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Lagomorpha - Coelho, Lebre e Tapiti

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Material organizado por Juliana Navarro - @igveterinaria 
Lagomorpha (Coelho, Lebre e Tapiti) 
 
Biologia, anatomia e fisiologia dos Coelhos 
Os coelhos pertencem à família Leporidae, da ordem Lagomorpha, onde ocorrem em todos 
os continentes, exceto Oceania e Antártica. O coelho doméstico (Oryctolagus cuniculus) possui 
ancestrais que vieram principalmente do oeste da Europa e nordeste da África. Existem mais de 50 
raças de coelhos, e variadas misturas. Algumas raças, idade e o tamanho predispõe os animais à 
algumas enfermidades, como pododermatite, cardiomiopatia, dermatopatia e dacriocistite. 
(PESSOA, 2002) 
A principal característica que difere os lagomorfos de roedores são o número de par de 
incisivos. Os roedores possuem um par de incisivos superiores e inferiores, enquanto os lagomorfos 
possuem dois pares de incisivos superiores. A fórmula dentária dos leporídeos é 2x I 2/1, C 0/0, 
P3/2, M 3/3, completando assim, 28 dentes. (PESSOA, 2002) 
A bastante tempo os lagomorfos deixaram de pertencer apenas a indústria alimentícia e à 
caça, e se tornaram importantes animais de estimação, os conhecidos pets, por serem 
surpreendentemente inteligentes e de fácil treinamento. Conseguem também demonstrar afeto 
pelo dono, através de lambeduras, indo ao encontro e seguindo o tutor pela casa. (PESSOA, 2002) 
Os lagomorfos contam com uma epiderme fina coberta por pelos de diferentes densidades, 
conforme a raça. Não apresentam coxins plantar/palmar, e as orelhas ocupam grande parte de seu 
corpo, que além de servirem como captadores de sons, também possuem um importante papel no 
controle térmico desses animais, através da vasodilatação e vasoconstrição periférica. A orelha 
jamais deve ser um instrumento para segurar o animal e deve ficar sempre desobstruída durante 
uma contenção física. (PESSOA, 2002) 
Apesar de o campo visual lateral ser de 190°, tornando possível detectar a presença de 
possíveis predadores, os coelhos possuem um ponto cego na frente do focinho. Além disso, é 
importante ressaltar a predisposição dos coelhos a fraturas, devido sua massa óssea ser reduzida, 
se comparada a outros animais, como o gato, por exemplo. As fraturas de ossos longos mais comuns 
são devido a quedas e atropelamentos, já as fraturas de coluna normalmente são iatrogênicas. O 
que requer também um cuidado maior na hora de conter fisicamente esses animais. (PESSOA, 2002) 
Os coelhos possuem também algumas diferenças anatômicas no sistema genital. Os machos 
não possuem osso peniano e as fêmeas possuem dois cornos uterinos e duas cérvix. Temos também 
a particularidade, compartilhada também pelos roedores, de o metabolismo de cálcio ser envolvido 
com o sistema urinário, que além do cálcio, faz a excreção de magnésio. Não sofrendo regulação 
pela vitamina D e nem pelo paratormônio, sendo regulado apenas pela dieta. Possuem o sistema 
gastrointestinal bem complexo. O alimento é fermentado por uma microbiota completa e 
específica, sendo ela formada por: Bacteroides sp; estreptococos; colibacilos; Clostridium 
perfringens; protozoários ciliados e Cynicomydes guttulatulus. Os coelhos também consomem os 
cecótrofos, que são ricos em acido fólico, vitaminas C, B e K e aminoácidos, nutrientes essenciais 
para a espécie. Em relação ao sistema cardiovascular, possuem um coração pequeno, e sua pressão 
sistólica varia de 90 a 120 mmHg, e por possuírem veias finas, são susceptíveis a hematomas. 
(PESSOA, 2002) 
Material organizado por Juliana Navarro - @igveterinaria 
Quanto a reprodução da espécie, a gestação dura em média de 30 a 33 dias, sendo os filhotes 
amamentados duas vezes ao dia. Os filhotes que acabam se afastando do ninho, não são resgatados 
pela mãe e acabam sofrendo de hipotermia, hipoglicemia e trauma. Os filhotes são amamentados 
até o vigésimo primeiro dia, depois disso já fazem a ingestão de alimentos sólidos e após 8 semanas 
já se tornam completamente independentes. (PESSOA, 2002) 
A dieta dos lagomorfos deve ser composta principalmente por feno e verduras escuras. 
Tendo como complemento ração extrusada de boa qualidade. Frutas devem ser fornecidas como 
petisco, já que o excesso de frutose pode causar disbiose. (PESSOA, 2002) 
Os coelhos podem viver em ambientes internos e externos, contando que haja sombra e 
abrigo para os dias de menos calor. O ideal é que o piso seja de grama, para que eles possam cavar 
e construir suas tocas. A temperatura deve ser mantida entre 16°C e 25°C, com umidade entre 30% 
e 60% e devem receber pelo menos 12h por dia de luz. (PESSOA, 2002) 
Assim como muitos animais, os coelhos são bem sensíveis ao estresse, e em muitas 
situações, podem ocorrer a liberação de catecolaminas, que são deletérias aos animais. Então 
quando são hospitalizados, por qualquer motivo, devem ficar em um recinto apropriado, longe de 
cães e gatos. É importante também que a contenção física seja sempre feita longe de cães e gatos, 
para que os coelhos não se estressem além do necessário. Lembrando sempre de ficar atento e 
fazer uma contenção eficaz, já que os coelhos estendem rapidamente os membros pélvicos, e 
podem causar em si mesmos lesões articulares e ósseas, como lesões na coluna vertebral, que são 
irreversíveis. (PESSOA, 2002) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material organizado por Juliana Navarro - @igveterinaria 
Referências bibliográficas 
ZALMIR SILVINO CUBAS; CARLOS, Jean; JOSÉ LUIZ CATÂO-DIAS, Tratado de Animais Selvagens 
Medicina Veterinaria, [s.l.]: Sao Paulo (Brasil) Editora Roca, 2014.

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