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MAD2 Protozoários no TGI e no Sistema Urogenital Os protozoários são micro-organismos simples que variam em tamanho de 2 a 100 μm. Possuem protoplasma envolto por uma membrana celular e contendo inúmeras organelas, incluindo um núcleo delimitado por membrana, um retículo endoplasmático, grânulos de armazenamento de nutrientes e vacúolos contráteis e digestivos. O núcleo contém cromatina agrupada ou dispersa e um cariossoma central. Órgãos de motilidade variam de simples extrusões citoplasmáticas ou pseudópodes a estruturas mais complexas, como flagelos ou cílios. O reino Protozoa compreende 13 subgrupos principais, ou filos, 7 dos quais têm importância na parasitologia médica. IMUNIDADE NAS INFECÇÕES PARASITÁRIA Infecções parasitárias estimulam inúmeros mecanismos de defesa, tanto mediado por anticorpos quanto por células – as respostas que são mais efetivas dependem do tipo de parasita e do estágio da infecção. Parasitas apresentam muitos mecanismos de escape para evitar que sejam eliminados pelo sistema imune. AMEBÍASE As amebas são micro-organismos unicelulares primitivos. O ciclo biológico delas é relativamente simples e está dividido em dois estágios: o estágio ativamente móvel de alimentação (trofozoíta) e o estágio quiescente, resistente e infectante (cisto). A replicação ocorre por fissão binária (há uma divisão do trofozoíta) ou por meio do desenvolvimento de numerosos trofozoítas dentro do cisto maduro multinucleado. A movimentação ocorre através da extensão de um pseudópode (“falso pé”), com extrusão do ectoplasma celular e o resto da célula sendo puxado em um movimento parecido com a movimentação de um caracol, seguindo o pseudópode. A forma de cisto se desenvolve quando há queda da temperatura ou da umidade do ambiente. A maioria das amebas encontradas no homem são organismos comensais. No entanto, a Entamoeba Histolytica é um importante patógeno humano. • distribuição mundial; • 400 milhões de novas infecções/ano; • 4ª causa de morte por protozoário no mundo: • 1ª malária; • 2º d. Chagas; • 3ª leishmaniose. • amebas: organismos unicelulares primitivos que colonizam/infectam o intestino grosso; • transmissão: oral fecal; • fonte de infecção: indivíduos assintomáticos (cistos); • veículo de transmissão: água, alimentos; • vetores mecânicos: moscas e baratas. Hoje em dia, sabe-se que a ameba identificada morfologicamente como E. histolytica na verdade corresponde a quatro espécies diferentes. A espécie patogênica é a E. histolytica e as não patogênicas são E. dispar, E. moshkovskii e E. bangladeshi. Os padrões de zimodemo e as diferenças bioquímicas, moleculares e imunológicas são estáveis e sustentam a existência das quatro espécies. É digno de nota que essas quatro espécies são indistinguíveis morfologicamente umas das outras. Trofozoítos: • 1 núcleo; • Pleomórficos; • citoplasma: ecto e endoplasma; • multiplicação: divisão binária simples. Cistos: • 1-4 núcleos (esquizogonia); • esféricos/ovais. Representação esquemática da morfologia do trofozoíto (A), pré-cistos (B) e cistos (C, D e E) de E. histolytica/E. dispar. Em F, observam-se um trofozoíto e um cisto uninucleado com vacúolo de glicogênio; em G, um trofozoíto emitindo pseudópode (seta), e em H, um cisto binucleado com corpo cromatoide de E. histolytica/E. dispar, em preparações coradas com hematoxilina férrica. Observa-se que o corpo cromatoide tem formato de charuto. Fotografias de Marcelo Urbano Ferreira. Ciclo de vida Cysts and trophozoites are passed in feces image. Cysts are typically found in formed stool, whereas trophozoites are typically found in diarrheal stool. Infection with Entamoeba histolytica (and E.dispar) occurs via ingestion of mature cysts image from fecally contaminated food, water, or hands. Exposure to infectious cysts and trophozoites in fecal matter during sexual contact may also occur. Ciclo biológico relativamente simples • Forma trofozoíta – estágio ativamente móvel de alimentação. • Movimentação por pseudópodes. • Forma cística: quiescente, resistente e infectante. Replicação: • fissão binária; • desenvolvimento dos trofozoítos dentro do cisto maduro. Excystation image occurs in the small intestine and trophozoites image are