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As Batalhas Espirituais Finais - Parte 3

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A474
 Alves, Silvio Dutra
 As Batalhas Espirituais Finais – Parte 3 / Silvio Dutra Alves.
 - 1ª edição – Fundamentado no tratado de William Gurnall
 Rio de Janeiro, 2021.
 146p; 14,8 x 21 cm 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. I. Título
 CDD 230
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo o que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
(João 3.16)
Se tomarmos as palavras de Jesus em João 3.16 e
as transportarmos em sua interpretação para o
simples campo do debate religioso, ficaremos a
uma profunda distância do seu real significado,
aplicando-o de forma generalizada a tudo quanto
exista no mundo, o que seria incorreto, pois ali se
excluem todas as demais coisas que não possam
crer, pois é dito expressamente que o objetivo da
missão do Filho em ter sido dado pelo Pai ao
mundo e enviado a Ele é dirigido a todo o que
crer, e isto sabemos que é dado somente a seres
morais, ou seja, à humanidade. Mas o principal a
ser recolhido nestas palavras do Senhor é que Ele
foi dado para ser um sacrifício e que o que
motivou o Pai a isto foi o seu amor por aqueles
que viriam a crer no Filho, de modo que não
perecessem por causa do pecado, mas, como nas
palavras do mesmo texto, que viessem a alcançar
a vida eterna. 
Agora, se permanecermos aqui e não avançarmos
em nossa interpretação em busca do pleno
significado do que foi dito pelo Senhor, é possível
que não cheguemos a compreender como é que
este amor de Deus pela humanidade se expressa e
para qual finalidade. É preciso examinar todo o
contexto destas palavras de João 3.16 para
podermos entender que ali se fala da necessidade
2
de um novo nascimento do Espírito Santo para
que o propósito de Deus se cumpra, porque o seu
amor ao mundo busca uma correspondência de
volta a este amor por parte daquele que foi amado.
E isto não seria possível caso não houvesse um
novo nascimento operado pelo Espírito Santo,
pelo qual somente é possível termos este amor de
Deus derramado em nossos corações. Em outras
palavras, somente por estarmos cheios do Espírito
que podemos sentir e expressar o nosso amor a
Ele e ao nosso próximo, do mesmo modo
conforme somos amados por Ele. 
Este sentimento e expressão do amor de Deus
encontrava-se no apóstolo Paulo e foi isto que o
levou a dizer as palavras de 2 Corintios 5.18-21:
“18 Ora, tudo provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e
nos deu o ministério da reconciliação,
“19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões, e nos confiou a palavra da
reconciliação.
20 De sorte que somos embaixadores em nome de
Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio.
Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis
com Deus.
21 Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus.”
Como um embaixador enviado por Deus desde o
Seu reino para uma nação estrangeira, ele fala
3
com o mesmo sentimento de amor de Deus pelo
homem, a ninguém excluindo de sua mensagem,
para que atendesse ao convite daquele que o
enviou em missão para participarem do Seu
Reino, deixando de estar em guerra de oposição a
Ele, pois estava disposto a se reconciliar com eles
através da obra realizada por seu Filho em favor
deles. E se Deus estava assim disposto, cabia a eles
estarem dispostos também a se reconciliarem
com Ele. 
Mas estes que se reconciliam são em si mesmos
apenas vasos fracos de barro, incapazes de
manifestar o amor espiritual, celestial e divino,
caso não sejam enchidos e movidos pelo Espírito
Santo, que é o único que pode mudar seus
corações insensíveis de pedra em corações de
carne sensíveis ao amor de Deus, a ponto deste
amor transbordar até mesmo em direção
daqueles que são seus inimigos.
É possível ter sentimentos de amor e inclusive
chorar por compaixão de um cruel inimigo? Sim,
desde que como vimos antes, sendo tomados pelo
Espírito Santo para isto. 
Então, esta é a mensagem central, o coração do
evangelho. Isto é o puro Cristianismo, e revela o
quão vil é se opor e atacá-lo sob a alegação de ser
uma religião que dissemina o ódio. Uma acusação
dessa monta repousa na ignorância do que seja de
fato o Cristianismo e poderia ser somente
insuflada pelo grande Inimigo de Deus e o
evangelho, a saber, Satanás o diabo, que sempre
4
será achado neste propósito de erradicar o
cristianismo da Terra.
Foi isso que levou Jesus a interceder em favor dos
seus algozes, mesmo quando morria na cruz,
dizendo que eles não sabiam o que estavam
fazendo, pois todo aquele ódio e desprezo por Ele
era sem causa, não havia um motivo para aquilo,
pois sempre os havia amado a ponto de chorar por
toda a Jerusalém, em razão do endurecimento
deles ao convite de amor de Deus para se
reconciliarem com Ele por meio da fé em Seu
Filho.
E apesar deste ódio sem causa a Jesus e ao
evangelho ter continuado na história da
humanidade até os nossos dias, o amor de Deus
continua inalterado e ainda enviando
embaixadores com a sua mensagem de amor a
todas as partes do mundo, e é por causa deste
amor movendo os seus corações que muitos
destes missionários têm sido martirizados e
perseguidos desde os dias da Igreja Primitiva até
hoje. 
Mesmo depois de tantas crueldades e injustiças
contra os cristãos e contra a mensagem do
evangelho, o amor de Deus permanece o mesmo,
ainda que tenha que manter sob acusação para
uma condenação eterna caso não venham a se
arrepender enquanto vivem aqui embaixo, pois
isto é exigido pelo atributo da Justiça perfeita
divina que exige que somente por possuir uma
justiça também perfeita os seres morais podem
ser unidos espiritualmente a Deus fazendo-se co-
5
participantes da Sua natureza, e esta justiça
perfeita nenhum ser humano possui, senão
somente Jesus que pode imputá-la a nós, caso nos
liguemos a Ele em espírito. 
Então no mesmo contexto de João 3.16, Jesus
também disse o seguinte:
“17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo,
não para que julgasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por ele.
18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está
julgado, porquanto não crê no nome do unigênito
Filho de Deus.
19 O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os
homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as
suas obras eram más.
20 Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e
não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as
suas obras.
21 Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a
fim de que as suas obras sejam manifestas,
porque feitas em Deus.”
Com isto, vemos que o amor do qual aqui se fala
não envolve apenas sentimento ou mover
espiritual, mas também um necessário
fundamento na justiça e na verdade, pois ambos
antecedem ao amor, porque não há verdadeiro
amor onde não haja a justiça e a verdade de Deus
em nossas vidas.
Sem esgotar todas as particularidades deste amor
de Deus, no que tange às suas realizações e
6
manifestações em nós, o apóstolo Paulo nos
apresenta a seguinte descrição no texto de I
Coríntios 13:
“1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos
anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que
soa ou como o címbalo que retine.
2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça
todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha
tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não
tiver amor, nada serei.
3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os
pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para
ser queimado,se não tiver amor, nada disso me
aproveitará.
4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em
ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece,
5 não se conduz inconvenientemente, não procura os
seus interesses, não se exaspera, não se ressente do
mal;
6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a
verdade;
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias,
desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, passará;
9 porque, em parte, conhecemos e, em parte,
profetizamos.
10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é
em parte será aniquilado.
7
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia
como menino, pensava como menino; quando
cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de
menino.
12 Porque, agora, vemos como em espelho,
obscuramente; então, veremos face a face. Agora,
conheço em parte; então, conhecerei como também
sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o
amor, estes três; porém o maior destes é o amor.”
Por este texto e por tudo o que se falou até aqui
podemos ver claramente que toda a pregação que
condena o pecado não tem por alvo condenar o
pecador em seu estado caído, pois isto significaria
uma adulteração da mensagem que Deus confiou
aos seus embaixadores para transmitirem aos
perdidos em nome de Cristo, não somente de que
há esperança para eles, mas que se arrependam
de seus pecados para poderem se reconciliar com
o Criador, uma vez que o pecado foi o agente
responsável pelo afastamento que há entre o
homem natural e Deus.
Impõe-se a necessidade de um novo nascimento
do Espírito Santo, para a recepção de uma nova
natureza espiritual santa e sem pecado, que será
desenvolvida no crente até que ele chegue à
estatura de maturidade que há em Cristo. 
Com o propósito de convencer a humanidade
caída da perigosa posição em que se encontra
caso não se converta, Deus operou grandes juízos
contra o pecado, especialmente no período do
8
Antigo Testamento, inclusive sobre nações
inteiras, para seja temido e atendido em suas
ameaças contra o pecado, e por fim muitos se
convertam de suas más obras, voltando-se para
ele para viverem em justiça e santidade. De modo
que tais ameaças e juízos não devem ser
considerados que havia um Deus cruel nos dias
do Antigo Testamento que foi pacificado por
Jesus, uma vez que ambas afirmações são
incorretas. Deus não muda, e Jesus sendo Deus
veio em missão de salvação, mas há de voltar em
missão de Juízo. Mas tanto em suas ameaças
quanto em seus juízos não são excluídos sua
longanimidade, amor e misericórdia, pois são
atributos essenciais de sua natureza divina, de
modo que faríamos bem em não considerar
erroneamente todas as suas ações contra o
pecado como uma forma de ódio pela
humanidade, pois não odeia o homem que criou,
senão o pecado. E se o homem não mata o pecado,
o pecado por fim o matará, e é disso que Deus com
grande longanimidade tem procurado livrar o
pecador, pois o pecado que ele tanto ama virá por
fim a ser o seu algoz, assim como uma serpente
venenosa que foi criada em seu peito.
Evidentemente, tudo isto não pode ser apenas
considerado sob um prisma sentimental e
emocional pois é discernido pelo mesmo Espírito
Santo, por aqueles que são por ele dirigidos,
quantos há que se opõem abertamente a Deus e
ao evangelho de amor de Jesus por serem
adoradores voluntários e ardorosos do mal e de
Satanás, e que são conhecidos como réprobos
9
porque jamais chegariam ao conhecimento da
verdade, de modo que destes também se dá
testemunho na Bíblia, e podem ser vistos em suas
ações deletérias ao longo de toda a história da
humanidade, encobertando muitas vezes estas
ações sob uma capa de amor ao próximo, e em
ações de “beneficência”, pelas quais escondem
seus reais propósitos de destruição e maldade.
