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Streptococcus pneumoniae Gabrielle lemos vital 18.1.000430 introdução O S. pneumoniae é o agente etiológico de infecções respiratórias adquiridas como otites, sinusites e pneumonias Outras infecções graves como meningite, endocardite, peritonites, osteomielite, artrite séptica são também associadas a esse agente Podem ser acompanhadas de bacteremias em pessoas idosas ou muito jovens É o patógeno bacteriano mais comum em casos de otite média aguda e pneumonia, e o segundo mais importante em casos de meningite em crianças menores de 2 anos Nos EUA é responsável anualmente por 3000 casos de meningite, 500.000 casos de pneumonia, 50.000 casos de bacteremias e 7.000.000 casos de otite média os Streptococcus pneumoniae isolados de meningite mostraram resistências mais altas para cefotaxima (2,6%) comparadas às de não meningite (0,7%). 2 morfologia Cocos gram-positivos Diplococos ou cadeias curtas e sem motilidade Catalase negativa Anaeróbios facultativos Sensíveis a optoquina Colônias de aspecto alfa-hemolíticas, sem grupos sorológicos Encapsulados ou não Sensíveis a optoquina porém as colônias de aspecto típico, alfa-hemolíticas, mas com halos inferiores a 14 mm frente à optoquina, precisam ser testadas quanto à solubilidade em bile para confirmação da espécie 3 Fatores de virulência A cápsula é o principal fator de virulência destas bactérias, protegendo-as da fagocitose e do reconhecimento pelo sistema imunológico, permitindo a sua sobrevivência, multiplicação e disseminação para vários órgãos. Além da cápsula, outros fatores de virulência incluem: parede celular, as colinas ligadores de proteínas, proteínas da superfície do pneumococo A e C, neuraminidade ancoradas a proteínas, hialuronidase, enolase, pneumolisina, autolisina A, as proteínas transportadoras de metais, proteínas aquisitoras de ferro A e proteínas exportadoras de ferro 4 Doenças associadas Pneumonia pneumocócica Bactérias vão ao trato respiratório inferior, induzem a inflamação e provocam edema Calafrios intensos, tremores, febres altas, 1 a 3 dias antes o paciente, geralmente, teve uma infecção viral. Em casos graves podemos encontrar dor torácica e tosse com catarro sanguinolento Otite média e sinusite A infecção pode se transmitir da faringe para os seios paranasais e para o ouvido médio Inflamação acompanhada por uma obstrução dos canais destes locais pela infiltração de leucócitos Meningite pneumocócica Bacteremia -> inflamação das meninges Dificuldade para movimentar o pescoço, febre acima de 38ºC, convulsões, hipersensibilidade para a luz, confusão mental e delírio 5 diagnóstico Coloração de Gram Preparar esfregaço do LCR em lâmina de vidro e corá-lo pelo Gram; A presença de diplococos Gram-positivos (DGP) com as extremidades livres lanceoladas (em formato chama de vela) ou em pequenas cadeias é sugestiva de pneumococo; Liberar o laudo da bacterioscopia o mais rápido possível; não aguardar o resultado da cultura. 6 diagnóstico Isolamento Em doenças invasivas, o S. pneumoniae pode ser isolado de diferentes líquidos normalmente estéreis, como líquido cefalorraquidiano (LCR), sangue, líquidos pleural, ascítico e sinovial, e em secreções de abscessos, entre outros. 7 diagnóstico Identificação Cepa de S. pneumoniae, susceptível à optoquina Teste da bile solubilidade de cepa de S. pneumoniae A identificação do pneumococo isolado em cultura é baseada na morfologia bacteriana e coloração de Gram, características do crescimento e reação hemolítica em placas de ágar sangue, ausência de catalase e lise em presença de optoquina e de desoxicolato de sódio. Teste da bile: Observar ausência de turvação do conteúdo do tubo à esquerda em comparação com o tubo da direita, mostrando a lise total da suspensão bacteriana na presença de desoxicolato de sódio 8 diagnóstico Identificação Sorológica 9 tratamento Penicilina, se sensível Administrada por via oral e em casos graves, via intravenosa Ou outros antibióticos como ceftriaxona, cefotaxima, fluoroquinolonas (como levofloxacino), vancomicina ou omadaciclina. 