Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resenha 1 - Nicolau O livro Sistema Eleitorais do cientista político brasileiro Jairo Nicolau, trata sobre o conjunto de regras que definem as eleições em diversos países, tratando desde a forma como os votos são computados, os partidos políticos se articulam e também os efeitos dos sistemas eleitorais representativos. Para melhor compreensão do livro, o autor analisa três maneiras de classificar o sistema eleitoral: a representação majoritária, a representação proporcional e a representação mista, definindo além tipo subtipos dentro de cada sistema. O primeiro sistema a ser tratado, é o sistema majoritário em que o objetivo é garantir que apenas os candidatos mais votados sejam eleitos. Dentre os subtipos, a maioria simples é caracterizado como o próprio nome diz, o candidato com mais votos é eleito, esse sistema possui uma capacidade de criar governos com maioria absoluta de cadeiras no legislativo. Já no sistema de dois turnos, a principal diferença do subtipo anterior é maioria absoluta que um candidato deve ter para ser eleito no primeiro turno (>50% dos votos), caso isso não ocorra há uma segunda eleição só com os candidatos mais votados do primeiro turno. E por último, o voto alternativo utiliza método de transferência de candidatos menores para outros para garantir que todos os eleitos tenham maioria absoluta dos votos em um segundo turno. Esses dois últimos sistemas são os que mais dificultam a eleição de candidatos com forte rejeição, principalmente de partidos nos extremos do espectro político. O segundo sistema é de representação proporcional, seu principal objetivo é garantir que a diversidade de opiniões dos cidadãos estejam representadas no legislativo. O subtipo voto único transferível é um sistema em que os eleitores podem votar em candidatos de diferentes partidos estabelecendo uma ordem de preferência para que esses candidatos sejam eleitos, diferentemente do sistema majoritário o eleitor tem controle sobre como as transferências são feitas. Enquanto a representação proporcional de lista cada partido apresenta uma lista de candidatos para eleição e distribuição de cadeiras é feita de maneira proporcional às votações, na prática também é um sistema complexo que exige fórmulas eleitorais para definir as cadeiras entre os partidos e coligações. Algo a se destacar é que nesse sistema para garantir que os resultados das eleições sejam proporcionais existem fórmulas eleitorais para garantir tanto equidade do número de cadeiras recebidas por cada distrito eleitoral, quanto dos votos entre os partidos que disputam a eleição. O último sistema eleitoral analisado é o sistema misto, em que mistura aspectos dos sistemas majoritário e proporcional. O subtipo de superposição é o mais comum dentro do sistema misto, nele os eleitores elegem seus representantes através da combinação de duas fórmulas, a mais comum é uma parte das cadeiras ser eleita por lista fechada e a outra por maioria simples, mas também existem outras combinações. Enquanto no subtipo correção as duas fórmulas também são usadas, mas diferente do anterior existe uma associação entre elas, de maneira que a proporcional serve para corrigir as distorções da majoritária. Existe um padrão em quase todos os países que utilizam esse sistema, primeiro as cadeiras são distribuídas proporcionalmente aos votos dados na lista no distrito nacional ou regional, depois é feito uma subtração dessas cadeiras obtidas nos distritos uninominais e com a diferença os primeiros candidatos da lista são eleitos. Em suma, existem muitos sistemas eleitorais no mundo e todos eles possuem vantagens e desvantagens, de maneira que não existe uma classificação maniqueísta de sistemas bons ou ruins. Além disso, mesmo que países adotem o mesmo sistema cada um tem suas particularidades e maneiras de implementação, apesar das diferenças o autor identifica algumas tendências gerais nos sistemas eleitorais como a tendência de dar bônus aos partidos mais votados e sub-representarem os partidos menos votados; maiorias unipartidárias no legislativo, muitas vezes fechada com o executivo; desproporcionalidade em sistemas eleitorais majoritários e mistos; e também menos mulheres ocupando cadeiras legislativas.
Compartilhar