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Recreação Unidade III

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94
Unidade III
Unidade III
7 O BRINQUEDO
A partir de agora, estaremos nos referindo aos objetos que facilitam o ato de brincar. Objetos que 
dão vida à brincadeira são tangíveis, palpáveis. A criança pode pegá-lo e explorá-lo de diversas formas.
Referimo-nos à criança e ao ato de brincar infantil, mas sabemos que todos os objetos que levam à 
diversão, seja da criança ou do adulto, são considerados brinquedos.
A boneca, o carrinho, a bola, o lego, são brinquedos infantis, porém atualmente, os brinquedos 
eletrônicos e virtuais interessam tanto aos adultos como às crianças. Isso faz com que entendamos o 
brinquedo como objeto de desejo na busca da diversão, do prazer, do lúdico.
Já foi comprovado por meio de pesquisas antropológicas que desde a mais primitiva cultura humana 
o brinquedo já se faz presente.
No Brasil, temos uma grande diversidade cultural e, por consequência, uma grande diversidade de 
objetos considerados brinquedos. Mesmo que não sejam a representação fiel do que a criança deseja 
representar, esses objetos se transformam em brinquedo no desenrolar da brincadeira.
Estamos nos referindo àquelas crianças que transformam ossos, sementes, caroços, gravetos, pedras, 
entre outros, em bonecos, carros, animais e tantas outras formas de representação que mostram o 
desejo lúdico se manifestando, mesmo diante das adversidades, e aflorando a criatividade.
A larga indústria de brinquedos oferece às crianças objetos que traduzem o real para a realidade 
infantil, diminuindo o sentimento de impotência das crianças e dando-lhes a oportunidade de participar 
de forma lúdica do universo adulto. As panelinhas, para a criança preparar a comida como fazem os 
adultos, as ferramentas que consertam utensílios como fazem os adultos, são exemplos do exposto 
quanto à tradução do real para a realidade infantil.
Não há limites para a imaginação, quando se trata de qualquer objeto poder se transformar 
em um brinquedo. O objeto que desperta o imaginário e exercita a criatividade, além de fazer com 
que a criança de divirta e se entretenha, colabora para o desenvolvimento global, nos aspectos 
físico, socioafetivo e cognitivo.
Ao brincar com um objeto, a criança faz relações com o seu cotidiano, procura resolver problemas, 
faz adaptações e cria vínculos emocionais sinceros e muito importantes para o seu desenvolvimento.
Os brinquedos sempre existiram e sempre existirão. Eles são um importante veículo de desenvolvimento.
95
RECREAÇÃO
Os brinquedos industrializados passam por uma avaliação do Inmetro para que o consumidor seja 
informado dos benefícios dos brinquedos, quanto à idade indicada e à segurança que oferecem, para a 
criança poder brincar e se desenvolver de forma lúdica e segura.
Muitas crianças gostam das atividades de construção e podem fazer os seus próprios brinquedos. 
Independentemente das condições socioeconômicas que dão acesso aos brinquedos industrializados, é 
muito interessante e educativa, para todas as crianças, a produção de brinquedos com sucata.
A sucata é todo material que é descartado, pois já perdeu sua função principal, porém, não vai para 
o lixo, é reaproveitada para outro fim, no caso, a criação de um brinquedo.
Lembramos que para ser sucata, o material não pode ir para o lixo. É uma etapa anterior, pois se foi 
para o lixo, não deve ser reaproveitado. Não vamos ensinar as crianças a colocarem a mão no lixo em 
busca de sucata, pois a sucata não é lixo.
Podemos elencar alguns exemplos, como: garrafas PET, caixas Tetra Pak, caixas de fósforos, latas de 
conservas, meias, canos de PVC, tampinhas e tantos outros. Para que sejam reutilizados, é importante 
que estejam limpos e não ofereçam perigo às crianças, por isso devemos evitar vidros, objetos cortantes 
e restos de alimentos que podem estragar e desenvolver bactérias nocivas às crianças. Construir 
brinquedos com sucata traz muitos ensinamentos para a criança, que participa desde a escolha do 
material até o desfrute do brinquedo.
Todos os brinquedos têm seu espaço no universo infantil. No Japão, temos o exemplo dos diversos 
tipos de brinquedos eletrônicos à disposição da população. Apesar dos brinquedos eletrônicos serem 
muito procurados, o povo japonês ainda cultiva a cultura da construção de brinquedos, como no caso 
da pipa, papagaio ou pandorga, que são construídos com vareta de bambu e papel. Os novos e antigos 
brinquedos convivem em harmonia mesmo com o passar do tempo.
Como já apontado, o brinquedo é o suporte da brincadeira, do jogo do exercício, do jogo simbólico 
e do jogo de regras.
O mobile colorido e temático pendurado em cima do berço já é um objeto de desejo para o 
bebê, que ao apreciá-lo, está desenvolvendo e aprimorando seus sentidos. A partir do momento 
que o bebê consegue segurar o objeto e interagir com o brinquedo, seu desenvolvimento 
se consolida, pois estão envolvidos os três domínios: o domínio cognitivo, pelo início das 
representações mentais ou imagens que se constituem nos primeiros esboços do pensamento 
infantil; o domínio socioafetivo, pois o brinquedo, nesse período, constituir-se-á em elemento 
estimulador que facilitará a relação criança-mundo; e ainda o domínio motor, pois há a 
aquisição de informações basicamente através dos órgãos dos sentidos, e as respostas infantis 
são traduzidas por ações motoras.
Nas fases seguintes não é diferente, o brinquedo vai estimular o desenvolvimento global das crianças 
sempre que este for adequado à faixa etária e não ofereça riscos à saúde.
96
Unidade III
Na fase do jogo simbólico, de 2 a 6 anos, a criança está no mundo da fantasia e do faz de conta. 
Talvez seja a fase em que os brinquedos são mais presentes em toda vida de uma pessoa. É a fase 
de brincar sozinha, mas sempre acompanhada de algum brinquedo que vai dar vida ao imaginário, à 
fantasia e ao faz de conta, tão importantes para o desenvolvimento infantil.
Nos jogos de regras também temos brinquedos que vão tornar o jogo possível. É o objeto que dá 
vida à brincadeira, ao jogo, à recreação, como no caso dos jogos com bola, com raquetes ou tacos, gol, 
cesta, entre outros.
