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CLÍNICA MÉDICA DE RÉPTEIS

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CLÍNICA MÉDICA DE RÉPTEIS 
 CONTENÇÃO FÍSICA: a contenção é específica para 
 as subordens Ophidia e Lacertilia (cuidados aos 
 animais peçonhentos e que trazem risco a vida); 
 Ophidia: é realizada com o posicionamento dos dedo médio 
 e polegar nas laterais da cabeça (osso quadrado), 
 realizando o ato de pinçar, e o indicador na região central; 
 com a outra mão deve-se conter a porção posterior do 
 corpo para evitar acidentes ou descolamento do único 
 côndilo occipital; existem materiais auxiliares, como 
 ganchos e tubos (tamanho do animal); 
 Lacertilia: podem ser contidos com puçá, cambão, toalhas, 
 ou luva raspa de couro; ele deve ser isolado e imobilizado 
 com cautela para evitar a autotomia; a cabeça deve ser 
 fixada no osso quadrado e os membros torácicos (realizado 
 com cautela para que o processo não afete sua respiração) 
 e pélvicos devem ser fixados junto ao corpo; 
 Testudines: depende do tamanho do animal; é realizado o 
 posicionamento dos dedos nas laterais da carapaça 
 (pequenos); em animais grandes a contenção exige mais de 
 uma pessoa; deve-se ter cuidado com o decúbito dorsal 
 para evitar a compressão de órgãos importantes; 
 Crocodylia: geralmente utiliza-se o cambão em volta do 
 pescoço e em um dos membros torácicos (evitando a falta 
 de ar); animais de até 1 metro podem ser contidos ao pisar 
 levemente na cabeça, caso não seja possível, coloca-se 
 uma toalha na cabeça para que o animal não veja de onde 
 o tratador está vindo, é feita a passagem do cambão, e a 
 cabeça é fixada contra o chão e as mãos são posicionadas 
 na região de cima (nunca na lateral); após fixar a cabeça, a 
 região da boca pode ser amarrada; animais maiores 
 exigem mais pessoas para a contenção, de modo que os 
 movimentos devem ser orquestrados; 
 CONTENÇÃO FARMACOLÓGICA: 
 Ophidia: fármacos inalatórios não são facilmente 
 administrados; protocolos que envolvem a 
 administração de xilazina devem ser auxiliados 
 com suporte de oxigênio, já que o fármaco 
 promove o relaxamento muscular e pode afetar 
 os movimentos respiratórios (m. intercostais); 
 De fármacos inalatórios, o recomendado é o isoflurano e 
 halotano, pois o metabolismo desses animais é lento então 
 há uma maior ação e meia vida no organismo do animal; 
 Os mais utilizados em AG é o propofol; 
 A cetamina é utilizada com frequência e pode ter seus 
 efeitos adversos diminuídos com os benzodiazepínicos 
 (fazer uma associação é pertinente); 
 Lacertilia: a apneia não é tão frequente; sempre 
 considerar a combinação de benzodiazepínicos 
 com cetamina; 
 Testudines : a fisiologia respiratória é particular, 
 sendo necessário suporte respiratório; 
 O doxapram é interessante por estimular o sistema 
 respiratório a nível de SNC; 
 SEMIOLOGIA DE RÉPTEIS: é realizado a 
 investigação e a anamnese do animal; animais de 
 vida livre é dificil (necessidade de visualizar o 
 ambiente), animais em cativeiro é mais fácil 
 (recinto, visualização a distância); 
 Exame físico: os sistemas são analisados seguindo 
 uma ordem (salvo em casos emergenciais); 
 Iniciando com o tegumentar , observa-se a hidratação, 
 presença de processos de descamação, cicatrizes, 
 ectoparasitas, lesões, edema, aumento de volume; nervoso 
 e m. esquelético , observa-se a movimentação do animal e 
