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Luísa Ferro P4 | UC10 Neoplasias da cavidade oral ANATOMIA DA BOCA: Engloba: 1. Lábio 2. Gengiva 3. Dentes 4. Rebordo alveolar 5. Palato duro 6. Língua 2/3 7. Trígono retromolar 8. Mucosa bucal 9. Assoalho da boca Vale lembrar que cânceres de boca podem invadir os ossos, sendo o principal, a mandíbula A mandíbula é dividida em corpo (parte horizontal) e ramo (parte vertical) Na base do crânio também existem ossos que podem ser invadidos, tais como: 1. Maxila 2. Cavidade nasal e conchas (superior, média e inferior) 3. Seio esfenoidal 4. Osso esfenoide 5. Osso palatino Língua: 1. Base da língua (1/3): corresponde a orofaringe 2. Língua oral (2/3): corresponde a boca CONCEITOS PATOLÓGICOS Displasia: desorganização celular Neoplasia: formação de novas células que não existiam Carcinoma in situ: corresponde ao primeiro momento de uma neoplasia malignas, em que ela é muito precoce e ainda não foi para baixo da membrana basal da célula Carcinoma invasivo: corresponde a maior parte dos tumores diagnosticados, o tumor já está avançado e já invadiu a membrana basal, podendo se disseminar de forma linfática ou hematogênica CLASSIFICAR AS NEOPLASIAS BENIGNAS E MALIGNAS DA BOCA (DENTE, LÍNGUA, GENGIVA E LÁBIOS) Neoplasias benignas Neoplasias malignas Ameloblastoma Carcinoma de células escamosas Adenoma pleomórfico Carcinoma mucoepidermóide Carcinoma ameloblástico LESÕES PRÉ MALIGNAS DA BOCA LEUCOPLASIA É branca e apresenta 10% de chance de desenvolver malignidade ERITROPLASIA Displasia mais grave, normalmente já associada ao carcinoma in situ Apresenta 90% de chance de malignidade AMELOBLASTOMA Luísa Ferro P4 | UC10 É uma neoplasia benigna de origem odontogênica mais comum, para formar o esmalte do dente. Devido a algumas mutações genéticas ele se desenvolve. Surge a partir dos 40 anos. Apresenta um epitélio reduzido. Pode se formar do cisto odontogenico, restos epiteliais de Malassez, epitélio reduzido ou da lâmina dentária (epitélios que aparecem durante o desenvolvimento do dente) O ameloblastoma é o tumor odontogênico mais comum Sua frequência relativa se iguala à frequência combinada de todos os outros tumores odontogênicos, excluindo os odontomas São tumores de origem no epitélio-odontogênico Podem surgir dos restos da lâmina dentária, de um órgão do esmalte em desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto odontogênico, ou das células basais da mucosa oral São tumores de crescimento lento, localmente invasivos, que apresentam um curso benigno na maior parte dos casos Possuem três diferentes apresentações: 1. Solido convencional ou multicístico (75 a 86% dos casos) 2. Unicístico (13 a 21% dos casos) 3. Periférico ou extraósseo (1 a 4% dos casos) AMELOBLASTOMA INTRAÓSSEO SÓLIDO CONVENCIONAL OU MULTICÍSTICO O ameloblastoma intraósseo sólido convencional ou multicístico é encontrado em pacientes com ampla variação etária, sendo raro em crianças com menos de 10 anos e relativamente incomum no grupo de 10 a 19 anos O tumor mostra prevalência igual na terceira e sétima década de vida Não há predileção por gênero Alguns estudos indicam maior frequência em negros e outros não mostram predileção racial Localização: 1. 80% a 85%: ocorrem na mandíbula, com mais frequência na região de corpo e ramo 2. 15% a 20%: correm na maxila, geralmente nas regiões posteriores Achados clínicos: 1. Costuma ser assintomático 2. As lesões menores são detectadas somente durante o exame radiográfico 3. Apresentação clínica usual: aumento de volume indolor ou expansão dos ossos gnáticos (queixo e maxila) Se não for tratada, a lesão pode crescer lentamente até atingir proporções grandes ou grotescas HISTOPATOLOGIA O ameloblastoma, convencional sólido ou multicístico, apresenta grande tendência a desenvolver alterações císticas Macroscopicamente, a maioria dos tumores apresenta combinações variadas de características císticas e sólidas Os cistos podem ser observados apenas ao exame microscópico, ou podem estar presentes como cistos múltiplos grandes, que incluem a maior parte do tumor Diversos subtipos microscópicos de ameloblastoma convencional são reconhecidos, mas esses padrões microscópicos em geral apresentam pouca relação com o comportamento do tumor Grandes tumores frequentemente mostram uma combinação de padrões (folicular, plexiforme, acantomatoso, de células granulares, desmoplásicos e de células basais) PADRÃO FOLICULAR É o padrão histopatológico mais comum e reconhecível Ilhas de epitélio lembram o epitélio do órgão do esmalte em meio a um estroma maduro de tecido conjuntivo fibroso Os ninhos epiteliais consistem em uma região central de células angulares arranjadas frouxamente, lembrando o retículo estrelado de um órgão do esmalte Uma única camada de células colunares altas, semelhantes a ameloblastos, rodeiam essa região central O núcleo dessas células está localizado no polo oposto à membrana basal (polaridade reversa) Em outras áreas, as células da periferia podem se mostrar mais cuboides, assemelhando-se a células basais A formação de cistos é comum e pode variar desde microcistos, que se formam dentro das ilhas de epitélio, até grandes cistos macroscópicos, que podem ter muitos