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Hematopoese - Resumo Hoffbrand

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LOCAIS DE HEMATOPOESE 
 
1as SEMANAS DE GESTAÇÃO: Saco vitelino → local 
transitório de hematopoese. 
Região AGM (aorta-gônadas-mesonefros) → De 
onde se deriva a população inicial de células-
tronco da hematopoese definitiva. Essa população 
é precursora comum às células endoteliais e 
hematopoéticas (hemangioblastos) e agrupem no 
fígado, no baço e na medula óssea; 
6 SEMANAS A 6/7 MESES DE VIDA FETAL: Fígado 
e o baço são os principais órgãos hematopoiéticos 
e continuam a produzir células sanguíneas até 
cerca de 2 semanas após o nascimento. A placenta 
contribui para a hematopoese fetal. 
A PARTIR DE 6 A 7 MESES DE VIDA FETAL: A 
medula óssea é o sítio hematopoético mais 
importante e, durante a infância e a vida adulta, é 
a única fonte de novas células sanguíneas. 
2 PRIMEIROS ANOS: Em lactentes e crianças 
jovens, o tecido hematopoético estende-se pelos 
ossos longos dos membros superiores e inferiores. 
Nos dois primeiros anos, toda a medula óssea é 
hematopoética, porém, durante o resto da 
infância, há substituição progressiva da medula 
dos ossos longos por gordura. 
ADULTO: medula hematopoética é confinada ao 
esqueleto central e às extremidades proximais do 
fêmur e do úmero. O tecido hematopoético ocupa 
cerca de 50% do espaço medular na medula óssea 
normal do adulto. Mesmo nessas regiões 
hematopoéticas, cerca de 50% da medula é 
composta de gordura. A medula óssea gordurosa 
remanescente é capaz de reverter para 
hematopoética e, em muitas doenças, também 
pode haver expansão da hematopoese aos ossos 
longos. 
“Hematopoese extramedular” → Fígado e baço 
podem retomar seu papel hematopoético fetal. 
 
 
CÉLULAS-TRONCO E CÉLULAS PROGENITORAS 
HEMATOPOÉTICAS 
A hematopoese inicia-se com uma célula-tronco 
pluripotente, que, por divisão assimétrica, tanto 
pode autorrenovar-se como também dar origem 
às distintas linhagens celulares. A diferenciação 
celular a partir da célula-tronco passa por uma 
etapa de progenitores hematopoéticos 
comprometidos, isto é, com potencial de 
desenvolvimento restrito. A medula óssea 
também é o local primário de origem de linfócitos 
que se diferenciam de um precursor linfocítico 
comum. O baço, os linfonodos e o timo são sítios 
secundários de produção de linfócitos. 
 
ESTROMA DA MEDULA ÓSSEA 
A medula óssea constitui-se em ambiente 
adequado para sobrevida, autorrenovação e 
formação de células progenitoras diferenciadas. 
Esse meio é composto por (1) células do estroma 
e por uma (2) rede microvascular (Figura 1.4). 
As células do estroma incluem: células-tronco 
mesenquimais, adipócitos, fibroblastos, 
osteoblastos, células endoteliais e macrófagos, e 
secretam moléculas extracelulares, como 
colágeno, glicoproteínas (fibronectina e 
trombospondina) e glicosaminoglicanos (ácido 
hialurônico e derivados condroitínicos) para 
formar uma matriz extracelular, além de 
secretarem vários fatores de crescimento 
necessários à sobrevivência da célula-tronco. 
 
Células-tronco mesenquimais são críticas na 
formação do estroma. Juntamente com os 
osteoblastos, elas formam nichos e fornecem os 
fatores de crescimento, moléculas de adesão e 
citoquinas que dão suporte às células-tronco. 
Como, por exemplo, a proteína indentada, que 
permeia as células estromais, liga-se a um 
receptor NOTCH1 nas células-tronco e, então, 
torna-se um fator de transcrição envolvido no 
ciclo celular. 
As células-tronco são capazes de circular no 
organismo e são encontradas em pequeno 
número no sangue periférico. Para deixar a 
medula óssea, elas devem atravessar o endotélio 
vascular, e esse processo de mobilização é 
aumentado pela administração de fatores de 
crescimento, como o fator estimulador de 
colônias de granulócitos (G-CSF). 
 
