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Trauma de Abdome Anatomia Abdominal O trauma abdominal é um trauma oculto. A região abdominal tem uma alta capacidade de acumular sangue proveniente de hemorragias internas. A evisceração é uma das coisas mais importantes dos traumas abdominais. O que é cobrado é provas é o conceito e o que fazer diante dessa situação (não colocar as vísceras para dentro). No trauma abdominal, não há muito o que fazer no APH. É preciso que haja a remoção para atendimento no centro cirúrgico. A cavidade abdominal está abaixo do tórax e separada deste pelo músculo diafragma. No abdome, encontramos órgãos dos sistemas: digestivo, endócrino e genital. Segundo o PHTLS 2017, o abdome pode ser dividido em duas partes: peritoneal e retroperitoneal. O fígado e o baço ficam logo abaixo do diafragma protegidos pelas costelas, caso haja fratura de costelas esses órgãos podem ser lesionados e o sangramento será intenso. O PHTLS reforça que a lesão hepática é a lesão de órgão intra-abdominal mais comum nesse tipo de trauma. A parte inferior do abdome é protegida pela pelve. A região mais central e a lateral do abdome são protegidas apenas pelos músculos abdominais e partes moles. A região posterior do abdome está na coluna vertebral, já estudada na aula de trauma de coluna. Abdome Peritônio: Retroperitônio: – Baço, fígado, vesícula, estômago, parte do intestino grosso, delgado, útero e ovário. – Rins, ureteres, veia cava inferior, aorta abdominal, pâncreas, uma parte do intestino grosso e delgado. O peritônio é uma membrana que reveste esses órgãos e forma uma cavidade na região do abdome, separando esses dois compartimentos. Divisão em Quadrantes (9 partes) Possíveis Lesões Abdominais Lesão de órgãos sólidos (baço e fígado): choque circulatório; Lesões dos órgãos ocos (intestino, bexiga): derrama o conteúdo do órgão no peritônio. A liberação de conteúdo gástrico (ácido), intestinal (bactérias) e urinária irrita o peritônio causando inflamação (peritonite) ou infecção com risco de sepse. Ruptura do diafragma: diferença de pressão os órgãos da cavidade abdominal sobem para a cavidade torácica e compromete a ventilação pulmonar e a função respiratória. Fratura de pelve: lesão de bexiga e de intestino. Divisão em Quadrantes (4 partes) Fisiopatologia do Abdome Sólidos: baço e fígado. A ruptura desses órgãos gera um sangramento muito importante. Isso pode ocasionar um choque do tipo hipovolêmico; Ocos: intestino bexiga e vesícula. O PHTLS divide os órgãos do abdome em ocos e sólidos Lesões Abdominais Penetrante: Contuso: – Arma de fogo (média energia: revólver; alta energia: fuzil); – Arma branca (sempre será um acidente com baixa energia. Ex.: tesoura ou faca). – Acidente de carro; – Queda. Alergias; Medicações; Passado médico; Se ele ingeriu líquidos ou alimentos; Análise do Ambiente. SAMPLA Sinais e Sintomas: Inspeção: lesões (escoriação, hematoma, abrasões, ferimentos penetrantes) ou distensão (inchaço), sangramentos externos e evisceração. Avaliação Secundária (não atrasar o transporte) Evisceração PHTLS Ocorre quando parte de um órgão é deslocado por meio de um ferimento aberto e se projeta para fora do corpo. O órgão mais comum de deslocar pelo ferimento abdominal é o intestino. Avaliação da Lesão Abdominal Avaliação primária → Avaliação secundária → Remoção. Há uma grande relevância na avaliação primária seguida da remoção. No caso do trauma abdominal, é fundamental que o paciente seja removido precocemente. No transporte, é possível que seja feita uma avaliação secundária. Respiração e a Circulação A indicação de lesão abdominal pode ser suspeitada quando o paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico sem outro sangramento aparente. Existem 2 sinais que indicam sangramento retroperitoneal: Sinal de Gray Turner — equimose envolvendo os flancos. Sinal de Cullen — equimose em volta do umbigo. Obs.: esses sinais também podem aparecer na pancreatite. Não recolocar o órgão para dentro. Umedecer o órgão exteriorizado com Solução fisiológica. Manter a vítima calma. ATENÇÃO: Evisceração — Cuidados SAMU – Trauma abdominal aberto; – Quando suspeitar ou critérios de inclusão? Lesão aberta no abdome, com mecanismo de trauma sugestivo, como os causados por arma de fogo, arma branca, acidentes com veículos a motor, atropelamentos e outros. Conduta — SAMU 1. Realizar avaliação primária e secundária. 2. Oferecer O2 sob máscara não reinalante10 a 15 l/min se SatO2 < 94%. 3. Monitorizar a oximetria de pulso. 4. Controlar sangramentos externos (padrão: compressão direta). Obs.: o PHTLS recomenda o uso de curativos hemostáticos em regiões abdominais e torácicas (locais em que não há possibilidade de fazer uso do torniquete). 5.Providenciar cuidados com os ferimentos e objetos encravados ou empalados: não devem ser movidos ou removidos no APH; se ocorrer sangramento ao redor do objeto, fazer pressão direta sobre o ferimento ao redor do objeto (com a própria mão e/ou compressas); e não palpar o abdome para evitar maior laceração de vísceras. 6.Providenciar cuidados com a evisceração: não tentar recolocar os órgãos de volta na cavidade abdominal, manter como encontrado; e cobri-los com compressas estéreis umedecidas com SF e plástico especial para evisceração, quando disponível. 7. Realizar a mobilização cuidadosa e a imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros em prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte. 8. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 9. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde. Trauma Abdominal Aberto 1. Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar lesões associadas a outros segmentos. 2. Atentar para as lesões torácicas abaixo da linha mamária anteriormente, dorso abaixo da linha infraescapular e flanco (definido como área entre as linhas axilar anterior e posterior, do 6º espaço intercostal até a crista ilíaca), pois podem cursar com lesões de órgãos intra-abdominais. ATENÇÃO 1.Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar lesões associadas em outros segmentos; 2.Não realizar a palpação profunda quando houver evidência franca de lesão, pois ela pode aumentar hemorragias e piorar outras lesões; 3.Pode haver associação de trauma raquimedular no trauma abdominal fechado. Trauma Abdominal Fechado equimoses, contusões, escoriações e outras lesões no abdome; equimose linear transversal na parede abdominal (sinal do cinto de segurança); dor e sensibilidade à palpação abdominal; rigidez ou distensão abdominal (por causa do sangramento); e sinais de choque sem causa aparente ou mais grave do que o explicado por outras lesões. Lesão fechada no abdome, com mecanismo de trauma sugestivo (acidentes com veículos a motor, atropelamento, violência interpessoal e outros). Obs.: os cuidados com o trauma abdominal fechado são os mesmos do aberto. A diferença é que o fechado não tem o risco de evisceração. Sinais ou sintomas: Conduta: 1. Realizar avaliação primária e secundária. 2. Oferecer O2 sob máscara não reinalante 10 a 15 l/min se SatO2 < 94%. 3. Monitorizar a oximetria de pulso. 4. Realizar a mobilização cuidadosa e considerar imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros em prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte. 5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde.
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