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Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia DRGE – DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO OBJETIVOS OBJETIVOS Reconhecer principais sintomas associados a DRGE Familiarizar-se com os exames complementares diagnósticos de DRGE, incluindo o padrão ouro Reconhecer e aplicar a terapêutica adequada CLASSIFICAÇÃO CONCEITO → Afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e orgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra esofagianos, associados ou não a lesões teciduais 1. Não erosiva 2. Erosiva 3. Complicada FISIOPATOLOGIA DOENÇA MOTORA DO ESÔFAGO → Regularizar ataque e defesa Ataque: HCL, pepsina, sais biliares e enzimas pancreáticas Defesa: saliva, peristalse, resistência tecidual, pressão EEI e esvaziamento gástrico Fisiologia do estômago → Glândulas oxínticas Células mucosas: secretam muco Células pépticas ou principais: secretam pepsinogênio → pepsina em ambientes com pH <5,5 Células parietais ou oxínticas: secretam HCl + fator intrínseco → Glândulas pilóricas Estão no antro: produzem gastrina e muco Observações → O controle efetivo da acidez gástrica é essencial no controle da DRGE → Na maioria das pessoas com doença do refluxo, existe uma exposição anormalmente prolongada do esôfago distal ao ácido e pepsina Exposição contínua → excede tolerância → sintomas e/ou alterações macroscópicas → DRGE Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia DIAGNÓSTICO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Típicos Relacionadas a ação direta do conteúdo refluído sobre o esôfago Pirose e regurgitação ácida Atípicos → Ação do material refluído sobre orgãos adjacentes ou não a lesões teciduais → Soluços, disfagia, odinofagia, náuseas, vômitos, sialorreia Atípicos extraesofágicos → Asma → Tosse crônica → Pneumonia por aspiração → Disfonia Laringite posterior EXAMES COMPLEMENTARES 1. Endoscopia digestiva alta com bx para histologia se necessário 2. pHmetria esofágica prolongada (24 horas) 3. Esofagograma com bário – não mais reconhecido para diagnóstico 4. Impedância intraluminal (impedâncio – pHmetria) ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA **Síndrome consumptiva → 10% em 6 meses Endoscopia digestiva alta → Sintomas atípicos: < prevalência de esofagite + quando presente é leve → Sintomas típicos: esofagite presente em 47% a 79% Achados endoscópicos → Ausência de lesões não exclui diagnóstico → Não considerar eritema, friabilidade e edema → Lesões relacionadas: **Biópsias são indicadas a partir de esofagite severa – grau C e nas complicações Quando realizar a revisão endoscópica? 1. Após 12 semanas 2. Esofagite moderada ou grave > grau C de Los Angeles Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia Classificação de Los Angeles – esofagites Grau A Grau B Uma ou mais solução de continuidade da mucosa confinada às pregas mucosas, não maiores que 5mm cada Pelo menos uma solução de continuidade da mucosa com mais de 5mm de comprimento, confinada às pregas mucosas e não contíguas entre o topo de duas pregas Grau C Grau D Pelo menos uma solução de continuidade da mucosa contígua entre o topo de duas ou mais pregas mucosas, mas não circunferencial – em torno de 2/3 da luz do esôfago Uma ou mais solução de continuidade da mucosa circunferencial – ocupa 75% no mínimo da circunferência do esôfago Hérnia de Hiato → Não pode ser considerada parâmetro para diagnóstico de DRGE Hérnia de hiato tipo 1 – por deslizamento RX → Pouco sensível e pouco específico → Importante nos casos de: Esofagite complicada com diminuição da luz do esôfago e/ou estenose Na avaliação da presença e mensuração da hérnia hiatal Na avaliação de prováveis alterações mais grosseiras de motilidade esofágica, especialmente na acalasia ou megaesôfago dissociados Pode ser pedido para pré e pós-operatório de fundoplicatura PHMETRIA → Mede acidez intraesofágica em 24 horas → sonda naso-esofágica com eletrodo de antimônio, conectada a um gravador – medida cada 6s → 1, 2, 3 ou 4 canais Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia → Dados analisados no computador → Sempre precedido pela manometria esofagiana para posicionamento do cateter e avaliação da pressão e o relaxamento do EEI + peristalse Indicações 1. Não mais considerada padrão ouro devido a importante variação na sua sensibilidade 2. Sintomas DRGE com EDA normal 3. Pacientes com manifestações atípicas/extra esofágicas 4. Avaliação pré-operatório de cirurgia anti-refluxo 5. Seguimento pacientes com doença complicada e/ou pós-tratamento 6. Sintomas refratário a terapêutica clínica ou após cirurgia anti-refluxo NÃO está indicada para diagnóstico de esofagite de refluxo IMPEDÂNCIA INTRALUMINAL → Recentemente introduzida como mais um método de investigação da DRGE → Acoplado a pHmetria, permite a caracterização do refluxo não ácido, fracamente ácido, alcalino e fracamente alcalino, além das diferentes formas de refluxo → líquido, gasoso ou misto → Seu uso está indicado nos casos de: Aferimento de pH na vigência de IBP Investigação de manifestações atípicas e extra-esofágicas ** Melhor correlação entre