 
 
 
Várias interações críticas suportam a viabilidade 
das células-tronco e a produção no estroma, 
incluindo o fator de células-tronco (SCF) e 
proteínas permeantes estromais e seus 
respectivos receptores KIT e NOTCH, expressos em 
células-tronco. 
 
REGULAÇÃO DA HEMATOPOESE 
A hematopoese começa com a divisão da célula-
tronco em duas, das quais uma a substitui 
(autorrenovação), e a outra compromete-se em 
diferenciação. Essas células progenitoras 
precocemente comprometidas expressam baixos 
níveis de fatores de transcrição, que podem as 
comprometer com linhagens específicas. A 
seleção da linhagem de diferenciação pode variar 
tanto por alocação aleatória como por sinais 
externos recebidos pelas células progenitoras. 
 
FATORES DE CRESCIMENTO HEMATOPOÉTICOS 
Regulam a proliferação e a diferenciação das 
células progenitoras hematopoéticas e a função 
das células sanguíneas maduras. Eles podem agir 
no local em que são produzidos, por contato célula 
a célula, ou podem circular no plasma. Eles 
também podem ligar-se à matriz extracelular, 
formando nichos aos quais células-tronco e células 
progenitoras se aderem. 
Eles podem causar não só proliferação celular, 
mas também estimular diferenciação, maturação, 
prevenir apoptose e afetar as funções de células 
maduras. 
 
 
Células do estroma são as principais fontes de 
fatores de crescimento, com exceção da 
eritropoetina, 90% da qual é sintetizada no rim, e 
da trombopoetina, sintetizada principalmente no 
fígado. 
SCF e FLT-L (ligante de FLT) agem localmente nas 
células-tronco pluripotentes e nos progenitores 
primitivos mieloides e linfoides. 
A interleuquina-3 (IL-3) e GM-CSF são fatores de 
crescimento multipotentes com atividades 
parcialmente superpostas. 
O G-CSF e a trombopoetina aumentam os efeitos 
de SCF, FLT-L, IL-3 e GM-CSF na sobrevida e na 
diferenciação das células hematopoéticas 
primitivas. 
Esses fatores mantêm um pool de células-tronco e 
células progenitoras hematopoéticas sobre o qual 
agem os fatores de ação tardia, eritropoetina, G-
CSF, M-CSF (fator estimulador de colônias de 
macrófagos), IL-5 e trombopoetina, para 
aumentar a produção de uma ou outra linhagem 
em resposta às necessidades do organismo. 
A formação de granulócitos e monócitos, por 
exemplo, pode ser estimulada por infecção ou 
inflamação por meio da liberação de IL-1 e fator de 
necrose tumoral (TNF), os quais, por sua vez, 
estimulam as células do estroma a produzirem 
fatores de crescimento em uma rede interativa. 
 
 
 
 
 
CÉLULAS SANGUÍNEAS 
Eritrócitos (glóbulos vermelhos): especializados 
no transporte de oxigênio dos pulmões aos tecidos 
e do dióxido de carbono no sentido inverso. Os 
eritrócitos têm uma sobrevida periférica de 4 
meses, ao passo que as menores células do 
sangue, as plaquetas, envolvidas na hemostasia, 
circulam por apenas 10 dias. 
 
Leucócitos (glóbulos brancos): são compostos por 
4 tipos de fagócitos (neutrófilos, eosinófilos, 
basófilos e monócitos), que protegem contra 
infecções bacterianas e fúngicas, e por linfócitos, 
que incluem as células B, envolvidas na produção 
de anticorpos, e células T (CD4 auxiliares e CD8 
supressoras), relacionadas à resposta imune e à 
proteção contra vírus e células estranhos. 
A cada dia, são produzidos em torno de 10^12 
novos eritrócitos por meio de um processo 
complexo e finamente regulado, a ERITROPOESE. 
A partir da célula-tronco, a eritropoese passa pelas 
células progenitoras, unidade formadora de 
colônias granulocíticas, eritroides, monocíticas e 
megacariocíticas (CFU-GEMM), unidade de 
formação explosiva eritroide (BFUE) e CFU 
eritroide (CFUE) (Figura 2.2), até o primeiro 
precursor eritroide com estrutura identificável na 
medula óssea, o proeritroblasto. 
Esse processo ocorre em um nicho eritroide, no 
qual cerca de 30células eritroides em vários 
estágios de desenvolvimento cercam um 
macrófago central. *** 
 
