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1 Gabrielle Nunes LESÕES PROLIFERATIVAS E NEOPLÁSICAS DA CAVIDADE ORAL INTRODUÇÃO O câncer da boca (também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) é um tumor maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. A maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados. EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO A doença é mais frequente em homens, a partir dos 40 anos, e apresenta melhor prognóstico quando diagnosticada e tratada em estágios iniciais. Apesar dos inúmeros avanços no tratamento, a taxa de sobrevida de longo prazo tem sido inferior a 50% nos últimos 50 anos. • Nos casos relacionados à infecção por HPV, em geral, as primeiras manifestações costumam aparecer sete anos mais cedo. Mais comumente elas aparecem na parte posterior da língua, mas também podem surgir no assoalho bucal, lábios, bochechas, gengivas, glândulas salivares, amígdalas e no céu da boca. • O CARCINOMA EPIDERMOIDE é um tumor epitelial agressivo é a sexta neoplasia mais comum no mundo de hoje. • O Brasil é o terceiro país com o maior número de ocorrências de câncer de boca, com 15 mil casos por ano. • Em 2018, 6.455 pacientes foram a óbito devido ao câncer de boca, dos quais 4.974 foram homens (8° lugar - 4,2) e 1.481 mulheres. ESTÁTISTICA: Estima-se 11.180 casos novos da doença em homens e 4.010 em mulheres para cada ano do triênio 2020-2022. As regiões Sudeste e Sul apresentam as maiores taxas de incidência e de mortalidade da doença. FATORES DE RISCO: Imunossupressão, etilismo, excesso de gordura corporal, exposição à radiação solar (para câncer de lábio), • Infecção pelo HPV tipo 16: o risco é maior para câncer de orofaringe; pacientes com menor nível socioeconômico; OBS: a detecção de HPV 16 em células epiteliais está associada a um risco quase quatro vezes maior de câncer oral e a um aumento do risco superior a 14 vezes de carcinoma de orofaringe. O HPV 16 foi identificado em mais de 90% dos carcinomas epidermoides de orofaringe HPV-positivos. Acredita-se que o HPV atue nos Oncogenes E6 e E7. O oncogene E6, promove a degradação dos genes supressores de tumor como o P53, e o oncogene E7 provoca a inativação da proteína supressora de tumor pRb. • Tabagismo: o risco aumenta de acordo com o tempo de exposição ao fumo e com a carga tabágica (número de cigarros fumados por dia); OBS: A quantidade de pacientes com câncer oral e que são tabagistas, é cerca de duas a três vezes maior que a população geral. • Mascar betel (chiclete de Taiwan): mistura de semente de areca – um gênero de palmeira –, folhas de Piper betle –um tipo de pimenteira – e, geralmente, tabaco. Há outras variações desta mistura). A semente de areca libera substâncias altamente cancerígenas; • Gênero e idade: Homens com mais de 40 anos. Não se conhece o porquê na diferença racial na prevalência de carcinomas de orofaringe HPV- positivos, embora alguns autores levantem a hipótese de que as diferenças de comportamento, taxas de aquisição de HPV oral e/ou eliminação de vírus possam desempenhar um papel. • Cândida hiperplásica: condição potencialmente maligna. • Trauma crônico: má higiene oral, lesões consecutivas por próteses; O tabagismo e o etilismo são os principais fatores de risco para os cânceres de lábio e cavidade oral. O número de casos em fumantes chega a ser de duas a três vezes maior que entre não fumantes. Evidências demonstram haver sinergismo entre tabagismo e etilismo, o que potencializa o risco. Como o álcool favorece? Evidências mostram que o acetaldeído, o principal e mais tóxico metabólito do álcool, interrompe a síntese e o reparo do DNA e, portanto, pode favorecer a carcinogênese. Além disso, maior exposição ao etanol também induz o estresse oxidativo 2 Gabrielle Nunes por meio do aumento da produção de oxigênio com potencial reativo e genotóxico. Sugere-se, ainda, que o álcool possa funcionar como um solvente, favorecendo a penetração celular de carcinogéneos dietéticos ou ambientais (por exemplo, tabaco) ou interferindo nos