released, which migrate to the large intestine. Trophozoites may remain confined to the intestinal lumen (A: noninvasive infection) with individuals continuing to pass cysts in their stool (asymptomatic carriers). Trophozoites can invade the intestinal mucosa (B: intestinal disease), or blood vessels, reaching extraintestinal sites such as the liver, brain, and lungs (C: extraintestinal disease). Trophozoites multiply by binary fission and produce cysts image, and both stages are passed in the feces image. Cysts can survive days to weeks in the external environment and remain infectious in the environment due to the protection conferred by their walls. Trophozoites passed in the stool are rapidly destroyed once outside the body, and if ingested would not survive exposure to the gastric environment. Resposta immune a ambebíase intestinal A → resposta imune do hospedeiro: 1. 1ª. Linha de defesa – estômago – cisto altamente resistente. 2. Camada de muco protetora (mucinas) – trofozoítos aderem ao tecido do hospedeiro via lectina Gal/GalNAC. 3. Amebas secretam proteases que rompem a camada de muco e facilitam a invasão. 4. As células do epitélio intestinal liberam quimiocinas para recrutar células do sistema imune. 5. Macrofagos ativados liberam TNF –a que estimula a liberação de ROS e NO pelos macrófagos e PMN – morte dos parasitas. 6. Linfócitos liberam IFN-gama que também ativam macrófagos e PMS. B → mecanismos de evasão do sistema imune: 1. Inibe a explosão respiratória. 2. MLIF inibe a produção de NO. 3. Macrófagos expostos tem as funções efetoras suprimidas. 4. Proteína Prx (peroxiredoxina) confere resistência às ROS dos neutrófilos. Figure 1. A. Host Immune Response to Intestinal Amebiasis. (1) Stomach acid serves as a first line of defense against enteropathogens, but amebic cysts are highly resistant and excyst in the lumen of the intestine. (2) Mucin, a glycoprotein secreted by goblet cells and submucosal glands, is the main constituent of the protective mucus layer. Trophozoites attach to the host tissue surface via Gal/GalNAc lectin. (3) Amebae secrete cysteine proteases, which disrupt the mucus layer and facilitate tissue invasion. (4) Injured IECs release potent chemokines to recruit immune cells to the site of invasion. (5) Activated macrophages release TNF-a, stimulating PMNs and macrophages to release ROS and NO, which kill the parasite. ROS and NO may also contribute to tissue destruction. (6) IFN-c released by lymphocytes activates macrophages and PMNs. B. Mechanisms of Host Immune Evasion. (1) E. histolytica trophozoites inhibit the respiratory burst of MW using arginase, which converts L-arginine, a substrate of NOS, to Lornithine. This depletes the L-arginine supply that macrophages use to produce NO. (2) MLIF produced by ameba suppresses NO production. (3) COX in ameba or ameba-exposed macrophages produces the immunoregulatory molecule PGE2. PGE2 suppresses macrophage effector functions by elevating cAMP levels, which in turn inhibits NO production, MHC-II expression, and TNF-a production. (4) Amebic Prx, a 29-kDa surface protein, confers resistance to neutrophil reactive oxygen species. Abbreviations: COX, cyclooxygenase; IEC, intestinal epithelial cells; IFN-c, interferon-gamma; MW, macrophage; MHC-II, major histocompatibility complex class 2; MLIF, monocyte locomotion factor; NO, nitric oxide; NOS, nitric oxide synthase; PGE2, prostaglandin E2; PMN, polymorphonuclear leukocytes; Prx, peroxiredoxin; ROS, reactive oxygen species; TNF-a, tumor necrosisfactor-alpha. Patogênese Após a ingestão, os cistos passam pelo estômago, onde a exposição ao ácido gástrico estimula a liberação dos trofozoítas patogênicos no duodeno. Os trofozoítas se dividem e produzem uma extensa necrose local no intestino grosso. A base dessa destruição tecidual ainda não é completamente compreendida, mas é atribuída à produção de uma citotoxina. A fixação dos trofozoítas de E. histolytica às células do hospedeiro através de uma proteína de adesão inibida por galactose é necessária para que ocorra citólise e necrose tecidual. A lise de células epiteliais do cólon, neutrófilos, linfócitos e monócitos do hospedeiro humano causada por trofozoítas é associada a uma alteração letal da permeabilidade da