A3_Semiótica e Percepção Visual_Anita Pastonesi

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Ambos os cartazes têm similaridades visto que ambos são impressões em papel que comunicam sobre uma causa militar e se utilizam de signos, apesar de distintos, para manipular a opinião geral sobre um assunto. Porém existem diferenças substanciais entre eles. 
 No cartaz referente a convocatória para a revolução de 1932, a presença das cores, os traços fortes do desenho que formam a imagem de um soldado que aponta para a pessoa que observa o cartaz e seu semblante sério, criam um sentimento de severidade e austeridade. Se leem duas frases que responsabilizam diretamente o leitor e agregam ao sentimento de seriedade e dureza ao redor do assunto. A mensagem sobre o alistamento está presente de forma muito direta nessa peça publicitária, apela para a consciência do observador e eventualmente, para a culpa. 
Já no segundo cartaz referente aos esforços militares da segunda guerra mundial, as cores não estão presentes, mas o desenho indica um soldado, que ao contrário do outro, mostra um semblante alegre e sorridente. O solado está acompanhado de outros e caminha em direção a algo, que se pode pressupor pela imagem, visto que existem civis atrás que se despedem felizes, seja uma missão honrada. O cartaz transmite orgulho, reconhecimento e força. A mensagem sobre o alistamento é subliminar, uma vez que o cartaz pode ser interpretado de forma a apenas convencer a população sobre a importância dos esforços militares e o incentivo a eles, visto que o apoio popular é essencial em tempos de guerra. Porém o aumento do alistamento pode ser uma consequência alternativa da propaganda visto que passa a ideia de importância e heroísmo atrelada aos soldados. 
É possível destacar que as propagandas manipulam sentimentos diferentes na população, porém ambas visam manobrar a opinião geral. A culpa e o orgulho são sentimentos presentes dentro da nossa cultura e ambos despertam ambições diferentes. As pessoas não querem se sentir culpadas e por isso atendem ao apelo da primeira propaganda. Apesar de vivermos em uma sociedade laica ainda é uma cultura predominantemente cristã que evoca esse sentimento nas pessoas desde a infância para cercear certos comportamentos. As pessoas não se sentem à vontade com a culpa e por isso se convencem a fazer algo potencialmente fatal a fim de não se sentirem assim. Já o orgulho dos outros e o heroísmo são premiados dentro da nossa sociedade, e novamente as pessoas se dispõe a vivenciar grandes riscos a fim de receber – caso voltem ilesos – o reconhecimento desses atributos.