mecanismos de reparo do DNA. Como o excesso de gordura corporal favorece? o excesso de gordura corporal está associado a alterações metabólicas e endócrinas, como hiperinsulinemia e níveis elevados de estrogênio. A insulina e o estrogênio estimulam a multiplicação celular e inibem a apoptose, levando à proliferação celular aumentada. Além disso, a obesidade também estimula a resposta inflamatória, favorecendo a carcinogênese. ETIOLOGIA LESÕES PRÉ-MALIGNAS LEOCOPLASIA Uma mancha ou placa branca que não pode ser ras- pada e não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença. Aproximadamente 3% da população mundial têm lesões leucoplásicas, das quais 5-25% são pré-malignas e podem evoluir para carcinoma de células escamosas. Histopatologia: pode ser uma hiperqueratose, displasia (cristas epiteliais mais alongadas e em forma de gota, hipercromatismo e aumento no número de células da camada basal); acúmulo de atipias > carcinoma espinocelular; ERITROPLASIA É uma área vermelha, aveludada, possivelmente erodida, que é plana ou ligeiramente deprimida em relação à mucosa circundante. A eritroplasia está associada a um risco muito maior de transformação maligna do que a leucoplasia. • Pessoas entre 40-70 anos, mais em homens; • Muitas vezes já está associado a um carcinoma in situ Embora a etiologia seja multifatorial, o uso do tabaco (cigarros, cachimbos, charutos e tabaco de mascar) é o fator de risco mais comum para leucoplasia e eritroplasia. TUMORES MALIGNOS: CARCINOMA EPIDERMOIDE Aproximadamente 95% dos cânceres da cavidade oral são carcinomas de células escamosas, sendo que os restantes são compostos em grande parte de adenocarcinomas de glândulas salivares. O câncer oral nos Estados Unidos representa menos de 2% de todas as neoplasias malignas (excluindo as de pele não melanoma e carcinoma in situ para todos sítios, exceto bexiga urinária). Representa o décimo primeiro câncer mais comum em homens e o décimo sexto mais comum em mulheres. Cerca de 27.000 novos casos de câncer de boca são diagnosticados anualmente, e cerca de 5.500 indivíduos morrem desta doença a cada ano Múltiplos tumores primários podem estar presentes no diagnóstico inicial, mas mais frequentemente são detectados mais tarde, a uma taxa estimada de 3-7% por ano; os pacientes que sobrevivem cinco anos após o diagnóstico do tumor inicial têm possibilidade de até 35% de desenvolver pelo menos um novo tumor primário dentro desse intervalo. • CANCERIZAÇÃO DE CAMPO: Hipótese baseada no risco elevado de tumores primários adicionais aos pacientes com diagnóstico de câncer de boca. O concento baseia-se na possibilidade de vários tumores primários desenvolvem-se de maneira independente, como resultado de anos de exposição crônica da mucosa a agentes cancerígenos, como álcool ou tabaco. PATOGENIA A causa do carcinoma epidermoide é multifatorial: FATORES EXTRÍNSECOS: fumo, álcool, sífilis e luz solar (ca de lábio). FATORES INTRÍNSECOS: desnutrição geral ou anemia por deficiência de ferro. A hereditariedade parece não desempenhar um papel principal na causalidade do carcinoma oral, embora algumas condições hereditárias (p.ex., disqueratose congênita, anemia de Fanconi) tenham sido associadas a ele. As aberrações genéticas comumente identificadas no carcinoma epidermoide oral incluem anormalidades dos oncogenes ras, myc e EGFR e dos genes supressores de tumor TP53, pRb, p16 e E-caderina. USUÁRIOS CRÔNICOS DE ÁLCOOL E TABACO Mutações compatíveis com a exposição aos carcinógenos do tabaco: alterações no TP53 e em genes que regulam que regulam a diferenciaçãode células escamosas, como p63 e NOTCHI. 