membrana plasmática nestas células, que resulta em aumento irreversível dos níveis de cálcio intracelular. A liberação dos constituintes tóxicos de neutrófilos após sua lise pode contribuir para a destruição do tecido. São observadas ulcerações em forma de frasco na mucosa intestinal com inflamação, hemorragia e infecção bacteriana secundária. Pode haver invasão profunda da mucosa que se estende para dentro da cavidade peritoneal. Em consequência, pode haver o envolvimento secundário de outros órgãos, primariamente o fígado, mas também dos pulmões, do cérebro e do coração. A amebíase extraintestinal está associada aos trofozoítas. As amebas são encontradas apenas em ambientes com baixa pressão de oxigênio, uma vez que protozoários não sobrevivem na concentração de oxigênio ambiental. A ligação de lectina, as análises de zimodemo e do genoma do ácido desorribonucleico (DNA) e a coloração com anticorpos monoclonais específicos são utilizadas como marcadores para identificar cepas invasivas de E. histolytica. • excistação ocorre no lúmen do íleo terminal e a adesão dos trofozoítos à camada mucosa que cobre as células epiteliais intestinais do hospedeiro (IECs) ocorre através de uma lectina de aderência Gal / GalNAc. • ASSINTOMÁTICOS - após a adesão à camada mucosa, os trofozoítos colonizam dentro da camada mucosa e liberam cistos no lúmen. • SINTOMÁTICOS - as amebas degradam a camada mucosa em parte por atividades de císteina-proteases, destroem células epiteliais por trogocitose e invadem a lâmina própria. • A disseminação de trofozoítos pela veia porta leva ao abscesso hepático. • O resultado da infecção é variável e a doença invasiva pode ocorrer mais de 1 ano de colonização assintomática. • O resultado da infecção é determinado pelo patógeno, hospedeiro e ambiente intestinal. Esses fatores determinantes não apenas influenciam o resultado da infecção, mas também influenciam um ao outro. Síndromes clínicas Portador (assintomático) - ↓ virulência, ↓ inóculo, sistema imune competente. Amebíase intestinal – destruição tecidual localizada no intestino grosso: • colite disentérica – 90% dos casos • colite necrotizante – 0.5% (40% letalidade) • ameboma • colite não-disentérica Amebíase extraintestinal – sinais sistêmicos de infecção (febre, leucocitose, calafrios); fígado 1º. Envolvido: • hepática • pulmonar • cutânea • outras localizações Ameboma • reação granulomatosa com edema e estreitamento da luz do intestino – resultante da necrose, inflamação e edema; • único ou múltiplo; • ceco/cólon ascendente/sigmoide; • surtos esporádicos de diarreia; • inapetência; • perda de peso; • às vezes constipação intestinal. Diagnóstico, tratamento e prevenção Diagnóstico definitivo: • exame parasitológico das fezes (3 amostras): o pesquisa de trofozoítas e cistos nas fezes; o o diagnóstico laboratorial da amebíase intestinal é rotineiramente realizado por meio de exame parasitológico de fezes. Em fezes diarreicas ou disentéricas, predominam as formas trofozoíticas; nas fezes formadas predominam os cistos. • Pesquisa de trofozoítos nos tecidos (fazer distinção entre os tipos de ameba). Testes sorológicos: • Elisa; • Contra-imunoeletroforese – CEIF; • Hemaglutinação indireta – IHA; • Imunofluorescência indireta – IFA; • Imunodifusão em Ágar-Gel; • Radioimunoensaio. Exames inespecíficos (abscessos/ulceração/peritonite). Tratamento: antiparasitários. Prevenção: medidas adequadas de saneamento. GIARDÍASE A literatura se refere a estes organismos como G. duodenalis, G. lamblia, e G. intestinalis, refletindo a ambiguidade existente em torno da classificação e da nomenclatura desses flagelados. Seu ciclo vital inclui a forma de trofozoíto e de cisto. • Cosmopolitas ○ Córregos, lagos, montanhas • mais comum em crianças < 10 anos • 200 milhões de indivíduos sintomáticos/mundo • 500 mil novos casos/ano • Formas de transmissão ○ água ○ Alimentos ○ contato direto ○ artrópodes (moscas e baratas) ○ Sexo anal-oral • Zoonose: cães, gatos e gado • Cisto ○ forma de resistência; ○ 12 micrômetros; ○ ovalados ou elipsóides; ○ estruturas internas semelhantes às dos trofozoítos, mas duplicadas; ○ muito resistentes (viáveis na água por até 3 meses, resistente à cloração e aquecimento da água a 60ºC). • Trofozoíto ○ Forma vegetativa ○ 12 - 15 micrômetros de comprimento e 6 - 8 micrômetros de largura ○ 2 núcleos ○ Piriforme com simetria bilateral ○ 4 pares de flagelos ○ 2 corpos parabasais em forma de vírgula ○ Pinocitose ○ Reprodução por fissão binária longitudinal Ciclo de vida • semelhante ao da Amebíase; • CISTOS ingeridos → estômago → duodeno → TROFOZOÍTOS → divisão binária longitudinal → CISTOS eliminados nas fezes (300 milhões a 14 bilhões por dia). No lúmen intestinal as giárdias se desencistam e aderem à mucosa (disco suctorial e batimento dos flagelos). Cysts are resistant forms and are responsible for transmission of giardiasis. Both cysts and trophozoites can be found in the feces (diagnostic stages) (1). The cysts are hardy and can survive several months in cold water. Infection occurs by the ingestion of cysts in contaminated water, food, or by the fecal-oral route (hands or fomites) (2). In the small intestine, excystation releases trophozoites (each cyst produces two trophozoites) (3). Trophozoites multiply by longitudinal binary fission, remaining in the lumen of the proximal small bowel where they can be free or attached to the mucosa by a ventral sucking disk (4). Encystation occurs as the parasites transit toward the colon. The cyst is the stage found most commonly in nondiarrheal feces (5). Because the cysts are infectious when passed in the stool or shortly afterward, person-to-person transmission is possible. While animals are infected with Giardia, their importance as a reservoir is unclear. Resposta imune 1. barreiras mecânicas: muco e movimentos peristálticos; 2. liberação de peptídeos antimicrobianos; 3. microbiota: efeito anti-Giardia - competição toxicidade ou modulação da RI; 4. mastócitos degranulam e promovem peristalse; 5. produção de NO por células imunes e do epitélio - inibe desencistamento/encistamento; 6. captura de antígenos do lúmen do intestino por células M (amostragem de ag); 7. células dendríticas (DC) iniciam a RI adaptativa - apresentação de ag via MHCII; 8. células T ativadas - citocinas que modulam a RI; 9. IL6 modula a troca de classe para IgA; 10. IgA no lumen evita a adesão da Giardia ao epitélio; 11. TH17 liberam citocinas inflamatórias; 12. TCD8 intraepitelial - função na danificação do epitélio. Lesão intestinal Assintomática ou sintomática. Estas últimas podem evoluir para síndromes graves de má absorção. A disseminação da doença além do TGI é muito rara. Fisiopatologia • Coloniza duodeno e jejuno • trofozoítas não invadem células intestinais, aderem ao epitélio ○ disco suctorial ○ proteínas com ação de lectina (giardina alfa 1) • Atrofia de vilos e hiperplasia das criptas○ reduz superfície disponível para absorção de nutrientes • podem afetar maturação dos enterócitos • diminuição da atividade de diversas enzimas ○ da mucosa intestinal (maltase, sacarase, lactase e sacaridase) ○ do lúmen intestinal (tripsina, quimiotripsina, amilase e lipase) ○ redução da absorção de carboidratos, gorduras e vitaminas • acúmulo de líquido no lúmen intestinal ○ aumento da permeabilidade intestinal ○ aumento da secreção de cloreto The pathophysiology of Giardia duodenalis-mediated diarrheal disease is multifactorial. (1) After exycstation, Giardia trophozoites colonize the lumen of the small intestine and induce heightened rates of enterocyte apoptosis via the activation of caspase-3 and caspase-9. (2) Following the induction of apoptosis, zonula occludens 1 (ZO-1), F-actin, and α-actinin are relocated from apical junctional complexes to the cell interior via activated caspase-3 and myosin light chain kinase (MLCK). (3) The G. lamblia- mediated breakdown of apical junctional complexes causes an increase in intestinal permeability that facilitates the translocation of various luminal antigens, including microbial factors and food antigens, into the sub-epithelial compartment that promotes the recruitment of host lymphocytes. (4) CD8+ lymphocyte populations induce the diffuse shortening of brush border microvilli resulting in brush border enzyme deficiencies, and small intestinal malabsorption. Trophozoites also induce the secretion of chloride ions. Together, the accumulation of undigested carbohydrates and secretion of ions generates an osmotic gradient within the small