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Resumo Cancerologia - Sinalização Celular e Microambiente Turmoral

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SINALIZAÇÃO CELULAR E MICROAMBIENTE TUMORAL
O câncer é uma doença multifatorial com vários passos e seu desenvolvimento é caracterizado pelo acúmulo de células alteradas com alta capacidade de proliferação. A chave para essa exacerbada proliferação, está intimamente relacionada às alterações ocorridas na expressão ou nas funções dos genes, impedindo que o processo de homeostase celular (controle) ou morte celular (apoptose) ocorra. Como dito anteriormente, o câncer é uma doença multifatorial, ou seja, um ou mais fatores internos e externos, ou ambos, podem contribuir para o surgimento dessa doença. 
	Todo e qualquer processo celular (normal), deve ser realizado de forma controlada e integrada, sendo esta, a função da sinalização celular. A sinalização celular é a comunicação ocorrida entre células a partir de sinais moleculares secretados ou expostos na superfície celular, na qual, a partir dessa comunicação, cada célula pode coordenar funções de acordo com o tipo celular.
	Os sinais moleculares, moléculas de sinalização ou moléculas-sinal, são reconhecidos por receptores, geralmente proteicos, alocados na superfície ou no interior das células. Após se ligarem às moléculas-sinal, os receptores são responsáveis por desencadear diversas respostas/ações necessárias na célula. Essas respostas ocorrem a partir da transmissão da informação do receptor para as proteínas existentes no interior da célula, este processo de transmissão é conhecido como transdução de sinal. 
	 A transdução de sinal pode desencadear diversas respostas, como alteração direta nas funções de uma proteína ou na expressão gênica, alterando a maquinaria de síntese proteica. Geralmente, essas alterações atuam diretamente sobre o comportamento celular, uma vez que as proteínas são responsáveis por diversas funções celulares. As principais proteínas relacionadas à transdução de sinal, são em sua grande maioria comprometidas com a regulação de eventos fisiológicos, como regulação, diferenciação, migração e proliferação de células. 
	A desregulação das vias de sinalizações celulares, através do aumento ou diminuição da expressão das proteínas, pode contribuir para o descontrole de eventos fisiológicos e desencadear vários tipos de doenças, principalmente o câncer. 
	Uma das formas de regulação das sinalizações celulares, é através do uso de inibidores, farmacologicamente desenvolvidos. Os inibidores impedem as atividades das proteínas de células tumorais, por alterar sua conformidade ou por competir pelo substrato. Essas ações desenvolvidas pelos inibidores podem contribuir para a estabilização ou tratamento de tumores, inibindo as vias de sinalizações celulares de células cancerígenas, tendo grande impacto por apresentar ações antitumorais. 
O microambiente tumoral, local de desenvolvimento do tumor, pode ser definido como um conjunto de: células geneticamente modificadas, células normais, células do sistema imune, diversos fatores, substâncias e moléculas produzidas no local de proliferação dos tumores. O microambiente tumoral é extremamente importante para melhor entendimento de como ocorre todo o processo de progressão tumoral, visto que a interação entre todas as células e seus compostos, podem contribuir para o comportamento maligno das células tumorais ou auxiliar na eliminação das mesmas. Ao contrário das células tumorais, muitos estudos evidenciam que as células do microambiente possuem maior controle sobre sua proliferação e diferenciação. Essas características exclusivas, auxiliam nos estudos dos cânceres, principalmente, no desenvolvimento de novas terapias.
Dentre as diversas células que compõem o microambiente tumoral, as células do sistema imune possuem uma grande importância e atuação na proliferação, forma e o curso das células tumorais. Há uma ligação direta entre inflamação e cânceres, já que diversas pesquisas apontam que as inflamações crônicas são um dos fatores externos (epigenéticos) que podem contribuir com a proliferação das células tumorais. 
A ação das células do sistema imune durante uma inflamação, pode ocorrer em duas diferentes situações, uma antes da instalação das células tumorais e outra durante a instalação e progressão das mesmas. Alguns dos mecanismos de defesa do corpo contra uma inflamação, pode propiciar oportunidades para as células tumorais surgirem, uma vez que, o intenso combate à inflamação promove brechas para o surgimento de malignidade celular.
O sistema imune possui uma função chamada de vigilância imunológica. A vigilância imunológica é um mecanismo de reconhecimento e eliminação de tumores, através da ação intensa e direta das células do sistema imune ou de seus produtos, como linfócitos, monócitos, macrófagos e os anticorpos, além de outras células, como os fibroblastos. A presença e ação dessas células, pode ser um indicativo da instalação de células tumorais, sendo esse um prognóstico de tumores em pacientes.
Modificações ocorridas no microambiente tumoral, podem alterar a forma da resposta imune no interior do tumor, afetando a atuação do sistema imune sobre a doença. As células malignas possuem grande influência sobre células normais, como os macrófagos. 
Os macrófagos são considerados os maiores componentes e um dos mais importantes reguladores da tumorigênese nos microambientes tumorais. Quando estão no tecido tumoral, os macrófagos são recrutados pelas células malignas e sua função de defesa é diminuída ou inibida, e sua função trófica é aumentada. Após sofrerem as modificações influenciadas pelas células tumorais, os macrófagos passam a ser ativados por diferentes vias e diferenciados em outras células, se tornando fortes contribuintes para a progressão tumoral. De acordo com alguns trabalhos, os macrófagos produzem e liberam algumas substâncias que regulam negativamente a resposta imunológica sobre os tumores, e induz a multiplicação e proliferação das células tumorais. Além dos macrófagos, outras células de defesa podem ser recrutadas e modificadas pelo tumor, como os linfócitos, monócitos e leucócitos. 
 Caracterizar de forma ampla as alterações moleculares no tumor e em todas as células que compõem o microambiente tumoral, a exacerbada concentração de células de defesa e surgimento de inflamações, pode ser de extrema importância para o entendimento da doença e para um melhor direcionamento do tratamento.
Referências 
Onuchic, A. C. & Chammas, R. Câncer e o microambiente tumoral. Revista de Medicina, v. 89, n. 1, p. 21-31, 2010.
Souza, W. F. et al. Sinalização celular em câncer. Ciência e Cultura. v. 66, n.1, p. 30-33, 2014.
http://associacaopaulistamedicina.org.br/noticia/microambiente-tumoral-pode-esconder-resposta-contra-o-cancer.

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