Como poderiam estes serem aprovados para o
Reino dos Céus? Como poderiam partilhar de
uma verdadeira unidade em justiça e em amor
com todos aqueles que amam a Deus? Ao
contrário, sendo agentes e instrumentos
voluntários nas mãos de Satanás, sempre serão
usados por ele para se oporem ao propósito de
Deus de salvar os perdidos, e para causarem dores
e sofrimentos naqueles que se dispuserem a se
converter a Cristo. Triste realidade, mas é o que
existe de fato, e com o que se tem convivido ao
longo das eras.
Apesar de tudo isto, os que estão em missão em
nome de Jesus acham-se com lágrimas de
compaixão e amor em seus olhos pelos que se
perdem. Isto nos faz lembrar quando um pastor
disse a Robert Murray Mc’Cheyne que havia
pregado um grande sermão sobre a futura
destruição dos ímpios, Mc’Cheyne perguntou-lhe
se ele o havia feito com lágrimas em seus olhos,
pois este é o sentimento que permeia a mente e os
corações daqueles que estão de fato cheios do
Espírito Santo. 
10
Olhe para Jesus sangrando na cruz, tudo
suportando com infinita paciência e amor
pedindo ao Pai que perdoasse os seus
crucificadores, pois, afinal todos eram seus
assassinos porque foi por causa dos seus pecados
que Ele entregou sua vida voluntariamente em
sacrifício para que pudessem ser salvos.
Quanto mais um crente se santifica, mais ele se
sente o principal dos pecadores, como assim se
expressou o apóstolo Paulo acerca de si mesmo. E
por que isto? Porque quanto mais nos
aproximamos do sol de perfeição de justiça que é
Jesus Cristo mais é revelada a profundidade do
pecado que reside em nossa velha natureza. Nada
há portanto mais improcedente do que acusar o
cristão verdadeiro de se julgar superior às demais
pessoas, ou que seja melhor do que elas. Se há
alguma excelência no cristão é devido
completamente à graça de Jesus que lhe é
concedida exclusivamente pela fé. Nada há nele
de si mesmo que o recomende a Deus, e é
somente aceito por Ele por estar em Jesus Cristo.
E o principal de tudo, esta graça está sendo
oferecida a todos, sem qualquer acepção de
pessoas, e é disso que o crente está encarregado
pelo próprio Cristo a fazer por meio do seu
testemunho pessoal, pregação e ensino. Quem
tudo faz e opera é o próprio Deus, e o crente não
passa de um mero instrumento em Suas mãos
divinas, assim como o bisturi nas mãos do
cirurgião. Mas nada disso pode ser discernido e
entendido quando se está na carne, e não no
Espírito. E para estar no Espírito é necessário
11
nascer de novo, ao que se chama regeneração,
mas não sem que se seja também justificado da
culpa do pecado por meio da fé em Jesus e em Seu
senhorio, sacrifício e sacerdócio. Então não é de
se admirar que todo aquele que ainda não nasceu
de novo do Espírito, não possa discernir quem
seja de fato o crente e o que ele sente pelo mundo
inteiro sem Cristo, com terna compaixão e
sentimento sacrificial de gastar a própria vida em
prol da salvação de almas. E o diabo, conhecendo
amplamente a cegueira decorrente da ignorância
espiritual usa de argumentos falaciosos
apresentando um simulacro de bem para ser
aplicado à sociedade como um todo, que é
exatamente o oposto de tudo o que há no reino de
Deus. Daí é que decorre toda a perseguição que é
levantada contra os crentes, contra Cristo, contra
o Evangelho, porque Satanás engana os não
crentes com o falso argumento de que estão
sendo ofendidos pelos crentes quando estes
pregam contra os seus pecados, e vai ainda mais
além, enganando-lhes que não há pecado, e que
tudo o que fazem é somente o resultado da
liberdade que eles têm por seu nascimento
natural, e da qual devem desfrutar da maneira
que bem entenderem desde que se sintam felizescom isso. 
Como nas partes anteriores, continuaremos
apresentando a seguir o que foi escrito por
William Gurnall, em seu tratado intitulado O
Cristão na Armadura Completa:
Direção em segundo lugar. 
12
A natureza da guerra e o caráter dos assaltantes.
'Porque a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes.”(Efésios 6:12). As palavras são acopladas
ao precedente com a partícula casual 'para', que
se refere aos dois versículos anteriores - e então
elas são mais uma razão, pressionando a
necessidade de fortaleza cristã no décimo verso, e
móveis no décimo primeiro, ou então até as
últimas palavras no décimo primeiro versículo,
onde o apóstolo viu que o grande inimigo dos
santos é Satanás, e o descreveu em um de seus
atributos - sua astuta sutileza - ele neste exibe em
suas próprias cores, não para enfraquecer as mãos
dos santos, mas para despertar seus cuidados, que
vendo seus inimigos marchando de corpo inteiro,
eles podem ficar em melhor posição para receber
sua carga. Aqui, aliás, nós podemos observar a
simplicidade e a franqueza do apóstolo; ele não
subestima a força do inimigo, e representá-lo
insignificante, como os capitães costumam fazer
para manter seus soldados juntos, por
menosprezar o poder de seu adversário; não, ele
diz a eles o pior no começo. Se Satanás tivesse
recebido permissão para estabelecer seu próprio
poder, ele poderia ter desafiado não mais do que
aqui é concedido a ele. Veja aqui, a diferença entre
Cristo lidando com seus seguidores e Satanás
com os seus. Satanás não ousa deixar que os
pecadores saibam quem é esse Deus contra quem
eles lutam; isto seria o suficiente para gerar um
motim no acampamento do diabo. Almas tolas,
13
eles são atraídos para o campo por um falso
relatório de Deus e seus caminhos, e são mantidos
lá juntos, com mentiras e contos bonitos; mas
Cristo não tem medo de mostrar aos seus santos
seu inimigo em todo o seu poder e principado, a
fraqueza de Deus sendo mais forte do que os
poderes do inferno. As palavras contêm uma
descrição viva de uma guerra sangrenta e
duradoura entre o cristão e seu implacável
inimigo. Nelas podemos observar:
PRIMEIRO: O estado do cristão nesta vida é
estabelecido por esta palavra 'luta'.
SEGUNDO: Os agressores que aparecem em
armas contra o cristão. Eles são descritos -
primeiro, negativamente, 'não carne e sangue;' ou
melhor, comparativamente, não principalmente
carne e sangue. Em segundo lugar, positivamente,
'mas contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as
forças espirituais do mal, nas regiões celestes.'
DIREÇÃO II.
PRIMEIRA PARTE GERAL.
A natureza da guerra é definida por esta palavra
luta. "Pois nós lutamos", Ef. 6:12 .O estado do
cristão nesta vida é estabelecido por esta palavra
luta. O estado de luta ou conflito de um cristão
nesta vida é tornado observável aqui por uma
circunstância tríplice. Primeiro, a nitidez do
combate. Em segundo lugar, a universalidade do
combate. Terceiro, a permanência do combate.
14
Primeiro: A nitidez do combate. O tipo de combate
pelo qual o estado do cristão é estabelecido aqui é
a frase traduzida por 'lutamos', que embora seja
usada às vezes para uma luta de esporte e
recreação, ainda é usado aqui para definir a
nitidez do encontro do cristão. Existem duas
coisas na luta que a tornam um combate mais
acirrado do que outros.
Primeiro. É um único combate. Combater não é
lutar adequadamente contra uma multidão, mas
quando um único inimigo sai ao encontro do
outro e entra na lista com ele, cada um exercendo
toda a sua força um contra o outro; como Davi e
Golias, quando todos os exércitos pararam como
se estivessem em um círculo para ver o resultado
sangrento daquele duelo. 
Agora, isso é mais feroz do que lutar em um
exército, onde embora a batalha seja acirrada e
longa, o soldado não está sempre engajado, mas
cai quando ele se cansa e toma fôlego um pouco;
sim, possivelmente pode escapar sem ferimento
ou golpe, porque lá o objetivo do inimigo não é
este ou aquele homem, mas toda a companhia.
Em luta no entanto, não se pode escapar dela;
sendo ele o objeto particular da fúria do inimigo,
deve ser abalado e tentado com propósito. Na
verdade, a palavra 'luta' significa uma luta que faz
o corpo tremer.
2. Satanás não tem apenas uma malícia geral
contra o exército dos santos, mas um rancor
contra ti, João, e contra ti Joana; ele irá escolher
você como seu inimigo. Encontramos Jacó quando
15
estava sozinho, um homem que lutou com ele.
Como Deus se agrada em ter comunhão
particular com seus santos solitários, então o
diabo se delicia em experimentar isso de perto
com o cristão quando ele o pega sozinho. À
medida que perdemos muito conforto quando
não aplicamos a promessa e providência de Deus
para nossas pessoas e condições particulares -
Deus me ama, me perdoa, cuida de mim. A água
na canalização da cidade não me serve de nada, se
eu não tiver um cano para colocá-la em minha
cisterna; então isso obstrui nosso cuidado e
vigilância, quando concebemos a ira e a fúria de
Satanás em geral contra os santos, e não contra
mim em especial. Oh, quão cuidadosa seria uma
alma no dever, se, ao ir à igreja ou ao aposento, ela
tivesse uma vida tão séria de meditação como
esta: Agora Satanás está em meus calcanhares
para me atrapalhar em meu trabalho, se meu
Deus não me ajudar! 