 
O proeritroblasto é uma célula grande, com 
citoplasma azul-escuro, núcleo central com 
nucléolo e cromatina um pouco conglomerada 
(Figura 2.2). Por meio de várias divisões celulares, 
origina uma série de eritroblastos (ou 
normoblastos*) progressivamente menores, mas 
com conteúdo hemoglobínico gradualmente 
maior no citoplasma (que se cora em cor-de-rosa); 
o citoplasma vai perdendo sua tonalidade azul-
clara à medida que perde seu RNA e o 
aparelhamento de síntese proteica, ao passo que 
a cromatina nuclear se torna mais condensada. 
Por fim, o núcleo é expelido do eritroblasto 
maduro na medula óssea, dando origem ao 
reticulócito, que ainda contém algum RNA 
ribossômico e é capaz de sintetizar hemoglobina 
(Figura 2.4). Essa célula é um pouco maior que o 
eritrócito maduro e circula no sangue periférico 
durante 1 a 2 dias antes de amadurecer, quando o 
RNA é totalmente catabolizado. Surge, então, o 
eritrócito maduro, um disco bicôncavo sem 
núcleo, de coloração rósea. Em geral, de um único 
proeritroblasto originam-se 16 eritrócitos 
maduros. 
 
Os eritroblastos não estão presentes no sangue 
periférico normal. Eles aparecem no sangue se 
houver eritropoese fora da medula óssea 
(eritropoese extramedular) e também em algumas 
doenças da medula óssea. 
 
(Figura 2.2). Eritroblastos em vários estágios de 
desenvolvimento. As células iniciais são maiores, 
com citoplasma mais basofílico e padrão de 
cromatina nuclear mais aberto. O citoplasma das 
células mais tardias é mais eosinofílico devido à 
formação de hemoglobina. 
ERITROPOETINA 
A eritropoese é regulada pelo hormônio 
eritropoetina. O estímulo para produção de 
eritropoetina é a tensão de oxigênio (O2) nos 
tecidos do rim. 
BFUE e CFUE tardias, que já têm receptores de 
eritropoetina, são estimuladas a proliferar, 
diferenciar-se e produzir hemoglobina. A 
proporção de células eritroides na medula óssea 
aumenta e, em estados de estímulo 
eritropoetínico crônico, há expansão anatômica 
da eritropoese na medula gordurosa e, às vezes, 
em sítios extramedulares. 
Em contrapartida, o aumento de fornecimento de 
O2 aos tecidos (por aumento de massa eritroide 
ou porque a hemoglobina é capaz de liberar O2 
mais prontamente que o normal) diminui o 
estímulo para a produção de eritropoetina. 
O nível plasmático de eritropoetina pode ter 
utilidade diagnóstica e está aumentado na 
anemia, a menos que esta se deva à insuficiência 
renal e se houver um tumor secretor de 
eritropoetina, e baixa em nefropatia grave e na 
policitemia vera. 
 
 
LEUCÓCITOS (GLÓBULOS BRANCOS) 
Podem ser divididos em dois grandes grupos: os 
fagócitos e os linfócitos. Os fagócitos incluem as 
células do sistema imune inato, que pode agir 
rapidamente após uma infecção, ao passo que os 
linfócitos mediam a resposta imune adaptativa, 
que pode desenvolver memória imunológica, por 
exemplo, após vacinação. 
Os fagócitos podem ser subdivididos em 
granulócitos (que incluem neutrófilos, eosinófilos 
e basófilos) e monócitos. 
 
 
 
 
 
 
GRANULÓCITOS 
NEUTRÓFILOS 
Os neutrófilos têm núcleo denso, com 2 a 5 lobos, 
e citoplasma pálido com contorno irregular, 
contendo muitos grânulos finos rosa-azulados 
(azurofílicos) ou cinza-azulados. Ambos os tipos de 
grânulos são de origem lisossômica: os primários 
contêm mieloperoxidase e outras hidrolases 
ácidas, os secundários, lactoferrina, lisozima e 
outras enzimas. A sobrevida dos neutrófilos no 
sangue é de apenas 6 a 10 horas. 
 
