; o Tromboembolismo pulmonar (TEP); o Crise asmática. o Etiologias cardíacas: Síndrome coronariana aguda; Arritmias cardíacas; Tamponamento cardíaco o Edema agudo de glote; o Pneumotórax e derrame pleural; o Doenças neuromusculares; o Distúrbios metabólicos: acidoses metabólicas. Crônica Características semiológicas da dispneia: 1. História da doença atual (HDA): Duração: ao longo de dias, minutos, horas; Intensidade: NYHA, mMRC, Borg, subjetiva... Forma de início e de evolução; · Súbita: TEP, pneumotórax; · Progressiva; · Crônica agudizada. Sintomas acompanhantes; · Tosse, expectoração, sibilância, dor torácica; · Alterações em MMII; Fatores desencadeantes, de melhora, de piora; · Fatores ambientais, esforço físico... · Ortopneia (dificuldade para respirar deitado), trepopneia (dispneia que alivia em decúbito lateral), platipneia (dispneia ao se levantar). Circunstâncias prévias ao quadro · Histórico recente de imobilização/viagens. Oxigênio (O2): -Pouco difusível; -Reduzido em qualquer mecanismo. Gás carbônico -20x mais difusível; -Eliminado na ventilação; -Efeito depressor no SNC. Gás levemente ácida Larissa Gonçalves 2. Antecedentes pessoais: · Comorbidades; · Hábitos de vida: tabagismo, fogão à lenha, etc. 3. Exame físico: Ectoscopia (cianose, edema); Dados vitais: SatO2 SatO2 Avalia a proporção de hemoglobina à qual há O2 ligado Normal: > 95% DPOC: 88-92% Exame cardiovascular: ausculta cardíaca (ICC descompensada – B3 e ritmo de galope); Exame respiratório; Exame abdome; Exame MMII: edema, trombose; Exame neurológico (nível de consciência). Exames complementares: Guiados pela suspeita clínica; Adaptar para a realidade local; Ultrassonografia à beira leito: · Campos pulmonares: o Padrão pleuropulmonar: linhas horizontais; o Deslizamento pleural. · Avaliação da veia cava inferior (VCI); · Visualização cardíaca; o Linhas A = normais horizontais o Linhas B = líquido no interstício pulmonar vertical o Linhas C = Sinal do Retalho linha horizontal em vários fragmentos diferentes · Compressão MMII. BÁSICOS: · Rx de tórax PA e perfil · ECG · Laboratoriais: o Gasometria arterial: pO2 (< 60mmHg – IR tipo I) / pCO2 (> 50mmHg – IR tipo II) Bicarbonato Gradiente alvéolo-arterial [G (A-a)] Diferença entre a quantidade de O2 no álveolo e de O2 no sangue arterial Normal: < 10mmHg; G(A-a) = 150 – (PaCO2 x 1,25) – PaO2 G(A-a) esperado = 2,5 + (0,21 × idade) Pode auxiliar na diferenciação da hipoxemia decorrente de hipoventilação alveolar difusa ou alterações de trocas gasosas por condições pulmonares intrínsecas. Valores normais de G (A-a) na vigência de hipoxemia sugerem hipoventilação alveolar (uso de sedativos/opioides, doenças neuromusculares). Valores superiores ao esperado sugerem alterações no processo de oxigenação (efeito shunt, distúrbio ventilação/perfusão (V/Q) e alterações na barreira de troca). PaO2 Reflete a concentração de oxigênio dissolvido no plasma. Normal: PaO2 > 80 mmHg o Hemograma o Exames infecciosos: proteína C-reativa (PCR), procalcitonina o D-dímero: excluir TEP se + não quer dizer necessariamente que possui TEP, mas se -, exclui-se TEP; o BNP: hormônio secretado pelos átrios quando o coração está com sobrecarga hídrica. AVANÇADOS: · Ecocardiograma transtorácico · TC de tórax; · AngioTC de tórax / Cintilografia V/Q
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