 realiza-se a palpação do corpo; no gastrointestinal , a 
 análise da região da boca; em animais não peçonhentos 
 pode-se utilizar de cartões ou palitos; em lagartos 
 realiza-se a abertura através da fixação da prega gular; 
 analisa-se a coloração da mucosa (normalidade diferente 
 em cada espécie); faz-se a palpação em região inguinal 
 apenas, devido a presença do plastrão (testudines); no 
 cardiorrespiratório é difícil realizar a auscultação, 
 devemos identificar a presença de secreções, muco ou 
 bolhas; uma técnica de exame (animais aquáticos), é 
 colocar o animal em um aquário e observar sua situação 
 angular; geniturinário , é observado a região cloacal 
 (presença de prolapsos ou urólitos, coloração da mucosa, 
 etc); e o�álmico , observando a resposta e presença de 
 alterações; lesões em 3ª pálpebra são ocorrentes; 
 CLÍNICA MÉDICA DE RÉPTEIS: quando não é 
 possível realizar cultura microbiana, é 
 recomendado medicamentos antibacterianos de 
 amplo aspecto, especializados em bactérias 
 gram negativas; 
 Aminoglicosídeos como amicacinas são muito mais 
 nefrotóxicos que a gentamicina; em ambos os casos, pela 
 sua nefrotoxicidade, é obrigatório a realização de 
 fluidoterapia; 
 Não se utiliza ivermectina para testudines , pois é letal; 
 Múltiplas injeções de enrofloxacina em serpentes podem 
 causar necrose; 
 LESÕES CUTÂNEAS: podem ser lesões lacerativas, 
 abrasivas, ulcerativas, perfuro-cortantes e 
 queimaduras; com sinais como inflamações, 
 hemorragia, infecção e necrose; 
 Conduta clínica: administração de antibacteriano 
 (sistêmico e/ou local; de acordo com a cultura (se 
 realizada), antiinflamatório e analgésico (AINEs 
 como meloxicam); tratamento tópico (solução 
 fisiológica, clorexidine e antibiótico); tratamento 
 de suporte (fluidoterapia); dependendo da 
 situação, necessita de procedimento cirúrgico 
 (debridação e síntese); 
 Não é recomendado o uso constante de iodo, clorexidine e 
 água oxigenada, pois pode atrapalhar na cicatrização; 
 DERMATITE : podem ter etiologia bacteriana 
 ( Aeromonas, Vibrio, Pseudomonas, Proteus e 
 Citrobacter ), fúngica e viral; considerar patogenia 
 (doença de base), estresse etc; como sinais 
 iremos ter uma dermatite ulcerativa, necrosante 
 e nodular, podendo evoluir para uma septicemia; 
 em causas virais o animal é assintomático; o 
 diagnóstico é feito através do exame físico e 
 complementar (hemograma, citológico, 
 histopatológico e cultura); 
 Conduta clínica: antibacteriano ou antifúngico 
 (ação hepatotóxica e nefrotóxica; utilizados 
 aqueles de uso tópico); antiinflamatório e 
 analgésico; tratamento tópico (sol. fisiológica, 
 clorexidine e antibiótico); tratamento de suporte 
 (fluidoterapia); e correção do manejo (maiores 
 causas são problemas relacionados ao manejo); 
 DISECDISE: troca incompleta relacionada a 
 ecdise; podem estar associados a um ambiente 
 inadequado para muda, desidratação, baixa 
 umidade ambiental, infecções, ectoparasitos e 
 podem estar relacionados à patogenia; há 
 presença de descamação, dermatite, prurido; 
 observar principalmente as regiões dos olhos e 
 cauda; o diagnóstico é clínico; 
 Conduta clínica: banhos de imersão em água 
 morna com glicerina; suplementação vitamínica 
 C ou A (quando há suspeita de hipovitaminose); 
 verificar processos de desidratação 
 (fluidoterapia); correção do manejo e 
 enriquecimento ambiental para auxiliar na 