PRECURSORES DOS NEUTRÓFILOS 
Em geral, eles não aparecem no sangue periférico 
normal, mas estão presentes na medula óssea. 
Mieloblasto: O primeiro precursor reconhecível, 
uma célula de tamanho variável, com núcleo 
grande, cromatina fina e que possui de 2 a 5 
nucléolos. O citoplasma é basófilo e sem grânulos. 
A medula óssea normal contém até 5% de 
mieloblastos. 
Promielócitos: originados dos mieloblastos, são 
células um pouco maiores, com desenvolvimento 
de grânulos primários no citoplasma. 
Mielócitos: originados dos promielócitos, têm 
grânulos secundários ou específicos. A cromatina 
nuclear é agora mais condensada, e os nucléolos 
não são visíveis. Podem ser distinguidos os 
mielócitos das séries neutrófila, eosinófila e 
basófila. 
Metamielócitos: originados dos mielócitos, são 
células que não mais se dividem, com núcleo 
endentado ou em forma de ferradura e citoplasma 
cheio de grânulos primários e secundários. 
Neutrófilos bastonados, “bastonetes” ou 
“bastões”: As formas de neutrófilos entre 
metamielócito e neutrófilo completamente 
maduro. Eles estão presentes no sangue periférico 
e não contêm a separação filamentosa clara entre 
os lobos nucleares, observada nos neutrófilos 
maduros. 
 
 
MONÓCITOS 
Em geral, os monócitos são maiores do que os 
demais leucócitos do sangue periférico e possuem 
núcleo grande, central, oval ou endentado, com 
cromatina aglomerada. O citoplasma abundante 
cora-se em azul e contém vacúolos finos que lhe 
dão uma aparência de vidro moído. Grânulos 
citoplasmáticos também estão presentes. 
 
 
EOSINÓFILOS 
Os eosinófilos assemelham-se aos neutrófilos, 
exceto pelos grânulos citoplasmáticos, que são 
bem maiores, coram-se em vermelho-alaranjado 
intenso e, raramente, têm mais do que três lobos 
nucleares. O tempo de trânsito dos eosinófilos no 
sangue é maior do que o dos neutrófilos. Eles 
penetram em exsudatos inflamatórios e têm papel 
especial nas respostas alérgicas, na defesa contra 
parasitos e na remoção de fibrina formada 
durante a inflamação, de modo que 
desempenham um papel na imunidade local e na 
reparação tecidual. 
 
BASÓFILOS 
Basófilos são escassos no sangue periférico, sendo 
só ocasionalmente vistos. Eles têm numerosos 
grânulos citoplasmáticos escuros, que contêm 
heparina e histamina, encobrindo o núcleo. Nos 
tecidos, eles transformam-se em mastócitos. Os 
basófilos têm sítios de ligação de imunoglobulina 
E (IgE) e sua degranulação libera histamina. 
 
 
 
GRANULOPOESE 
Os granulócitos e os monócitos são formados na 
medula óssea a partir de uma célula precursora 
comum. Na série de células progenitoras 
granulopoéticas, mieloblastos, promielócitos e 
mielócitos constituem um conjunto proliferativo 
ou mitótico, ao passo que metamielócitos, 
bastonetes e granulócitos segmentados formam 
um compartimento pós-mitótico de maturação. 
Um grande número de bastonetes e neutrófilos 
segmentados (10-15 vezes o número total no 
sangue) é mantido na medula óssea como uma 
“reserva granulocítica medular”. A medula óssea 
geralmente contém mais células mieloides do que 
eritroides, na proporção de 2:1 a 12:1. 
Após a liberação da medula óssea, os granulócitos 
permanecem somente 6 a 10 horas na circulação 
antes de migrarem para os tecidos onde 
desempenham sua função fagocítica. Nos tecidos, 
eles permanecem 4 a 5 dias em média, até́ serem 
destruídos durante uma ação defensiva ou por 
senescência. 
 