Fica claro que o brinquedo é o objeto que facilita o ato de brincar.
7.1 Material didático versus brinquedo
O brinquedo atrai a criança para a brincadeira. Os brinquedos mais simples despertam a 
fantasia, enquanto os mais sofisticados são mais desafiadores. Todos eles devem promover a 
motivação para o brincar.
Para a criança, a bola, a corda e o bambolê são brinquedos, enquanto para o professor, são seu 
material didático.
Com esse indicativo, e com os estudos sobre a importância do brinquedo para a criança, se espera do 
professor a compreensão quanto ao desejo de pegar, manipular e interagir com os brinquedos trazidos 
para a aula.
Vejamos a seguinte situação:
O professor planejou um circuito de habilidades físicas para a aula. Trouxe bolas, arcos, cordas e 
cones. Deixou o material em um canto da quadra e, quando percebeu, os alunos já estavam usando seu 
material sem sua permissão. Muito irritado, o professor chama a turma e diz:
— Eu não autorizei ninguém a pegar o material! Por esse motivo, todos os que pegaram o material 
não vão participar da atividade!
Analisando a situação, podemos dizer que o professor não teve uma conduta correta, pois não 
considerou que o ato de ir ao encontro do brinquedo é natural da criança e, por isso, não deve ser 
repreendida, e sim orientada, se for o caso. E ainda, ele não deixou que os mais motivados pela aula 
participassem. Eles deveriam ser alertados quanto aos comandos do professor, e não eliminados da 
atividade.
Entender as características de cada fase de desenvolvimento e conhecer quais são as principais 
motivações recreativas é fundamental para a formação do futuro professor de Educação Física.
97
RECREAÇÃO
7.2 Construção e brincadeira: oficina recreativa
Como já salientado, a construção de brinquedos e jogos é uma atividade muito rica no que diz 
respeito ao desenvolvimento global da criança.
Vamos colocar em práticano sentido de analisarmos todas as etapas que fazem da atividade um 
rico legado cultural.
A primeira etapa seria imaginar o brinquedo com suas características e funções recreativas. Trabalhar 
com o pensamento abstrato para se concretizar mais tarde.
— Vamos criar uma boneca? Com vestido? Cabelos longos e pretos?
— Vamos construir um carro? Com lugar para duas pessoas? Com faróis na frente e na traseira?
A segunda etapa é a escolha dos materiais para a construção. Essa escolha deve ser atenta aos 
detalhes da matéria-prima que mais lhe agrada, quanto à forma, cor, textura, entre outros.
— Vou escolher a garrafa branca para fazer o corpo e a lã preta para os cabelos.
— Prefiro a caixa prateada para fazer o meu carro e as tampinhas vermelhas para o farol da traseira.
A terceira é a preparação do material no que diz respeito à limpeza e à organização, cuidados 
necessários para um bom andamento durante a construção e para o resultado final.
— Precisamos lavar bem a garrafa e deixá-la secar.
— A caixa prateada precisa ser lavada e as tampinhas também.
A quarta etapa seria a construção do brinquedo, usando habilidades de coordenação motora fina e 
aprendendo a lidar com diversos tipos de matérias para o bom funcionamento do brinquedo quando 
estiver pronto.
— Segura aqui, prende ali, amarra um com o outro.
— Vamos testar para ver se funciona! Se precisa consertar algo!
A quinta etapa é a utilização do brinquedo. Observando todos os detalhes que fizeram parte da 
construção, a criança usa seu brinquedo.
Podemos dizer que a construção de brinquedos é uma atividade multidisciplinar em que as crianças 
têm que resolver problemas relacionados a muitas áreas do conhecimento, o que torna essa atividade 
lúdica um meio para o conhecimento e a aprendizagem de conceitos e valores fundamentais para o 
desenvolvimento infantil.
98
Unidade III
Atividades, como as oficinas de brinquedos e jogos, devem ser incentivadas aos alunos. O 
professor de Educação Física pode promover a confecção de um brinquedo e utilizá-lo em suas aulas 
como forma de motivação aos seus alunos, valorizando, assim, todo o processo de desenvolvimento 
dentro de um projeto multidisciplinar envolvendo outras áreas de conhecimento.
 Saiba mais
Você pode aprender a confeccionar vários brinquedos com sucata na obra:
SANTOS, S. M. P. dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. São Paulo: 
Artmed, 1995.
7.3 Brinquedos cantados
Pirolito que bate-bate.
Pirolito que já bateu.
Quem gosta de mim é ela.
Quem gosta dela sou eu.
Essa estrofe é um brinquedo cantado muito popular.
Duas crianças ficam frente a frente e batem as mãos em sincronia, obedecendo às regras para cada 
fala do verso.
A letra e a descrição a seguir foram extraídas do livro O Mundo da Criança, de 1959:
Pirolito que bate, bate é uma brincadeira de palmas. Coloque-se em 
frente a um companheiro e enquanto fazem os movimentos descritos, 
recitem a quadrinha.
Quando você disser “pirolito” bata as palmas das mãos nos joelhos e quando 
disser “bate, bate”, bata palmas duas vezes. Ao repetir “pirolito”, bata novamente 
as palmas das mãos nos joelhos; na palavra “já”, bata palma uma vez e em “bateu”, 
bata palmas de encontro às palmas das mãos do parceiro. Ao dizer “gosta”, bata 
novamente as mãos nos joelhos; ao dizer “mim”, bata palmas uma vez, e na 
palavra “ela”, bata a palma da mão direita de encontro à palma da mão direita do 
companheiro. Ao repetir “quem”, bata palmas uma vez; na palavra “gosta”, bata a 
palma da mão esquerda de encontro à palma da mão esquerda do parceiro; em 
“dela”, bata palmas uma vez, e ao dizer “sou eu”, bata novamente as palmas das 
mãos no joelho (O MUNDO..., 1959, p. 2).
Muitas pessoas brincam com esses e muitos outros brinquedos cantados.
99
RECREAÇÃO
Exemplo de aplicação
Aqui convidamos você, futuro professor, a tentar repetir os gestos descritos e brincar com alguém 
para sentir o prazer de estar realizando um brinquedo cantado.