10 Caso clínico Paciente do sexo masculino, 33 anos, natural e residente na Cidade do México, casado, serralheiro, escolaridade primário completo. Nenhum histórico relevante sobre a condição atual, exceto infecções recorrentes das vias aéreas e sinusite crônica. Se consultou em um Otorrinolaringologista, onde foram encontrados desvio do septo nasal e hipertrofia das conchas nasais, para as quais foi considerado apto para o tratamento cirúrgico e foi submetido rinoplastia eletiva; formou-se após 24 horas, sem complicações. Ele entrou no serviço de emergência 24 horas após a alta hospitalar, relatando dor de cabeça hemicrania opressora, intensidade 7/10, acompanhada por agitação psicomotora e febre 38,5 ° C O exame físico encontrou estupor, escala de Glasgow de 8, febril, saturado em 64%, sem suporte suplementar de oxigênio; P.A 60 mmHg, pupilas mióticas de 1 mm, com reflexo fotomotor e consensual preservado, sem alterações nos nervos cranianos, com torcicolo, membros com hiperreflexia generalizada e sinais meníngeos Brudzinski e Kernig. Durante o exame, ele teve uma convulsão tônica clônica generalizada. Estupor: estado de inconsciência de atividade física e psicológica e que embora consciente, ele se mantém imóvel e não responde Tônico-clônica- compreende-se duas fases: na fase tônica há perda de consciência, o paciente cai, o corpo se contrai e enrijece. Já na fase clônica o paciente contrai e contorce as extremidades do corpo perdendo a consciência que após a crise é recobrada gradativamente. 11 Caso clínico Na tomografia de crânio foram observados dados de sinusite etmoidal e esfenoidal Em seguida, uma punção lombar foi realizada e obteve-se LCR turvo: Na Coloração de Gram, foi observado diplococos gram-positivos em forma de lança Nos resultados laboratoriais observou-se: 12 Leucócitos 30,100/mm³ Neutrófilos 28,000/mm³ Linfócitos 1,000/mm³ Hemoglobina 15 g/dL, Plaquetas 214,000/mm³ Bilirrubinas total 0.36 mg/dL Albumina 2.4, AST 51 UI/L ALT 33 UI/L Proteína 354 mg/dL Glicose 7 mg/dL Cloreto 97 mEq 10.000 células 97% polimorfonuclear Caso clínico Em cultura de 24 horas de LCR relatou crescimento em ágar sangue de cocos gram-positivos, catalase negativa, mucóide, com alfa-hemólise, sensível a optoquina, identificado como Streptococcus pneumoniae, sensível à penicilina Devido ao comprometimento neurológico, o paciente necessitou de ventilação mecânica e foi internado na unidade de terapia intensiva. O tratamento antimicrobiano intravenoso foi iniciado com ceftriaxona 2 g/12h e vancomicina calculado em 15 mg/kg de peso corporal, mais 8 mg de dexametasona antes da primeira dose de antibiótico 13 Caso clínico O medicamento foi substituído para penicilina G, após 72 horas a ventilação mecânica foi retirada. Cinco dias depois, ele deu entrada na Unidade de Cuidados Intensivos. Foi realizada punção lombar de controle com LCR com aspecto de água rochosa, proteína 41 mg/dL, glicose 67 mg/dL, cloro 117 mEq e celularidade zero. Na tomografia de controle, alterações estruturais observadas 15 dias depois, o paciente recebeu alta do hospital neurologicamente bem 14 Caso clínico CONCLUSÃO O caso representa a evolução da meningite bacteriana em que fatores de risco, quadro clínico, exame físico e testes laboratoriais foram complementados para fazer um diagnóstico bem sucedido. A resposta ao tratamento antimicrobiano e as medidas de apoio deram os resultados esperados, o que favoreceu o curso clínico para a cura e sem sequelas. Em pacientes com fatores de risco e um quadro clínico sugestivo de meningite bacteriana, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado o mais rápido possível, a fim de reduzir a mortalidade e complicações associadas. 15 RefERÊNCIAS L, Martínez-Hernández; P, Cornejo-Juárez. Meningitis bacteriana aguda por S. pneumoniae. Med Int Méx, [S. l.], p. 132-138,1 jan. 2017. Disponível em: http://www.scielo.org.mx/pdf/mim/v33n1/0186-4866-mim-33-01-00132.pdf. Acesso em: 5 out. 2020. http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/gramp_strepto.htm. Acesso em: 5 out. 2020 https://sbmicrobiologia.org.br/wp-content/uploads/2015/09/Revista13.pdf. Acesso em: 5 out. 2020 https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4244/1/Luis%20da%20Consei%C3%A7ao%20Martins%20Morais%20Epidemiologia%20molecular%20de%20Streptococcus%20pneumoniaes...%202012.pdf Acesso em: 7 out. 2020 https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-bact%C3%A9rias-gram-positivas/infec%C3%A7%C3%B5es-pneumoc%C3%B3cicas Acesso em: 7 out. 2020 http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo4/id_stre3.htm Acesso em: 7 out. 2020 OBRIGADA!
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