 ecdise realizada pelo próprio animal; 
 ABCESSOS: répteis não produzem a enzima 
 lisozima, logo o aspecto do exsudato é mais 
 firme, parecendo uma massa, impossibilitando a 
 drenagem desses fluidos; relacionados a 
 bactérias (principalmente de gram negativas) e 
 patogenias; há edema e consistência firme; como 
 diagnóstico pode ser feito o citohistopatolologia, 
 swab para isolamento/cultura microbiano e 
 antibiograma;Conduta clínica: procedimento cirúrgico 
 (debridação e síntese); antibacteriano; 
 antiinflamatório e analgésico; tratamento tópico 
 (sol. fisiológica, clorexidine e antibiótico); 
 correção do manejo; 
 HIPOVITAMINOSE A: deficiência de vitamina A; 
 relacionados ao tipo de dieta administrada, e 
 ambientes (tanques) muito frios; sinais clínicos 
 como a incoordenação motora, dificuldade de 
 locomoção, descamação da carapaça, 
 desidratação, blefaroedema e dispneia; 
 diagnóstico é clínico, radiográfico (pode causar 
 problemas respiratórios); 
 Conduta clínica: suplementação vitamínica (vit A) 
 e tratamento de suporte (fluidoterapia e vit C); 
 correção do manejo; 
 HIPOVITAMINOSE C (escorbuto): relacionado a 
 ocorrência de nefropatias e enteropatias; 
 associada a produção de colágeno, logo os sinais 
 clínicos estão ligados a desidratação, ruptura 
 espontânea da pele, dermatite, estomatite e 
 hemorragias; diagnóstico é clínico; 
 Conduta clínica: ácido ascórbico (via parenteral); 
 correção do manejo; 
 ESTOMATITE: relacionadas principalmente a 
 bactérias gram negativas; acomete maiormente 
 serpentes; contato com presas com presença de 
 bactérias, presas grandes, preensão inadequada 
 ou estresse; patogenias de base (hipovitaminose 
 C e A, infecções etc); sinais clínicos como 
 anorexia, sialorréia, placas caseosas orais, 
 hemorragia, ulceração e necrose oral, 
 osteomielite, septicemia e óbito; 
 Diagnóstico: exame físico e exames 
 complementares (hemograma, swab para 
 isolamento/cultura microbiano (sempre realizar), 
 endoscopia, antibiograma e histopatológico); 
 Conduta clínica: antibacteriano (voltados para bac 
 negativas (enrofloxacina, gentamicina (intervalo 
 de 14 dias mas tem ação nefrotóxica), 
 azitromicina (intervalo de 5-7 dias); 
 antiinflamatório e analgésico; tratamento tópico 
 é fundamental (solução fisiológica e clorexidine, 
 de maneira a realizar a antissepsia sem realizar 
 debridação); tratamento de suporte 
 (fluidoterapia), suplemento (vit C e A); correção 
 do manejo; 
 GASTROENTERITE: bacteriana (gram negativas), 
 protozoário, viral, helmintos, antibioticoterapia 
 (mata a microbiota do animal e não o 
 patogênico) e estresse; pode estar relacionado a 
 presença de corpos estranhos; sinais clínicos 
 como apatia, anorexia, êmese, diarréia, 
 hepatomegalia, septicemia e óbito; 
 Diagnóstico: exame físico e complementar 
 (hemograma, coprocultura, antibiograma, 
 radiografia, US e endoscopia); 
 Conduta clínica: antibacteriano, protozoaricida ou 
 antihelmíntico; tratamento de suporte 
 (fluidoterapia); correção da dieta e manejo; 
 PNEUMONIA: pode ser bacteriana (gram negativas) 
 e viral; sinais clínicos como dispneia, anorexia, 
 apatia, secreção nasal/oral e "estertores"; 
 Diagnóstico: exame físico e complementar 
 (hemograma, swab/lavado traqueal/pulmonar 
 para isolamento/cultura microbiano, 
 antibiograma e radiografia (radiopacidade); 
 Conduta clínica: antibacteriano, nebulização 