3 Gabrielle Nunes • Superexpressão de pRb e diminuição do p16 PACIENTES PORTADORES DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV-16) São tumores que ocorrer nas criptas tonsilares ou na base da língua. • Carregam uma menor quantidade de mutações: superexpressão do p16, um inibidor da quinase dependente de ciclina. • Expressam TP53 selvagem • Baixos níveis de pRb Notavelmente, o prognóstico para pacientes com tumores positivos para o HPV é melhor do que para aqueles com tumores HPV-negativos. A vacina contra o HPV, que protege contra câncer de colo de útero, oferece esperança para limitar o aumento da frequência de carcinoma de células escamosas orofaríngeo associado ao HPV. MORFOLOGIA E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS O carcinoma de células escamosas pode surgir em qualquer parte da cavidade oral. No entanto, os locais mais comuns são a superfície ventral da língua, o assoalho da boca, o lábio inferior, o palato mole e a gengiva. ESTÁGIO INICIAL: podem aparecer como placas elevadas, firmes, peroladas, ou como espessamentos da mucosa irregulares, rugosos ou verrucosos. Qualquer padrão pode ser sobreposto sobre um fundo de leucoplasia ou eritroplasia. Durante a fase inicial de crescimento, a sensibilidade dolorosa é mínima, o que pode explicar o atraso na busca do cuidado profissional. ESTÁGIOS MAIS AVANÇADOS: À medida que essas lesões aumentam, elas tipicamente formam massas ulceradas e salientes que têm bordas irregulares e endurecidas ou enroladas. O carcinoma epidermoide de boca tem uma apresentação clínica variada, incluindo as seguintes: EXOFÍTICA Aumento de volume; vegetante, papilífera, verruciforme, coloração variada; Lesão com superfície áspera e irregular com áreas de eritema mescladas a pequenas áreas brancas de queratose Lesão cronicamente ulcerada na superfície ventral direita da língua. ENDOFÍTICO Tem uma área central deprimida, de formato irregular, ulcerada, com uma borda “em rolete” de mucosa normal, vermelha ou branca; invasiva, escavada, ulcerada, podendo ter áreas de necrose; LEUCOPLÁSICA Mancha branca, geralmente corresponde a fase inicial. ERITROPLÁSICA Mancha vermelha, geralmente em quadros iniciais. Eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelha e branca): lesões salpicadas. 4 Gabrielle Nunes HISTOPATOLÓGICO: o carcinoma de células escamosas desenvolve-se a partir de lesões precursoras displásicas. Os padrões histológicos variam de neoplasias queratinizantes bem diferenciadas (Fig. 14-4, B) até tumores anaplásicos, alguns vezes sarcomatoides. No entanto, o grau de diferenciação histológica, como determinado pelo grau relativo de queratinização, não se correlaciona necessariamente com o comportamento biológico. • Ilhotas de células com pérolas córneas; • Células com pontes intercelulares bem visíveis. Pleomorfismo; nucléolos proeminente (hipercromatismo); figuras de mitose; SINTOMAS: INICIAIS: Dor, disfonia, disfagia e dispneia; lesão ulcerada; massa cervical (metástase linfonodal cervical); • CASOS AVANÇADOS: sangramento, dor incontrolável, síndrome consumptiva, insuficiência respiratória. DIAGNOSTICO (1) Ferida na boca que não cicatriza > 14d > BIÓPSIA INCISIONAL (ambulatorial) EXAME CLÍNICO: Confirmação dependente de biópsia (incisão em cunha ou punção por agulha fina). EXAMES COMPLEMENTARES: • Exame endoscópico: laringoscopia e endoscopia • TOMOGRAFIA CO: Avaliar a extensão da lesão (estadiamento) • Marcadores: análise da presença do HPV (oncogenes E6 e E7) EXAMES DE IMAGEM A destruição do osso subjacente, quando presente, pode ser dolorosa ou completamente indolor e aparecerá nas radiografias como uma radiolucidez “em roído de traça” com margens mal definidas ou bordas irregulares (uma aparência similar à da osteomielite) (Fig. 10-103). Invasão perineural pode causar parestesia. ESTADIAMENTO Câncer de boca pode invadir ossos adjacentes, principalmente a mandíbula (corpo e ramo). Normalmente, o carcinoma de células escamosas oral infiltra localmente antes de metastatizar. Os linfonodos cervicais são os locais mais comuns de metástase regional; locais frequentes de metástases a distância incluem linfonodos mediastinais, pulmões e fígado. O estadiamento do câncer de boca utiliza o Sistema TNM, e atua como forma de indicar o prognóstico do paciente e também os estágios do tumor. De forma geral, quanto maior o estágio, pior o prognóstico. SISTEMA TNM PARA CARCINOMA EPIDERMÓIDE TAMANHO DO TUMOR PRIMÁRIO (T): PROFUNDIDADE, TAMANHO E MANDÍBULA