Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre HISTOLOGIA DO APARELHO URINÁRIO TRANSCRIÇÃO DA AULA + SANAR + GARTNER + JUNQUEIRA RIM - Situado no espaço retroperitoneal da parede abdominal posterior, na altura da 12ª vértebra torácica e à 3ª vértebra lombar -> Rim direito ligeiramente mais inferior por conta da posição do fígado (1 a 2 cm). - São envolvidos por tecido adiposo, o qual confere posição contra choques. - O rim está envolvido por uma cápsula, delgada e aderida frouxamente, constituída principalmente por tecido conjuntivo denso não modelado, com fibras elásticas e fibras musculares lisas ocasionais. - Está divido em córtex e medula. - A região cortical é granulosa e de cor castanho-escuro, enquanto a medula contém 6 a 12 regiões distintas, piramidais, claras, estriadas, as pirâmides renais. - A base de cada pirâmide está voltada para o córtex, formando a borda córtico-medular, enquanto seu ápice, denominado Papila Renal, aponta para o hilo. - O ápice é perfurado por 20 ou mais aberturas dos Dutos de Bellini -> Área Crivosa (se assemelha à uma peneira). - Cada papila projeta-se em um Cálice Menor e esses unem-se em dois a quatro Cálices Maiores. - Os cálices renais desaguam na Pelve Renal, uma expansão da porção proximal do ureter. - Pirâmides vizinhas são separadas umas das outras por material semelhante ao córtex, as Colunas Corticais (de Bertin). - Macroscopicamente, no córtex podem-se observar três tipos de substâncias: Os Corpúsculos Renais (grânulos puntiformes vermelhos), os Túbulos Contorcidos (formam o labirinto cortical) e as estrias longitudinais, Raios Medulares, que são continuações corticais de material das pirâmides renais. - Uma pirâmide renal, juntamente com o arco cortical e as colunas corticais associados a ela, representam um Lobo Renal -> Rim é um órgão multilobar! - Cada raio medular e parte do labirinto cortical que o envolve é considerado um Lóbulo Renal, que se continua com a medula como uma estrutura em forma de cone. TÚBULOS URINÍFEROS - Unidade funcional do rim, é constituído por um néfron e um túbulo coletor -> Cada um possui uma origem embriológica diferente. - Vários néfrons são drenados por um único túbulo coletor e múltiplos túbulos coletores se unem na medula, formando dutos cada vez maiores -> Os maiores desses dutos são chamados de Dutos de Bellini e perfuram a papila renal na área crivosa. - No rim humano, há dois tipos de néfrons: Os Néfrons Corticais, mais curtos, e os Néfrons Justamedulares, mais longos, cujo corpúsculo renal está situado no córtex e cujas partes tubulares estão situadas na medula. CORPÚSCULO RENAL OU CORPÚSCULO DE MALPIGHI - Estrutura oval ou arredondada, é composto por um tufo de capilares, o Glomérulo, que está invaginado dentro da Cápsula de Bowman (extremidade proximal dilatada e em forma de bolsa do néfron). O espaço dentro dessa cavidade é denominado Espaço de Bowman e tem um volume reduzido. - A cápsula contém dois folhetos, um Interno ou Visceral, junto aos capilares glomerulares, e outro Externo ou Parietal, que forma os limites do corpúsculo renal. - Entre os dois folhetos existe o Espaço Capsular, que recebe o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral da cápsula. - Cada corpúsculo tem um Polo Vascular, pelo qual penetra a arteríola aferente e sai a arteríola eferente, e um Polo Urinário, no qual tem início o túbulo contorcido proximal. - Ao penetrar no corpúsculo, a aferente divide-se em vários capilares, formando alças -> Há conexões diretas entre o vaso aferente e o eferente, onde o sangue pode circular sem passar por essas alças. - Nos capilares glomerulares, circula sangue arterial, cuja pressão hidrostática é regulada principalmente pela arteríola eferente, já que essa tem uma maior quantidade de músculo liso que a aferente. - O Folheto Externo ou Parietal é constituído por um epitélio simples pavimentoso, que se apoia em uma lâmina basal. 