Segundo. É um combate corpo a corpo. Os
exércitos lutam a alguma distância. Os lutadores
lutam corpo a corpo. Uma flecha disparada ao
longe pode ser vista e evitada, mas quando o
inimigo se apodera de alguém, não há declínio,
mas ou ele deve resistir virilmente ou cair
vergonhosamente aos pés de seu inimigo. Satanás
se aproxima, e entra no cristão, leva seu controle
de sua própria carne e natureza corrupta, e com
isso o abala.
Terceiro. A universalidade do combate. 'Nós
lutamos' abrange tudo. De propósito, você pode
16
perceber o apóstolo mudar o pronome tu no verso
anterior, em nós neste, para que ele possa incluir a
si mesmo, bem como a eles; até parece que ele
havia dito: A briga é com todos os santos. Satanás
não teme atacar o ministro, nem despreza lutar
com o santo mais cruel da congregação. Grandes
e pequenos, ministro e povo, todos devem lutar;
nenhuma parte do exército de Cristo no campo, e
o outro à vontade em seus aposentos, onde
nenhum inimigo vem. Aqui há inimigos
suficientes para envolver tudo de uma vez. 
Quarto. A permanência ou duração deste
combate; e isso está no tempo tenso que lutamos.
Não, nossa luta foi na primeira conversão, mas
agora terminada, e passamos pelas lanças; não,
devemos lutar quando a doença vier, e a morte
vem; mas nossa luta permanece; o inimigo está
sempre à nossa vista, sim, lutando conosco. Existe
um mal da tentação de cada dia, que, como as
amarras de Paulo, permanece onde quer que
estejamos. De modo que esses detalhes somados
chegarão a este ponto. 
A vida do cristão aqui é uma luta contínua com o
pecado e Satanás. 
Doutrina. A vida do cristão é uma luta contínua.
Ele é, como Jeremias disse de si mesmo, nascido
'um homem de conflito'. Ou o que o profeta disse a
Asa, pode ser dito a todo cristão; 'Daqui tu terás
guerras:' do teu nascimento espiritual à tua morte
natural; desde a hora em que puseste o rosto no
céu, até que puseste os pés no céu. A marcha de
Israel para fora do Egito foi, no sentido do
17
evangelho, nossa entrada em campo contra o
pecado e Satanás; e quando elestiveram paz? -
não até que eles alojaram suas cores em Canaã.
Nenhuma condição em que o cristão está, aqui
embaixo, é silenciosa. É prosperidade ou
adversidade? Aqui está o trabalho para ambas as
mãos, para manter o orgulho e a segurança em
uma, a fé e a paciência na outra; nenhum lugar
que o cristão possa chamar de terreno
privilegiado. Ló em Sodoma lutou com seus
habitantes ímpios; sua alma justa sendo irritada
com sua conversa impura. E como ele está em
Zoar? Suas próprias filhas não trazem uma faísca
do fogo de Sodoma em sua cama, pela qual ele se
inflama de luxúria? Alguns pensaram que se
estivessem em tal família, sob tal ministério, fora
de tais ocasiões, oh, então eles nunca deveriam
ser tentados como agora! Eu confesso que a
mudança de ares é uma grande ajuda para a
natureza fraca, e estes são chamados de terreno
vantajoso contra Satanás; mas pensas tu fugir da
presença de Satanás assim? Não, embora você
deva tomar as asas da manhã, ele voará atrás de
você; estes podem fazê-lo mudar seu método de
tentação, mas não desistir de seus projetos;
enquanto seu velho amigo estiver vivo por dentro,
ele estará batendo à sua porta por fora. Nenhum
dever pode ser executado sem luta. O cristão
precisa de sua espada tanto quanto de sua
espátula, como os judeus que reconstruíram o
muro de Jerusalém nos dias de Neemias. 
Ele luta com um corpo de carne; e isso para o
cristão no dever é como a besta para o viajante, ele
18
não pode viajar sem ela e tem muito trabalho para
mantê-la. Se a carne for mantida elevada e
vigorosa, então ela é devassa e não obedecerá; se
baixo, é fraca e logo se cansa. Assim, o cristão
poupa avança terreno, porque precisa ir no ritmo
de seu corpo fraco. Ele luta com um corpo de
pecado tanto quanto de carne; este murmura
quando a alma está assumindo qualquer dever, de
modo que ela não pode fazer o que faria. Como
Paulo disse, eu teria vindo uma e outra vez, mas
Satanás me impediu. Eu teria orado, pode o cristão
dizer, em tal hora, e meditado na palavra que ouvi,
as misericórdias que recebi em outra hora, mas
esse inimigo atrapalhou. É verdade, a graça
balança o cetro em tal alma; no entanto, como os
meninos da escola que gastam seu tempo quando
o mestre está fora, excluem-no, e por um tempo
dominam-no no desgoverno, embora sejam
açoitados por isso depois, assim a parte não
regenerada tira vantagem quando a graça não
está sob seu comando para perturbar seu governo
e excluí-lo de seus deveres. Embora isso afinal
torne a alma mais severa em mortificação, ainda
assim custa alguma luta antes que possa
recuperar seu trono; e quando não pode se
desligar do dever, ainda assim o cristão está
lamentavelmente em falta com ela no dever. Não
pode fazer o que faz como deveria fazer. Muitas
cartas em sua cópia estraga este inimigo,
enquanto o sacode com pensamentos
impertinentes. Quando o cristão está orando,
então Satanás e a carne estão tagarelando; ele
chora, e ele mais alto para apagá-lo ou abafar seu
choro. Assim, vemos que o cristão é atacado por
19
todos os lados por seu inimigo; e como pode ser
de outro modo, quando as sementes da guerra
estão profundamente enraizadas nas naturezas de
ambos, que nunca podem ser enraizadas até que o
diabo deixe de ser um diabo, o pecado deixe de ser
pecado e o santo seja um santo? Embora os lobos
possam rosnar uns para os outros, logo ficam
quietos novamente, porque a briga não está em
sua natureza; mas o lobo e o cordeiro nunca
podem ser feitos amigos. O pecado lutará contra a
graça, e a graça contra o pecado, sempre que eles
se encontrarem. 
Repreensão para aqueles que não são verdadeiros
lutadores: Primeiro. Isso pode reprovar como luta;
mas contra quem? Contra Deus, não contra o
pecado e Satanás. Esses são realmente homens
ousados, que ousam tentar lutar com o Todo-
Poderoso; contudo, existem tais, e um ai é
pronunciada contra eles, Isa. 45: 9, 'Ai daquele que
contende com seu Criador.' É fácil dizer qual deles
será derrotado. O que ele pode fazer a não ser
quebrar suas pernas, que as espatifam contra
uma rocha? É provável que haja uma bela batalha,
quando os espinhos competem como fogo e os
restolhos com as chamas. Mas onde moram esses
gigantes que ousam entrar na lista com o grande
Deus? Quais são seus nomes, para que possamos
conhecê-los e marcá-los como criaturas acima de
todas as outras indignas de viver? Preste atenção,
ó tu que pedes, que o homem miserável a quem
procuras desafiar não seja encontrado em tuas
próprias roupas. Judas era o traidor, embora não
respondesse por seu nome, mas adiasse com um
20
'Mestre, sou eu?' E assim você pode ser um
lutador contra Deus. O coração é enganoso.
Mesmo o santo Davi, com toda a sua ira, se
acendeu tanto contra o rico, que tirou a ovelha do
pobre, que a amarrou com juramento, que não
viveria o homem que o fizera, mas prova
finalmente ser ele próprio o homem, como o
profeta disse a ele, II Sam. 12. Agora, existem duas
maneiras pelas quais os homens lutam contra
Deus. 
1. Quando eles lutam contra seu Espírito,
2. Quando eles lutam contra sua providência. 
1. Quando lutam contra o seu Espírito. Lemos
sobre o Espírito lutando contra a criatura, 'Meu
espírito nem sempre lutará com o homem',
Gênesis 6: 3, onde o esforço não é com raiva e ira
para destruí-los – que Deus poderia fazer sem
qualquer agitação ou contenda - mas uma luta
amorosa e competição com o homem. O velho
mundo estava correndo com tal carreira para a
ruína, que ele envia seu Espírito para se interpor, e
por seus conselhos e reprovações para oferecer,
por assim dizer, pará-los e recuperá-los; como se
alguém vendo outro pronto para oferecer
violência contra si mesmo, devesse se esforçar
para tirar a faca de sua mão, com a qual ele faria o
mal; ou aquele que tem uma bolsa de ouro na mão
para dar, deve seguir outro por todos os tipos de
súplicas, lutando com ele para aceitá-la e pegá-la.
Esse tipo de conflito é o do Espírito com os
homens. São as concupiscências dos homens –
aqueles instrumentos sangrentos de morte, com
21
os quais os pecadores estão se prejudicando - que
o Espírito Santo se esforça por seus doces
conselhos e súplicas para sair de nossas mãos.
Eles são a graça e vida eterna de Cristo que ele se
esforça para nos fazer aceitar nas mãos da
misericórdia de Deus; e por repelir o Espírito
lutando com eles, os pecadores são justamente
contados como lutadores contra Deus. 'Vós,
obstinados e incircuncisos de coração e ouvidos,
sempre resistis ao Espírito Santo', Atos 7:51. Agora,
há uma luta dupla do Espírito e, portanto, de nossa
luta contra ele. 
(1.) O Espírito luta em seus mensageiros com os
pecadores. Eles vêm a seu serviço, e não por conta
própria, ele atesta os fiéis conselhos, reprovações
e exortações que eles nos dão como seu próprio
ato. O que Noé, aquele pregador da justiça, disse
ao velho mundo é chamado de pregação do
Espírito, I Pedro 3:19. As dores que Moisés, Arão e
outros servos de Deus tiveram ao instruir Israel
são chamadas de instrução do Espírito, Ne. 9:20;
de forma que quando a palavra, que os ministros
de Deus trazem em seu nome, é rejeitada, os fiéis
conselhos que eles dão são lançados nos
calcanhares dos pecadores e desprezados; então
eles lutam com o Espírito, e lutam contra Cristo
como realmente, como se ele visivelmente em
sua própria pessoa tivesse estado no púlpito, e
pregado o mesmo sermão para eles. Quando Deus
vier a considerar os pecadores, isso será provado.