centímetros de diâmetro Se uma biopsia incisional for realizada nesta área, um diagnóstico inadequado de “ameloblastoma unicístico” pode ser feito pelo patologista. Luísa Ferro P4 | UC10 PADRÃO PLEXIFORME O tipo plexiforme de ameloblastoma consiste em cordões longos e anastomosados ou lençóis maiores de epitélio odontogênico Os cordões ou lençóis de epitélio são delimitados por células colunares ou cúbicas, semelhantes a ameloblastos, circundando as células epiteliais arranjadas mais frouxamente O estroma de suporte tende a ser vascular e arranjado de maneira frouxa A formação de cistos é relativamente incomum nessa variante. Quando ocorre, está com mais frequência associada à degeneração do estroma, em vez de alterações císticas dentro do epitélio PADRÃO ACANTOMATOSO O termo ameloblastoma acantomatoso é aplicado quando ocorre metaplasia escamosa, frequentemente associada à formação de queratina, nas regiões centrais das ilhas epiteliais de um ameloblastoma folicular Essas alterações não indicam um curso mais agressivo para a lesão, mas ao exame histopatológico, tal lesão pode ser confundida com um carcinoma epidermoide ou com um tumor odontogênico escamoso PADRÃO DE CÉLULAS GRANDES OU GRANULARES Essas células apresentam citoplasma abundante preenchido por grânulos eosinofílicos, cujas características ultraestruturais e histoquímicas lembram lisossomos Apesar de ser considerado originalmente como uma consequência do envelhecimento ou da alteração degenerativa em lesões de longa duração, essa variante já foi observada em pacientes jovens Quando há grande quantidade de células granulares nos ameloblastomas, a designação apropriada é ameloblastoma de células granulares PADRÃO DESMOPLÁSICO Esse tipo de ameloblastoma contém pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico em um estroma densamente colagenizado Um aumento da produção da citocina conhecida como fator de crescimento transformador-β (TGF-β) associado a esta lesão, sugerindo que tal citocina possa ser responsável pela desmoplasia Células periféricas colunares semelhantes a ameloblastos são inconspícuas (quase impossível de ser percebido) nas ilhas epiteliais PADRÃO DE CÉLULAS BASAIS É o tipo menos comum de ameloblastoma Essas lesões são compostas por ninhos de células basaloides uniformes, muito similares ao carcinoma basocelular da pele Não há retículo estrelado na porção central dos ninhos As células periféricas ao redor dos ninhos tendem a ser cúbicas em vez de colunares AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO O ameloblastomaunicístico são responsáveis por 10% a 46% de todos os ameloblastomas intraósseos São frequentemente observados em pacientes mais jovens, com cerca de 50% de todos esses tumores diagnosticados durante a segunda década de vida. A média de idade em uma grande série de estudos foi de 23 anos Localização: 90% dos ameloblastomas unicísticos são encontrados na mandíbula, usualmente nas regiões posteriores Quadro clínico: lesão comumente assintomática, apesar de grandes lesões poderem causar um aumento de volume indolor nos ossos gnáticos HISTOPATOLOGIA ! ATENÇÃO ! Vale ressaltar que o tumor de ameloblastoma costuma ser uma mistura de todos os padrões (folicular, plexiforme, acantomatoso, células granulares, células basais e desmoplásico) Luísa Ferro P4 | UC10 Três variantes histopatológicas: 1. Ameloblastoma unicístico luminal: o tumor está confinado à superfície luminal do cisto. A lesão consiste em uma parede cística fibrosa com um revestimento composto total ou parcialmente por epitélio ameloblástico. Tal epitélio exibe uma camada basal de células colunares ou cúbicas com núcleo hipercromático, que apresenta polaridade reversa e vacuolização citoplasmática basilar. As células epiteliais sobrejacentes estão frouxamente coesas e lembram o retículo estrelado. Esse achado não parece estar relacionado ao edema inflamatório. 2. Ameloblastoma unicístico intraluminal: um ou mais nódulos de ameloblastomas se projetam do revestimento cístico em direção ao lúmen do cisto. Esses nódulos podem ser relativamente pequenos ou preencher, em grande parte, o lúmen cístico. Em alguns casos, o nódulo tumoral que se projeta no lúmen demonstra um padrão edemaciado, plexiforme, que lembra o padrão plexiforme visto nos ameloblastomas convencionais. Essas lesões são, às vezes, referidas como ameloblastomas unicísticos plexiformes. A proliferação celular intraluminal nem sempre preenche os rigorosos critérios histopatológicos para diagnóstico de ameloblastoma e isto pode ser secundário à inflamação que quase sempre acompanha esse padrão. O ameloblastoma típico, contudo, pode ser encontrado em outra região com menor componente inflamatório 3. Ameloblastoma unicístico mural: a parede fibrosa do cisto está infiltrada por ameloblastoma típico folicular ou plexiforme. A extensão e a profundidade da infiltração por ameloblastoma podem variar consideravelmente. Em qualquer suposto ameloblastoma unicístico, múltiplos cortes em diferentes níveis do espécime são necessários para descartar a possibilidade de invasão mural pelas células tumorais AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO (EXTRAÓSSEO) O ameloblastoma periférico é uma lesão