CONTROLE DA GRANULOPOESE: FATORES DE 
CRESCIMENTO MIELOIDE 
Muitos fatores de crescimento estão envolvidos 
nesse processo de maturação, incluindo as 
interleuquinas IL-1, IL-3, IL-5 (para eosinófilos), 
IL-6, IL-11 e os fatores estimuladores de colônias 
granulocítico-macrofágicas (GM-CSF), 
granulocíticas (G-CSF) e monocíticas (M-CSF). Os 
fatores de crescimento estimulam proliferação e 
diferenciação, bem como afetam a função das 
células maduras sobre as quais agem (p. ex., 
fagocitose, geração de superóxido e 
citotoxicidade, no casodos neutrófilos), e, além 
disso, inibem a apoptose. 
O aumento na produção de granulócitos e de 
monócitos como resposta a infecções é induzido 
pelo aumento da produção de fatores de 
crescimento de células do estroma e linfócitos T, 
estimulados por endotoxina, e citoquinas, como 
IL-1 ou fator de necrose tumoral (TNF). 
 
 
APLICAÇÕES CLÍNICAS DE G-CSF 
A administração clínica de G-CSF por via IV ou 
subcutânea produz um aumento de neutrófilos 
circulantes (neutrofilia). As indicações são: 
• Após quimioterapia, radioterapia e 
transplante de células-tronco (TCT). Nessas 
situações, o G-CSF acelera a recuperação 
granulocítica e encurta o período de 
neutropenia. 
• Mielodisplasia e anemia aplástica. Como 
tentativa de melhorar a função da medula 
óssea e a contagem de neutrófilos. 
• Neutropenia benigna grave. Neutropenias, 
tanto congênitas como adquiridas, incluindo 
neutropenia cíclica e neutropenia induzida por 
fármacos, em geral, respondem bem ao G-
CSF. 
• Coleta de células-tronco do sangue 
periférico. G-CSF é usado para aumentar o 
número de progenitores multipotentes 
circulantes, facilitando a coleta de número 
suficiente de células-tronco para transplante. 
 
MONÓCITOS 
Os monócitos permanecem pouco tempo na 
medula óssea e, depois de circularem por 20 a 40 
horas, deixam o sangue para adentrar nos tecidos, 
nos quais amadurecem e desempenham suas 
principais funções. A sua sobrevida extravascular, 
depois da transformação em macrófagos 
(histiócitos), pode prolongar-se por vários meses 
ou anos. 
 
NEUTROFILIA (LEUCOCITOSE NEUTRÓFILA) 
Aumento do número de neutrófilos circulantes 
acima de 7,5 × 10^3/mL. A neutrofilia, algumas 
vezes, é acompanhada de febre, resultante da 
liberação de pirogênios dos leucócitos. 
Outros aspectos característicos da neutrofilia 
reacional podem incluir: (a) “desvio à esquerda” 
na fórmula leucocitária, isto é, aumento do 
número de neutrófilos bastonados e presença 
ocasional de células mais primitivas, como 
metamielócitos e mielócitos. 
 
 
REAÇÃO LEUCEMOIDE 
É uma leucocitose reacional excessiva, geralmente 
caracterizada pela presença de células imaturas 
(p. ex., mieloblastos, promielócitos e mielócitos) 
no sangue periférico. Condições associadas 
incluem infecções graves ou crônicas, hemólise 
intensa e câncer metastático. As reações 
leucemoides costumam ser muito intensas em 
crianças. 
 
REAÇÃO LEUCOERITROBLÁSTICA 
Caracteriza-se pela presença de eritroblastos e de 
precursores granulocíticos no sangue. É causada 
por infiltração metastática da medula óssea ou por 
certos distúrbios sanguíneos benignos ou 
neoplásicos. 
 
NEUTROPENIA 
O limite de referência inferior para a contagem de 
neutrófilos é de 1,8 × 10^3/mL, exceto em 
populações negras e do Oriente Médio, nas quais 
é aceito um limite inferior. Quando a contagem 
absoluta de neutrófilos cai a níveis inferiores a 0,5 
× 10^3/mL, o paciente é sujeito a infecções 
recidivantes; quando cai abaixo de 0,2 × 10^3/mL, 
os riscos são muito graves, sobretudo se também 
houver defeito funcional. A neutropenia pode ser 
seletiva ou parte de pancitopenia global. 
 