Então Deus esfregará suas memórias e cuidará de
sua luta com você e de sua resistência cruel. Eles,
quer ouçam, quer deixem de ouvir, saberão que
22
aqui esteveum profeta entre eles, Eze. 2: 5. Agora
os homens logo esquecem quem e o que ouvem.
Pergunte-lhes o que foi pressionado em suas
consciências nesse sermão. Eles se esqueceram.
Quais foram as verdades preciosas apresentadas
em outro? - e eles estão perdidos. E seria bom
para eles se suas memórias não fossem melhores
em outro mundo; isso aliviaria seus tormentos
mais do que um pouco. Mas então eles saberão
que tinham um profeta entre eles, e que preço
eles tinham com eles em suas mãos, embora fosse
em mãos de tolos. Eles saberão o que ele era e o
que disse, embora mil anos atrás, tão fresco como
se tivesse sido feito na noite passada. Quanto mais
zeloso e compassivo, quanto mais doloroso e
poderoso ele era em seu lugar, maior seria o
pecado deles, para romper com tal violência
sagrada oferecida para lhes fazer o bem.
Certamente Deus terá algo pelo suor deles, sim,
pela vida de seus servos, que se desgastaram
lutando com tais rebeldes. Pode ser ainda,
pecadores, seu firmamento é claro, nenhuma
nuvem à vista que prenuncia uma tempestade;
mas saiba, como você costuma dizer, o inverno
não apodrece nas nuvens; você o terá finalmente.
Cada ameaça que seus ministros fiéis têm
denunciado contra você com base na Palavra,
Deus está fadado a fazer o bem. Ele confirma a
palavra do seu servo e cumpre o conselho dos
seus mensageiros, Isa.44:26, e isso no julgamento
contra os pecadores, confirmando as ameaças,
bem como na misericórdia cumprindo as
promessas, que eles declaram como a porção de
seus filhos. Mas haverá tempo suficiente para
23
perguntar a eles, em um leito de enfermo, ou na
hora da morte, se as palavras do Senhor
transmitidas por seus pregadores fiéis não os
alcançaram. Alguns confessaram com horror que
eles têm; como os judeus 'Tal como o Senhor dos
exércitos pensava fazer para nós, assim ele tratou
conosco,' Zac. 1: 6. 
(2.) O Espírito luta com os homens mais
imediatamente, quando ele faz suas abordagens
internas às consciências dos homens, debatendo
em seus próprios seios o caso com eles. Enquanto
ele mostra a eles seus pecados em suas cores
sangrentas, e para onde eles certamente os
levarão, se não for considerado oportuno, o que
ele faz de forma tão convincente, que a criatura às
vezes cheira o próprio fogo e enxofre ao seu redor,
e está atualmente em um inferno temporário;
outro enquanto ele negocia e trata com eles,
fazendo aberturas graciosas para o pecador, se ele
voltar em sua reprovação, apresentar a graça do
evangelho e abrir uma porta de esperança para
sua recuperação, sim, cair em cortejar e implorar
dele para lançar seus braços rebeldes, e vir a
Cristo para a vida, cujo coração está em uma
disposição presente para receber e abraçar o
primeiro movimento que o pecador que retorna
faz por misericórdia. Agora, quando o Espírito de
Deus segue o pecador de um lugar a outro, e de
vez em quando, sugerindo tais movimentos, e
renovando seu velho terno, a criatura se lançará
das mãos do Espírito, lutando assim com ele, uma
coisa não realizada, longe de renunciar às suas
24
luxúrias, ou ter qualquer afeição a Cristo como
sempre. Isso é resistir ao Espírito em seu rosto, e
carrega tanta malignidade nele, que mesmo onde
não foi definitivo, pobres almas humilhadas tão
sobrecarregadas com o horror disso, que não
puderam por muito tempo serem persuadidos,
mas que era o pecado imperdoável. Vejam,
portanto, pecadores, como vocês usam o Espírito
quando ele vem bater à porta de seus corações.
Abra à sua batida e ele será seu convidado; você
terá sua doce companhia. Rejeite-o, e você não
tem a promessa de que ele baterá novamente. E se
ele partir lutando contigo, infeliz, estarás perdido
para sempre; tu estás deitado como um navio
lançado pelas ondas sobre alguma rocha alta,
onde a maré nunca virá buscá-lo. Você pode vir à
Palavra, conversar com outras ordenanças, mas
em vão. É o Espírito nelas, que é tanto maré
quanto vento, para colocar a alma à tona e levá-la
adiante, ou então jaz como um navio em terra seca
que não se move. 
2. Lutamos contra Deus quando lutamos com sua
providência; e isso de duas maneiras. 
(1.) Quando estamos descontentes com sua
providencial disposição de nós. Deus esculpindo
por nós não nos agrada, mas sim que estejamos
nos opondo às suas ações para conosco, pelo
menos murmurando algo com a tolice em nossos
corações, que Deus ouve tão levianamente quanto
o homem nossas palavras. Deus conta, então,
25
começamos a brigar com ele, quando não
concordamos e dizemos amém à sua providência,
seja ela qual for. Ele chama isso de contenda com
o Todo-Poderoso, Jó 40: 2, sim, uma reprovação de
Deus. E ele é um homem ousado seguro que
ousa criticar Deus, e agir contra o céu. Deus o
desafia, seja ele quem for, a responder por sua
conta e risco. 'Aquele que reprova a Deus, que
responda', verso 2 do capítulo mencionado. Já era
tempo de Jó ter feito isso, quando ele ouve o
sentido que Deus dá àquelas palavras incautas
que saíram dele na angústia de seu espírito e
paroxismo de seus sofrimentos. Contender com o
Todo-Poderoso? Reprovar a Deus? Bom homem,
quão vazio ele está, e grita, eu sou vil, o que devo te
responder? Eu colocarei minha mão sobre minha
boca. Que Deus perdoe o que passou, e ele não
ouvirá mais tal linguagem. Ó, senhores, prestem
atenção a esta luta acima de todas as outras. A
contenda é desagradável, com quem quer que
briguemos - vizinhos ou amigos, esposa ou
marido, filhos ou servos, mas o pior de tudo é com
Deus. Se Deus não pode agradá-lo, mas seu
coração se levanta contra ele, que esperanças
existem de você agradá-lo, que não aceitará nada
gentilmente daquele homem que está zangado
com ele? E como o amor a Deus pode ser
preservado em um coração descontente, que está
sempre resmungando contra ele? O amor não
pode pensar mal de Deus, nem suportar ouvir
alguém falar mal dele, mas deve tomar a parte de
Deus, como Jônatas a de Davi, quando Saul falava
mal dele; e quando não puder ser ouvido, lhe
agradará se levantar e ir embora. Quando aflito, o
26
amor pode permitir que você gema, mas não
resmungar. Se quiseres aliviar o teu espírito
sobrecarregado no seio de Deus pela oração, e
humildemente lutar com Deus de joelhos, o amor
é por ti e irá ajudá-lo com os melhores
argumentos que podes usar para Deus; mas se
você desabafar suas paixões destemperadas, e
mostrar um espírito rebelde contra Deus, isso
apunhalará o coração. 
(2.) Lutamos contra a providência, quando
incorrigíveis sob as várias dispensações de Deus
para conosco. 
A Providência tem voz, se tivéssemos ouvidos.
Misericórdias devem atrair, aflições impulsionar.
Agora, quando nem os meios justos nem os maus
são bons, mas somos impenitentes sob ambos;
isso é lutar contra Deus com as duas mãos.
Qualquer um deles tem seus agravos peculiares:
um é contra o amor e, portanto, hipócrita; o outro
é contra o aguilhão de sua vara, e aí desprezamos
sua ira e somos cruéis para nós mesmos ao chutar
seus golpes. A misericórdia deve nos deixar
envergonhados, a cólera com medo de pecar.
Aquele que não se envergonha, não tem espírito
de homem. Aquele que não tem medo quando é
ferido é pior do que a besta que teme o chicote e a
espora. Às vezes, a misericórdia, especialmente
essas misericórdias exteriores, que têm um sabor
agradável para a parte carnal do cristão, tem se
mostrado uma armadilha para o melhor dos
27
homens, mas então a aflição costuma recuperá-
los. Mas quando a aflição torna os homens piores
e eles se endurecem contra Deus, para pecar mais
e mais enquanto a vara está sobre eles; como
recuperá-los?Poucos são melhorados pela
prosperidade, a quem as aflições pioram. Aquele
que vai pecar, embora vá com dor, fará muito mais,
se isso uma vez desaparecer. Mas preste atenção
nesta disputa com Deus. Nada se consegue
brigando com Deus, a não ser golpes, ou pior. Se
ele disser que não mais te afligirá, é o pior que ele
pode dizer; é como se ele dissesse que ficará em
dívida com você até outro mundo, e lá pagar-te-á
totalmente. Mas se ele quer ter misericórdia de ti,
você ouvirá falar dele em alguma aflição mais
aguda do que nunca. Ele tem cunhas que podem
te separar, se você fosse uma peça com mais nós
do que é. Ainda existem os tesouros da maldade e
a escassa medida que é abominável? Diz Deus a
Israel. O que! Incorrigível, embora a voz do Senhor
clame à cidade, Miquéias 6: 9, ordenando que
ouçam a vara, e quem a designou? Veja em que
curso Deus está decidido. Portanto, vou te deixar
doente em golpear-te, verso 13. Como se ele
tivesse dito: Meu outro físico, pelo que vejo, estava
muito fraco, não funcionou nem revirou seu
estômago, mas vou preparar uma poção que vai te
deixar mal. 