Tx Nenhuma informação disponível sobre o tumor primário T0 Nenhuma evidência de um tumor primário Tis Somente carcinoma in situ no sítio primário T1 Tumor de 2 cm ou menor em seu diâmetro T2 Tumor maior que 2 cm, porém não maior do que 4cm em seu diâmetro T3 Tumor maior que 4cm em seu diâmetro T4a (Lábio) Tumor invade através da cortical óssea, nervo alveolar inferior, assoalho bucal, ou pele da face (ou seja, queixo e nariz) Tumor passível de ressecção cirúrgica T4a (Cavidade oral) Tumor invade através da cortical óssea, a musculatura profunda extrínseca da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso), seio maxilar ou pele da face Tumor passível de ressecção cirúrgica. T4b Tumor envolve espaço mastigatório, lâminas do processo pterigóide ou base do crânio e/ou envolve completamente a artéria carótida interna Tumor inoperável ENVOLVIMENTO DO LINFONODO REGIONAL (N) 5 Gabrielle Nunes Nx Linfonodos não puderam ou não foram avaliados N0 Nenhuma metástase para linfonodos regionais N1 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, menor ou igual a 3 cm em seu maior diâmetro N2 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior que 3 cm, porém menor que 6 cm em seu maior diâmetro; Múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior que 6 cm em seu maior diâmetro; ou Linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum maior que 6 cm em seu maior diâmetro N2a Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior que 3 cm, porém menor que 6 cm em seu maior diâmetro. N2b Metástase em múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior que 6 cm em seu maior diâmetro. N2C Metástase em um linfonodo bilaterais ou contralaterais, nenhum maior que 6 cm em seu maior diâmetro. N3 Metástase em um linfonodo maior que 6 cm em seu maior diâmetro METÁSTASES A DISTÂNCIA (M) M0 Sem evidência de metástase a distância M1 Metástase à distância presente ESTÁGIO CLASSIFICAÇÃO TNM Estágio 0 Tis N0 M0 Estágio I T1 N0 M0 Estágio 2 T2 N0 M0 Estágio 3 T3 N0 M0 T1 N1 M0 T2 N1 M0 T3 N1 M0 Estágio 4 T4a N0 M0 T4a N1 M1 IVA T1 N2 M0 IVB T2 N3 M0 IVC T3 N3 M0 T4a N2 M0 Qualquer T N3 M0 T4b Qualquer N M0 Qualquer T Qualquer N M1 TRATAMENTO OBJETIVO: Cura, funcionalidade e estética A MAIORIA DOS CASOS É CIRÚRGICO: Retirada de uma ou mais áreas da cavidade oral associada a esvaziamento cervical (retirada de linfonodos do pescoço). • Princípios do tratamento cirúrgico: ressecção com margens livres (pelo menos 1cm), esvaziamento cervical e reconstrução. • Inoperáveis: tumor expansivo em fáscia paravertebral e na corótida. QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA: Quando a cirurgia não é possível ou deixará muitas sequelas (na mastigação, respiração e fala). CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE O carcinoma mucoepidermoide é uma das neoplasias malignas de glândula salivar mais comum. • É a neoplasia maligna de glândula salivar mais comum em crianças. • É mais comum na parótida, seguido das glândulas salivares menores. PATOGÊNESE: A patogênese dessa neoplasia é incerta, embora a exposição à radiação possa ser fator de risco. Séries de casos publicadas relataram que 38% a 82% dos carcinomas mucoepidermoides irão apresentar uma translocação recíprocat(11;19), que resulta na produção do oncogene de fusão CRTC1-MAML2. Essa translocação é identificada mais frequentemente em neoplasias de baixo grau e de grau intermediário. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: lesão de crescimento assintomático; dor ou paralisia do nervo facial (lesões de alto grau); as neoplasias de glândula salivar menor também se apresentam como aumentos de volume assintomáticos, que algumas vezes são flutuantes e apresentam coloração azulada ou vermelha; CARACTERÍSTICAS HISTOPAOLÓGICAS O tumor é composto de uma mistura de células produtoras de muco e células epidermoides. MACROSCOPIA: Lesões que podem apresentar ulcerações (pela própria mastigação); tamanho e volume variáveis. 