 
MONOCITOSE 
É pouco comum o aumento da contagem de 
monócitos acima de 0,8 × 10^3/mL. 
 
EOSINOFILIA (LEUCOCITOSE EOSINÓFILA) 
Aumento no sangue acima de 0,4 × 10^3/mL. 
Algumas vezes não se encontra causa subjacente 
e, se a contagem se mantiver alta (> 1,5 × 
10^3/mL) durante mais de seis meses e associar-
se a dano tecidual, é diagnosticada síndrome 
hipereosinofílica. Em outros casos de eosinofilia 
crônica, geralmente com aspectos similares, está 
presente uma anormalidade clonal citogenética 
ou molecular; devem ser considerados como 
leucemia eosinofílica crônica. 
 
BASOFILIA (LEUCOCITOSE BASÓFILA) 
Aumento acima de 0,1 × 10^3/mL é incomum. A 
causa geralmente é uma neoplasia 
mieloproliferativa, como leucemia mieloide 
crônica (LCM) ou policitemia vera. Basofilia 
reacional, algumas vezes, é observada no 
mixedema, na varíola, na varicela e na colite 
ulcerativa. 
 
LINFÓCITOS 
Na vida, após o nascimento, a medula óssea e o 
timo são os órgãos linfoides primários nos quais os 
linfócitos se desenvolvem. Os órgãos linfoides 
secundários, nos quais são geradas as respostas 
imunes específicas, são os linfonodos, o baço e os 
tecidos linfoides dos tratos digestório e 
respiratório. 
 
LINFÓCITOS B E T 
A resposta imune depende de dois tipos de 
linfócitos, as células B e T, que derivam da célula-
tronco hematopoética. 
As células B maturam na medula óssea e circulam 
no sangue periférico até adquirirem 
reconhecimento de antígeno. A célula B, então, 
matura para uma célula B de memória ou 
plasmócito. Os plasmócitos regressam e alojam-se 
na medula óssea e têm uma morfologia 
característica, apresentando núcleo redondo, 
excêntrico, com cromatina agregada com aspecto 
de mostrador de relógio e citoplasma 
intensamente basófilo. Os plasmócitos expressam 
imunoglobulina intracelular, não de superfície. 
As células T desenvolvem-se de células migradas 
para o timo, onde se diferenciam em células T 
maduras durante a passagem do córtex para a 
medula do timo. Durante o processo, as células T 
autorreativas são deletadas (seleção negativa), ao 
passo que as células T com alguma especificidade 
para moléculas de antígenos leucocitários 
humanos (HLA) são selecionadas (seleção 
positiva). As células auxiliares (linfócitos helper) 
maduras expressam CD4, e as citotóxicas, CD8. 
 
 
 
 
CIRCULAÇÃO DE LINFÓCITOS 
Os linfócitos no sangue periférico migram pelas 
vênulas pós-capilares para a substância dos 
linfonodos ou para o baço ou a medula óssea. 
As células T alojam-se nas zonas perifoliculares das 
regiões corticais dos linfonodos (regiões 
paracorticais) e nas bainhas periarteriolares que 
circundam as arteríolas centrais do baço. 
Células B acumulam-se seletivamente nos 
folículos dos linfonodos e do baço. Os linfócitos 
voltam para o sangue periférico via corrente 
linfática eferente e ducto torácico. 
 
LINFOCITOSE 
Linfocitose é comum em lactentes e em crianças 
jovens em resposta a infecções que produzem 
reação neutrófila nos adultos. 
 
 
LINFOPENIA 
Pode ocorrer linfopenia em insuficiência grave da 
medula óssea, com tratamento com 
corticosteroides ou outros imunodepressores, no 
linfoma de Hodgkin avançado e após irradiação 
sistêmica. Também ocorre durante tratamento 
com alentuzumabe (anti-CD52) e em várias 
síndromes de imunodeficiência, das quais a mais 
importante é a infecção por HIV. 
 