Segundo. Reprova aqueles que parecem lutar
contra o pecado, mas não de acordo com a palavra
de comando que Cristo dá. Existe uma lei na luta
livre que deve ser observada. Se um homem
28
também se esforça por vencer, ele não é coroado a
menos que se esforce legalmente, II Tim.2: 5. Ele
faz alusão aos jogos romanos, para os quais havia
juízes nomeados para cuidar de que nenhum jogo
sujo fosse oferecido contra a lei da luta livre; o
prêmio sendo negado a tais, embora eles
superassem seus adversários; que o apóstolo
aprimora para tornar o cristão cuidadoso em sua
guerra, por estar sujeito a uma lei e disciplina
mais rígidas, que requer não apenas coragem para
lutar, mas obediência para lutar por ordem e de
acordo com a palavra de comando. Agora, poucos
fazem isso que vão para grandes lutas. 
1. Alguns enquanto lutam contra um pecado,
abraçam outro, e neste caso não é que a pessoa
luta contra o pecado, mas um pecado luta contra
outro, e não é de se admirar que ladrões caiam
quando vão dividir o despojo. As luxúrias são
diversas, Tito 3: 3, e é difícil agradar a muitos
mestres, especialmente quando seus comandos
são tão contrários. Quando os lances do orgulho
representam bravura, extravagantes em
entretenimento, os lances da cobiça aumentam;
quando a malícia pede vingança, a política carnal
diz: Esconde a tua ira, embora não perdoes.
Quando a luxúria envia para suas prostitutas, a
hipocrisia o puxa de volta para a vergonha do
mundo. Agora, é o campeão de Deus aquele que
resiste a um pecado ao comando de outro, pode
ser pior? 
29
2. Alguns lutam, mas são empurrados para o
campo, não voluntários. Seus medos escravos
agora os assustam de sua luxúria, de modo que o
combate é mais entre sua consciência e vontade
do que entre eles e sua luxúria. Dê-me esse
pecado, diz a vontade. Não, diz a consciência, deves
escaldar; e jogar fora. Um homem pode amar o
vinho, embora não queira queimar os lábios. Os
próprios hipócritas têm medo de queimar. Em tais
combates, a vontade finalmente prevalece, seja
subornando o entendimento para apresentar a
luxúria que ele deseja em um vestido mais
agradável, para que a consciência não se assuste
com tais horríveis aparições de ira; ou pacificando
a consciência com alguma promessa de
arrependimento para o futuro; ou abstendo-se de
algum pecado por enquanto, que é melhor poupá-
lo, para ganhar assim a reputação de algo como
uma reforma. Ou se tudo isso não acontecer,
então, movido pela fúria de sua luxúria, a vontade
proclama guerra aberta contra a consciência,
pecando diante dela, como algum cavalo
selvagem, que impaciente com a espora que o pica
e o freio que o freia, coloca o freio entre seus
dentes e corre a toda velocidade, até que
finalmente ele se livra de seu cavaleiro; e então,
onde ele vir o pasto mais farto, nenhuma cerca ou
vala poderá retê-lo, até que no final você o
encontre morrendo de fome em algum depósito
por sua transgressão. Assim, muitos pecam a tal
ponto que a consciência não pode mais segurar as
rédeas nem sentar na sela, mas é jogada no chão e
dada a morte; e então os infelizes vão onde suas
luxúrias podem ter a refeição mais completa, até
30
que finalmente pagam por seus prazeres
roubados muito caro, quando a consciência volta
a si, os persegue e os leva mais seguramente pela
garganta do que nunca, para nunca deixá-los ir até
que os traga perante o tribunal de Deus. 
3. Outros lutam contra o pecado, mas não o
odeiam e, portanto, são favoráveis a ele e não
buscam a vida do pecado como seu inimigo
mortal. Esses lutam por brincadeira, e não
seriamente; as feridas que eles causam ao pecado
em um dia, são curadas no dia seguinte. Que os
homens nunca se decidam tão fortemente contra
o pecado, ainda assim, ele voltará a cair em seu
favor, até que o amor ao pecado seja apagado no
coração; e este fogo nunca morrerá por si mesmo,
o amor de Cristo deve apagar o amor ao pecado,
como Jerônimo diz excelentemente que um amor
extingue outro. Este fogo celestial realmente
apagará a chama do inferno; que ele ilustra com a
carruagem de Assuero para Vasti, sua rainha, que
no primeiro capítulo decreta a toda pressa que
não mais se aproxime dele; mas quando sua
paixão está um pouco baixa, Ester 2: 1,ele começa
a ceder em relação a ela; que seu conselho
percebendo, atualmente procura uma bela
virgem, em quem o rei possa colocar seu amor, e
levar para seu leito real. Feito isso, não ouvimos
mais falar de Vasti. Então, e não antes disso, o
decreto da alma permanecerá contra o pecado,
quando a alma receber a Cristo em seu seio. 
31
Como os verdadeiros lutadores deve gerenciar
seu combate. 
Direção aos santos. Vendo que sua vida é uma luta
contínua aqui na Terra, é nossa sabedoria estudar
como você pode gerenciar melhor o combate com
seu pior inimigo; o que você pode fazer, siga estas
poucas direções. 
Primeiro. Olhe, não vá para o campo sem o seu
segundo. O que quero dizer é: comprometa Deus,
por meio da oração, a ficar atrás de você. Deus está
em uma liga ofensiva e defensiva contigo, mas ele
precisa ser chamado. Os efraimitas ficaram mal,
que Gideão não os chamou ao campo, e não pode
Deus muito mais? Como se quisesse roubar uma
vitória antes que ele soubesse. Tu tens mais valor
do que Moisés, que não se mexeria sem Deus, não,
embora ele tenha enviado um anjo para ser seu
lugar-tenente. Tu és mais sábio do que Jacó, que
para vencer Esaú, agora marchando, se afasta dele
e cai sobre Deus; ele sabia que se pudesse lutar
com Deus, ele poderia confiar que Deus lidaria
com seu irmão. Envolva Deus e a porta dos fundos
se fechará, nenhum inimigo pode vir atrás de
você, sim, o seu inimigo cairá diante de você. Deus
transformou o conselho de Aitofel em tolice, disse
Davi. O céu diz amém à sua oração, e o desgraçado
se enforca. 
32
Segundo. Tenha muito cuidado ao não segurar o
seu inimigo. Os lutadores se esforçam para se
agarrar a uma parte ou outra, o que lhes dá
vantagem mais facilmente para derrubar o
adversário; para evitar isso, eles usaram 1. Para
deixar de lado suas vestes; 2. Para ungir seus
corpos. 1. Cristão, trabalhe para despistar o velho
homem que é muito pessoal, aquela corrupção
que Davi chama de sua própria iniquidade, Sal.
18:23. Esta é a saia que Satanás segura; observe o
que é e mortifique-o diariamente; então Satanás
se retirará envergonhado, ao ver a cabeça daquele
inimigo na parede, que deveria ter te entregado
em suas mãos. 
2. Os lutadores romanos costumavam ungir seus
corpos. Então faça você o mesmo; banha tua alma
com as frequentes meditações do amor de Cristo.
Satanás encontrará poucas boas-vindas ondeo
amor de Cristo habitar; o amor acenderá o amor, e
isso será como uma parede de fogo para afastar
Satanás; isso fará com que você desdenhe da
oferta de um pecado e, como óleo, flexibilizará as
juntas e tornará você ágil para ofender o inimigo.
Pense em como Cristo lutou em sua contenda; o
pecado, o inferno e a ira teriam vindo todos de
boca cheia sobre ti, se ele não os tivesse
enfrentado no caminho. E você pode encontrar
em seu coração retribuir seu amor, traindo sua
glória nas mãos do pecado, por covardia ou
traição. Não diga que o ama, contanto que você
possa colocar em seu peito aqueles pecados que
arrancaram seu coração de seu seio. Seria
33
estranho que uma criança não guardasse e tivesse
prazer em usar nenhuma outra faca, exceto
aquela com a qual seu pai foi apunhalado.
Terceiro. Melhore a vantagem, você consegue a
qualquer momento, sabiamente. Às vezes, o
cristão tem seu inimigo na cintura, sim, no chão,
pode colocar o pé no próprio pescoço de seu
orgulho e jogar fora sua incredulidade, como algo
absurdo e irracional. Agora, como um lutador
sábio, caia com todo o seu peso sobre o inimigo.
Embora o homem pense que é um jogo sujo
atacar quando seu adversário está caído, ainda
assim, não elogie o pecado a ponto de deixá-lo
respirar ou subir. Tome cuidado para não ser
acusado de Deus, como uma vez foi Acabe, por
deixar este inimigo agora em tuas mãos, a quem
Deus designou para a destruição. Aprenda um
pouco da sabedoria da ninhada da serpente, que,
quando tinham Cristo sob seus pés, nunca
pensaram que o tinham segurado o suficiente,
não, não quando estavam mortos; e, portanto,
ambos selam e vigiam seu túmulo. Assim faz tu,
para impedir a ressurreição do teu pecado, sela-o
com propósitos mais fortes, alianças solenes, e
vigia-o por um andar vigilante e circunspecto.
Primeira aplicação. Para Consolação. Esta é uma
base de consolo para o cristão fraco, que contesta
contra a verdade de sua graça, dos conflitos
internos e lutas que ele tem com suas luxúrias, e
está pronto para dizer como Gideão, em relação
aos inimigos externos, 'Se Deus está comigo, por
que tudo isso me sobreveio?' Por que encontro
34
essas lutas em mim, me provocando ao pecado,
me afastando do que é bom? Por que você
pergunta? A resposta é dada em breve; porque tu
és um lutador, não um conquistador. Você
confunde o estado de um cristão nesta vida.
Quando alguém se torna cristão, ele não é
chamado para triunfar sobre seus inimigos
mortos, mas levado ao campo para enfrentá-los e
combatê-los. O estado de graça é o início de uma
guerra contra o pecado, não o fim dela; em vez de
você não ter um inimigo com quem lutar, o
próprio Deus virá disfarçado ao campo e parecerá
ser seu inimigo. assim, quando Jacó estava
sozinho, um homem lutou com ele até o raiar do
dia; e, portanto, sossega o teu coração, se este for o
teu escrúpulo. Tua alma pode antes se consolar
com isso, que você é um lutador. Esta luta dentro
de ti, se no terreno certo, e com a extremidade
certa, evidencia que existem duas nações dentro
de ti, duas naturezas contrárias, uma da terra,
terrestre, e a outra do céu, celestial; sim, para teu
maior conforto, saiba que embora tua natureza
corrupta seja a mais velha, ela servirá à mais
jovem. 