O brinquedo cantado desenvolve habilidades motoras, a linguagem, a cooperação e a interação. Os 
gestos sincronizados com a música desenvolvem a coordenação motora, a música e a poesia desenvolvem 
o vocabulário e a oratória, o parceiro é o fundamento de cooperação e interação.
A criança pode se divertir apenas cantando, mas pode também transformar o ato de cantar em 
uma brincadeira de rimar, de trocar sílabas, de imitar, e em várias outras formas lúdicas de se divertir e 
aprender por meio dos brinquedos cantados.
Então, é o caso da música do sapo, em que colocamos como desafio lúdico a troca de todas as vogais 
pela letra A. A brincadeira fica assim:
Primeiro cantamos:
O sapo
O sapo não lava o pé, não lava porque não quer.
Ele mora lá na lagoa, não lava o pé por que não quer.
Mas que chulé!
E depois trocamos todas as vogais pela letra A, e cantamos assim:
A sapa na lava pá, na lava parca na cá.
Ala mara la na lagaa, na lava a pa parca na ca.
Mas ca chalá!
A criança se diverte com o brinquedo cantado, que também estimula seu domínio cognitivo, 
auxiliando na alfabetização.
As rodas cantadas também são muito divertidas e educativas. As crianças ficam de mãos dadas, 
giram a roda e cantam juntas. É um jogo cooperativo que todos procuram juntos acompanhar o ritmo, 
o andamento e os gestos que correspondem aos versos da canção.
Não se contestam os benefícios de brincadeiras como essa. Ao entrar na roda, a criança já está 
interagindo, e ao brincar junto, está compreendendo como funciona o trabalho em grupo. Faz tudo isso 
de forma lúdica, prazerosa.
É fundamental que a escola estimule tais jogos e brincadeiras que divertem e educam as crianças.
100
Unidade III
No repertório dos brinquedos cantados, temos alguns que trabalham o “controle tônico”, que, muitas 
vezes, é um problema para certas crianças que não param quietas. São brincadeiras que estimulam as 
ações de ficar sem se mexer, ficar sem falar, como no caso da brincadeira estátua ou dos brinquedos 
cantados que tem como regra ir eliminando algumas falas e trocando só por gestos. Nesses jogos, a 
criança deve ficar atenta e se controlar para não se mexer ou falar, pois na maioria das vezes, quem erra 
paga um “castigo”.
É de forma lúdica que a criança pode começar a entender certas regras e comportamentos que vão 
lhe ajudar a viver em comunidade.
Na prática, podemos perceber o quanto o brinquedo cantado ajuda o professor a controlar suas 
crianças. Ao criar estratégias para sua aula, o professor pode iniciar a atividade reunindo os alunos 
para um aquecimento usando uma roda cantada. Dessa forma, todos se reúnem voluntariamente para 
participar, e o professor ainda pode aproveitar a formação para dar os próximos comandos da aula. Essa 
foi apenas uma sugestão, as estratégias podem ser várias utilizando os brinquedos cantados.
No elenco dos jogos tradicionais infantis, temos diversos brinquedos cantados, aqueles jogos que se 
utilizam da canção para que a brincadeira aconteça. No Brasil, temos um enorme leque de opções que 
vêm de criações do nosso rico folclore.
Em São Paulo, as crianças têm preferência pelo brinquedo com o nome corre cotia. As crianças se 
sentam formando uma roda e cantam a canção, enquanto uma delas corre em volta de todos segurando 
um lenço que vai ser deixado em alguma outra criança. A letra da música dá o comando para que seja 
jogado o lenço, e ao final da canção todos procuram o lenço; aquele que estiver com o lenço atrás sai 
correndo atrás da criança que o jogou, tentando pegá-la antes que ela pegue o seu lugar na roda, e 
assim segue a brincadeira.
Corre cotia
Corre cotia na casa da tia.
Corre cipó na casa da vó.
Lencinho na mão caiu no chão.
Moça bonita do meu coração.
— Posso jogar?
— Pode.
— Ninguém vai olhar?
— Não. Quem olhar é um bobão, vai lamber sabão!
101
RECREAÇÃO
Analisando o brinquedo cantado, na relação com os domínios do desenvolvimento, podemos dizer 
que essa atividade colabora para o desenvolvimento da linguagem e da atenção, no domínio cognitivo; 
para o desenvolvimentoda corrida e agilidade para sentar e levantar, no domínio físico-motor; para a 
integração, a paciência e a seleção – escolha – no domínio socioafetivo.
7.4 Brinquedotecas
As brinquedotecas são instituições destinadas a facilitar o ato de brincar. É um espaço que se 
caracteriza por possuir um conjunto de brinquedos, jogos e brincadeiras, oferecendo um ambiente 
agradável, alegre e colorido, onde mais importante que o brinquedo é a ludicidade que eles proporcionam.
Esse ambiente foi criado especialmente para a criança e tem como objetivos:
• estimular a criatividade;
• desenvolver a imaginação, a comunicação e a expressão;
• incentivar a brincadeira do faz de conta e a vontade de inventar.
Colocando ao alcance da criança uma variedade de atividades que, além de possibilitar a ludicidade 
individual e coletiva, permite que ela construa seu próprio conhecimento.
As brinquedotecas, permanentes ou temporárias, podem ser encontradas em:
• escolas;
• bairros;
• hospitais e clínicas;
• universidades;
• circulantes;
• bibliotecas;
• condomínios;
• hotéis;
• presídios;
• clubes.
102
Unidade III
Funções:
• De ensino:
— ensinar as crianças a interagirem com os brinquedos e com as outras crianças por meio 
dos brinquedos e jogos que lá se encontram. Ensinar a lidar com a ordem e conservação 
dos brinquedos. Desenvolver habilidades manuais, estimular a fantasia e a criatividade 
da criança.
• De pesquisa:
— observar o comportamento das crianças nas suas relações com os brinquedos e seu 
comportamento em relação às trocas, negociações e resignações.
• De lazer:
— distrair e entreter as crianças em seu tempo de lazer de forma lúdica.
• Terapêutica:
— ajudar nos processos de habilitação ou reabilitação de crianças por meio da atividade lúdica 
com o auxílio dos brinquedos.
Figura 27 
103
RECREAÇÃO
 Saiba mais
O Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp), 
instalado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), 
oferece inúmeros serviços, entre os quais brinquedoteca com empréstimo 
de brinquedos, serviço de consulta aos usuários, assessorias e visitas. Para 
conhecer o trabalho do Labrimp, acesse:
<http://www.labrimp.fe.usp.br/>.