incomum, sendo responsável por cerca de 1% a 4% de todos os ameloblastomas É provável que este tumor surja dos restos da lâmina dentária sob a mucosa oral, ou das células basais do epitélio de superfície Histopatologicamente, essas lesões apresentam as mesmas características que a variante intraóssea desse tumor O ameloblastoma periférico geralmente é uma lesão indolor, não ulcerada, séssil ou pediculada, que acomete a mucosa gengival ou alveolar Quadro clínico: As características clínicas não são específicas e a maioria das lesões é considerada clinicamente como um fibroma ou um granuloma piogênico A maioria dos casos mede menos de 1,5 cm, mas já foram descritas lesões maiores O tumor pode ser encontrado em pacientes com uma variada faixa etária, mas se observa a maioria deles em pessoas de meia-idade, com idade média descrita de 52 anos Localização: comumente encontrados na mucosa alveolar e gengival posterior e são mais comuns na mandíbula do que na maxila. Em alguns casos, o osso alveolar superficial se torna levemente erodido, mas não ocorre envolvimento ósseo. Alguns poucos exemplos de lesão microscopicamente idêntica ao ameloblastoma periférico foram relatados na mucosa jugal, estando de certo modo distantes dos tecidos moles alveolares ou gengivais HISTOPATOLOGIA É uma lesão indolor, não ulcerada, séssil ou pediculada, que acomete a mucosa gengival ou alveolar Os ameloblastomas periféricos apresentam ilhas de epitélio ameloblástico que ocupam a lâmina própria sob o epitélio superficial O epitélio em proliferação pode exibir qualquer uma das características descritas para o ameloblastoma intraósseo; os padrões plexiforme ou folicular são os mais comuns Nota-se a conexão do tumor com a camada basal do epitélio de superfície em 50% dos casos. Isto pode representar a origem do tumor a partir da camada basal em alguns casos, porém em outros casos o tumor pode ter se desenvolvido no tecido conjuntivo gengival e se misturado com o epitélio de superfície Foram descritos carcinomas de células basais da mucosa oral, mas a maioria deles seria mais bem designada como ameloblastomas periféricos Um fibroma odontogênico periférico pode ser microscopicamente confundido com um ameloblastoma periférico, em particular se houver um componente epitelial proeminente no último. A presença de dentina displásica ou de elementos semelhantes a cemento no fibroma odontogênico periférico e a ausência de células epiteliais colunares periféricas mostrando polaridade reversa do seu núcleo deveriam ser suficientes para distinguir as duas lesões Luísa Ferro P4 | UC10 AMELOBLASTOMA MALIGNO (CARCINOMA AMELOBLÁSTICO) Raramente, um ameloblastoma exibe comportamento maligno, com o desenvolvimento de metástases A frequência do comportamento maligno nos ameloblastomas é difícil de ser determinada, mas é provável que ocorra em bem menos do que 1% dos ameloblastomas A terminologia para essas lesões é um pouco confusa, mas não deve ser considerada controversa. O termo ameloblastoma maligno deve ser usado para um tumor que mostra características histopatológicas de um ameloblastoma, tanto no tumor primário quanto nas metástases É uma neoplasia bastante rara, com menos de 30 casos bem documentados descritos na literatura. O termo carcinoma ameloblástico deve ser reservado para um ameloblastoma que apresenta características citológicas de malignidade no tumor primário, em uma recidiva ou nas metástases. Esta também é uma rara condição, apesar de, aproximadamente, 200 casos terem sido relatados Essas lesões podem apresentar um curso local marcante e agressivo, porém as metástases não necessariamente ocorrem O ameloblastoma maligno não exibem características histopatológicas que os diferenciem dos ameloblastomas benignos. Assim, exibem características de um ameloblastoma tanto no tumor primário, quanto nas metástases Suas metástases geralmente acontecem mais no pulmão Geralmente ocorrem 10 anos após o tratamento do ameloblastoma primário CLÍNICA Observados em pacientes cujas idades variavam de seis a 61 anos (com a média de 30 anos de idade), e predileção por gênero não é observada Para os pacientes com metástases documentadas, o intervalo entre o tratamento inicial do ameloblastoma e a primeira evidência de metástase varia de três a 45 anos Em praticamente um terço dos casos, as metástases não se tornam aparentes até que seja atingido um período de 10 anos após o tratamento do tumor primário Carcinomas ameloblásticos, por outro lado, tendem a se desenvolver em uma fase mais tardia da vida, com a idade média ao diagnóstico na sexta década de vida Os homens são acometidos duas vezes com mais frequência que as mulheres As metástases dos ameloblastomas são mais usualmente encontradas nos pulmões. Elas têm sido consideradas, em alguns casos, como metástases por aspiração ou implantação. Contudo, a localização periférica de algumas dessas metástases pulmonares sugere que elas devam ter ocorrido por vias sanguíneas ou linfáticas, em vez de por aspiração Os linfonodos cervicais são o segundo sítio mais comum para metástases de um ameloblastoma. A disseminação para as vértebras, outros ossos e vísceras têm também sido, por vezes, comprovada Os achados radiográficos dos