2 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre - O Folheto Interno ou Visceral possui células epiteliais que se modificam durante o desenvolvimento embrionário -> Essas células são chamadas de Podócitos, formadas pelo corpo celular, de onde partem diversos prolongamentos primários que dão origem aos prolongamentos secundários (pedicélios). - Podócitos: • Os Podócitos contêm actina, apresentam mobilidade e localizam-se sobre uma membrana basal. • Seus prolongamentos envolvem completamente o capilar e o contato com a membrana basal é feito pelos prolongamentos secundários. • Eles se prendem à membrana basal por meio de proteínas chamadas Integrinas. • Entre seus prolongamentos secundários existem espaços denominados Fendas de Filtração, fechados por uma membrana constituída pela proteína Nefrina, que se liga aos seus filamentos de actina. - Os capilares glomerulares são do tipo fenestrado. - Há uma membrana basal espessa entre as células endoteliais e os podócitos -> Essa membrana é a barreira de filtração glomerular e é composta por três lâminas: • Lâmina Rara Interna: Aparece clara nas micrografias eletrônicas, próximas às células endoteliais. • Lâmina Densa: Mais elétron-densa. • Lâmina Rara Externa: Localizada mais externamente ao lúmen do capilar e em contato com os podócitos. • As lâminas raras contêm fibronectina que estabelece ligação com as células. • A lâmina densa é um feltro de colágeno tipo 4 e laminina, em uma matriz que contém proteoglicanos eletricamente negativos (aniônicos) -> As moléculas com carga elétrica negativa retêm moléculas carregadas positivamente e o colágeno 4, com a laminina, constituem um filtro de macromoléculas que atuam como uma barreira física. - Os glomérulos são formados por capilares arteriais com uma pressão hidrostática muito elevada, em relação aos outros capilares e é essa pressão que forma o filtrado glomerular. - O filtrado glomerular tem concentrações de cloreto, glicose, ureia e fosfato semelhantes à do plasma sanguíneo, porém quase não contém proteínas, pois as macromoléculas não atravessam a barreira de filtração glomerular -> Se tiver muitas, tem lesão! 3 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre - Características da Membrana de Filtração: • A pressão hidrostática favorece a filtração, enquanto a oncótica a dificulta -> A pressão hidrostática é maior do que a oncótica. • No espaço capsular, como as proteínas não são filtradas em uma quantidade considerável, a pressão oncótica é “anulada/ignorada”, já que ela é gerada pelas proteínas. • A pressão hidrostática no glomérulo é relativamente alta, pois a arteríola eferente é mais estreita que a aferente -> Oferece uma maior resistência à saída do sangue -> Isso aumenta a pressão hidrostática no capilar! Células Mesangiais: - Além das células endoteliais e dos podócitos, os glomérulos têm as Células Mesangiais mergulhadas em uma matriz mesangial. - Há pontos que a lâmina basal não envolve toda a circunferência de um só capilar, constituindo uma membrana comum a duas ou mais alças capilares -> É principalmente nesse espaço entre os capilares que se localizam as células mesangiais. - Elas podem também ser encontradas na parede dos capilares glomerulares, entre as células endoteliais e a lâmina basal. - São contráteis e têm receptores para Angiotensina 2 -> A ativação desses receptores reduz o fluxo sanguíneo glomerular. - Contêm receptores para o Hormônio ou Fator Natriurético, produzido pelas células musculares do átrio -> É um hormônio vasodilatador e relaxa as células mesangiais, aumentando o volume do sangue nos capilares e a área disponível pera a filtração. - Têm outras funções, como: • Garantem suporte estrutural ao glomérulo, sintetizam a matriz extracelular, fagocitam e digerem substâncias anormais e patológicas retidas pela barreira de filtração e produzem moléculas biologicamente ativas, como prostaglandinas e endotelinas -> Endotelinas causam contração da musculatura lisa dasarteríolas aferentes e eferentes do glomérulo. Regulação do Fluxo Sanguíneo Renal: - O principal mecanismo de controle do fluxo sanguíneo renal é pela variação de resistência da arteríola aferente e eferente. - A intensidade de filtração pode ser comprometida pelas variações do diâmetro da arteríola aferente e eferente -> Uma vasoconstrição da aferente reduz a filtração, enquanto uma vasoconstrição da eferente aumenta a filtração glomerular. - Os vasos de maior resistência ao fluxo sanguíneo renal são: arteríola aferente, eferente e artéria interlobular. APARELHO JUSTAGLOMERULAR - Próximo ao corpúsculo renal, a arteríola eferente não tem membrana elástica interna e suas células musculares apresentam-se modificadas -> Essas células são chamadas de Justaglomerulares ou Células JG. • Apresentam núcleos esféricos e citoplasma carregado de grânulos de secreção -> A secreção desses grânulos participa da regulação da pressão sanguínea. • Ao microscópio, as células JG apresentam características de células secretoras de proteínas, como RER abundante e complexo de Golgi desenvolvido. - A mácula densa do túbulo distal geralmente se localiza próximo às células Justaglomerulares, formando com elas um conjunto conhecido como Aparelho Justaglomerular. • Fazem parte do aparelho justaglomerular células com citoplasma claro, de função pouco conhecida, denominadas células mesangiais extraglomerulares. 