O brinquedista
O brinquedista é aquele profissional específico que trabalha com a criança, fazendo a mediação 
criança/brinquedo.
Entenderemos como mediador aquele que auxilia a criança a usar o brinquedo, despertando a 
atenção para as principais funções educativas de forma lúdica e prazerosa.
O brinquedista vai mostrar para a criança todas as possibilidades de brincadeiras e deixar ela fazer 
sua opção pelo brinquedo que vai ao encontro dos seus interesses momentâneos.
Feita a escolha, o brinquedista vai entusiasmar a criança de forma sensível e educativa.
Como a brinquedoteca é um lugar organizado, o brinquedista também vai orientar às crianças 
como elas devem se comportar quanto à ordem e à disciplina, para que todos brinquem e aprendam a 
organizar e valorizar seus brinquedos. Depois de brincar, o brinquedo deve voltar para o seu lugar, pois 
outras crianças irão utilizá-lo em outro momento.
Quem atua nas brinquedotecas são os educadores-brinquedistas. A esses profissionais cabe o papel 
não somente de coordenar o funcionamento do local, mas também de atuar na criação de propostas 
que atendam às necessidades e aos interesses dos que procuram por esses espaços. Ainda cabe ao 
brinquedista a pesquisa e a divulgação de resultados relacionados a esse ramo de trabalho. A tudo isso, 
acrescenta-se disposição, entusiasmo, sensibilidade e determinação, características essenciais de quem 
atua com o brinquedo e o brincar.
8 ATIVIDADES RECREATIVAS COM A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
8.1 Gincanas
A palavra vem do inglês gymcana (evento esportivo) e do hindi gedkhana (casa de bolas). Sabe-se de 
forma empírica que, originariamente, a atividade gincana apareceu na Índia, entre os dirigentes ingleses 
que aproveitaram o termo hindi gent khana (local de jogo) para definir uma atividade que entremeava 
pequenas provas desportivas entre os convidados.
104
Unidade III
A gincana é uma atividade recreativa competitiva que se adapta a diversos grupos. No entanto, as 
atividades competitivas devem ser estimuladas a partir da terceira infância, quando a criança já começa a se 
interessar pelo jogo de regras, com obrigações comuns, os parceiros de jogo, as regras e a competição.
Como toda atividade competitiva, um regulamento deve ser elaborado. Esse é outro motivo para 
que a atividade seja oferecida para as crianças na terceira infância, que já sabem ler, ou seja, estão no 
período escolar.
O regulamento é o documento que torna a competição imparcial. Todas as regras ali descritas 
servirão para todos os competidores durante as disputas.
Para a realização da gincana, é necessário que seja estipulado um conjunto de provas envolvendo 
atividades físicas ou mentais. A cada prova realizada, ou participante (ou equipe) somará uma quantidade 
de pontos previstos no regulamento da competição. Ao final de todas as provas, aquele que somar o 
maior número de pontos será o vencedor da gincana.
O controle da pontuação deve ser planejado, definindo-se a quantidade de pontos e os 
critérios de pontuação adotados para cada prova. Para a marcação dos pontos, é necessário que 
seja elaborada uma súmula.
Como se trata de um sistema de disputa de acumulação de pontos, os critérios de desempate devem 
estar previstos no regulamento da competição. No caso das gincanas, podemos dar alguns exemplos de 
critério de desempate, por exemplo:
• Seguir a ordem das provas, ou seja, dos empatados; aquele que teve a melhor pontuação na prova 
1 será o melhor colocado, e assim por diante.
• Ou então, de acordo com a dificuldade das provas, ou seja, os organizadores avaliam quais as 
provas mais difíceis, e estas serão usadas como desempate.
A motivação dos participantes é fundamental para o desenvolvimento das atividades recreativas, 
portanto, a premiação deve ser compatível com os interesses dos participantes e organizadores.
Existem diversos tipos de gincanas. Iremos estudar algumas, as quais são muito indicadas para os 
programas de Educação Física escolar envolvendo a comunidade.
8.2 Gincana de circuito lúdico
A gincana de circuito lúdico pode ser realizada em um único local, que pode ser fechado, como 
uma quadra ou um pátio, em campos abertos ou em ruas de lazer. No local escolhido, os organizadores 
montam as diversas provas.
As provas são as atividades a serem desenvolvidas, e também podemos chamá-las de estações.
105
RECREAÇÃO
As atividades programadas para definirem as provas podem ser de caráter pré-desportivo, de 
habilidades físicas, de simulação de situações do cotidiano, de contato com a natureza ou uma situação 
engraçada. Nunca de situação vexatória.
A alternância das atividades quanto ao seu caráter é sempre positiva. Os organizadores devem fazer 
uma simulação e um teste das provas antes da competição. As provas devem ser possíveis, testadas, 
seguras e higiênicas.
A segurança é muito importante, pois estamos nos referindo a uma atividade lúdica e devemos 
prevenir qualquer tragédia que possa vir a acontecer com os participantes. Provas que provoquem 
a vertigem não são provas seguras, pois cada um tem um limiar de tolerância e, por isso, a prova 
não se torna igual para todos. Como exemplo, podemos nos lembrar da brincadeira de girar, girar, 
girar, e depois tentar acertar algum alvo com um pedaço de pau, na qual, muitas vezes, acontece um 
acidente, pois a pessoa perde o controle, fica tonta, desorientada. Nessas condições, os participantes 
correm riscos e então o lúdico se perde. O medo também é contrário ao lúdico. Quando ficamos 
inseguros, não estamos nos divertindo, então provocar o medo não estará nos planos de uma gincana 
ou de qualquer atividade lúdica.
A higiene também é importante, pois quando sentimos nojo de alguma coisa, não sentimos nenhum 
prazer e o lúdico não existe. Não se trata de sujar-sede lama, chantilly, tinta ou qualquer outro material 
que não ofereça riscos à saúde. Os organizadores devem estar preocupados com possíveis doenças que 
podem ser desenvolvidas ao expor os participantes em situações de muito frio ou calor, contato direto 
entre as pessoas que pegam com a boca o mesmo objeto, entre outros.