ameloblastomas malignos podem ser essencialmente os mesmos daqueles encontrados nos ameloblastomas não metastáticos Os carcinomas ameloblásticos são mais usuais como lesões agressivas, com margens mal definidas e destruição cortical HISTOPATOLOGIA Nos ameloblastomas malignos, tanto o tumor primário dos ossos gnáticos quanto as metástases não exibem características que os difiram dos ameloblastomas com um curso local benigno Nos carcinomas ameloblásticos, tanto as metástases quanto o tumor primário mostram o padrão microscópico de um ameloblastoma, além das características citológicas de malignidade Estas características incluem o aumento da razão núcleo-citoplasma, hipercromatismo nuclear e a presença de mitoses Também podem estar presentes necrose das ilhas tumorais e áreas de calcificação distrófica ADENOMA PLEOMÓRFICO Tumor benigno de glândula salivar. Aparece entre os 30 – 60 anos. Presente em mais de 60% dos adenomas pleomórficos. É composto por células ductais e mioepiteliais. Ocorrem devido a translocações no PLAG1 (8q12). O estroma é induzido pelas células desse adenoma, a fazer modificações e se assemelha a cartilagem, estroma fibroso e etc Luísa Ferro P4 | UC10 O adenoma pleomórfico também pode ser chamado de tumor misto benigno É a neoplasia de glândula salivar mais comum Representa cerca de 50 a 77% das neoplasias da parótida, 53 a 72% dos tumores da glândula subandibular e 33 a 41% dos tumores de glândula salivar menor São derivados de uma mistura de elementos ductais e mioepitias Seus nomes representam uma tentativa de descrever suas características histopatológicas Apresenta um padrão celular variável Apresenta um componente estromal proeminente que se parece com o mesênquima Em aproximadamente 70% dos adenomas pleomórficos observamos translocações, principalmente envolvendo o gene do adenoma pleomórfico 1 (PLAG1), que se localiza na região cromossômica 8q12 É um tumor de crescimento lento, composto por uma população bifásica de células que simulam a aparência ductal e de células mioepiteliais A exposição à radiação aumenta o risco de desenvolver esse tumor CARACTERÍSTICA CLÍNICA Costuma se apresentar como um aumento de volume firme, indolor e de crescimento lento O paciente pode ter notado a presença da lesão há muitos meses ou anos, antes de procurar um diagnóstico Pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém é mais comum em adultos jovens e adultos de meia-idade, entre as idades de 30 e 60 anos O adenoma pleomórfico é também a neoplasia de glândula salivar menor primária mais comum na infância Podemos notar uma discreta predileção pelo sexo feminino Localização: 1. Palato: é a localização mais comum dos adenomas pleomórficos, representando aproximadamente 50% a 65% dos exemplos intraorais. As neoplasias de palato quase sempre são encontradas na região lateral posterior do palato, apresentando-se como um aumento de volume de formato arredondado e de superfície lisa 2. Lábio superior (19% a 27%): são frequentemente móveis 3. Mucosa jugar (13% a 17%): são frequentemente móveis Se a lesão for traumatizada, uma ulceração secundária pode ocorrer. Naturalmente, a mucosa do palato duro é fortemente aderida a ele, e, por isso, as neoplasias desta localização não são móveis, embora os da mucosa labial ou da mucosa jugar sejam frequentemente móveis HISTOPATOLOGIA É uma lesão normalmente encapsulada e bem circunscrita Sua cápsula pode ser incompleta ou exibir infiltração pelas células neoplásicas. Essa falta de encapsulação completa é mais comum nos tumores de glândula salivar menor, especialmente ao longo da porção superficial daqueles do palato, abaixo da superfície epitelial O parênquima da lesão é composto de uma mistura de epitélio glandular e células mioepiteliais dentro de um fundo semelhante ao mesênquima. A proporção dos elementos epiteliais e do componente semelhante ao mesênquima é altamente variável dentre as diferentes neoplasias. Algumas consistem quase que inteiramente em um fundo “estromal”. Outras são altamente celulares, com poucas alterações de fundo. Geralmente, o epitélio forma ductos e estruturas císticas, ou pode ocorrer na forma de ilhas ou cordões de células Também podem ser vistas células escamosas produtoras de queratina ou células produtoras de muco As células mioepiteliais geralmente perfazem uma grande porcentagem das células neoplásicas e exibem morfologia variável, por vezes podendo se apresentar como células anguladas ou fusiformes Algumas células mioepiteliais são arredondadas e possuem núcleo excêntrico e citoplasma eosinofílico hialinizado, lembrando plasmócitos. Essas células mioepiteliais plasmocitoides características são mais proeminentes nas neoplasias oriundas de glândulas salivares menores Acredita-se que as alterações “estromais” características sejam produzidas pelas células mioepiteliais. Um extenso acúmulo de material mucoide pode ocorrer por entre as células neoplásicas, resultando em um fundo mixomatoso. Nessas áreas, a degeneração vacuolar das células pode produzir uma aparência condroide. Em muitas neoplasias, o estroma exibe áreas de alterações eosinofílicas e hialinizadas. Algumas vezes, gordura ou material osteoide pode também ser observado Luísa Ferro P4 | UC10 Ocasionalmente, as neoplasias de glândula salivar podem ser compostas quase que exclusivamente por células mioepiteliais, sem componentes ductais. Geralmente, tais lesões são chamadas de mioepiteliomas, embora provavelmente representem um espectro terminal dos adenomas pleomórficos CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ORAL OU CARCINOMA BASOLOIDE ESCAMOSO É o câncer bucal. Neoplasia maligna mais comum da boca. Inicia como uma leucoplasia (termo clínico para placa branca, não removível a raspagem, sem hipótese diagnóstica clara. Essa placa pode ser lisa, fissurada, verrucosa, pode formar uma eritroplasia – lesões salpicadas que desenvolvem lesão avermelhada arrodeada de leucoplasia ou não). É mais comum em idosos. Os tabagistas, especialmente aqueles que consomem altos índices de álcool, apresentam grande fator de risco para essa doença. É uma doença genética. Os tumores intrabucais tendem a ser mais agressivos do que os de lábio inferior Após biopsia da leucoplasia podemos ver uma hiperqueratose ou uma displasia (que é o que apresenta alto potencial de malignidade) Aproximadamente 95% dos cânceres da cavidade oral são carcinomas de células escamosas, sendo que os restantes são compostos em grande parte de adenocarcinomas de glândulas salivares. Esse tumor maligno epitelial agressivo é a sexta neoplasia mais comum no mundo de hoje. Apesar dos inúmeros avanços no tratamento, a taxa de sobrevida de longo prazo tem sido inferior a 50% nos últimos 50 anos. Essa perspectiva sombria é decorrente de vários fatores, principalmente do fato de que o câncer bucal muitas vezes é diagnosticado em estágio avançado. Múltiplos tumores primários podem estar presentes no diagnóstico inicial, mas mais frequentemente são detectados mais tarde, a uma taxa estimada de 3-7% por ano; os pacientes que sobrevivem cinco anos após o diagnóstico do tumor inicial têm possibilidade de até 35% de desenvolver pelo menos um novo tumor primário dentro desse intervalo O desenvolvimento desses tumores secundários pode ser particularmente devastador para pessoas cujas lesões iniciais eram muito pequenas. Assim, apesar de uma taxa de sobrevida de cinco anos maior do que 50% para pacientes com tumores pequenos, esses pacientes frequentemente morrem de segundos tumores primários. Portanto, a vigilância e a detecção precoce de novas lesões pré-malignas são cruciais para a sobrevida de longo prazo de pacientes com carcinoma de células escamosas oral. É uma variante de carcinoma epidermoide recentemente descrito, que surge principalmente no trato aerodigestivosuperior, com predileção pela laringe, hipofaringe e base da língua Mais de 100 casos orais também foram relatados Uso pesado de tabaco e de álcool parece representar os principais fatores de risco Além disso, recentes estudos sugerem que o HPV pode desempenhar um papel importante na etiopatogenia de um subconjunto distinto de carcinomas basaloides escamosos de orofaringe, particularmente aqueles nas tonsilas palatinas e linguais “Cancerização de campo”: hipótese sugere que os vários tumores primários se desenvolvem de maneira independente, como resultado de anos de exposição crônica da mucosa a agentes cancerígenos, como álcool ou tabaco Usuários crônicos de tabaco e álcool, também infecção por HPV. Na índia e sudeste da Ásia, mastigação de bétel e paan é fator predisponentes importante. O bétel é uma “poção de bruxa” que contém noz de areca, cal e tabaco, tudo embrulhado em uma folha de castanha de bétel. O prognóstico para pacientes com tumores positivos para o HPV é melhor do que para aqueles com tumores HPV- negativos. MORFOLOGIA: Pode surgir em qualquer parte da cavidade oral. Os locais mais comuns são a superfície ventral da língua, assoalho da boca, lábio inferior, palato mole e gengiva. MACROSCÓPICA: Nos estágios iniciais, esses tipos de câncer podem aparecer como placas elevadas, firmes, peroladas, ou como espessamentos da mucosa irregulares, rugosos ou verrucosos. Qualquer padrão pode ser sobreposto sobre um fundo de leucoplasia ou eritroplasia. À medida que essas lesões aumentam, elas tipicamente formam massas ulceradas e salientes que têm bordas irregulares e endurecidas ou enroladas. Luísa Ferro P4 | UC10 HISTOLÓGICA: O carcinoma de células escamosas desenvolve-se a partir de lesões precursoras displásicas. Os padrões histológicos variam de neoplasias queratinizantes bem diferenciadas (Fig. 14-4, B) até tumores anaplásicos, alguns vezes sarcomatoides. No entanto, o grau de diferenciação histológica, como determinado pelo grau relativo de queratinização, não se correlaciona necessariamente com o comportamento biológico. Normalmente, o carcinoma de células escamosas oral infiltra localmente antes de metastatizar. Os linfonodos cervicais são os locais mais comuns de metástase regional; locais frequentes de metástases a distância incluem linfonodos mediastinais, pulmões e fígado. CLÍNICA Carcinoma basaloide escamoso tende a ocorrer em pessoas de 40 a 85 anos de idade e surge mais frequentemente em homens do que em mulheres. A lesão aparece clinicamente como um nódulo ou úlcera, pode ser dolorosa, ou interferir na deglutição (disfagia). Aproximadamente dois terços dos casos são