4 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre - As células JG produzem a enzima renina -> A renina não atua diretamente. Ela aumenta a pressão arterial e a secreção de aldosterona (glândula adrenal), por intermédio do angiotensinogênio (globulina do plasma). • Atuando sobre o angiotensinogênio, a renina libera a angiotensina 1 e uma enzima do plasma remove dois de seus aminoácidos, formando a angiotensina 2. • Os principais efeitos fisiológicos da angiotensina 2 são aumentar a pressão sanguínea e a secreção da aldosterona -> Aldosterona é um hormônio que inibe a excreção de sódio pelos rins. • A deficiência de sódio é um estímulo para a liberação de renina, que acelera a secreção de aldosterona, que inibe a excreção de sódio. Inversamente, o excesso de sódio no sangue deprime a secreção de renina, que inibe a produção de aldosterona, aumentando a excreção de sódio pela urina. • O aparelho justaglomerular tem um importante papel no controle do balanço hídrico (água é retida ou eliminada junto com o sódio) e do equilíbrio iônico do meio interno. TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL - É onde começa o processo de absorção e excreção. - No polo urinário do corpúsculo renal, o folheto parietal da cápsula de Bowman se continua com o epitélio cuboide ou colunar baixo do túbulo contorcido proximal. - Possui uma luz mais ampla e é mais largo que o túbulo distal. - É maior do que o túbulo distal -> Por isso suas secções são vistas com mais frequência nas proximidades dos corpúsculos. - Células do túbulo proximal têm o citoplasma basal fortemente acidófilo em razão de numerosas mitocôndrias alongadas. Seu citoplasma apical apresenta microvilosidades, que formam a Orla em Escova -> Como sua função é de reabsorção, ele precisa ter muitas microvilosidades para aumentar a superfície de absorção. - Apresentam lúmens amplos e são circundados por muitos capilares sanguíneos. - O citoplasma apical das células dos túbulos proximais contém canalículos que partem da base das microvilosidades e aumentam a capacidade de o túbulo proximal absorver macromoléculas de baixo peso molecular. Nos canalículos se formam vesículas de pinocitose, que introduzem na célula macromoléculas que atravessaram a barreira de filtração glomerular. As vesículas se fundem com lisossomos, nos quais as macromoléculas são digeridas. - Na parte basal, essas células apresentam abundantes mitocôndrias e prolongamentos laterais que se interdigitam com os das células adjacentes. A bomba de sódio e potássio (NA+/K+ ATPase) localiza-se nessas membranas celulares basolaterais e é responsável pela absorção de certos íons encontrados no filtrado e pelo transporte deles até o interstício. - O filtrado que chega ao TCP tem uma concentração semelhante ao plasma (é isotônico), logo não tem uma tendência de ser absorvido -> Para isso serve a bomba, para criar um gradiente! Por isso que a maioria das substâncias aqui absorvidas vão ser acopladas ao sódio -> Daí a necessidade também de muitas mitocôndrias, para produzir ATP e garantir o funcionamento dessas bombas. - Esse segmento do néfron absorve a totalidade da glicose e dos aminoácidos contidos no filtrado glomerular e aproximadamente 70% da água, bicarbonato e do cloreto de sódio. Absorve também os íons cálcio e fosfato. • A glicose, aminoácidos e íons são absorvidos por transporte ativo, com gasto de energia. Porém, a água acompanha passivamente essas substância -> Desse modo, a osmolaridade do filtrado é mantida ao longo do tubo. - Quando a quantidade de glicose no filtrado excede a capacidade de absorção dos túbulos proximais, a urina se torna mais abundante e contém glicose -> Glicosúria. - Quando se tem uma lesão no glomérulo e proteínas de maior peso molecular passam, o TCP vai tentar englobar, mas ele pode acabar lesionando-se, pois são muitas e de tamanho maior. 