Gincana de circuito lúdico
Prova 1
Prova 7
Prova 5
Prova 2 Prova 3
Prova 6
Prova 4
Prova: 2 min.
Troca: 1 min.
Figura 28 – Circuito
106
Unidade III
O tempo de realização das atividades ou provas deve ser estipulado anteriormente no regulamento, 
normalmente, varia entre dois e três minutos, ou o tempo suficiente para que todos da equipe realizem 
a atividade pelo menos uma vez, repetindo quantas vezes for preciso até que o tempo termine.
Para a marcação dos pontos, cada prova deverá ter um fiscal que irá avaliar a execução da 
prova para validar os pontos. Para cada atividade ou prova cumprida pelo participante, deve ser 
atribuída uma pontuação.
Cada equipe deverá ter uma ficha que será entregue aos fiscais de prova, ou seja, a ficha acompanha 
a equipe em todas as provas.
Quadro 3 – Ficha da equipe
Nome da equipe:
Nome da prova Pontuação
1. Aspirador
2. Carrinho
3. Rabo de tatu
4. Funil
5. Bandejinha
6. Varal
7. Bate-balde
Total
Todas as equipes devem passar por todas as estações, ao final, a equipe que somar o maior número 
de pontos será vencedora.
Em termos organizacionais, a gincana de circuito como foi descrita é uma atividade que podemos 
prever o tempo de realização, considerando que o circuito já foi montado.
Modelo de organização do tempo
Vejamos o seguinte exemplo:
Divisão das equipes: 15 minutos.
Preenchimento da ficha: 5 minutos.
Realização das provas: 7 provas x 3 minutos = 21 minutos.
Intervalos: 7 rodadas x 2 minutos = 14 minutos.
Contagem dos pontos: 5 minutos.
107
RECREAÇÃO
Premiação: 5 minutos.
Total: 65 minutos.
Seguem alguns exemplos de atividades:
Prova 1: aspirador
Formação: coluna em frente à mesa.
A equipe deverá transportar os grãos de feijão ou de milho de um pote a outro. O transporte deverá 
ser feito aspirando-se o grão através do canudinho.
Cada pessoa aspira um grão por vez.
Cada grão transportado representa um ponto.
Prova 2: carrinho
Formação: coluna
A equipe deverá transportar um bastão, no espaço e trajeto estipulado, usando outros dois bastões 
(ou apenas um).
O trajeto deve conter curvas.
Participará um de cada vez. Para cada trajeto cumprido, será marcado um ponto.
Prova 3: rabo de tatu
Formação: coluna.
A equipe deverá colocar a caneta dentro da garrafa.
A caneta será pendurada em um barbante amarrado na cintura e nas costas do participante. Após 
cumprir a tarefa, o participante deverá amarrar o barbante na cintura do próximo companheiro.
Cada vez que um participante colocar a caneta dentro da garrafa, a equipe marcará um ponto.
Prova 4: funil
Formação: coluna.
108
Unidade III
Em um barbante de aproximadamente 4 metros, será colocado um funil feito de papel sulfite.
O barbante deverá ser amarrado em duas cadeiras a uma distância de 4 metros aproximadamente.
A equipe deverá transportar o funil de uma extremidade a outra do barbante, assoprando o funil.
Para cada trajeto cumprido, será marcado um ponto.
Prova 5: bandejinha
Formação: coluna.
Demarcar um percurso de aproximadamente 4 metros. Entregar para o primeiro da fila duas 
bandejinhas com uma bolinha de gude em cada.
O participante deve atravessar o percurso e voltar, segurando as bandejas com as palmas das mãos 
e os braços abertos. O participante não pode deixar as bolinhas caírem. Se isso acontecer, deve-se parar, 
recolocar as bolinhas nas bandejas e continuar o percurso. O participante seguinte deve fazer o mesmo.
Para cada trajeto cumprido, será marcado um ponto.
Prova 6: varal
Formação: coluna.
Amarrar um barbante com aproximadamente de 3 metros de comprimento, utilizando dois postes 
ou duas cadeiras.
Pendurar de 10 a 20 prendedores de roupa no barbante.
A equipe deverá tirar todos os prendedores e depois pendurá-los novamente. Um tira e o seguinte pendura.
Cada varal cheio vale um ponto.
Prova 7: bate-balde
Formação: coluna.
Demarcar um percurso de aproximadamente 4 metros. No final do percurso, deve ser colocado o balde.
O participante deverá quicar a bola (de tênis ou frescobol) e, sem conduzir a bola, quicar uma vez 
dentro do balde, voltar quicando e passar a bola para o participante seguinte.
A cada quicada no balde, marca-se um ponto.
109
RECREAÇÃO
8.3 Gincana de solicitações
A gincana de solicitações também pode ser chamada de gincana de buscas. As equipes participantes 
recebem por escrito a tarefa para ser cumprida com um tempo pré-estipulado para cada tarefa.
Dependendo da tarefa, o tempo pode variar de minutos a horas ou a semanas. Os prazos devem ser 
decididos pelos organizadores da prova e divulgados no regulamento da gincana.
Analisando a característica quanto à dificuldade da prova, podemos elencar alguns tipos de provas 
e seus prazos.
Provas de arrecadação, provas de pesquisa e provas de composição literária, musical ou cênica 
devem ter um longo prazo.
Provas de busca de objetos raros ou antigos e provas envolvendo terceiros, pessoas famosas ou 
celebridades devem ter médio prazo.
Provas de criatividade, provas do cotidiano e provas de conhecimentos gerais ou específicos devem 
ter curto prazo.
Por exemplo:
Conseguir a maior quantidade de jornais = uma semana.
Conseguir um moedor de café = 2 horas.
Encontrar o disco mais antigo = 2 horas.
Compor uma música com tema pré-estipulado = 45 minutos.
Responder a uma pergunta de conhecimentos gerais = 5 minutos ou menos.
Trazer um objeto estipulado, como uma escova de dente = 1 minuto.
As mais rápidas são aquelas em que o professor diz:
— Eu quero, eu quero, eu quero!
E os participantes respondem:
— O que, o que, o quê?
O monitor lança um pedido:
— Eu quero uma moeda de 1 centavo.
110
Unidade III
Todos saem à procura, e aquele que a trouxer primeiro, ganha os pontos.
O tipo de solicitação deve ser correspondente à faixa etária e à capacidade dos participantes.