Segunda aplicação. Esperança de triunfo. Oh,
como isso deveria fazer o cristão ansiar por ir para
casa, onde não há nenhuma agitação e luta! É
estranho que nem toda hora pareça um dia, e todo
dia um ano, até que a morte soe seu recuo alegre e
te tire do campo - onde as balas voam tão densas e
você está lutando por sua vida com seus inimigos
mortais – para ir ao tribunal, onde não espadas,
35
mas palmas são vistas nas mãos dos santos; não
tambores, mas harpas; não gemidos de soldados
sangrando e consciências feridas, mas uma
música doce e arrebatadora é ouvida de
vencedores triunfantes cantando louvores a Deus
e ao Cordeiro, por meio dos quais eles venceram.
Bem, cristãos, enquanto vocês estão abaixo,
confortem-se com essas coisas. Ainda há um
lugar de descanso para o povo de Deus. Você não
vence o ar, mas luta por um céu que está além,
acima das nuvens; você tem o seu pior primeiro, o
melhor virá em seguida. Você luta apenas para
ganhar uma coroa, e vence para usá-la, sim, usar,
para nunca perdê-la, que uma vez ligada, ninguém
jamais irá decolar ou colocá-lo mais em perigo de
batalha. Aqui vencemos para lutar novamente; a
batalha de uma tentação pode ter acabado, mas a
guerra permanece. Que paz podemos ter
enquanto os demônios podem sair de suas tocas,
ou qualquer coisa de natureza pecaminosa
permanece em nós sem mortificação? Esta
natureza lutará até de joelhos e atacará com um
braço enquanto o outro é decepado; mas quando a
morte chega, ocorre o último golpe. Este bom
médico irá curar-te perfeitamente de tua
cegueira e claudicação espiritual - como o mártir
disse a seu companheiro na fogueira, o maldito
Bonner o faria fisicamente. O que é, cristão, que
tira a alegria de sua vida, senão as lutas e
combates a que esse inimigo íntimo te coloca?
Não é esta a Penina que, perturbando o teu
espírito, te impediu de comer muitas refeições
doces, que poderias ter tido em comunhão com
Deus e seus santos? — Ou se vieste, te fez cobrir o
36
altar de Deus com tuas lágrimas e gemidos? E não
será uma mão feliz que corta o nó e te liberta de
tua morte, hipocrisia, orgulho, e o que não, com
que foste colocado em jugo? É a vida que é a tua
perda e a morte que é o teu ganho. Esteja apenas
disposto a suportar o rasgo deste véu de sua
carne, e você estará onde quer que esteja, fora do
alcance do pecado, em repouso no seio de seu
Deus. E por que um breve mal de dor te assustaria
mais, do que a libertação de um tormento
contínuo do mal do pecado te arrebataria? Alguns
que você conhece optaram por serem cortados,
em vez de serem triturados diariamente com a
pedra, e ainda assim, pode ser que a dor volte; e
não podes pensar quietamente em morrer, para
ser libertado do tormento destes pecados, para
nunca mais voltar? E ainda assim não é a metade
que a morte faz por ti. A paz é doce depois da
guerra, facilidade após a dor; mas que língua pode
expressar que alegria, e que glória deve encher a
criatura à primeira vista de Deus e daquela
bendita companhia? Nenhuma, senão aquele que
mora lá pode dizer. Se conhecêssemos mais desse
estado de bem-aventurança, nós, ministros,
deveríamos achar difícil persuadir os cristãos que
devem estar dispostos a viver aqui por tanto
tempo, como agora, para persuadi-los a morrer
tão cedo.
DIREÇÃO II
SEGUNDA PARTE GERAL.
Caráter dos Assaltantes ou Inimigos com quem o
cristão deve lutar. 'Não contra carne e sangue, mas
37
contra principados, contra potestades, contra os
governantes das trevas deste mundo, contra a
maldade espiritual nos lugares altos,' Ef. 6:12.
Os agressores que aparecem em armas contra o
cristão, ou os inimigos com quem ele deve lutar,
são descritos, primeiro, negativamente, 'não
contra carne e sangue', ou melhor,
comparativamente, não principalmente contra
carne e sangue. Em segundo lugar, positivamente,
'mas contra principados e potestades', etc.
Primeira divisão. Os assaltantes descritos
negativamente. 'Não contra carne e sangue.' Não
devemos tomar a parte negativa da descrição
como uma negação pura, como se não tivéssemos
conflito com a carne e sangue, mas total e
exclusivamente para se engajar contra Satanás;
mas a título de comparação, não apenas com a
carne e sangue e, em certo sentido, não
principalmente. É comum nas Escrituras tal tipo
de frase: Não chame seus amigos para jantar, mas
os pobres, Lucas 14:12; isto é, nãosó aqueles, de
modo a negligenciar os pobres. Agora, o que se
entende aqui por carne e sangue? Há uma dupla
interpretação das palavras. O que se entende por
carne e sangue.
Primeiro. Por carne e sangue pode ser entendido
nossas próprias corrupções de peito; aquele
pecado que está em nossa natureza corrupta,
então frequentemente chamado de carne nas
Escrituras - 'a carne cobiça contra o Espírito'; e às
vezes carne e sangue, 'Carne e o sangue não
revelou isso'; Mat. 16:17, isto é, esta confissão que
38
fizeste vem do alto; tua carne corrupta nunca
poderia ter descoberto esta verdade sobrenatural,
tua vontade pecaminosa nunca poderia tê-la
abraçado. 'Carne e sangue não podem herdar o
reino de Deus', I Cor. 15:50; isto é, carne mortal
pecaminosa; como é exposto nas palavras a seguir.
Não consultei carne e sangue, Gal. 1: 16; isto é,
razão carnal. Agora este inimigo pode ser
chamado de carne, primeiro. Em parte por sua
derivação e em segundo lugar. Em parte devido ao
seu funcionamento. Primeiro. Em parte por sua
derivação, porque é derivado e propagado para
nós por geração natural. Assim a Adão é dito que
geraria um filho à sua própria semelhança,
pecador como ele era, bem como mortal e
miserável; sim, o santo mais sagrado na terra
tendo carne nele, deriva esta natureza corrupta e
pecaminosa para seu filho, como o judeu
circuncidado gerou uma criança incircuncisa; e o
trigo purificado e ventilado, sendo semeado,
cresce com uma casca. 'Aquilo que é nascido da
carne é carne,' João 3: 6.
Segundo. É chamado de carne, em parte devido às
operações desta natureza corrupta, que são
naturais e carnais. Os raciocínios da mente
corrupta são carnais; portanto, é chamada de
mente carnal, realmente incapaz de coisas de
Deus, que ele nem faz nem pode perceber. assim
como o sol esconde os céus que estão acima dele,
embora revele as coisas abaixo, então a razão
carnal deixa a criatura no escuro em relação às
verdades espirituais, quando é mais capaz de
conceber e discorrer sobre as excelências da
39
criatura e interesses carnais aqui embaixo. Que
pergunta infantil para um homem tão sábio,
Nicodemos fez a Cristo! Embora Cristo para
ajudá-lo tenha envolvido seu discurso em uma
frase carnal. Se a razão carnal não consegue
entender as verdades espirituais quando assim
acomodadas, e as noções do evangelho traduzidas
em sua própria língua, que habilidade é ter deles,
se colocado para ler eles em sua língua original?
Quer dizer, se esta vestimenta de expressão carnal
fosse retirada, e as verdades espirituais em sua
tonalidade nua apresentada à sua vista. Os
movimentos da vontade natural são carnais e,
portanto, 'aqueles que andam segundo a carne,'
Rom. 8: 5, diz-se que 'cuida das coisas da carne'.
Todos os seus desejos, deleites, preocupações,
medos, estão em coisas carnais; e não favorece o
alimento espiritual mais do que um anjo carnal. O
que não podemos saborear, nós iremos
dificilmente fazer nossa alimentação diária. Cada
criatura tem sua dieta adequada; o leão não come
grama, nem a carne do cavalo; o que é alimento
para o coração carnal, é veneno para o gracioso; e
o que agrada ao gracioso, é desagradável para o
carnal. Agora, de acordo com esta interpretação, o
sentido do apóstolo não é como se o cristão não
tivesse nenhum combate com a sua natureza
corrupta, pois em outro lugar é dito, o Espírito luta
contra a carne, e a carne contra o Espírito - e este
inimigo é chamado de pecado que assola o círculo
cristão - mas para agravar seu conflito com este
inimigo pelo acesso de um poder estrangeiro,
Satanás, que ataca esse inimigo doméstico. Como
se enquanto um rei estivesse lutando com seus
40
próprios súditos amotinados, algumas tropas
estranhas deveriam se juntar a eles; agora dele
pode ser dito, não lutar com seus súditos, mas
com uma potência estrangeira. O cristão não luta
com suas corrupções nuas, mas com Satanás
nelas. Se não houvesse demônio, ainda assim
teríamos nossas mãos ocupadas, em resistir às
corrupções de nossos próprios corações; mas o
acesso desse inimigo torna a batalha mais terrível,
pois ele comanda aquele que é um capitão tão
hábil e com experiência. Nosso pecado é o motor,
Satanás é o engenheiro; deseja a isca, Satanás, o
pescador. Quando uma alma é seduzida por sua
própria concupiscência, é dito que ele é tentado,
Tiago 1:14, porque Satanás e nossa própria
concupiscência concorrem para a conclusão do
pecado.
Primeira aplicação. Deixe-nos fazer você, cristão,
executar a obra de mortificação bem de perto.