sintomas e pH gástrico COMPLICAÇÕES Úlcera Adenocarcinoma de esôfago distal Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia Hemorragia Estenose Esôfago de Barret TRATAMENTO OBJETIVOS Controle dos sintomas Cicatrização da esofagite Prevenção de complicações Manutenção da remissão TRATAMENTOS Teste terapêutico Medidas comportamentais Tratamento farmacológico → IBP administrado em dose padrão por 4 semanas → Sintomas ocasionais → Elevação da cama por um calço de 15 cm → Perda de peso → Melhor alimentação, evitar chocolate, cebola, doces, frituras Não fazer jejum prolongado → Ação local: antiácido e sucralfato → Procinéticos: Metoclopramida, bromoprida, Domperidona, Betanecol → Antisecretores: antagonistas H² e inibidores da bomba de prótons (IBP) TRETTA/Fundoplicatura transoral Tratamento cirúrgico Tratamento endoscópico → Tecnologia muito recente que fornece energia de radiofrequência para o músculo entre o estômago e o esôfago, através de uma sonda passada pela boca → A RF remodela e melhora o tecido muscular, resultando em melhora significativa da função da barreira, levando a menos episódios de refluxo → Seu objetivo é tratar o refluxo para a evitar uma cirurgia → Esofagite complicada em pacientes que necessitam de terapia de manutenção principalmente aqueles com <40 anos → Dificuldade de arcar financeiramente com o custo da medicação a longo prazo → Hérnia hiatal volumosa **Os não respondedores ao tratamento clínico não serão bons respondedores ao tratamento cirúrgico Dispositivos implantados cirurgicamente ou fundoplicatura laparoscópica ou convencional → Hemorragia Injeção Térmica Mecânica (hemoclip) → Estenose Dilatação com velas → Adenocarcinoma Tratamento paliativo com próteses → cirúrgico MECANISMOS DE AÇÃO Bloqueadores H2 da célula parietal → A célula parietal possui receptores para: histamina, acetilcolina e gastrina → Os bloqueadoresH2 inibem apenas a ligação de histamina com seus receptores, restando as outras duas vias (acetilcolina e gastrina) → Quando ocorre a ligação das 3 substâncias com seus receptores, produzem hidrogênio que será secretado pela bomba de prótons Inibidores de bomba de prótons (IBP) → Seu mecanismo de ação ocorre através do bloqueio da liberação de hidrogênio, apesar da ligação das 3 substâncias com seus receptores na célula parietal do antro gástrico Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia TRETTA MEDICAMENTOS REFRATARIEDADE AO TRATAMENTO 1. Não aderência ao tratamento 2. Esofagite eosinofílica 3. Diabetes, acalasia ou EE difuso 4. Esofagite infecciosa 5. Pirose funcional 6. Esofagite medicamentosa 7. Pirose funcional 8. Síndrome hipersecretora 9. Doenças em orgãos adjacentes 10. Desordens musculoesqueléticas Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia CONSIDERAÇÕES FINAIS → Diagnóstico é baseado nas queixas clínicas, endoscopia digestiva alta, pHmetria e/ou impedância-pHmetria → Tratamento clínico (farmacológico + dietético e comportamental) e cirúrgico são equivalentes → Os fármacos de excelência para seu tratamento são os IBP’s ESÔFAGO DE BARRET CARACTERÍSTICAS → Condição pré-maligna onde ocorre substituição do epitélio escamoso estratificado do esôfago por epitélio colunar contendo células intestinalizada e presença de células caliciformes em qualquer extensão do órgão → Diagnóstico: clínico + endoscópico + histopatológico DIAGNÓSTICO Metaplasia de Barret sem displasia mostrando o epitélio colunar com células caliciformes da região superior a junção gastroesofágica Metaplasia de Barret com displasia de baixo grau Metaplasia de Barret com displasia de alto grau e irregularidade avançada nas células Metaplasia de Barret com displasia de alto grau associada a uma fase de carcinoma intramucoso, células francamente malignas além da extensão da membrana basal Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia PREVALÊNCIA → Maior incidência em: > 60 anos → Mais em homens que mulheres → Ocorre em 10 a 13% dos pacientes com DRGE – prevalência ocidental → > risco para adenocarcinoma de esôfago com incidência anual estimada em torno de 0,5 a 1% → 20 a 40% dos pacientes com displasia de alto grau na biópsia desenvolveram adenocarcinoma de estágio inicial FATORES DE RISCO Idade de início dos sintomas = jovens Maior duração dos sintomas = exposição ácida persistente Presença de sintomas noturnos = > tempo de exposição ao ácido Presença de complicações da DRGE ACOMPANHAMENTO TRATAMENTO OUTRAS ESOFAGITES DEFINIÇÃO → Processo inflamatório e/ou infeccioso da mucosa esofágica ETIOLOGIA 1. Infecciosa (herpes, CMV) 2. Actínica e Cáustica 3. Medicamentosa (tomar remédio sem água – idosos) 4. Eosinofílica (infiltração de eosinófilos) Glaziele Odawara – 6° período – Gastroenterologia ETIOLOGIA MANIFESTAÇOES CLÍNICAS 1. Inapetência 2. Dor abdominal 3. Dor torácica 4. Disfagia e/ou odinofagia 5. Tosse seca 6. Dor de garganta 7. Gosto amargo na boca 8. Halitose → Exame físico: avaliação da cavidade oral + ausculta + linfadenomegalia → Exames complementares: endoscopia digestiva alta+ biópsias → Tratamento de acordo com a etiologia
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