6 Gabrielle Nunes A: Mucosa oral e tecido conjuntivo adjacente sendo invadidos pela proliferação celular das células neoplásicas. Elementos celulares presentes: Espaços císticos com conteúdo mucoso no interior (quanto mais espaços císticos, mais diferenciado é o carcinoma); células mucosas (com citoplasma mais claro) e células epidermoides (menores) Tradicionalmente, os carcinomas mucoepidermoides têm sido classificados em três graus histopatológicos, com base nos seguintes critérios: 1. Quantidade de formação cística; 2. Grau de atipia celular; 3. Número relativo de células mucosas, epidermoides e intermediárias. NEOPLASIAS DE BAIXO GRAU Exibem proeminente formação cística, atipia celular mínima e uma proporção relativamente elevada de células mucosas. Neoplasia moderadamente bem diferenciada: NEOPLASIAS DE ALTO GRAU Consistem em ilhas sólidas de células epidermoides e intermediárias que podem demonstrar considerável pleomorfismo e atividade mitótica. • Menor quantidade de células mucosas NEOPLASIAS DE GRAU INTERMEDIÁRIO Exibem características que se situam entre as de baixo grau e as de alto grau. Ocorre formação cística, mas é menos proeminente do que a observada nas de baixo grau IMAGENS OUTROS TUMORES Dentre os diversos tipos histológicos de neoplasias benignas, os mais freqüentes foram o fibroma (34,9%), o papiloma (16,7%), o hemangioma (14%) e o fibroma de células gigantes (12,3%) AMELOBLASTOMA É o tumor odontogênico mais comum. Os ameloblastomas são tumores de origem no epitélio-odontogênico. São tumores de crescimento lento, localmente invasivos, que apresentam um curso benigno na maior parte dos casos. Eles têm sido descritos como possuindo três diferentes apresentações clínico-radiográficas, que merecem ser consideradas separadamente devido às considerações terapêuticas potenciais e ao prognóstico diferentes. • Sólido convencional ou multicístico (cerca de 75% a 86% de todos os casos) • Unicístico (cerca de 13% a 21% de todos os casos) • Periférico (extraósseo) (cerca de 1% a 4% de todos os casos): tecidos moles, nodulação gengival, indolor; 7 Gabrielle Nunes FATOR DE RISCO: pacientes com 40 anos ou mais; tabagistas; ORIGEM: derivado de cistos odontogênicos; restos epiteliais de malassez; epitélio reduzido; lâmina dentária; LOCAL: corpo e ramo da mandíbula; Cerca de 15% a 20% dos ameloblastomas ocorrem na maxila, geralmente nas regiões posteriores. CLÍNICA: O tumor costuma ser assintomático e lesões menores são detectadas somente durante o exame radiográfico. A apresentação clínica usual é de um aumento de volume indolor ou expansão dos ossos gnáticos. PADRÕES HISTOLÓGICOS O ameloblastoma, convencional sólido ou multicístico, mostra uma grande tendência a desenvolver alterações císticas; macroscopicamente, a maioria dos tumores apresenta combinações variadas de características císticas e sólidas. Os padrões folicular e plexiforme são os mais comuns e podem estar presentes de juntos. Padrões histopatológicos menos comuns incluem os tipos acantomatoso, de células granulares, desmoplásico e de células basais. PADRÃO FOLICULAR Múltiplas ilhas de epitélio odontogênico exibindo diferenciação colunar periférica com polarização invertida. As zonas centrais lembram o retículo estrelado do esmalte e exibem focos de degeneração cística. CARACTERÍSTICAS: Ilhas de epitélio lembram o epitélio do órgão do esmalte em meio a um estroma maduro de tecido conjuntivo fibroso; Região central de células angulares arranjadas frouxamente, lembrando o retículo estrelado de um órgão do esmalte; Células colunares altas rodeando a região central, com núcleos localizados no lado oposto à membrana basal (polaridade reversa) Formação de micro ou macrocistos; Essa fotomicrografia de grande aumento destaca o aspecto de polarização invertida das células colunares periféricas. PADRÃO PLEXIFORME Consiste em cordões longos e anastomosados ou lençóis maiores de epitélio odontogênico. Os cordões ou lençóis de epitélio são delimitados por células colunares ou cúbicas, semelhantes a ameloblastos, circundando as células epiteliais arranjadas mais frouxamente. • Células empaliçadas na periferia. A