Não é política permitir que teus desejos tenham
armas, que certamente se levantarão e se
declararão contra ti quando o teu inimigo vier. Os
nobres de Aquis sabiam, sabiamente, por não
confiarem em Davi em seu exército quando lutar
contra Israel, para que na batalha ele não seja um
adversário para eles; e você ousa ir para o dever,
ou se envolver em qualquer ação, onde Satanás
aparecerá contra você, e não se esforçar para
certificar-se de teu orgulho, incredulidade, etc.,
para que eles não se juntem ao teu inimigo?
Segunda aplicação. Satanás e sua própria carne
estão contra você - não por uma única corrupção,
41
mas afiado com sua política, e apoiado por seu
poder? Veja então que necessidade tens de mais
ajuda do que a tua própria graça. Preste atenção
ao agarrar com ele na força da tua graça nua; aqui
tens dois a um contra ti. Satanás era muito difícil
para Adão, embora tenha ido tão bem designado
para o campo, porque foi entregue a si mesmo;
muito mais facilmente ele frustrará a ti. Apegue-
se, portanto, ao seu Deus para obter força; pegue-o
contigo, e então, embora um verme, tu serás capaz
de lidar com esta serpente. 
Segundo. Carne e sangue são interpretados como
uma perífrase do homem. 'Nós não lutamos com
carne e sangue', isto é, não com o homem, que é
aqui descrito por aquela parte que principalmente
o distingue da natureza angelical. Toque em mim,
diz Cristo, um espírito não tem carne. Agora, de
acordo com esta interpretação, observe estes
detalhes. 
Primeiro. Quão mal o Espírito de Deus fala do
homem. 
Segundo. Onde ele coloca o estresse da santa
batalha; não em resistir à carne e ao sangue, mas a
principados e a potestades. Onde o apóstolo não
exclui nosso combate com o homem, pois a
guerra é contra a serpente e sua semente; tão
vasto como o mundo é, não podem ser
pacificamente mantidos os santos e os ímpios
juntos. Mas sua intenção é mostrar que inimigo
complicado - a ira do homem e Satanás está
entrelaçado - temos que lidar com ele. Como o
cristão não luta com carne e sangue.
42
Primeiro. Quão mal o Espírito de Deus fala do
homem, chamando-o de carne e sangue! O
homem tem uma alma nascida do céu, o que o
torna semelhante aos anjos, sim, ao Deus deles,
que é o Pai dos espíritos; mas isso é passado em
silêncio, como se Deus não possuísse aquilo que
está contaminado com o pecado, e não a criatura
que Deus primeiro fez; ou porque a alma, embora
de extração tão nobre, ainda estando tão imersa
na sensualidade, não merece outro nome do que o
de carne, aquela parte do homem que o nivela
com a besta, e aqui se destina a expressar a
fraqueza e fragilidade da natureza do homem. É a
frase pela qual o Espírito Santo expressa a
fraqueza e impotência de uma criatura. 'Eles são
homens, e seus cavalos são de carne', Isa. 31: 3, isto
é, fraco; como pelo contrário, quando ele
estabeleceria o poder e a força de uma coisa, ele a
opõe à carne - 'Nossas armas não são carnais, mas
poderosas,' II Cor. 10: 4. E assim no texto, não
carne e sangue, mas poderes. Como se ele devesse
dizer: 'Você não tinha outro temer senão um débilhomem pesaroso, não valia a pena providenciar
armas ou munições; mas você tem inimigos que
nem são carne, nem são resistidos com carne.'
Para que aqui vejamos como o homem é uma
criatura fraca, não apenas mais fraca do que os
anjos, porque o homem é espírito e carne -
colocado em algum sentido abaixo das bestas, já
que a carne do homem é mais frágil do que a
carne dos animais; portanto, o Espírito de Deus
compara o homem à grama, que logo seca, e sua
glória com a flor do campo, Isa. 40: 6. Sim, ele é
chamado de vaidade. 'Homens de baixo grau são
43
vaidade, e homens de alto grau são uma mentira, '
Sl. 62: 9. Ambos igualmente vaidosos; apenas o
rico e a vaidade do grande homem são cobertos
com honra, riqueza, etc., que são aqui chamados
de mentira, porque não são o que parecem e,
portanto, piores do que simples vaidade, que é
conhecida por ser assim, e não engana.
Primeira aplicação. O homem é apenas carne
frágil? Que isso te humilhe, ó homem, em toda a
tua excelência; a carne é apenas um receptáculo
de sujeira e corrupção. Tua alma é o sal que te
mantém doce, ou então você cheiraria mal acima
do solo. É tua beleza em que você se orgulha? A
carne é grama, mas a beleza é a vaidade dessa
vaidade. Essa beleza é como a flor, que dura não
tanto quanto a grama, aparece em sua boca e se
foi; sim, como a beleza da flor, que desaparece
enquanto a flor permanece. Em quanto tempo o
arado do tempo fará sulcos em teu rosto, sim, um
ataque de febre, então muda teu semblante, como
farão teus amantes amorosos com medo de olhar
para ti? É força? Ai, é um braço de carne, que
murcha frequentemente ao se estender. Em
breve, teu sangue, que agora está quente,
congelará em tuas veias; tua primavera coroada
com botões de maio pisará no calcanhar de
dezembro; tua medula seca em teus ossos, teus
tendões encolhem-se, suas pernas dobram-se sob
o peso de seu corpo; seus olhos escurecem; tua
língua não pode chamar ajuda; sim, teu coração
com tua carne desfalecerá. E agora você que é um
gigante, dê uma volta se você pode em seu quarto,
sim, levantar a cabeça do travesseiro, se puder, ou
44
evitar o fôlego, que está acelerando para sair de
tuas narinas, para nunca mais voltar; e te atreves a
gloriar-te naquilo que tão cedo pode ser
prostrado? Isso é sabedoria? A mesma sepultura
que cobre o teu corpo, enterrará tudo o que - a
sabedoria da tua carne, quero dizer - tudo o que os
pensamentos perecerão, e tuas boas conspirações
virão a nada. Na verdade, se um cristão, seus
pensamentos como tais devem ascender contigo,
nem um sopro sagrado de tua alma será perdido.
É o seu sangue e nascimento? Seja você quem for,
você é nascido na base até nascer de novo; o
mesmo sangue corre em tuas veias com o
mendigo na rua, Atos 17:26. Todas as nações são
feitas do mesmo sangue; em duas coisas todos são
iguais, nós entramos e saímos do mundo da
mesma forma; como um não é feito de terra mais
fina, então não se reduz a um pó mais puro.
Segunda aplicação: O homem é carne? Não confie
no homem; 'maldito seja aquele que faz da carne o
seu braço!' não o homem poderoso; com mantos
podem se esconder e se enfeitar, eles não podem
mudar de carne. Não confie em príncipes, Sal. 146:
3; infelizmente, eles não podem manter suas
coroas em suas próprias cabeças, suas cabeças em
seus próprios ombros; e procuras por aquilo que
eles não podem se dar? Não em homens sábios,
cujos desígnios recuam frequentemente sobre si
mesmos, que eles não podem realizar sua
empresa. A sabedoria carnal do homem pretende
uma coisa, mas Deus gira a roda e traz outra. Não
confie em homens santos, eles têm carne e,
portanto, seu julgamento não é infalível, sim, seu
45
caminho é às vezes duvidoso. Seu erro pode te
levar para o lado, e embora ele volte, você pode
continuar e perecer. Não confia em qualquer
homem, em todo homem, nem em ti mesmo, tu és
carne. Ele é um tolo, diz o sábio, que confia em seu
coração. Nem no melhor que tu estás ou fazes; as
vestes da tua justiça estão manchadas com a
carne; tudo é contado por São Paulo, como
confiança na carne, além de nossa alegria em
Cristo, Fp. 3: 3.
Terceira aplicação . O homem é apenas carne?
Não o temais. Esta foi a resolução de Davi: 'Não
temerei o que a carne pode fazer comigo', Sl. 56: 4.
Não precisas, não deves temer. Tu não precisas. O
que, não é um grande homem, não é do número
de homens, que têm as chaves de todas as prisões
em seu cinto, que podem matar ou salvar com
vida! Não, não estes. Apenas olhe que eles são
seus inimigos por causa da justiça. Preste atenção,
não fazes a menor criança teu inimigo oferecendo
algo errado a ela; Deus endireitará o ímpio até
mesmo sobre o santo. Se ele ofender, não
encontrará abrigo sob a asa de Deus por seu
pecado. Isso fez Jerônimo reclamar que os
pecados dos cristãos fizeram os braços daquelas
nações bárbaras que invadiram a cristandade
vitoriosamente. Mas se a ira do homem te
encontrar no caminho de Deus, e sua fúria pegar
fogo em tua santidade, tu não precisas temer,
embora tua vida seja a presa que ele caça. Carne
só pode ferir carne; ela pode te matar, mas não te
machucar. Por que você deveria temer ser
despojado daquilo que você tem já resignado a
46
Cristo? É a primeira lição que você aprende, se um
cristão, negar a si mesmo, tomar sua cruz, e seguir
o seu Mestre; para que o inimigo chegue tarde
demais. Tu não tens vida a perder, porque tu já a
deste a Cristo, nem o homem pode tirar isso sem a
permissão de Deus. Tudo o que você tem está
seguro; e embora Deus não te prometeu
imunidade de sofrimento desta espécie, mas ele
se comprometeu a suportar tua perda, sim, para
pagar-te cem vezes mais; e tu não ficarás por isso
até outro mundo. Ainda, você não deve temer a
carne. Nosso Salvador Mat. 10, três vezes no
compasso de seis versos, nos ordena não temer o
homem. Se o teu coração vacilar com ele, como te
comportarás na lista contra Satanás, cujo dedo
mínimo é mais pesado que o lombo do homem?