diagnosticados em um estágio clínico avançado HISTOPATOLOGIA O carcinoma basaloide escamoso possui dois componentes microscópicos. O primeiro é um carcinoma epidermoide, bem ou moderadamente diferenciado, frequentemente com ulceração da superfície, origem multifocal e áreas de carcinoma in situ. O segundo componente mais profundo é um epitélio basaloide invasivo disposto em ilhas, cordões e lóbulos semelhantes à glândula Essa porção mais profunda frequentemente exibe células periféricas em paliçada, necroses centrais e diferenciação ocasional epidermoide Esse componente parece similar ao carcinoma basocelular, carcinoma adenoide cístico, adenocarcinoma de células basais ou carcinoma neuroendócrino A interface entre os dois componentes é súbita e distinta, porém uma transição entre as células epidermoides e basaloides pode ser observada As células basaloides e as ilhas celulares frequentemente são circundadas por um estroma mucoide (material da lâmina basal) Os espaços microcísticos preenchidos por material da lâmina basal positivo para PAS podem também estar entremeados entre as ilhas tumorais CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE Neoplasia maligna que, de início, imida as neoplasias malignas. No entanto, com o tem as lesões crescem e sofrem ulcerações O carcinoma mucoepidermoide é uma das neoplasias malignas de glândula salivar mais comum Devido a seu potencial biológico altamente variável, essa lesão era originalmente chamada de tumor mucoepidermoide. O termo reconhecia um primeiro grupo com características malignas e um segundo grupo que aparentemente se comportava como uma lesão benigna, com prognóstico favorável. Entretanto, pesquisadores reconheceram, posteriormente, que até mesmo os tumores mucoepidermoides de baixo grau ocasionalmente podiam exibir um comportamento maligno; desse modo, o termo carcinoma mucoepidermoide é a denominação preferencial. A patogênese dessa neoplasia é incerta, embora a exposição à radiação possa ser fator de risco. Séries de casos publicadas relataram que 38% a 82% dos carcinomas mucoepidermoides irão apresentar uma translocação recíproca t(11;19), que resulta na produção do oncogene de fusão CRTC1-MAML2. Essa translocação é identificada mais frequentemente em neoplasias de baixo grau e de grau intermediário. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS A maioria das grandes séries de casos demonstra que o carcinoma mucoepidermoide é a neoplasia maligna mais comum das glândulas salivares, representando 4% a 10% de todas as neoplasias das glândulas salivares maiores e 13% a 23% das glândulas salivares menores. Frequentemente, ocorre numa ampla variação etária, desde a segunda até a sétima década de vida. Raramente, essa lesão é vista na primeira década de vida. Entretanto, o carcinoma mucoepidermoide é a neoplasia maligna de glândula salivar mais comum em crianças. Luísa Ferro P4 | UC10 O carcinoma mucoepidermoide é mais comum na parótida e, usualmente, apresenta-se como um aumento de volume assintomático A maioria dos pacientes percebe a presença da lesão com um ano ou menos de evolução, embora existam relatos de aumentos de volume com muitos anos de duração. Pode se desenvolver dor ou paralisia do nervo facial, geralmente associadas a lesões de alto grau. As glândulas salivares menores constituem a segunda localização preferencial, especialmente o palato As neoplasias de glândula salivar menor também se apresentam como aumentos de volume assintomáticos, que algumas vezes são flutuantes e apresentam coloração azulada ou vermelha, podendo ser confundidas clinicamente com uma mucocele Embora o lábio inferior, o assoalho de boca, a língua e a região retromolar sejam localizações incomuns para as neoplasias de glândula salivar, o carcinoma mucoepidermoide é a neoplasia de glândula salivar mais comum em cada uma destas localizações Lesões intraósseas também podem se desenvolver nos ossos maxilares HISTOPATOLOGIA Como o nome sugere, o carcinoma mucoepidermoide é composto de uma mistura de células produtoras de muco e células epidermoides As células mucosas apresentam formato variado, mas contêm um abundante citoplasma espumoso que se cora positivamente com colorações para mucina As células epidermoides são distinguidas por apresentar características de células epiteliais, geralmente demonstrando formato poligonal, pontes intercelulares e, raramente, ceratinização Além disso, é típica a presença de um terceiro tipo de célula – a célula intermediária –, e acredita-se que seja uma célula progenitora tanto para as células mucosas quanto para as células epidermoides As células intermediárias variam em aparência desde células pequenas e basaloides (“maternais”) a células ovoides levemente aumentadas com citoplasma escasso e palidamente eosinofílico Algumas neoplasias também exibem um número variável de células claras, que algumas vezes podem ser predominantes Não é incomum a presença de um infiltrado linfoide associado que pode ser tão proeminente que, em alguns casos, a lesão pode ser confundida com uma metástase dentro de um linfonodo Outras variantes do carcinoma mucoepidermoide podem demonstrar numerosos oncócitos ou esclerose proeminente do estroma tumoral