Como já foi dito, as provas devem ser possíveis, testadas, seguras e higiênicas. E nunca serem vexatórias.
A gincana de solicitações pode ser desenvolvida em paralelo com qualquer outro evento. Por exemplo, 
durante os jogos universitários, serão entregues aos representantes das universidades participantes, as 
tarefas da gincana universitária que valerá pontos para a contagem geral.
Atenção!
Os organizadores devem estar atentos aos critérios de avaliação das provas.
• Critérios quantitativos: são possíveis de serem medidos em relação a tamanho e quantidade.
• Critérios qualitativos: devem ser avaliados sob uma comissão julgadora, de preferência com 
número ímpar de juízes, que irão avaliar se a equipe foi fiel ao tema, se foi criativa, se agradou, ou 
seja, os pontos serão atribuídos levando em conta a qualidade.
Por exemplo, num desafio em que a equipe deverá trazer o maior bolo recheado, e os organizadores 
não estipularam como seria a avaliação, como ela deverá ser feita? Pelo diâmetro? Altura? Comprimento? 
Volume? Peso?
Devemos nos atentar a outras questões organizacionais na hora de planejarmos as provas da gincana 
de solicitações: quando a prova pede a maior quantidade de jornais ou revistas velhos, de latinhas, de 
garrafas PET, de alimentos não perecíveis, de roupas, entre outras, um dia específico deve ser estipulado 
para a entrega, evitando que a escola vire um depósito.
No caso dos jornais velhos e outros materiais recicláveis, existem empresas especializadas que 
compram o material. O indicado é que os participantes entreguem no mesmo dia em que a empresa for 
receber os jornais, pois, dessa forma, não há necessidade de estocar o material. Portanto, os organizadores 
da gincana deverão pensar na logística também.
Pontuação
No caso da gincana de solicitações ou buscas, todos os participantes devem pontuar, do primeiroao último colocado. Se a gincana contar com 10 equipes, devemos atribuir pontos do 1º ao 10º, pois, 
dessa forma, sempre valerá a pena ir em busca da tarefa, já que o sistema de disputa é a acumulação 
de pontos.
111
RECREAÇÃO
Por exemplo:
Prova da amizade
As equipes deverão apresentar uma coreografia de uma música com o tema amizade. Serão avaliadas: 
a escolha da música, a criatividade e a sincronia dos participantes.
Tabela 1
Colocação Pontuação
1º 120
2º 100
3º 80
4º 70
5º 60
6º 50
7º 40
8º 30
9º 20
10º 10
8.4 Gincana aquática
Esse tipo de atividade requer muita atenção no seu planejamento, já que existe o perigo de 
afogamento, mesmo para as pessoas que sabem nadar, pois o fator competição pode levar o participante 
a não obedecer seus limites de capacidade e sofrer afogamento.
A mudança de ambiente já torna difícil a realização de alguns movimentos. Por esse motivo, as 
atividades podem ser simples e motivantes. Por exemplo: apostar corrida andando na água, fazer 
polichinelos, andar de costas etc.
Alguns materiais de apoio podem ser utilizados, desde que se observem alguns detalhes quanto à 
segurança e higiene da água e do local. Devemos evitar objetos pequenos para não danificar o filtro da 
piscina, bem como matérias que dissolvam na água.
A profundidade da piscina deve ser checada antes de serem programadas as atividades, pois toda 
atividade programada deve ser testada antes pelos organizadores.
Como em toda gincana, é interessante a disputa entre equipes. E deve ser estipulado um tempo para 
o desenvolvimento da atividade, normalmente, entre 3 e 4 minutos.
112
Unidade III
Seguem alguns exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas na gincana aquática:
• trocar de roupa debaixo d’água;
• passar uma mensagem falada debaixo d’água;
• dar toques na bola (vôlei): em piscina rasa, pode ser feito com deslocamento; em piscina funda, 
pode ser feita a contagem;
• passar uma bola de borracha por baixo das pernas de toda equipe;
• transportar uma bexiga em cima de uma pranchinha, batendo as pernas no estilo crawl, costa, 
peito, borboleta ou até cachorrinho;
• desamarrar os nós da corda debaixo d’água;
• descobrir qual é o objeto escondido dentro de um saco plástico, só apalpando, sem abrir o saco, 
debaixo d’água.
Essas são apenas sugestões que devem ser trabalhadas conforme as características do grupo. 
O professor deve estar sempre atento na hora da realização de cada prova, e é importante ter um 
salva-vidas no local.
8.5 Caça ao tesouro
Historicamente, sabemos que os animais e os homens, quando em ambiente adverso, tendem a se 
agrupar e a se ajudar. Caminhadas, explorações de ambientes novos, escaladas ou mesmo o período livre 
propiciam uma ajuda mútua e o espírito de solidariedade nas pessoas.
 Observação
Em grupo, temos maiores chances de atingirmos um objetivo de forma 
mais eficiente, pois contamos com o esforço físico e mental de todos.
A caça ao tesouro é uma atividade recreativa que contempla vários temas já estudados, pois está no 
elenco dos jogos de regras, jogos tradicionais e jogos cooperativos.
Além de seu valor lúdico, a caça ao tesouro é também uma atividade educativa e multidisciplinar. 
Os participantes deverão usar conhecimentos de diversas áreas de estudo, como: Geografia, 
interpretação de texto, lógica, Educação Física, Ciência, História e muitas outras. A atividade em 
si já é multidisciplinar e ainda pode ser adaptada para desenvolver a atenção a um conhecimento 
específico, um tema a ser estudado.
113
RECREAÇÃO
A atividade pode ser competitiva ou não competitiva.
A grande motivação está na fantasia do “tesouro”, na aventura da “caça” e na competição, para ser 
o primeiro a achar o tesouro.
Podemos promover a brincadeira da caça ao tesouro com crianças a partir dos 5 anos.
Contemplando o universo lúdico da atividade, os participantes deverão usar um mapa e achar as 
pistas que irão traçar o caminho até o tesouro.
Vejamos quais os principais itens organizacionais:
• Definir os participantes:
— Podem ser grupos da mesma faixa etária ou grupos mistos, que contem com a participação de 
várias faixas etárias.
• Definir o local e pedir autorização:
— A atividade pode ser realizada na escola ou em parques e praças.