5 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre ALÇA DE HENLE - É uma estrutura em forma de U, que consiste em um segmento delgado interposto a dois segmentos espessos -> Os segmentos espessos têm estrutura muito semelhante à do túbulo contorcido distal. - O lúmen desse segmento do néfron é largo, pois a parede da alça vai ser formada por epitélio simples pavimentoso. - Todos os néfrons participam dos processos de filtração, absorção e secreção, mas os néfrons justamedulares desempenham o importante papel de estabelecer um gradiente de hipertonicidade no interstício da medula renal, que é a base funcional para os rins produzirem urina hipertônica. - Os néfrons justamedulares têm alças de Henle muito longas, estendendo-se até a profundidade da medula renal -> Têm segmentos espessos curtos e segmento delgado longo, tanto descendente quanto ascendente. Por outro lado, os néfrons corticais têm alças de segmento delgado descendente muito curto, sem segmento delgado ascendente. - A alça de Henle participa da retenção de água. - Ela cria um gradiente de hipertonicidade no interstício medular que influencia a concentração da urina, à medida que ela passa pelos ductos coletores (a regulação dessa quantidade de água vai acontecer lá no ducto coletor). - Embora o segmento delgado descendente da alça seja completamente permeável à água, o segmento ascendente inteiro é impermeável à água. No segmento espesso ascendente, o cloreto de sódio é transportado ativamente para fora da alça, para estabelecer o gradiente medular já mencionado, que é necessário para concentrar a urina. - A diferença do córtex para a medula é que a medula tem um interstício muito hipertônico, que vai ser gerada por essa absorção ativa de sódio e cloro. - Remédios diuréticos de alça são importantes diuréticos que atuam nesse mecanismo, bloqueando o transporte de sódio e cloro e, assim, impedindo a formação do interstício hipertônico e fazendo eliminar uma urina diluída -> Esse tipo de droga pode ser utilizada para tratar insuficiência cardíaca. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL - Após o curto trajeto cortical, a parte espessa da alça de Henle torna-se tortuosa e passa a se chamar de túbulo contorcido distal, também revestido por epitélio cúbico simples. - Tem a função de microrregulação da composição da urina -> Reabsorvendo sódio e cloro e eliminando outras substâncias como potássio e hidrogênio, principalmente em função da aldosterona, que age nas células principais, estimulando a reabsorção do Na+ -> O Na+ é absorvido basicamente no TCP e um pouco na Alça de Henle, no TCD ele faz um “ajuste fino”. - Nos cortes histológicos, a distinção entre os túbulos contorcidos distaise proximais, ambos encontrados no córtex e formados por epitélio cúbico baseia-se em: • Suas células são menores (maior número de núcleos em cada corte). • Não têm orla em escova. • São menos acidófilas (contêm menor quantidade de mitocôndrias). - Células dos túbulos distais têm invaginações da membrana basolateral, nas quais se encontram mitocôndrias, características indicativas do transporte de íons. - O túbulo contorcido distal encosta-se no corpúsculo renal do mesmo néfron e nesse local sua parede se modifica -> Suas células tornam-se cilíndricas, altas, com núcleos alongados e próximos uns dos outros, além de a maioria ter complexo de golgi na região basal -> Esse segmento modificado, que aparece escuro nos cortes (devido à proximidade dos núcleos de suas células) chama-se Mácula Densa. • A mácula densa é sensível ao conteúdo iônico e ao volume de água no fluido tubular, produzindo moléculas sinalizadoras que promovem a liberação de renina na circulação -> Faz parte do aparelho justaglomerular! - Ele também secreta os íons hidrogênio e amônia para a urina -> Essencial para o equilíbrio acidobásico do sangue! TÚBULOS E DUCTOS COLETORES - A urina passa dos túbulos contorcidos distais para os túbulos coletores, que desembocam em tubos mais calibrosos, os ductos coletores, que se dirigem para as papilas -> Tanto os túbulos como os ductos coletores seguem um trajeto retilíneo. - Os túbulos coletores mais delgados são revestidos por epitélio cúbico -> A medida em que se aproximam das papilas, suas células tornam-se mais altas, até se transformarem em cilíndricas -> Ao mesmo tempo, aumenta o diâmetro do tubo. 6 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre - Em toda sua extensão, são formados por célula com citoplasma que se cora fracamente pela eosina e cujos limites intercelulares são nítidos -> São claras ao microscópio eletrônico e