Buscar

Emergências Cirúrgicas Aula 3 - Trauma abdominal

Prévia do material em texto

Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 3: TRAUMA ABDOMINAL 
1
1. Anatomia 
 Abdome anterior é composto por epigastro + mesogastro + hipogastro 
 Região de transição toracoabdominal → Da linha mamilar até o 4º EIC medialmente, até o 
6º EIC anteriormente, e até o 8º EIC posteriormente, e as lesões nessa área estão 
relacionadas a processos patológicos específicos, como rotura diafragmática. 
 Abdome posterior → Abaixo da transição toracoabdominal, a partir do 7º EIC até a região 
sacral, é uma região importante porque está logo acima do retroperitônio, contendo os 
órgãos retroperitoneais. 
 Flancos → Região lateral entre as linhas axilares anterior e posterior, logo acima da espinha 
ilíaca 
 Espaços: 
❖ Intraperitoneal → Peritônio + todos os órgãos intraperitoneais + pelve 
❖ Retroperitoneal → Pâncreas, 2ª porção do duodeno, rins e grandes vasos 
 
2. Visão geral 
 Responsável por um 
número expressivo de 
mortes evitáveis 
 A cavidade 
intraperitoneal + 
retroperitoneal + 
fratura de ossos 
longos comportam 
sangramentos 
capazes de gerar 
choque hemorrágico 
 Mecanismo de 
trauma + localização 
da lesão + 
hemodinâmica do 
paciente 
 Hemoperitônio → 
Oligossintomáticos 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 3: TRAUMA ABDOMINAL 
2
 Interferências nos sintomas abdominais → RNC 
 Trauma abdominal fechado → Não há solução de continuidade com o meio externo; 
 Trauma aberto → Há solução de continuidade com o meio externo, pode ser causado por 
uma arma branca ou por uma arma de fogo 
 Avaliação rigorosa do abdome 
❖ Redução de erros de interpretação 
❖ Redução de atrasos no diagnóstico 
❖ Tratamento precoce 
3. Atendimento inicial pré-hospitalar 
 Desobstrução de vias aéreas 
 Administração de oxigênio em alto fluxo 
 Elevação de MMII (posição de choque) 
 Aquecer vítima, evitando hipotermia 
 Controle de hemorragias externas 
4. Mecanismo do trauma 
 Tentar desvendar precocemente possíveis lesões intra abdominais 
❖ Cinto de segurança 
❖ Intrusão da porta 
❖ Volante 
❖ Queda de grandes alturas 
5. Abordagem inicial – avaliação secundária 
 História clínica 
 Inspeção 
 Ausculta 
 Percussão 
 Palpação 
 Avaliação da estabilidade pélvica 
 Avaliação da uretra 
❖ Equimose pélvica 
❖ Sangue no meato 
❖ Deslocamento cranial da próstata 
 Avaliação de períneo 
 Avaliação do reto 
6. Houve lesão de vísceras? 
 Exame clínico → Buscando sinais de peritonite e de alteração; hemodinâmica; fraturas de 
costelas inferiores; equimose de parede abdominal; ferimentos na parede abdominal, 
dorso e tórax; sangramento pela uretra, vagina ou reto 
 Sinais de peritonite → Ex. Espasmos musculares involuntários; descompressão dolorosa 
 Instabilidade hemodinâmica → Ex. Choque hemorrágico (Queda da PA e da volemia) 
 Existe ou não indicação cirúrgica? 
7. Trauma abdominal fechado 
 Definição → Contusão; transmissão de energia cinética 
através da parede abdominal para os órgãos internos 
com lesão deles 
 Choque ou compressão contra anteparos → Volante e 
painel de carro; cinto de segurança abdominal; 
desportos; ondas de choque das explosões 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 3: TRAUMA ABDOMINAL 
3
 Choque por desaceleração → Quedas de andaime/telhado 
 Em crianças → Bicicletas; brinquedos de recreação 
 Ruptura em vísceras sólidas 
 Explosão de vísceras ocas 
 Lesões vasculares 
 Lesões por desaceleração (cinética do trauma) → Fígado; baço; mesentério 
 Acidente de carro 
❖ Lesão apenas no abdome; alerta e estável sem sinais de irritação peritoneal; observação 
clínica 
❖ Lesão apenas no abdome; instável; com sinais de irritação peritoneal; laparotomia 
exploradora 
❖ Politrauma (TCE/Tórax); hipotensão; RNC; exame físico pouco valioso; de onde vem o 
sangramento?; investigação diagnóstica 
 Órgãos mais acometidos (ordem) 
❖ Baço 
❖ Fígado 
❖ Delgado 
❖ Retroperitônio 
 Investigação diagnóstica – se paciente estável 
❖ FAST/USG → Abdominal 
➢ Existe líquido na cavidade? → Sangue? Conteúdo intraluminal de víscera oca? 
➢ Busca de líquido e locais examinados → Linha axilar média entre 11º ou 12º EID – 
Espaço de Morrison (recesso hepatorrenal); entre 9º 0u 10º EIE – Espaço Esplenorrenal; 
À 4cm da Sínfise Púbica – Fundo de Saco de Douglas 
➢ Problemas → Observador dependente; falso Negativo (quando o conteúdo intraluminal 
é pequeno (<500ml)); não avalia retroperitônio 
 
*O que indica cirurgia de emergência é a hemodinâmica do paciente 
 
*Janelas avaliadas – 1) Saco pericárdico; 2) Espaço hepatorrenal; 3) Espaço esplenorrenal; 
4) Janela suprapúbica 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 3: TRAUMA ABDOMINAL 
4
❖ Lavado peritoneal diagnóstico → Busca de comprovação que existe sangue na cavidade 
abdominal; raramente executa na prática 
 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 3: TRAUMA ABDOMINAL 
5
 Fluxograma 
 
8. Trauma penetrante – trauma aberto 
 Ferimentos por arma branca (FAB) 
❖ Região anterior → Fígado; delgado; diafragma; cólon 
❖ Região posterior → Duodeno; rim; colón ascendente/descendente; trato urinário 
❖ Transição toracoabdominal → Fígado; baço; diafragma; pulão 
➢ Diafragma → É lesado em até 47% dos casos; conduta via videolaparscopia; indica que 
houve lesão de estruturas intra abdominais; se houver é feita a rafia da lesão 
diafragmática prevenindo contra a hérnia diafragma 
 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 3: TRAUMA ABDOMINAL 
6
 Ferimentos por arma de fogo (FAF) → Delgado; cólon; fígado; estruturas vasculares 
❖ Transferência de energia por cavitação e por evaporação de líquidos teciduais 
❖ Formação de projéteis secundários por fragmentação 
❖ Trauma abdominal → Laparotomia exploradora 
 
9. Flashcards 
 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 3: TRAUMA ABDOMINAL 
7
 
Referências bibliográficas 
Aula de Dra. Thamy Marques (23/08/2021) 
ATLS: Advanced Trauma Life Support for Doctors. American College of Surgeons. 10a edição. 
2018. 
Ferreira, L.M., Odo, L.M. Guia de Cirurgia: Urgências e Emergências, 1ª edição. São Paulo: Editora 
Manole, 2001. 
Sanar Residência

Continue navegando