PLAQUETAS 
A resposta hemostática normal ao dano vascular 
depende da interação íntima entre a parede 
vascular, as plaquetas circulantes e os fatores de 
coagulação do sangue. 
Um mecanismo eficiente e rápido para estancar o 
sangramento em locais de lesão vascular é 
essencial à sobrevivência. No entanto, essa 
resposta precisa ser estritamente controlada para 
evitar o desenvolvimento de coágulos extensos e 
os desfazer após a reparação do dano. 
Desse modo, o sistema hemostático é um 
equilíbrio entre mecanismos pró-coagulantes e 
anticoagulantes, aliado a um processo de 
fibrinólise. Os cinco principais componentes 
envolvidos são plaquetas, fatores de coagulação, 
inibidores da coagulação, fatores fibrinolíticos e 
vasos sanguíneos. 
 
PRODUÇÃO DE PLAQUETAS 
As plaquetas são produzidas na medula óssea por 
fragmentação do citoplasma dos megacariócitos, 
uma das maiores células do organismo. 
O precursor do megacariócito – o 
megacarioblasto – surge por um processo de 
diferenciação da célula-tronco hematopoética. 
As plaquetassão libertadas através do endotélio 
dos nichos vasculares da medula onde os 
megacariócitos residem. O intervalo entre a 
diferenciação da célula-tronco humana e a 
produção de plaquetas é de 10 dias, em média. 
A trombopoetina (TPO) é o principal regulador da 
produção de plaquetas e 95% é produzida pelo 
fígado, aproximadamente 50% dela 
constitutivamente, de modo que o nível 
plasmático depende de sua remoção por ligação a 
receptores c-MPL nas plaquetas e nos 
magacariócitos. Assim, os níveis são altos na 
trombocitopenia resultante de aplasia da medula, 
mas baixos em pacientes com trombocitose. Os 
outros 50% são regulados em resposta à 
destruição plaquetária. 
O valor de referência para a contagem de 
plaquetas é de 250 × 10^3/mL (limites 150-400 × 
103/mL) e a sobrevida plaquetária normal é de 9 
a 10 dias. Até um terço das plaquetas liberadas da 
medula podem ser retidas em qualquer momento 
no baço normal, mas a retenção pode chegar a 
90% em casos de grande esplenomegalia. 
 
 
ESTRUTURA DA PLAQUETA 
As plaquetas são muito pequenas e discoides. As 
glicoproteínas do revestimento da superfície são 
particularmente importantes nas reações de 
adesão e agregação de plaquetas, que são os 
eventos iniciais que levam à formação do tampão 
plaquetário durante a hemostasia. 
 
A adesão ao colágeno é facilitada pela 
glicoproteína Ia (GPIa). 
As glicoproteínas Ib e IIb/IIIa – também 
designadas αIIb e b3 (defeituosas na trombastenia 
de Glanzmann) – são importantes na ligação de 
plaquetas ao fator von Willebrand (VWF) e, em 
seguida, ao subendotélio vascular. 
O sítio de ligação de IIb/IIIa também é o receptor 
de fibrinogênio, importante na agregação 
plaqueta-plaqueta. 
A membrana plasmática invagina-se na plaqueta 
para formar um sistema de membrana aberto 
(canalicular) que constitui uma grande superfície 
reativa, na qual podem ser seletivamente 
absorvidas as proteínas plasmáticas da 
coagulação. 
Os fosfolipídios na membrana (antes conhecidos 
como fator plaquetário 3) têm importância 
particular na conversão do fator X da coagulação 
em Xa (X ativado) e da protrombina (fator II) em 
trombina (fator IIa). 
As plaquetas contêm 3 tipos de grânulos de 
armazenamento. Os grânulos específicos α, mais 
numerosos, contêm fatores de coagulação, VWF, 
fator de crescimento derivado das plaquetas 
(PDGF), β-tromboglobulina, fibrinogênio e outras 
proteínas. Os grânulos densos, menos numerosos, 
contêm difosfato de adenosina (ADP), trifosfato 
de adenosina (ATP), serotonina e cálcio. Os 
lisossomos contêm enzimas hidrolíticas. 
 
As plaquetas também são ricas em proteínas 
sinalizadoras e proteínas do citoesqueleto, que 
suportam a rápida modificação de quiescentes 
para ativadas, que segue qualquer dano vascular. 
Durante a reação de liberação, o conteúdo dos 
grânulos é liberado para dentro do sistema 
canalicular aberto. 
 