intestinal lumen that results in the loss of water, intestinal distension, and rapid peristalsis that ultimately causes malabsorptive and hypersecretory diarrheal disease. Small intestinal malabsorption is believed to be the major cause of diarrhea during Giardia infection, while chloride hypersecretion further contributes to symptoms of diarrheal disease. Síndromes clínicas Assintomáticos: • episódios de diarréia transitória. Sintomáticos: • Giardíase aguda: o doença diarreica; o 2 a 4 semanas de duração; o Esteatorreia; o desconforto abdominal; o náuseas/vômitos; o perda de peso; o imunocompetentes; o maioria autolimitada. Nos Imunodeficientes - 30 a 50% desenvolvem diarreia crônica (> 2 semanas de duração): • 25% têm sintomas por > 7 semanas; • perda de peso mais pronunciada; • dificuldade de absorção de lactose. Diagnóstico Com o aparecimento de diarreia e desconforto abdominal, amostras de fezes devem ser examinadas quanto à presença de cistos e trofozoítas. A excreção de Giardia spp. pode ocorrer sob a forma de “jatos”, com presença de muitos organismos nas fezes num dia e poucos organismos ou nenhum presentes no dia seguinte. Por essa razão, o médico jamais deve aceitar os resultados do exame de uma única amostra negativa de fezes como evidência de que o paciente está livre de parasitas intestinais. O correto é examinar uma amostra de fezes por dia durante 3 dias.aparecimento de diarreia e desconforto abdominal – examinar amostras de fezes quanto a presença de cistos e trofozoitas; • biópsia; • sorologia. TRICOMONÍASE • distribuição mundial; • relação sexual – principal meio de transmissão; • crianças podem ser infectadas pela mãe ao nascimento; • apenas a forma trofozoita; • causador de infecções urogenitais. T. vaginalis não é um protozoário intestinal, e sim o causador de infecções urogenitais. Os quatro flagelos e uma curta membrana ondulante são responsáveis por sua motilidade. T. vaginalis existe apenas sob a forma de trofozoíta e é encontrado na uretra e na vagina das mulheres e na uretra e glândula prostática dos homens. Ciclo de vida • Uretra e vagina das mulheres • Uretra e próstata dos homens • 1. replicação por fissão binária • 2. não tem forma cística e não sobrevive bem em ambientes externos. • Transmissão sexual. Trichomonas vaginalis resides in the female lower genital tract and the male urethra and prostate (1), where it replicates by binary fission (2). The parasite does not appear to have a cyst form, and does not survive well in the external environment. Trichomonas vaginalis is transmitted among humans, its only known host, primarily by sexual intercourse (3). Mecanismos de patogenicidade • Alterações de pH (3,8 – 4,5 normal) – T. vaginalis (pH 5,0 ou maior) o Redução Lactobacillus acidophilus e aumento de bactérias anaeróbias • Fatores de virulência (Adesão e degradação): o Adesinas o Cisteína-proteinases: adesão, citotóxicas, hemolíticas e degradam IgG, IgM, IgA e C3 do complemento presentes na vagina o Cell-detaching factor (CDF): moléculas solúveis com efeito citotóxico o Glicosidases o Variação antigênica pode ajudar a escapar do sistema imune e sobreviver ao hospedeiro • Processo inflamatório das células epiteliais - secreção branca e sem sangue (leucorreia) - descamação do epitélio que pode levar à ulceração. Lesão da mucosa vaginal • Adesão à camada de mucina facilitada por proteínas de adesão. • Mucinases degradam a camada de mucina do epitélio. • Cisteíno-proteases degradam substratos da matriz extracelular. • Esse processo leva ao rompimento da junção entre as células epiteliais, agravando a lesão epitelial. Sequência de eventos associados à lesão da mucosa vaginal por Trichomonas vaginalis. Ocorre inicialmente a adesão à camada de mucina que recobre as células epiteliais, facilitada por proteínas de adesão. As mucinases degradam a camada de mucina do epitélio. A seguir, ocorre a degradação de substratos da matriz extracelular, por ação de cisteíno-proteases, com subsequente interação com as células epiteliais subjacentes. Esse processo leva ao rompimento da junção entre as células epiteliais, agravando a lesão epitelial. Resposta imune Dependendo do tipo de célula T estimulada a resposta imune leva a infeção assintomática ou sintomática. T cell–mediated