muito pobres em organelas. • As células são bem mais individualizadas que o TCP e TCD. - Ductos coletores na medula participam dos mecanismos de concentração da urina -> Sofrem ação do ADH. - Segundo o Ross, a aldosterona atua principalmente nos túbulos e ductos coletores e não sobre o TCD. EM SÍNTESE, TEMOS: 7 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre CARACTERÍSTICAS DOS TECIDOS - Tecido é um agregado de células que funcionam de maneira coletiva. Tecido Epitelial: - O epitélio caracteriza-se pela proximidade entre as células e por apresentar uma superfície livre. - Recobrem as superfícies corporais externas, as cavidades internas e tubos corporais -> Ou seja, ele recobre os sistemas onde há a “necessidade” de proteção. - Forma a porção secretora das glândulas e seus ductos. - Células dispostas em uma ou múltiplas camadas contiguas. - Cria uma barreira seletiva entre o ambiente externo e o tecido conjuntivo subjacente. - Possuem uma alta capacidade mitótica -> Como ele está constantemente em contato com o meio externo, ele precisa se regenerar muito. - Células epiteliais: • Junções celulares especializadas -> Mantém o tecido bem unido. • Vão possuir uma polaridade funcional e morfológica -> Domínio apical (associada à parte externa), lateral e basal (está em contato com a lâmina basal). • Vai estar ancorada a uma superfície basal acelular, capaz de nutrir o tecido epitelial. - Classificação de acordo com a Função: • Epitélio Glandular: Glândulas endócrinas e exócrinas. • Epitélio de Revestimento: Podem ser secos (ausência de muco – pele) ou úmidos (presença de muco que protege contra patógenos – mucosa -> modificações celulares que produzem muco). o Mucosa é o tecido epitelial associado ao seu tecido conjuntivo sobrejacente. o Fornecem a primeira barreira de defesa (pele e mucosa). - Classificação de acordo com o Número de Camadas Celulares: • Epitélio Simples: Formados por uma única camada de células. • Epitélio Estratificado: Possuem mais de uma camada de células. • Epitélio Pseudo-Estratificado: Formados por uma única camada de células, mas os núcleos dessas células se localizam em alturas diferentes, o que passa uma impressão visual de existir mais de uma camada de células. - Classificação de acordo com a Forma das Células: • Epitélio Pavimentoso: Possui células achatadas -> Lembrar que pavimento é revestimento, logo essas células são células de revestimento. • Epitélio Cúbico: Células com forma de cubo. • Epitélio Colunar: Células alongadas em forma de coluna -> Altura é maior do que a largura. • Epitélio de Transição: A forma original das células é cúbica, mas ficam achatadas devido a dilatação do órgão -> As células têm tamanhos variados (polimorfas) -> Na região mais externa elas são mais achatadas, enquanto nas mais internas/basais são cuboides. VIAS URINÁRIAS - A urina deixa os ductos coletores na área cribriforme -> Entra em uma série de estruturas que não modificam sua composição, mas são especializadas em armazená-la e transportá-la para o exterior do corpo -> Flui sequencialmente para o cálice menor, cálice maior e para pelve renal, onde deixa o rim por meio do ureter e é levada à bexiga urinaria, onde é armazenada. Finalmente, é eliminada através da uretra. - Todas essas vias excretoras, exceto a uretra, apresentam a mesma estrutura geral -> Mucosa (revestida por endotélio de transição + tecido conjuntivo), uma muscular (interna longitudinal + externa circular) e uma adventícia (ou, em algumas regiões, uma serosa). 8 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre - O epitélio de transição reveste os cálices, os ureteres, a bexiga e o segmento inicial da uretra. - Correlação Clínica: Litíase Urinária (ler o arquivo!). UROTÉLIO - É o epitélio de transição -> Reveste as vias excretoras eu saem do rim e forma a interface entre o espaço urinário e os vasos sanguíneos, nervos, tecido conjuntivo e células musculares lisas adjacentes. - Esse epitélio estratificado é essencialmente impermeável aos sais e à água. - É composto por pelo menos três camadas: • Camada Superficial do Epitélio: Contém células poliédricas grandes, com um ou mais núcleos, que fazem protuberância no lúmen. Frequentemente são descritas como células em formato de cúpula ou de guarda-chuva, em virtude da curvatura de sua superfície apical. o O formato dessas células epiteliais depende do estado de enchimento da via excretora -> Na bexiga vazia, elas têm formato