— Na escola, é importante que a coordenação esteja de acordo com os locais definidos para a 
realização da atividade.
— No caso de utilização de um espaço público, é importante fazer um contato com os responsáveis 
pelo local e pedir uma autorização para a realização do evento, bem como o apoio em relação 
à limpeza e à segurança do local.
• Definir a premiação:
— A premiação deve ser compatível com os objetivos da atividade, ou seja, o prêmio será colocado 
dentro do tesouro.
— O professor deve usar a criatividade na hora de preparar o “tesouro”, mantendo a fantasia da 
atividade.
— O ideal é que todos ganhem prêmios de participação, pois todos se esforçaram para caçar o 
tesouro.
• Mapear o local:
— Os organizadores irão fazer a delimitação do espaço e confeccionar um mapa para ser entregue 
aos participantes.
114
Unidade III
— Na escola, o professor de Geografia pode abordar o tema e fazer com que os próprios alunos 
façam um mapa da escola.
Exemplo do mapa:
Diretoria Sala 3Sala 1
Sala 4Sala 2
Secretaria
Entrada
Lanchonete
Pátio
Figura 29 
• Traçar os percursos:
— O percurso é o caminho que será percorrido pelos participantes. No caso de mais de uma 
equipe participante, cada equipe deverá ter um caminho diferente para chegar ao tesouro. 
Antecipadamente, os organizadores deverão traçar o percurso para terem certeza de estarem 
sendo justos em relação à igualdade de distância percorrida. As equipes devem fazer caminhos 
diferentes para evitarmos que uma prejudique a outra. Então, se a disputa for entre quatro 
equipes, serão necessários quatro percursos para se chegar ao mesmo tesouro.
• Elaborar as pistas:
— As pistas levam ao próximo ponto do caminho até chegar o tesouro.
— Todas as equipes participantes terão o mesmo número de pistas para chegarem ao tesouro.
— A primeira pista é entregue em mãos ao mesmo tempo para todos os participantes, e a partir 
daí, cada equipe vai tentar decifrar as pistas para chegarem o mais rápido possível ao tesouro.
115
RECREAÇÃO
Pista 1 Pista 2 Pista 3
“Dê quatro passos 
partindo da porta da 
sala 5 e encontre a 
pista 2.”
“Sou gigante e 
gigantão, tenho doze 
filhos no meu coração, 
de cada filho trinta 
netos, metade brancos, 
metade pretos.”
“Foi feita para impedir, 
também para deixar 
passar, meu dono pode 
me abrir que esse nunca 
vai roubar.“
Resposta: Ano, meses, dias e 
noites (calendário)
Resposta: Porta
Pista 4 Pista 5 Pista 6
“O que é cego, mudo e 
surdo, mas sempre diz a 
verdade?”
“Quem sou? Tenho 
meias, mas não tenho 
pés, tenho quartos, mas 
não tenho salas.”
“Pode ser bom 
companheiro, e também 
um bom amigo, conta-
me a lição que der e 
traz guardado consigo.“
Resposta: Espelho Resposta: Relógio Resposta: Livro
Figura 30 
• Elaborar o regulamento:
— As regras devem ser apresentadas para todos antes do início da atividade. De preferência, por 
escrito, junto com o mapa.
— Por exemplo: não será permitida a utilização de patins, bicicletas, carro ou similares.
— As pistas deverão ser retiradas e guardadas pela equipe.
— Só será considerada a pista que corresponder à cor de sua equipe.
— Para ser considerada vencedora, a equipe deverá apresentar todas as pistas de seu percurso, 
caso contrário o tesouro pertencerá à próxima equipe que completar todo o percurso.
• Definir a equipe de apoio (fiscais):
— A equipe de apoio é parte da organização. São os fiscais de prova.
— Cada equipe será acompanhada por um fiscal.
— A principal função do fiscal é garantir a continuidade da caça.
— O fiscal leva consigo uma cópia de cada pista. Se por acaso a pista for retirada do local, o fiscal 
está autorizado a entregar a cópia, e a caça continuará.
116
Unidade III
Quadro 4 – Exemplo da ficha dofiscal com todo o percurso e suas respectivas pistas
Equipe 
verde Percurso Pista
Local em que foi 
escondida
1 Lanchonete da marquise Sou grande, mas não sou de valores. Em mãos.
2 Bolsão do estacionamento. Madison de ferro. Na vaga n° 5.
3 Ponte de ferro. Ligo seco a seco. No 3° degrau.
4 Ponte de concreto. A criança brinca onde o esquilo se cansa. No beiral da ponte.
5 Parquinho Não perca a esperança. Você pode ser o primeiro é só correr para depois descer.
Embaixo do 
escorregador.
6 Praça do viveiro. Posso combinar com querubins e serafins. Na placa.
7 Estufins. Para onde as mulheres vão depois do futebol. Na estufa central.
8 Vestiário. Estou aqui e na China. Na porta.
9 Praça da paz. Tesouro. Embaixo do isopor.
• Confeccionar e colocar as pistas:
— As pistas devem ser escondidas nos pontos do percurso.
— Se a atividade for realizada ao ar livre, é interessante que as pistas sejam protegidas, plastificadas.
— A elaboração das pistas deve levar em conta a faixa etária dos participantes.
— Quando estamos promovendo a caça ao tesouro para crianças que ainda não sabem ler, 
podemos usar figuras ou fotos. Outras formas de pistas são: charadas, cartas enigmáticas, 
escrita inversa, códigos para serem decifrados e perguntas que levem a descobrir qual será o 
próximo ponto do percurso até encontrarem o tesouro.
— Alguns exemplos de pistas:
- Charada: guardo algo que todos do parque precisam, principalmente vocês depois da caça. 
Resposta: bebedor.
- Códigos: que demais! a próxima pista está na ................ Resposta: quadra.
- Escrita inversa: dempo ir rapa a lasa dos resssofepro. Resposta: podem ir para a sala dos 
professores.
• Esconder o tesouro:
— O tesouro pode ser uma caixa, um baú, um pote, um saco, que contenha o prêmio.
117
RECREAÇÃO
— Pode estar escondido ou até enterrado na areia ou na terra. É importante que se tome cuidado 
com a segurança dos participantes, portanto deve ser escondido em um lugar compatível com 
a capacidade dos participantes.