immune responses during T. vaginalis infection. Some T. vaginalis- derived components are taken by epithelial Langerhans cells and then after presented to naïve CD4+ T cells. The activation and differentiation of the naïve CD4+ T cells to the different types of effector T cells influence the clinical outcome of T. vaginalis infection. Appropriate activation of specific Th1, Th17 and Th22 cells against T. vaginalis may result in the parasite elimination or parasite inhibition, which lead to the diseases recovery and asymptomatic infection, respectively. However, uncontrolled hyperactivation of Th1 and/or Th17 may contribute to the immunopathologic reactions. Deviation of responses towards Th2 and Treg cells may result in the parasite persistence and contribute to the T. vaginalis- related complications. Th2 and Treg cells may modulate immunopathologic reactions during T. vaginalis infection. Síndromes clínicas • Maioria das mulheres assintomática ou corrimento vaginal escasso e aquoso: o vaginite com inflamação mais extensa e erosão do revestimento epitelial associado a prurido, ardência e micção dolorosa. • Homens primariamente assintomáticos que servem de reservatório para infecção em mulheres: o ocasionalmente uretrite, prostatite. Sinais e sintomas em mulheres: • secreção creme ou amarelo-esverdeada, espumosa, de odor fétido, mais frequente no período pós-menstrual; • prurido ou irritação vulvovaginal de intensidade variável; • dores no baixo ventre e dificuldade para as relações sexuais (dispareunia de intróito), desconforto nos genitais externos, dor ao urinar (disúria) e poliúria. • Problemas relacionados com a gravidez: o Parto prematuro, o Baixo peso de recém-nascido em grávidas • Problemas relacionados com a fertilidade: doença inflamatória pélvica pois infecta o trato geniturináriosuperior, causando resposta inflamatória que destrói a estrutura tubária e danifica as células ciliadas da mucosa tubária, inibindo a passagem de espermatozoides ou ovócitos através da tuba uterina. Mulheres com mais de um episódio de tricomoníase têm maior risco de infertilidade do que aquelas que tiveram um único episódio. • O risco de infertilidade é quase 2X maior em mulheres com história de tricomoníase comparado com as que nunca tiveram tal infecção. Sinais e sintomas em homens: • normalmente assintomático; • pode apresentar uretrite, com leve corrimento antes da primeira urina da manhã • prurido na uretra; • o parasita pode permanecer sobre o prepúcio, na uretra e na próstata, bexiga e vesícula seminal; • em casos raros pode evoluir com prostatite, balanopostite e cistite. Tricomoníase e HIV Aumento da suscetibilidade a infecção pelo HIV. Referências MALE, D. et al. Imunologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. Capítulo 15 MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; PFALLER, M. A. Microbiologia médica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Capítulo 73 COURA J. R.; PEREIRA, N. G. Fundamentos das doenças infecciosas e parasitárias. 1 ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2019. Capítulos 27 e 29 (seção 1) Ferreira M.U. Parasitologia Contemporânea. Grupo GEN, 2020. 9788527737166. Capítulo 8 e 12. CENTER FOR DISEASES CONTROL AND PREVENTION. Amebiasis. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/amebiasis/index.html CENTER FOR DISEASES CONTROL AND PREVENTION. Giardia. Disponível em: https://www.cdc.gov/parasites/giardia/pathogen.html CENTER FOR DISEASES CONTROL AND PREVENTION. Trichomoniasis. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/trichomoniasis/index.html Host Immune Response to Intestinal Amebiasis; Shannon N. Moonah, Nona M. Jiang, William A. Petri, Jr. PLOS Pathogens | www.plospathogens.org 1 August 2013 | Parasite Immunology, 2015, 37, 394–406. Review Article Host defences against Giardia lamblia H. D. Luján et al. (eds.), Giardia © Springer-Verlag/Wien 2011 Nemati, M., Malla, N., Yadav, M., Khorramdelazad, H., & Jafarzadeh, A. (2018). Humoral and T cell- mediated immune response against trichomoniasis. Parasite Immunology, 40(3), e12510. doi:10.1111/pim.12510 https://www.cdc.gov/dpdx/amebiasis/index.html https://www.cdc.gov/parasites/giardia/pathogen.html
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