Tradicionalmente, os carcinomasmucoepidermoides têm sido classificados em três graus histopatológicos, com base nos seguintes critérios: 1. Quantidade de formação cística 2. Grau de atipia celular 3. Número relativo de células mucosas, epidermoides e intermediárias. Neoplasias de baixo grau exibem proeminente formação cística, atipia celular mínima e uma proporção relativamente elevada de células mucosas As de alto grau consistem em ilhas sólidas de células epidermoides e intermediárias que podem demonstrar considerável pleomorfismo e atividade mitótica As células produtoras de muco podem ser infrequentes, e algumas vezes pode ser difícil distinguir o tumor do carcinoma epidermoide As neoplasias de grau intermediário exibem características que se situam entre as de baixo grau e as de alto grau. Ocorre formação cística, mas é menos proeminente do que a observada nas de baixo grau Todos os três principais tipos celulares estão presentes, mas geralmente o intermediário pode predominar A atipia celular pode ou não ser observada Entretanto, alguns autores relataram que a proporção relativa desses três tipos celulares não é necessariamente correlacionada com o prognóstico. Para superar essa questão, dois grupos experientes propuseram esquemas de avaliação baseados em parâmetros microscópicos, aos quais foram atribuídos valores para determinar o grau da neoplasia DESCREVER A EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO (TABACO – ÁLCOOL – HPV) EPIDEMIOLOGIA Luísa Ferro P4 | UC10 O câncer da boca (também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) é um tumor maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. É mais comum em homens acima dos 40 anos, sendo o quarto tumor mais frequente no sexo masculino na região Sudeste. A maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados A parte posterior da língua, as amígdalas e o palato fibroso fazem parte da região chamada orofaringe e seus tumores têm comportamento diferente do câncer de cavidade oral O carcinoma epidermoide ou espinocelular é o CA de boca mais comum FATORES DE RISCO Os principais fatores de risco para o CA de boca são: 1. Tabagismo 2. Etilismo 3. HPV 4. Trauma crônico 5. Exposição ao Sol sem proteção representa um risco significativo para o CA de lábios (sendo o lábio inferior o mais acometido, já que é onde bate o Sol) 6. Genética TABAGISMO O principal fator de risco para o câncer de boca é o tabagismo. Assim, o paciente que fuma apresenta mais de 40x chances de ter um câncer de boca do que uma pessoa que não fuma, isso se agrava se o paciente além de fumar, também beber ETILISMO Quando o paciente bebe e fuma os riscos se multiplicam (não se somam), gerando um efeito sinérgico HPV Principalmente para câncer de orofaringe TRAUMA CRÔNICO Má higiene oral Prótese dentaria mal ajustada que fica machucando a mucosa RELATAR AS MANIFESTAÇÕES, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS NEOPLASIAS DA BOCA (AS MESMA DE HISTOPATOLOGIA) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pacientes com câncer de boca (carcinoma epidermóide – tipo mais comum de CA de boca) os primeiros sintomas se manifestam como os “4D´s”: 1. Dor 2. Disfagia: dificuldade para passar o alimento pela boca 3. Disfonia 4. Dispneia A depender do sitio anatômico que a lesão se localize, um dos sintomas se intensificará Além disso, o paciente apresenta: 1. Lesão ulcerada (lembrando uma afta que não cicatriza a mais de 15 dias): normalmente uma úlcera friável, com bordas mal delimitadas, elevadas, sanguinolentas, com rubor, dolorosas, consistência endurecida e em crescimento 2. Massa cervical (nódulos): sinal de metástase em linfonodo cervical 3. Rouquidão persistente 4. Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas Em casos mais avançados o paciente pode apresentar: Luísa Ferro P4 | UC10 1. Sangramento 2. Dor incontrolável 3. Síndrome consumptiva: perda ponderal por não conseguir mastigar e engolir, portanto não se alimenta 4. Insuficiência respiratória 5. Sensação de que há algo preso na garganta SINAIS CLÍNICOS O carcinoma epidermoide de boca tem uma apresentação clínica variada, incluindo: 1. Exofítica (aumento de volume; vegetante, papilífera, verruciforme): superfície irregular, vegetante, papilífera ou verrucosa e pode variar de coloração normal ao vermelho ou branco, dependendo da quantidade de queratina e vascularização. A superfície é frequentemente ulcerada e a neoplasia é endurecida à palpação. 2. Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada): Tem uma área central deprimida, de formato irregular, ulcerada, com uma borda “em rolete” de mucosa normal, vermelha ou branca. A borda em rolete resulta da invasão das células neoplásicas para o interior do tecido e para as lateria abaixo do epitélio. Essa aparência não é única do carcinoma oral, uma vez que lesões granulomatosas, tais como infecções fúngicas profundas, tuberculose, sífilis terciária, lesões orais de granulomatose de Wegener ou da doença de Crohn e ulceras traumáticas crônicas podem ter aparência similar. 