 (solução salina); antiinflamatório e analgésico; 
 tratamento de suporte (fluidoterapia; uso de 
 diurético); suplementação vitamínica (vit C e A); 
 correção do manejo; 
 HIPOVITAMINOSE B1: baixa oferta e síntese de 
 tiamina, ou grande oferta de tiaminase; sinais 
 clínicos como ataxia, tremores musculares, 
 cegueira e bradicardia; diagnóstico é clínico, 
 considerando o histórico e anamnese; 
 Conduta clínica: administração de vit B1; retirada 
 das vísceras dos peixes antes de fornecido como 
 alimento; a tiamina pode ser administrada de 
 forma parenteral ou oral; administração de 
 Lactobacillus acidophilus, L. planarum e 
 Streptococcus faecium ; correção da dieta e manejo 
 (para que tenha o mínimo de contato com a 
 tiaminase); 
 DOENÇA ÓSTEO-METABÓLICA: relacionada ao erro 
 na oferta nutricional ou manejo de luz ou 
 ultravioleta; a vitamina D é importante para a 
 regulação e absorção do cálcio do organismo 
 pelo paratormônio e calcitonina; além de 
 etiologias osteo-metabólicas, o mais comum é o 
 hiperparatireoidismo nutricional secundário; 
 A hipocalcemia de maneira constante (animais jovens) vai 
 fazer com que tenha a diminuição dos níveis sanguíneos 
 de cálcio, ocorrendo o aumento da secreção do hormônio 
 da paratireóide, estimulando o transporte de cálcio dos 
 ossos para a corrente sanguínea; caso o problema não seja 
 sanado, acaba levando à cronicidade da doença; 
 Sinais clínicos: relacionados a fixação do cálcio 
 nas estruturas ósseas e contrações musculares; 
 apatia, anorexia, fraqueza muscular, 
 deformidade óssea, escoliose, prolapso cloacal e 
 fraturas; 
 Diagnóstico: exame físico, avaliação hormonal 
 (cálcio, fosforo) e radiografia (formação óssea de 
 maneira errônea, suscetíveis a fraturas e 
 luxações); 
 Conduta clínica: correção da dieta (cálcio e 
 fósforo), exposição ao sol ou lâmpadas UV; 
 suplementação mineral e correção do manejo; 
 DISTOCIA: quando o animal não consegue realizar 
 o processo de postura (ovoposição); ocorre 
 principalmente em testudines e lacertídeos; 
 predisposição em doenças osteo-metabólicas, 
 deficiência nutricional ou erros de manejo; 
 diagnóstico clínico (histórico de prolapso 
 cloacal) e radiográfico (em testudines é a única 
 maneira possível de diagnóstico); 
 Conduta clínica: administração de gluconato de 
 cálcio IV (facilitar o processo de contração), e 
 ocitocina IM; é importante colocar o animal em 
 um substrato (ambiente) adequado para 
 ovoposição; caso não seja suficiente, é realizada 
 uma conduta cirúrgica (oectomia e/ou 
 sapingoectomia); em testudines, esse processo é 
 complicado, tendo a necessidade de realizar uma 
 plastrotomia antes; correção do manejo 
 (sexagem e período reprodutivo); 
 GOTA ÚRICA ARTICULAR E VISCERAL: deposição de 
 cristais de sais de urato tanto na mucosa oral, 
 articulações, tecidos peri-articulares e vísceras; 
 relacionados a altos níveis protéicos na 
 alimentação, desidratação, hipotermia, 
 nefropatia e uso de antibióticos nefrotóxicos; 
 sinais clínicos como anorexia, hiperplasia das 
 articulações, emagrecimento, reações 
 inflamatórias, nefrite intersticial, nefrose e 
 necrose renal; o diagnóstico é feito através do 
 exame físico e complementar (índice de ácido 
 úrico e AST); 
 Conduta clínica: hidratação (fluidoterapia); 
 utilização de alopurinol (inibidor de ácido úrico), 
 correção da dieta e manejo;

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