Os romanos tinham rebatidas de armas ou
porretes, com as quais foram experimentados
antes de chegarem ao cerco. Se tu não podes
suportar um hematoma na tua carne pelo bastão
e arma cega do homem, o que farás quando tu
deves ter a espada de Satanás ao teu lado? Deus se
considera reprovado quando seus filhos temem
um homem fraco; portanto nós somos licitados a
santifica o Senhor, e não temer o medo. Agora, se
tu não temerás o homem que é apenas carne,
trabalhe para fazer essas duas coisas.
1. Mortifique sua própria carne. A carne só teme a
carne; quando a alma degenera em desejos e
delícias carnais, não é de admirar que ela caia em
temores carnais. Tome cuidado, cristão, não te
sujeites à escravidão.
47
Talvez o teu coração se alimente do aplauso dos
homens, isto te deixará com medo de ser mal
mencionado, como aqueles que seguiram a Cristo,
João 12:42; para possuí-lo em particular quando
não se atreviam a confessá-lo abertamente, pois
amavam o elogio dos homens. Davi diz que a boca
do ímpio é uma sepultura aberta; e neste túmulo
foram enterrados muitos nomes de santos. Mas
se este desejo carnal fosse mortificado, você não
passaria a ser julgado pelo homem; e assim de
todas as afeições carnais. Alguma carne que você
observa está dolorida; se puseres teu coração em
qualquer coisa que é carnal - esposa, filho,
propriedade, etc. - estes te inclinarão a um temor
vil do homem, que pode ser o mensageiro de Deus
para te afligir nisso. 
2. Compare a fé com a carne. A fé fixa o coração, e
um coração fixo não teme prontamente. Os
médicos nos dizem que nunca estamos tão
sujeitos a receber infecções como quando os
espíritos estão deprimidos e, portanto,os
antídotos que eles administram são todos
cordiais. Quando o espírito está abatido por causa
da incredulidade, toda ameaça do homem causa
uma triste impressão. Deixe sua fé tomar apenas
um gole profundo das promessas, e sua coragem
aumentará. 
Quarta aplicação: O homem é apenas carne?
Consola a ti mesmo, cristão, com isso, como tu és
carne, teu Pai celestial sabe disso e te considera
por isso. 
48
1. Em ponto de aflição; Sl. 103: 14, 'Ele conhece a
nossa estrutura; ele se lembra de que somos pó'.
Não como algum empírico inábil, que tem apenas
uma receita para todos, fortes ou fracos, jovens ou
velhos; mas como um médico sábio considera seu
paciente, e então escreve sua receita. Homens e
demônios são apenas boticários de Deus, eles não
fazem nosso físico, mas dão o que Deus prescreve.
Balaão gostava bastante dos honorários de
Balaque, mas não podia ir nem um pouco além da
comissão de Deus. Na verdade, Deus não é tão
escolhido com os ímpios; 'Ele o feriu, como feriu
aqueles que o feriram?' Is. 27: 7. Na taça de um
santo, o veneno da aflição é corrigido, mas não na
dos ímpios; e, portanto, o que é remédio para um é
ruína para o outro. 
2. Em dever. Ele sabe que você é apenas carne e,
portanto, se compadece e aceita seu serviço fraco,
sim, ele se desculpa por você. O espírito está
pronto, diz Cristo, mas a carne é fraca. 
3. Em tentações. Ele considera que você é de carne
e osso, e atribui as tentações a uma natureza
muito fraca. É chamada de tentação comum ao
homem; uma tentação moderada, como na
margem, adequada para uma criatura tão frágil.
Sempre que o cristão começa a desmaiar sob o
peso disso, Deus se apressa em seu socorro, como
uma terna mãe faria com seu filho desmaiado;
portanto, diz-se que ele está perto para reanimá-
los, para que seu espírito não desfaleça. 
Como o cristão luta com carne e sangue.
49
Segundo. Observe onde ele coloca a ênfase da
batalha do santo; não em resistir a carne e sangue,
mas principados e potestades; onde o apóstolo
não exclui nosso combate com o homem, pois a
guerra é contra a serpente e sua semente. Por
mais vasto que seja o mundo, ele não pode manter
os santos e os ímpios juntos pacificamente. Mas
sua intenção é mostrar com que inimigo
complicado, a ira do homem e a união de Satanás,
temos que lidar. Observe, portanto, a conjuntura
dos inimigos do santo. Não temos que ver com o
homem nu, mas com o homem conduzido por
Satanás; não com carne e sangue, mas
principados e potestades agindo neles. Existem
dois tipos de homens com os quais o cristão luta,
homens bons e maus. Satanás ataca com ambos. 
1. O cristão luta com bons homens. Muitos
conflitos acirrados ocorreram entre santo e santo,
brigando no escuro por causa da má
compreensão da verdade, e um do outro; Abraão e
Ló em conflito. Aarão e Miriam lutaram com
Moisés para o muro, até que Deus interpôs e
encerrou a disputa com seu golpe imediato em
Miriam. Os apóstolos, mesmo na presença de seu
Mestre, estavam exaltados, contestando quem
deveria ser o maior. Agora, nessas guerras civis
entre os santos, Satanás é a grande brasa, embora
pouco vista, porque, como Acabe, ele luta
disfarçado, jogando primeiro de um lado, e do
outro, agravando todo ferimento insignificante, e
daí provocando ira e vingança; portanto o
apóstolo, desviando-se da ira, usa este argumento:
Não dê lugar ao diabo; como se ele tivesse dito:
50
Não caiam entre vocês, a não ser que desejem a
companhia do diabo, que é o verdadeiro soldado
da fortuna, como diz a frase comum, que vive por
sua espada e, portanto, se apressa para onde há
qualquer esperança de guerra. Gregório compara
os santos em suas tristes diferenças a dois galos,
que Satanás, o mestre do fosso, põe a lutar, na
esperança, quando morto, para cear com eles à
noite. Salomão disse, Prov. 18: 6, a boca do homem
contencioso exige golpes. Na verdade, por nossas
lutas mútuas, damos ao diabo um cajado para nos
bater; ele não pode trabalhar bem sem fogo e,
portanto, acende essas brasas de contenda, que
ele usa em sua forja, para aquecer nossos espíritos
até a ira, e então seremos maleáveis, facilmente
martelados como ele quer. A contenda coloca a
alma em desordem e entre as leis das armas
silenciam. A lei da graça não age livremente
quando o espírito está em comoção. Veja Moisés
provocado, fala inadvertidamente. Acho que isso,
se nada mais irá soar, deveria soar como um recuo
para nossas diferenças infelizes - que este Joabe
tem uma mão nelas – ele coloca seu espírito
maligno entre irmãos, e que loucura é nos
mordermos e devorarmos uns aos outros para
fazer o inferno alegre? Estamos propensos a
confundir nosso calor com zelo, ao passo que
comumente nas lutas entre os santos é um navio
de fogo enviado por Satanás para quebrar sua
unidade e ordem; enquanto eles permanecem
unidos, eles são uma Armada invencível, e Satanás
sabe que ele não tem outro caminho a não ser
esta destruição para eles. Quando a linguagem do
cristão, que deveria ser uma, começa a ser
51
confundida, eles estão perto de uma dispersão; é
hora de Deus separar seus filhos quando eles não
podem viver em paz juntos. 
2. O cristão luta com homens ímpios. Porque você
não é do mundo, diz Cristo, o mundo odeia você. A
natureza e a vida do santo são antípodas do
mundo; fogo e água, céu e inferno, podem ser
reconciliados tão logo quanto eles com ele. O
herege é seu inimigo pelo amor da verdade; o
profano por santidade; amor; por ambos, o cristão
é uma abominação, como o israelita para o
egípcio. Daí vêm as guerras; o fogo da perseguição
nunca se apaga nos corações dos ímpios, que
dizem em seus corações como uma vez com seus
lábios: Cristãos para os leões. Agora, em todas as
guerras dos santos com os ímpios, Satanás é o
comandante - chefe; é o trabalho do pai que
fazem; suas luxúrias eles cumprem. Os sabeus
saquearam Jó, mas seguiram a missão de Satanás.
O herege aborda a doutrina corrupta, perverte a fé
de muitos, mas nisso ele é o ministro de Satanás, II
Cor. 11:15; eles recebem sua chamada, suas
artimanhas e salários dele. Os perseguidores têm
seu trabalho atribuído ao inferno. É uma
perseguição da língua? É o inferno que a
incendeia. É da mão? Ainda assim, elas são apenas
os instrumentos do diabo, Apocalipse 2:10. O diabo
lançará alguns de vocês na prisão. 
Primeira aplicação: Você vê alguém dirigindo
furiosamente contra as verdades ou servos de
Cristo? A piedade deles, como os mais miseráveis
infelizes do mundo; não tema seu poder, não
52
admire suas partes; eles são homens possuídos e
atuados pelo diabo; eles são seus servos e
escravos da matança, como o mártir os chamou.
Agostinho, em sua epístola a Licinius, alguém de
dotes excelentes, mas perverso, que uma vez foi
seu erudito, fala assim pateticamente a ele: Oh,
como eu choraria e lamentaria por ti, ao ver tal
espírito brilhante prostituído ao serviço do diabo!
Se você tivesse encontrado um cálice de ouro,
você o teria dado à igreja; mas Deus te deu uma
cabeça dourada, partes e inteligência, e neste
propinas teipsum diabolo - tu bebes para o diabo.
Quando você vir homens de poder e dons, usando-
os contra Deus que os deu, chore por eles; melhor
que tivessem vivido e morrido, um fosse escravo,
o outro tolo, do que prestar esse serviço ao diabo
com eles. 
Segunda aplicação. Ó vós santos, quando
reprovados e perseguidos, olhem mais longe do
que o homem, não gastem sua ira sobre ele. Ai de
mim! Eles são apenas instrumentos nas mãos do
diabo. Guarde seu descontentamento para
Satanás, que é seu principal inimigo. Eles podem
ser ganhos para o lado de Cristo e, assim, tornar-
se finalmente teus amigos. De vez em quando
vemos alguns

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