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APELAÇÃO PRONTA -

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Quarta Vara Cível da Comarca de Catanduva-SP 
Processo n°
ENRICO LIEBMAN, já devidamente qualificado nos autos, por seu advogado devidamente constituído nos autos da ação indenizatória por de danos materiais que lhe move THIAGO DA SILVA, também já devidamente qualificado nos autos, inconformado com a r. sentença de fls, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 1.009 e seguintes do Código de processo Civil, interpor tempestivamente a presente APELAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que ficam fazendo parte integrante dessa.
Considerando a matéria debatida, o presente recurso é dotado de duplo efeito, tanto devolutivo, quanto suspensivo, conforme determina o artigo 1.012 do Código de Processo Civil. 
Requer ainda que, após os trâmites legais, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal do Estado de São Paulo, para que o recurso, uma vez conhecido e processado na forma da lei, seja integralmente provido. 
Informa, outrossim, que, nos termos do artigo 1.007 do Código de Processo Civil, o preparo e o porte de remessa e retorno foram recolhidos, o que se comprova pela guia devidamente quitada que ora se junta aos autos. 
Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade, 30 de agosto de 2021
Assinatura, OAB
RAZÕES DE RECURSO 
Apelante: Enrico Liebman 
Apelado: Thiago da Silva 
Processo n°….
Quarta Vara Cível da Comarca de Catanduva- SP 
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Nobres Julgadores
1. Breve síntese dos fatos 
Trata-se de ação indenizatória por danos materiais movida pelo apelado, em razão de acidente de trânsito durante travessia no cruzamento da avenida vinte e quatro de fevereiro, cuja pretensão é de R$25.000,00. Após apresentada a contestação, foi realizada audiência de instrução e julgamento, ouvidas as testemunhas que estavam no local na data do acidente, confirmando a culpa do apelado no citado sinistro, tendo em vista que este estava dirigindo e utilizando o celular, bem como, atravessou o cruzamento com o semáforo indicando a cor vermelha, à 90Km/h, atingindo a parte dianteira do veículo do apelante.
Em decisão interlocutória, foi concedido ao apelado, o benefício de gratuidade de justiça, visto que este possui um patrimônio de três imóveis no valor de R$1.000.000,00 cada.
Encerrada a fase probatória, foi julgado procedentes os pedidos formulados pelo apelado, condenando o apelante ao pagamento dos referidos danos materiais.
Em que pese o costumeiro acerto do D. juízo a quo, não pode o apelante concordar com a r. sentença em questão, tendo em vista a má aplicação do direito na hipótese.
2. Da tempestividade 
A r. sentença recorrida foi publicada no dia 09/08/2021 e o presente recurso protocolado no 30/08/2021, portanto, está dentro do prazo de 15 dias, tendo fundamento no artigo 1.003, §5°do CPC, razão pela qual é tempestivo
3. Das razões do inconformismo 
3.1. Preliminarmente: Impugnação da decisão interlocutória 
Seguindo o texto do artigo 1.009, §1, do CPC, as decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento, deverão ser impugnadas em preliminar de apelação. Conforme exposto, o apelado apresenta um patrimônio expeço de R$1.000.000,00, e seguindo a decisão interlocutória proferida, foi concedido o benéfico a justiça gratuita.
Portanto, entende-se que o apelado não faz jus a tal benefício, a qual trata o artigo 98, do CPC, uma vez que possui patrimônio, sendo assim, é absolutamente capaz de pagar as custas e despesas processuais e os honorários advocatícios.
Com isso, requer a reforma da decisão impugnada, revogando-se os benefícios da justiça gratuita.
3.2. Da prescrição trienal 
Conforme exposto, por se tratar de uma indenização decorrente de ato ilícito ajuizada a mais de três anos da ocorrência, a pretensão deduzida encontra-se prescrita. No entanto, o juízo de primeiro grau afastou tal tese, deixando de lado a tal questão que trata o artigo 206, §3°, V do Código Civil.
Ademais, salienta-se que o acidente aconteceu em 01/06/2015 e a demanda ajuizada em 10/10/2019, portanto, o prazo para ajuizar ação de indenização decorrente de ato ilícito é de três anos, tem-se notado que a ação foi ajuizada depois de quatro anos se passados.
Portanto, com efeito, sendo aplicável a prescrição no presente caso, caberia ao MM. Juiz a apreciação do mérito em toda a sua extensão, motivo pelo qual se pleiteia a reforma do julgado, já que possível a apreciação dos pedidos em sua integralidade, extinguindo-se o processo, com resolução do mérito nos termos do artigo 487, II, do Código de Processo Civil.
3.3. Inexistência de ato ilícito 
No tocante à ausência de ato ilícito, foi comprovado pelas testemunhas ouvidas no processo que o acidente ocorreu por culpa do apelado, que dirigia de forma negligente, com o uso de celular e em alta velocidade, bem como, atravessando o sinal que estava vermelho.
Assim se dá à inexistência de ato ilícito por parte do apelante, melhor sorte não merecera a r. sentença. Segundo o artigo 186, do Código Civil, aquele que por ação, omissão ou negligencia causar dano a outrem, comete ato ilícito, tendo responsabilidade de indenizar a parte prejudicada.
Diferentemente do que conclui a r. sentença, afirmando que a culpa é exclusiva do apelante, o que não é verdade, tendo em vista que foi provado através de prova pericial e testemunhal que o culpado pelo acidente é o apelado, este que possuiu uma conduta em desconformidade com o artigo 44, do CTB. Ademais, salienta o artigo 252 do mesmo código de transito trata como infração falar pelo celular enquanto o condutor dirige.
Com efeito, sendo aplicável a inexistência de ato ilícito do apelante no presente caso, caberia ao MM. Juiz julgar procedente o presente pedido, em toda a sua extensão, motivo pela qual se pleiteia a reforma do julgado, já que possível a apreciação dos pedidos em sua integralidade.
Apresentados os motivos que embasam o pedido de reforma, resta tão somente formulá-lo.
4. Do pedido 
Diante do todo o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido para o fim de reformar a sentença, julgando totalmente improcedente o pedido de benéfico da justiça gratuita ao apelado, em toda sua extensão, ademais, pede-se que seja julgado improcedente os pedidos formulados na inicial, tendo em vista a existência de prescrição trienal, incluindo o reconhecimento que o apelante não possui culpa e não praticou nenhum ato ilícito. Por fim requer a inversão do ônus da sucumbência, majorando-se os honorários advocatícios em fase recursal, nos termos do artigo 85, §11, do CPC.
Cidade, 30 de agosto de 2021
Advogado, OAB.

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