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EAS I- EXAME FÍSICO a) Coloração: normal é amarela devido à presença de urocromo, produto do metabolismo endógeno que é produzido em velocidade constante. b) Aspecto: Límpida – normal ou urina diluída Opaca ou ligeiramente turva – presença de muco, células, cilindros, gorduras, sangue. Turva – presença de cristais amorfos, flora bacteriana aumentada, leucócitos. c) Cheiro: Aromático (“sui generis”) – normal, pelos ácidos voláteis. Amoniacal – utilização da uréia por bactérias, urina guardada. Pútrido – infecção Doce, Frutado, Acetona – Corpos cetônicos. d) Espuma: Branca e pouca – Normal Branca e muita – Proteína Amarela e muita – Bilirrubina e) Densidade: avalia a capacidade de reabsorção renal. É influenciada pelo número e pelo tamanho das partículas dissolvidas na amostra. 1,010 a 1,030 – Normal < a 1,010 – Diluição (aumento do consumo de líquidos, doenças renais, Diabetes insipidus) > a 1,030 – Concentração (diminuição do consumo de líquidos, doenças renais, Diabetes mellitus) CORRELAÇÃO LABORATORIAL DA COR DA URINA COR CAUSA CORRELAÇÃO Incolor ingestão de líquidos amostra diluída Palha poliúria Diabetes insipidus Amarelo pálido poliúria Diabetes mellitus Amarelo âmbar amostra concentrada febre, desidratação Laranja medicamentos Rifocina,Nitrofurantoína carotenóides Castanha bilirrubina patologias hepáticas Vermelha sangue hemácias hemoglobina mioglobina medicamentos Levodopa,Fenindiona contaminação menstruação Marrom melanina melanoma Preta ác. homogentísico fenilcetonúria oxidação de hemácias urina guardada medicamentos metronidazol Verde corantes, medicamento azul de metileno Azul infecções Pseudomonas II- EXAME QUÍMICO Vantagens da utilização das tiras reativas - Conveniência - Velocidade de análise - Pouca necessidade de pessoal - Custo efetivo mais baixo - Estabilidade - Uso fácil - Disponibilidade - Reprodutibilidade de resultados - Necessidade de pouco espaço físico - Necessidade de pouco volume urinário Reações com tiras reativas pH – é importante por ajudar a detectar possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória. - Usa-se um sistema de indicador duplo de vermelho de metila e o azul de bromotimol. O vermelho de metila é ativo na faixa de 4,4 a 6,2 e o azul de bromo timol tem faixa de ação ótima entre 6,0 a 7,6. Significado clínico: Acidose e alcalose metabólica ou respiratória Precipitação de cristais Tratamento das infecções do trato urinário Determinação de amostras insatisfatórias Proteínas – a análise de proteinúria utiliza o princípio do “erro dos indicadores pelas proteínas”. Significado Clínico: Lesão da membrana glomerular Comprometimento da reabsorção tubular Mieloma múltiplo Nefropatia diabética Proteinúria ortostática Glicose – significado clínico: Diabetes Reabsorção tubular deficiente Lesões do SNC Distúrbios da tireóide Gravidez com possível diabetes latente Cetonas - os três compostos de cetona não se apresentam em quantidades iguais na urina. A acetona e o ácido beta-hidroxibutírico são produzidos a partir do ácido acetoacético. Significado Clínico: Acidose diabética Controle da dosagem da insulina Carência alimentar Perda excessiva de carboidratos Sangue – pode estar presente na urina na forma de hematúria e hemoglobinúria. A mioglobina não só reage positivamente com a análise química para detecção de sangue como também produz coloração vermelha na urina transparente. Significado clínico: Hematúria – cálculos renais, glomerulonefrite, pielonefrite, tumores, trauma, exercício físico intenso. b) Hemoglobinúria – reações transfusionais, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções do trato urinário, exercício físico intenso. c) Mioglobinúria – traumatismo muscular, coma prolongado, convulsões, doenças musculares atróficas, esforço físico intenso. Bilirrubina – pode ser a primeira indicação de hepatopatia e muitas vezes é detectada antes do desenvolvimento da icterícia. Significado Clínico: Hepatopatias Obstrução biliar Urobilinogênio Significado Clínico: Detecção precoce de doenças hepáticas Distúrbios hemolíticos Nitrito - o fundamento bioquímico desta prova baseia-se no fato de que certas bactérias têm a capacidade de reduzir o nitrato, constituinte normal da urina e converte-lo em nitrito (Reação de Griess). Significado Clínico: Cistite Pielonefrite Avaliação da terapia com antibióticos Monitoração de pacientes com alto risco de infecção do trato urinário Seleção de amostras de urina para cultura. Leucócitos Significado Clínico: Infecção do trato urinário Seleção de amostras de urina para cultura Uma das vantagens da análise química da urina é a possibilidade de detectar a presença de leucócitos lisados que não aparecem no exame microscópico. ALTERAÇÕES NA URINA NÃO-CONSERVADA Aumento do pH decorrente da degradação da uréia e sua conversão em amônia por bactérias produtoras de urease; Diminuição da glicose em decorrência de glicólise e de sua utilização pelas bactérias; Diminuição das cetonas em decorrência de volatilizaçãoe utilização pelas bactérias; Diminuição da bilirrubina por degradação pela luz e oxidação à biliverdina; Diminuição do urobilinogênio por degradação pela luz e oxidação à urobilina; Positividade do nitrito em decorrência da redução do nitrato pelas bactérias; Aumento do nº de bactérias; Aumento da turvação por proliferação bacteriana e possível precipitação de