3. Eritroplásica (mancha vermelha) 4. Leucoplásica (mancha branca) 5. Eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelha e branca) A leucoplasia e a eritroplasia são provavelmente casos em fases iniciais, que ainda não produziram aumento de volume ou ulceração. DIAGNÓSTICO Quando o paciente chega queixando-se de uma ferida na boca que não cicatriza por mais de 14/15 dias deve-se realizar uma biópsia, preferencialmente, do tipo incisional, que pode ser feita no ambulatório e mandar para um exame histopatológico TIPOS DE BIÓPSIA Existem vários tipos de biópsia, podendo ser por: 1. Agulha fina: é um exame mais citológico, visto que é feita uma punção aspirativa por agulha fina onde se retiram células, realizando um exame mais citológico 2. Agulha grossa: é feita uma punção aspirativa por agulha grossa onde se retiram células e pedaços do tecido para se realizar uma análise histológica 3. Incisional: retirada de um pedaço da lesão com o auxílio do bisturi 4. Excisional: retirada de toda a lesão com o auxílio do bisturi. Não é muito indicada, já que muitas vezes a lesão é grande e, como não se sabe o potencial de malignidade até então, pode ser desnecessário ou, caso se confirme a malignidade, não se sabe mais ao certo os limites da lesão para que se retire a margem de segurança ESTADIAMENTO E EXAMES COMPLEMENTARES Field cancerization (cancerização de campo): paciente que fuma + bebe e tem CA de boca, apresenta a mesma predisposição genética e fator ambiental para desenvolver outros cânceres de cabeça e pescoço Para o estadiamento é necessário que sejam realizados exames complementares, tais como: 1. Exame endoscópico completo a) Laringoscopia b) Endoscopia 2. Exame radiológico completo de cabeça, pescoço e tórax: TC Também poderiam ser feitos: 1. Broncoscopia: suspeita de lesão de brônquio 2. USG de bexiga: paciente que fuma e bebe também apresenta risco para CA de bexiga Luísa Ferro P4 | UC10 Exame físico completo: oroscopia + palpação da cabeça e pescoço ESTADIAMENTO Envolve o TNM: T Avalia-se: Profundidade Tamanho Invasão óssea: sendo o sítio mais comum a mandíbula N Linfonodos cervicais M Metástase à distância TRATAMENTO Objetivos: 1. Cura: é possível? 2. Funcionalidade: o paciente vai recuperar? Vai conseguir se alimentar, falar, sair da traqueostomia? 3. Estética: como vai ficar o pós operatório? Em quase todos os CA de boca o tratamento é feito através da cirurgia, exceto em casos de invasão de carótida ou fáscia vertebral (não possibilitam ressecção com margens livres, prejudicando o prognostico e qualidade de vida do paciente. Pode-se precisar tirar mais tecido do que é o possível de se sobreviver sem) A cirurgia normalmenteconsiste na retirada da área afetada pelo tumor associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução quando necessário Nas lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas a retirada da lesão Nos casos mais complexos, além do tratamento cirúrgico, é necessária realização de radioterapia para complementar o tratamento e obter melhor resultado curativo Princípios do tratamento cirúrgicos: 1. Ressecção com margens livres de pelo menos 1 cm 2. Esvaziamento cervical: linfadenectomia cervical, é um procedimento cirúrgico utilizado para prevenir e erradicar metástases nos linfonodos da região do pescoço a) Pacientes sem linfonodos palpáveis: maneira mais conservadora, é o esvaziamento cervical eletivo/seletivo b) Pacientes com linfonodos palpáveis: é necessário a realização de um esvaziamento cervical mais radical/modificado 3. Reconstrução: programar como reabilitar o paciente para que ele possa ter uma boa qualidade de vida A radioterapia e a quimioterapia são indicadas quando a cirurgia não é possível ou quando o tratamento cirúrgico traria sequelas funcionais importantes e complicadas para a reabilitação funcional e a qualidade de vida do paciente Em todas as etapas do tratamento é importante o aspecto interdisciplinar (com a participação de vários profissionais de saúde) visando a prevenir complicações e sequelas APRESENTAR OS MÉTODOS DE PREVENÇÃO PARA AS NEOPLASIAS MALIGNAS DA CAVIDADE ORAL Não fumar Evitar o consumo de bebidas alcoólicas Manter o peso corporal dento dos limites da normalidade Manter boa higiene bucal Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral BEBIDA QUENTE E INCIDÊNCIA DO CÂNCER DE BOCA A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) da OMS alertou que o consumo de café, chimarrão, tererê e mate acima de 65 graus favorecem o desenvolvimento do carcinoma epidermoide no esôfago, devido à lesão térmica provocada na mucosa que reveste o órgão. “O que acontece é uma combinação de fatores de risco, com a associação da lesão ao tabagismo e ao etilismo [consumo de álcool]. Noventa por cento dos pacientes com câncer de esôfago no Brasil são tabagistas e etilistas”. Os componentes dessas bebidas não são cancerígenos, o que influencia é a temperatura O câncer de esôfago é o sétimo mais comum nos homens, a incidência na Região Sul é duas vezes e meia a cinco vezes maior do que no restante do país Luísa Ferro P4 | UC10 HPV REINCIDÊNCIA O vírus tem o comportamento de se manter circulante no corpo, como o Herpes vírus, nesse caso, se houver qualquer tipo de imunodepressão (como o câncer, no caso do problema), a infecção por HPV pode retornar como uma patologia oportunista
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