ANTÍGENOS PLAQUETÁRIOS 
Várias proteínas da superfície das plaquetas são 
antígenos importantes na autoimunidade 
plaqueta-específica – costumam ser designados 
antígenos plaquetários humanos (HPA). Na 
maioria dos casos, há dois alelos diferentes, 
chamados a ou b (p. ex., HPA-1a). As plaquetas 
também expressam antígenos ABO e antígenos 
leucocitários humanos (HLA) classe I, não classe II. 
 
FUNÇÃO DAS PLAQUETAS 
Formação do tampão mecânico durante a 
resposta hemostática normal à lesão vascular. Na 
ausência de plaquetas, costuma ocorrer 
vazamento espontâneo de sangue de pequenos 
vasos. A função plaquetária pode dividir-se em 
reações de adesão, agregação, liberação e 
amplificação. A imobilização das plaquetas nos 
sítios de lesão vascular requer interações 
específicas plaqueta-parede vascular (adesão) e 
plaqueta-plaqueta (agregação), ambas 
parcialmente mediadas pelo VWF. 
ERITROGRAMA: 
1) CONTAGEM DE HEMÁCIAS: 
Oligocitemia: valores inferiores aos VR. (anemias) 
Poliglobulia: valores superiores aos VR. 
(neoplasias mieloproliferativas; desidratação 
grave). 
 
2) DOSAGEM DE HEMOGLOBINA (Hb): 
Diminuição → anemias. 
Elevação → grandes altitudes, baixa pressão de 
oxigênio, doença pulmonar ou cardíaca 
avançadas, neoplasias mieloproliferativas. 
 
3) HEMATÓCRITO (Ht): 
Corresponde à concentração de eritrócitos numa 
certa quantidade de sangue total. Correlaciona-se 
melhor que a contagem de eritrócitos com a 
viscosidade sanguínea sendo, portanto, o 
parâmetro mais utilizado para avaliar alterações 
volêmicas. 
 
4) VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM): 
Valor médio do volume dos eritrócitos. 
VCM = Ht / nº de eritrócitos nesse volume 
MACROCITOSE: acima do VR. 
MICROCITOSE: abaixo do VR. 
 
5) HISTOGRAMA E RDW: 
São um subproduto do VCM individual e são 
indispensáveis na avaliação da heterogeneidade 
volumétrica dos eritrócitos. 
RDW (Red Blood Cell Distribution Width = 
amplitude de distribuição dos eritrócitos) → 
coeficiente de variação do histograma (as medidas 
individuais do VCM de cada eritrócito organizadas 
em forma de curva). 
O VCM pode ser obtido da média aritmética dos 
valores contidos nesta curva. Quando a curva se 
situa mais à esquerda ou à direita, na abscissa, 
denota micro ou macrocitose respectivamente. 
ANISOCITOSE: Valor de RDW alto → excessiva 
heterogeneidade volumétrica dos eritrócitos. 
 
 
6) HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA 
(HCM): 
Quantidade média de hemoglobina que existe 
dentro de uma hemácia. É calculada pelo 
computador dividindo-se a dosagem de 
hemoglobina pelo número de eritrócitos 
presentes em um mesmo volume de sangue. 
 
7) CONCENTRAÇÃO HEMOGLOBÍNICA 
CORPUSCULAR MÉDIA (CHCM): 
Concentração média de hemoglobina nos 
eritrócitos. É calculada pela média da quantidade 
de hemoglobina (HCM) dividida pelo volume 
médio dos eritrócitos (VCM). 
A medida do CHCM gera uma curva contendo a 
distribuição dos valores, ou seja, um histograma 
do CHCM, do qual podemos extrair o desvio-
padrão denominado HDW (variação de coloração 
celular ou quantidade de hemoglobina por célula). 
HIPERCROMIA → HDW aumentado (Esferocitose, 
Coma hiperosmolar, Hemoglobinopatias) 
HIPOCROMIA → HDW diminuído (Anemia 
ferropriva). 
As causas mais frequentes de leucocitose são as 
infecções. De modo geral, as infecções bacterianas 
cursam com neutrofilia acentuada, com aumento 
tanto de segmentados quanto de bastonetes, 
assim como o desaparecimento de eosinófilos 
circulantes. Nesses casos podem ser encontradas 
células jovens na circulação, as quais estão

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