de cúpula e apresentam-se aproximadamente cuboide, no enquanto, quando está cheia, elas se tornam altamente distendidas e aparecem como células planas e pavimentosas. o As bordas das células exibe, cristas formadas por interdigitações das membranas da superfície apical das células adjacentes -> Se assemelham a um zíper fechado e contribuem para a formação de uma barreira paracelular de alta resistência e reforça as zônulas de oclusão. • Camada Celular Intermediária: Contém células piriformes que estão conectadas por desmossomos. A estrutura dessa camada varia de acordo com o estado de expansão do trato urinário e pode alcançar uma espessura de até cinco camadas celulares. o Quando ocorre perda de célula em formato de cúpula sobrejacente, elas se diferencial rapidamente e substituem as células de superfície perdidas. • Camada Celular Basal: Pequenas células contendo um único núcleo que repousa sobre a membrana basal o Essa camada contém células-tronco para o urotélio. - O epitélio inicia-se nos cálices maiores como duas camadas celulares e aumenta para quatro a cinco camadas no ureter e para seis ou mais na bexiga vazia -> Quando a bexiga é distendida, observa-se apenas três camadas -> Essa mudança estrutural reflete a capacidade dessas células de se acomodar à distensão. A reorganização das células na bexiga distendida resulta em um epitélio no qual apenas três camadas “verdadeiras” de células são reconhecidas. - A superfície luminal do epitélio de transição é coberta por Placas Uroteliais Rígidas contendo proteínas cristalinas, as Uroplaquinas,que desempenham importante papel na barreira de permeabilidade. - No estado relaxado, a maior parte da membrana plasmática apical é recoberta pelas Placas Uroteliais Côncavas de aparência rígida, intercaladas por regiões em Dobradiças Estreitas. - No folheto mais espesso da placa urotelial, contém um arranjo hexagonal cristalino de partículas proteicas, formadas por cinco proteínas 9 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre transmembrana, chamadas de Uroplaquinas -> O arranjo cristalino das placas de uroplaquina torna a placa impermeável a pequenas moléculas (água, ureia e prótons). - Em conjunto com as zônulas de oclusão, as placas Uroteliais desempenham importante papel na barreira de permeabilidade urotelial -> As áreas de dobradiça da membrana contém todas as demais proteínas da placa que são geralmente encontradas no domínio célula apical, tais como receptores e canais. - Conforme a bexiga ou outros órgãos que contém urina se distendem, a superfície dobrada da mucosa torna-se distendida e se expande -> As células em formato de cúpula sofrem alterações em suas membranas apicais, que estão relacionadas à existência de Vesículas Fusiformes. • São formadas pelas membranas unitárias assimétricas semelhantes àquelas das placas Uroteliais -> Em resposta da distensão da bexiga, a membrana apical se expande em consequência da exocitose dessas vesículas, que passam a constituir parte da superfície celular -> Essas vesículas fundem-se com a superfície celular apical, principalmente nas regiões de dobradiça. • Durante a micção, o processo é invertido -> A membrana apical é recuperada por endocitose e a membrana apical das células em formato de cúpula se encurta. - O músculo liso das vias urinárias é disposto em feixes paralelos entremeados com tecido conjuntivo (não forma lâminas musculares puras) -> As contrações peristálticas do músculo liso movimentam a urina dos cálices menores através do ureter até a bexiga. - Nas porções tubulares, geralmente há duas camadas de músculo liso abaixo da lâmina própria: • Uma Camada Longitudinal, a camada interna disposta como espiral frouxa. • Uma Camada Circular, a camada externa disposta como espiral compacta. URETERES - O epitélio de transição (urotélio) reveste a superfície luminal da parede do ureter -> O restante da parede é composto de músculo liso e tecido conjuntivo. - O músculo liso está disposto em três camadas: Uma camada longitudinal interna, uma camada circular média e uma camada longitudinal externa -> No entanto, a camada longitudinal externa está presente apenas na extremidade distal do ureter. A proximal vai ser só longitudinal interna e circular. A longitudinal externa da parte distal continua com a musculatura da bexiga. - Em geral, o ureter está inserido no tecido adiposo retroperitoneal -> O tecido adiposo, os vasos e os nervos formam a adventícia