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Farmacocinética: eliminação

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FARMACO1 Farmacocinética: Eliminação 
Os fármacos e seus metabólitos são, em sua maioria, eliminados do corpo por excreção renal e 
biliar. A excreção renal é o mecanismo mais comum de eliminação de fármacos e baseia-se na 
natureza hidrofílica de um fármaco ou seu metabólito. Apenas um número relativamente 
pequeno de fármacos é excretado primariamente na bile ou pelas vias respiratórias ou dérmicas. 
Muitos fármacos administrados oralmente sofrem absorção incompleta pelo trato 
gastrintestinal superior, e o fármaco residual é então eliminado por excreção fecal. 
ELIMINAÇÃO BILIAR E CIRCULAÇÃO ÊNTERO-HEPÁTICA 
Os fármacos inferidos por via oral 
que são absorvidos no intestino 
chegam ao fígado pela veia porta e 
ali podem ser conjugados com o 
ácido glicurônico, com o ácido 
sulfúrico ou com outras moléculas 
polares. Os produtos conjugados 
são hidrofílicos e podem, com 
ajuda de mecanismos de 
transporte passar das células 
hepáticas para a bile e, com ela, 
retornar ao intestino; são, 
portanto, eliminados por via biliar. 
Os conjugados hidrofílicos não 
atravessam o epitélio intestinal, os 
glicorunídeos, contudo, podem ser 
hidrolisados por beta-
glicuronidases bacterianas no 
colo, liberando o fármaco (desconjugados). Este pode ser reabsorvido. Isso resulta no ciclo 
êntero-hepático, no qual o fármaco parece preso como em uma armadilha. Os produtos 
conjugados, contudo, não passam somente para a bile, mas também para o sangue. Os 
glicuronídeos eliminados para o sangue são filtrados nos rins e não são reabsorvidos, mas sim 
excretados com a urina devido a sua hidrofilia. 
 
ELIMINAÇÃO RENAL 
Depuração (clearance) renal 
A eliminação de fármacos pelos rins é mais bem quantificada pela depuração (ou clearance) 
renal (CLren), definida como o volume de plasma que contém a quantidade da substância 
removida pelos rins na unidade de tempo. Ela é calculada a partir da concentração plasmática, 
Cp, da concentração urinária, Cu, e da velocidade do fluxo urinário, Vu, por meio da seguinte 
equação: 
 
Anticoncepcionais são exemplos de fármacos que atravessam tal ciclo. Alguns antibióticos 
inibem a ação de hidrólise da flora bacteriana intestinal pela destruição das bactérias 
gerando, uma redução da desconjugação do anticoncepcional inativo, interferindo na sua 
reativação, ou seja, ele retornará para via porta-hepática pela incapacidade de reabsorção do 
anticoncepcional hidrossolúvel conjugado e será eliminado mais rapidamente. 
Os fármacos podem ser (1) filtrados no 
glomérulo renal, (2) secretados no túbulo 
proximal, (3) reabsorvidos a partir do 
lúmen tubular e transportados de volta ao 
sangue, e (4) excretados na urina. O 
equilíbrio relativo das taxas de filtração, 
secreção e reabsorção é o que determina 
a cinética de eliminação dos fármacos 
pelos rins. O aumento do fluxo sanguíneo, 
da taxa de filtração glomerular, e a 
diminuição da ligação às proteínas 
plasmáticas ocasionam excreção mais 
rápida do fármaco, visto que todas essas 
alterações resultam em aumento da 
filtração do fármaco no glomérulo. Alguns 
fármacos, como a penicilina, são 
secretados ativamente no túbulo proximal. Embora a reabsorção possa diminuir a taxa de 
eliminação dos fármacos, muitos sofrem sequestro pelo pH no túbulo distal, portanto são 
excretados eficientemente na urina. Quanto aos fármacos que dependem do rim para sua 
eliminação, podem alcançar concentrações plasmáticas mais altas em virtude de 
comprometimento da função renal, induzindo modificação em sua dose e na frequência de sua 
administração. 
Assim, entende-se que três processos fundamentais são responsáveis pela eliminação renal dos 
fármacos: 
1) Filtração glomerular. 
2) Secreção tubular ativa. 
3) Reabsorção passiva (difusão pelo líquido tubular concentrado e reabsorção pelo epitélio 
tubular). 
Filtração glomerular 
Depende da barreira de filtração glomerular: 
• fármacos com tamanho molecular < 5000 MM = são filtrados (maioria*); 
• fármacos com carga elétrica negativas (ânions) = repelidos pela membrana basal; 
• fármacos com alta afinidade de ligação a proteínas plasmáticas = repelidos pela 
membrana basal. 
 