material amorfo; Lise das hemácias e cilindros particularmente em urina alcalina e hipotônica; Alteração da cor devido à oxidação ou a redução de metabólitos; A proliferação bacteriana pode produzir peroxidase que interfere na pesquisa de sangue; Os leucócitos sofrem decomposição pelo pH alcalino e pelas bactérias. Em urinas hipotônicas, aumentam de volume; Em pH alcalino, pode haver destruição de cristais ácidos e em pH ácido, pode haver destruição de cristais alcalinos; Há imobilização e morte de Trichomonas. III- SEDIMENTOSCOPIA Preparo da amostra A amostra deve ser recente ou corretamente conservada; Homogeneizar e centrifugar em tubo cônico por 5 minutos; Após centrifugação, desprezar o sobrenadante; Ressuspender o sedimento e transferir uma gota para uma lâmina. Cobrir com lamínula e observar em microscópio num aumento de 400x; Recomenda-se percorrer 10 campos e fazer uma média dos elementos figurados encontrados. Componentes do Sedimento Células epiteliais: pavimentosas, transicionais e tubulares. Cilindros: hialino, hemático, leucocitário, granuloso, céreo, de células epiteliais e adiposo. Piócitos Hemácias Bactérias Cristais Muco Parasitas Leveduras Espermatozóides Contaminantes ou artefatos Principais Cristais Urinários Normais Cristal pH Ácido Úrico ácido Uratos amorfos ácido Oxalato de Cálcio ácido Fosfato amorfo alcalino/neutro Fosfato de cálcio alcalino/neutro Fosfato triplo alcalino Biurato de amônio alcalino Carbonato de cálcio alcalino Cristais urinários anormais - Cistina, Colesterol, Leucina, Tirosina, Bilirrubina, Sulfonamidas, Ampicilina e Corante radiográfico. Piúria e Hematúria quantitativa - Conta-se na câmara de Fucs-Rosenthal o sedimento urinário sem diluição: Contando-se em um quadrado, multiplica-se o nº encontrado por 480; Contando-se em todos os quadrados, multiplica-se o nº encontrado por 30. - Valores normais: Piúria→até 5.600/mL Hematúria→até 2.800/mL DISMORFISMO ERITROCITÁRIO - A pesquisa de dismorfismo eritrocitário possibilita a distinção entre hematúria glomerular e não glomerular, não apenas no encontro de proteinúria e cilindrúria, mas também na diferenciação morfológica das diversas populações de hemácias na urina. - A hematúria não glomerular caracteriza-se por hemácias urinárias isomórficas, com tamanho uniforme e morfologia semelhante às encontradas na circulação sanguínea; - Na hematúria glomerular, as hemácias se apresentam dismórficas, com alterações na forma, cor, volume e conteúdo de hemoglobina, podendo-se encontrar diversas projeções em suas membranas celulares, bem como heterogeneidade citoplasmática e forma bicôncava ou esférica; - Observa-se dismorfismo eritrocitário na urina quando é encontrada mais de 4 populações diferentes de hemácias. PIÓCITOS E HEMÁCIAS O achado de hemácias na urina tem relação com lesões na membrana glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. Os leucócitos, assim como as hemácias, podem passar para a urina através de uma lesão glomerular ou capilar, mas também são capazes de migrar através dos tecidos indo para locais de inflamação ou infecção. O nº elevado desses dois tipos de células recebe os nomes de hematúria e piúria. CÉLULAS EPITELIAIS Não é incomum encontrar células epiteliais na urina, já que elas provêm dos tecidos de revestimento do sistema urogenital. A menos que estejam em grande número ou em formas anormais, representam uma descamação normal de células velhas. Na urina, encontram-se três tipos de células epiteliais, que são classificadas de acordo com seu local de origem no sistema urogenital. Células epiteliais pavimentosas – São elementos celulares normais provenientes da descamação fisiológica do epitélio uretral. – São iguais às da boca, faringe,esôfago e vagina. Células epiteliais de transição –Ovais ou arredondadas (piriformes ou em raquete) dependendo da profundidade de que provém. –Provenientes do revestimento epitelial que existe desde a pélvis renal até a uretra. Células epiteliais renais ou tubulares –São pouco maiores do que os leucócitos –Revestem os túbulos renais –Em número elevado (15 a 20 / campo), sugerem lesão tubular– Após um transplante renal, o seu aparecimento por volta do 3º dia é sugestivo de rejeição CILINDROS Têm por matriz proteica a glicoproteína de Tamm-Horsfall. Como condições que favoreçam a sua formação tem-se: ↓pH da urina ↑da densidade ↓do filtrado glomerular Desaceleração na formação da urina Formam-se no TCD e DC A sua presença na urina designa-se de cilindrúria. Podem ser: Hialinos Granulosos Gordurosos ou Adiposos Céreos Celulares: Epiteliais, Leucocitários,Hemáticos,Bacterianos - Encontram-se em urinas normais, nas desidratações, após esforço físico e em diversos tipos de nefropatia –Constituídos por proteína de Tamm-Horsfall –São os que apresentam gotículas de gordura –Têm por matriz um cilindro hialino ou granuloso –A sua presença sugere a existência de nefropatia CRISTAIS São formados pela precipitação dos sais da urina submetidos a alterações de pH, temperatura ou concentração, o que afeta sua solubilidade. Os sais precipitados aparecem na urina na forma de cristais verdadeiros ou de material amorfo, que também se inclui na categoria de cristais urinários. Cristal de Ácido Úrico Cristal de Oxalato de Cálcio Cristais amorfos (urato e fosfato) Cristal de Biurato de Amônio Leveduras e Flora Bacteriana
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