formação de cistos é relativamente incomum. https://pathpresenter.net/display/5e019cd12f4c70cb99 533d8c90742fa8ccb36703bd403d2f4cddc6f149ea096e X1LgcQKGbEfH6eL0A6OlJg==?type=slide-library-public PADRÃO CÍSTICO Estrutura apresentando lúmen, epitélio, cápsula, porção sólida. E pode estar presente de modo simultâneo com os demais padrões histológicos. https://pathpresenter.net/display/ab61b8e0cd381d243 c46583b62df6f299a559029a71439bd367add83969a7e64 https://pathpresenter.net/display/5e019cd12f4c70cb99533d8c90742fa8ccb36703bd403d2f4cddc6f149ea096eX1LgcQKGbEfH6eL0A6OlJg==?type=slide-library-public https://pathpresenter.net/display/5e019cd12f4c70cb99533d8c90742fa8ccb36703bd403d2f4cddc6f149ea096eX1LgcQKGbEfH6eL0A6OlJg==?type=slide-library-public https://pathpresenter.net/display/5e019cd12f4c70cb99533d8c90742fa8ccb36703bd403d2f4cddc6f149ea096eX1LgcQKGbEfH6eL0A6OlJg==?type=slide-library-public https://pathpresenter.net/display/ab61b8e0cd381d243c46583b62df6f299a559029a71439bd367add83969a7e64VDKlTHmQpU5UEPTQ3nW7Zw==?type=slide-library-public https://pathpresenter.net/display/ab61b8e0cd381d243c46583b62df6f299a559029a71439bd367add83969a7e64VDKlTHmQpU5UEPTQ3nW7Zw==?type=slide-library-public 8 Gabrielle Nunes VDKlTHmQpU5UEPTQ3nW7Zw==?type=slide-library- public PADRÕES RADIOLÓGICOS A característica radiográfica mais típica é a de uma lesão radiolúcida multilocular. As lesões multiloculares são descritas como “bolhas de sabão” (quando as loculações radiolúcidas são grandes) ou “favos de mel” (quando as loculações são pequenas). AMELOBLASTOMA DESMOPLÁSICO: apresenta uma predileção marcante pelo acometimento nas regiões anteriores dos ossos gnáticos, em distribuição equivalente entre a mandíbula e a maxila. ADENOMA PLEOMÓRFICO (TUMOR MISTO BENIGNO) É a neoplasia de glândula salivar mais comum. Ele representa cerca de 50% a 77% das neoplasias da parótida, 53% a 72% dos tumores da glândula submandibular, e 33% a 41% dos de glândula salivar menor. • É mais comum em adultos de meia-idade (30 – 60 anos) e há uma discreta predileção pelo sexo feminino. O nome se deve a variedade de características histopatológicas. Embora o padrão celular seja variável, raramente as células individuais são realmente pleomórficas. Componentes: tumor bifásico composto por células ductais e células mioepiteliais. PATOGENIA: aproximadamente 70% dos adenomas pleomórficos, primeiramente envolvendo o gene do adenoma pleomórfico 1 (PLAG1), localizado na região cromossômica 8q12. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: aumento de volume firme (fibrosa,não dura), indolor e de crescimento lento; TRATAMENTO: Excisão cirúrgica. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS O palato é a localização mais comum dos adenomas pleomórficos, representando aproximadamente 50% a 65% dos exemplos intraorais. Esta localização é seguidapelo lábio superior (19% a 27%) e pela mucosa jugal (13% a 17%). MACROSCOPIA: Tumor parcialmente encapsulado, havendo áreas em que o tumor forma uma protuberância através da cápsula ou invasão intracapsular. MICROSCOPIA: Tumor bem delimitado e bem circunscrito, com a presença de ductos (com quantidades variáveis de muco). A proporção dos elementos epiteliais e do componente semelhante ao mesênquima é altamente variável dentre as diferentes neoplasias. https://pathpresenter.net/display/ab61b8e0cd381d243c46583b62df6f299a559029a71439bd367add83969a7e64VDKlTHmQpU5UEPTQ3nW7Zw==?type=slide-library-public https://pathpresenter.net/display/ab61b8e0cd381d243c46583b62df6f299a559029a71439bd367add83969a7e64VDKlTHmQpU5UEPTQ3nW7Zw==?type=slide-library-public 9 Gabrielle Nunes Pode apresentar-se com um estroma condroide, desmosplásico, osteoide, mixoide (mais frouxo), gorduroso (ver vídeos da aula); Em alguns casos, as células mioepiteliais podem apresentar uma organização celular semelhante com a organização dos plasmócitos (células arredondadas, núcleo localizado na periferia e citoplasma eosinofílico hialinizado). GLÂNDULA SEM ALTERAÇÕES > CÁPSULA > TUMOR:
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