Secreção ativa 
Alguns cátions e ânions são secretados pelo epitélio dos túbulos proximais para o líquido tubular 
por sistemas de transporte especiais dependentes de energia, os quais tem capacidade limitada. 
 
O OAT (organic anion transporter), transporta os fármacos ácidos na sua forma aniônica 
negativa (bem como muitos outros ácidos endógenos, como o ácido úrico), enquanto o OCT lida 
com bases orgânicas na forma protonada catiônica. 
 
Reabsorção passiva 
A água é reabsorvida conforme o líquido atravessa o túbulo e, por isso, o volume de urina 
produzida é de aproximadamente 1% do volume do filtrado glomerular. Consequentemente, se 
o túbulo for livremente permeável às moléculas do fármaco, aproximadamente 99% do fármaco 
filtrado será reabsorvido passivamente a favor do gradiente de concentração resultante. Assim, 
a eliminação dos fármacos lipossolúveis é mínima, enquanto fármacos polares, cuja 
permeabilidade tubular é baixa, permanecem no lúmen do túbulo, tornando-se 
progressivamente mais concentrados à medida que a água é reabsorvida. 
 
O nível de ionização de muitos fármacos – ácidos ou bases fracas – é pH-dependente e isso afeta 
profundamente sua eliminação renal. O efeito de aprisionamento iônico significa que uma base 
é excretada mais rapidamente em urina ácida, que favorece a forma carregada e inibe, assim, a 
reabsorção. Por outro lado, ácidos são eliminados mais rapidamente se a urina estiver alcalina 
O líquido tubular renal é ácido no túbulo proximal e além dele, o que tende a favorecer o 
sequestro da forma iônica das bases fracas. Como essa região do túbulo contém proteínas 
transportadoras que diferem daquelas encontradas nos segmentos anteriores do néfron, as 
formas iônicas de um fármaco resistem à reabsorção por difusão facilitada, com consequente 
aumento de sua excreção. A reabsorção de fármacos no túbulo pode ser intensificada ou inibida 
por um ajuste químico do pH urinário. A mudança na velocidade do fluxo urinário através dos 
túbulos também pode alterar a taxa de reabsorção de fármacos. Um aumento do débito urinário 
tende a diluir a concentração do fármaco no túbulo e o tempo durante o qual pode ocorrer 
difusão facilitada; ambos os efeitos podem diminuir a reabsorção de fármacos. Por exemplo, o 
ácido acetilsalicílico é um ácido fraco, excretado pelos rins 
ALTERAÇÃO DA EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS 
Os principais mecanismos pelos quais um fármaco pode afetar a taxa de excreção renal de outro 
fármaco são: 
• alteração da ligação às proteínas e, consequentemente, da filtração; 
• inibição da secreção tubular; 
• alteração do fluxo e/ou pH urinário. 
 
Referências 
GOLAN, David E.; Princípios de Farmacologia - A Base Fisiopatológica da Farmacologia, 3ed. Capítulo 3 – 
Farmacocinética. 
LÜLLMANN, Heinz, et al. Farmacologia, 7ed. Capítulo 6 – Eliminação dos fármacos. 
RITTER, James M. et al. Rang & Dale Farmacologia. Capítulo 10 – Metabolismo e Eliminação de Fármacos.

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