do ureter. - A bexiga se distende com a urina -> As aberturas dos ureteres são comprimidas, reduzindo a possibilidade de refluxo de urina para dentro dos ureteres -> A contração do músculo liso da parede da bexiga também comprime as aberturas dos ureteres na bexiga. • Essa ação ajuda a impedir a disseminação da infecção a partir da bexiga e da uretra para o rim. BEXIGA - Reservatório distensível para a urina, localizada na pelve, posteriormente à sínfise púbica. - Seu formato e tamanho modificam-se com seu enchimento. - Contém três aberturas -> Duas para os ureteres (óstios dos ureteres) e uma para a uretra (óstio interno da uretra). A região triangular definida por essas três aberturas, o Trígono da Bexiga, é relativamente lisa e de espessura constante, enquanto o restante da parede vesical é espesso e dobrado quando a bexiga esta vazia, mas fino e liso quando está distendida. • Essas diferenças se dão pelas origens embriológicas distintas! 10 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre - O músculo liso da parede vesical forma o Músculo Detrusor da bexiga, que possui feixes musculares e colágenos misturados aleatoriamente (padrão irregular de fibras), enquanto em direção à abertura da uretra, as fibras musculares formam o Esfíncter Interno da Uretra -> É involuntário e composto por um arranjo anular de músculo situado ao redor do óstio interno da uretra. • A contração do músculo detrusor da bexiga comprime todo o órgão e força a urina para dentro da uretra. - A camada interna é formada por epitélio de transição sob tecido conjuntivo. - Possui camada adventícia e serosa. URETRA - A uretra é o tubo fibromuscular que transporta a urina da bexiga para o exterior do corpo através do óstio externo da uretra. Uretra Masculina: - A uretra serve de ducto terminal para ambos os sistemas: urinário e genital. - Apresenta três segmentos distintos: • Parte Prostática: Estende-se através da próstata. É revestida por epitélio de transição (urotélio). Os ductos ejaculatórios do sistema genital entram na parede posterior desse segmento, acompanhados por muitos ductos prostáticos pequenos. • Parte Membranácea: À medida que entra no períneo, passa pelo espaço profundo do períneo do assoalho pélvico -> O músculo esquelético do espaço profundo do períneo que circunda a parte membranácea da uretra forma o Esfíncter Externo da Uretra (voluntário). o Esse segmento é revestido por um epitélio estratificado ou pseudoestratificado colunar, que se assemelha mais ao epitélio do sistema ductal genital. • Parte Esponjosa: É a maior (15cm), estende-se pelo comprimento do pênis e abre-se na superfície do corpo na glande do pênis. A parte esponjosa da uretra é circundada pelo corpo esponjoso quando passa ao longo do comprimento do pênis. o É revestida por epitélio pseudoestratificado colunar, exceto em sua proximidade distal, que é revestida por epitélio estratificado pavimentoso contínuo com a pele do pênis. o Os ductos das Glândulas Bulbouretrais (Glândulas de Cowper) e das Glândulas Uretrais (Glândulas de Littré) secretoras de muco desembocam na parte esponjosa da uretra. Uretra Feminina: - À semelhança da uretra masculina, o revestimento consiste inicialmente em epitélio de transição , uma continuação do epitélio da bexiga. Contudo, na sua porção terminal, modifica-se para um epitélio estratificado pavimentoso. Alguns pesquisadores relatam a existência de epitélio estratificado colunar e pseudoestratificado colunar na porção média da uretra feminina. 11 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre - Numerosas glândulas uretrais pequenas abrem-se em seu lúmen, particularmente em sua porção proximal. Outras glândulas, as Glândulas Parauretrais (homólogas À próstata do homem) secretam nos ductos parauretrais comuns uma secreção alcalina, que se abre de cada lado do óstio externo da uretra. - A lâmina própria é uma camada altamente vascularizada de tecido conjuntivo que se assemelha ao corpo esponjoso dos homens. - No local em que a uretra penetra no diafragma urogenital (parte membranácea da uretra), o músculo estriado dessa estrutura forma o Esfíncter Externo Da Uretra (voluntário). - Em síntese, temos: • Segmento Proximal: o Epitélio de transição. o Músculo liso. o Epitélio pseudoestratificado colunar na parte média. • Segmento Distal: o Epitélio estratificado pavimentoso. o Glândulas parauretrais. o Esfíncter externo da uretra. EM SÍNTESE, TEMOS:
Compartilhar