— Se optarem por enterrar o tesouro na areia ou na terra, os organizadores devem se preocupar 
com a preservação do local.
8.6 Caminhadas recreativas
As caminhadas em grupo são atividades que proporcionam convívio, exploração de novos ambientes, 
contato com a natureza, desafios e conquistas. Nessa atividade, todos se ajudam, despertando o espírito de 
solidariedade, respeito e muitos outros aspectos relacionados à razão, aos sentimentos e à vida em sociedade.
Orientações gerais
• O grupo: as atividades recreativas são mais divertidas quando feitas em grupo.
— A caminhada recreativa deve ser realizada em grupos buscando a motivação, o companheirismo, 
a ajuda mútua e outros benefícios derivados da atividade, como o conhecimento, a preservação 
e a valorização ambiental.
• A clientela: a atividade pode ser desenvolvida com crianças (a partir de 3 anos), jovens, adultos e 
idosos.
• O local: a caminhada pode ser realizada tanto na cidade como no campo, nas matas, nos parques 
ou em praias. O mais importante é o espírito de aventura que esta atividade proporciona, aliado à 
diversão, descontração e espontaneidade.
Providências
• Autorizações: em caso de grupos de crianças, elas devem ser autorizadas pelos seus responsáveis, 
por escrito.
• Algumas reservas ambientais exigem uma autorização para que o grupo faça sua caminhada.
• Agendamento: alguns parques e reservas ambientais precisam de agendamento para que a 
atividade seja desenvolvida. Procure se informar antes.
• Regulamentos: de forma simpática e descontraída, você deve estipular as regras. Você pode 
entregar por escrito ou reunir a turma para as instruções logo no início da atividade.
Exemplo de regulamento
• Saia de casa alimentado.
118
Unidade III
• Se preferir, leve mais um pequeno lanche para o meio da manhã.
• Evite levar sacolas, dê preferência para mochilas ou pochetes.
• Vista uma roupa leve e confortável.
• Consulte a previsão do tempo para não exagerar nem passar dificuldades quanto à vestimenta, 
mas não se esqueça de que a caminhada esquenta o corpo e carregar casacos pode ser bem 
cansativo.
• Em caso de chuva forte, a caminhada será cancelada e transferida, pois o parque não abre em dias 
de chuva forte.
• Escolha um tênis confortável (usado).
• Máquina fotográfica é sempre bem-vinda, mas tome cuidado para não perdê-la.
• Leve binóculo (mirante da cidade).
• Não esqueça o bom humor e a alegria.
• Do local, tiraremos apenas fotos, deixaremos pegadas e levaremos boas lembranças.
• Orientadores: alguns parques e reservas ambientais possuem um grupo de guias que podem ajudar 
a orientar o grupo durante a caminhada e também dar informações sobre a área do percurso, o 
que torna a atividade ainda mais motivante.
• Segurança: explorar área conhecida, por trilha bem demarcada.
• Deve-se evitar:
— Dias chuvosos ou muito quentes (planejar a época).
— Distâncias muito longas – pernoites (muita aventura).
— Estradas desconhecidas – cortar caminho (perigo).
— Abrir novas trilhas (erosões).
• Distância: deve ser programada de acordo com as condições do grupo.
Conforme o número de pessoas, a faixa etária e a distância do passeio, pode-se colocar um carro 
à disposição no meio do percurso em ponto estratégico para o caso de alguma emergência. O uso de 
walkie talkies também é recomendado para facilitar a comunicação entre os monitores.
119
RECREAÇÃO
• Vestimenta e equipamentos: as pessoas devem ser orientadas para não exagerarem na bagagem 
e estarem bem protegidas dos desconfortos.
• É interessante que o grupo vista uma camiseta ou um colete uniforme, com cores vivas, para um 
melhor controle do grupo.
• Ritmo: deve ser obedecido um ritmo lento, descansado e prazeroso, procurando manter a passada 
rítmica e lenta quase sem esforço.
• Passadas: a melhor forma de “comer” os quilômetros não é correr, mas simplesmente continuar 
andando devagar hora após hora num ritmo despretensioso. Alongue o comprimento das passadas 
tanto quanto for natural para você: três passadas longas consomem menos energia do que cinco 
passadas curtas. Nas subidas, reduza o comprimento da passada, mas mantenha o ritmo.
• Exploração do local: horta, pomar, plantação, cachoeira, riacho, alambique, lagos etc.
• Distração: canções, histórias sobre o local, observação do tamanho, da espessura e da beleza 
das árvores etc.
• Paradas de descanso: devem ser programadas conforme o tamanho do percurso. A cada 50 a 60 
minutos, 10 a 15 minutos de parada.
• Músicas: cantar durante a caminhada ajuda na descontração e motivação do grupo, fazendo com 
que o tempo passe de forma agradável e divertida.
• As músicas podem ser: tradicionais de caminhadas, recreativas ou simplesmente uma música 
popular, podendo ser orientadas e comandadas pelo instrutor.
• Lixo: todo lixo deve ser recolhido. Até as cinzas de uma pequena fogueira.
• Volta: o caminho de volta deve ser, se possível, diferente do de ida.
O instrutor, ao se preparar para este tipo de atividade, poderá enriquecer seus conhecimentos 
pesquisando e, posteriormente, entretendo as pessoas com curiosidades do tipo:
• como se forma uma colmeia;
• nome e características de pássaros da região;
• a importância e os benefícios da caminhada para o organismo;
• respirar fundo o ar puro;
• dicas sobre cobras, aranhas, escorpiões, plantas venenosas etc.;
120
Unidade III
• noções de ecologia: a extinção de uma determinada espécie pode levar à superpopulação de outra;
• noções de primeiros socorros.
Caminhadas noturnas
• devem ser muito bem orientadas;
• todas as orientações que já fizemos cabem também para as caminhadas noturnas;
• podemos ainda orientar os participantes, no caso de caminhadas noturnas, que usem uma 
vestimenta clara, de preferência branca, pois dessa forma as pessoas ficam mais visíveis;
• cada participante poderá confeccionar a sua lanterna, feita com uma lata de alumínio com dois 
furos nas laterais onde serão colocadas as alças e uma vela acesa dentro da lata.
 
Lanterna=
Figura 31 
• Divulgação: cartazes ilustrados, com fotos do local.
8.7 Matroginástica
A matroginástica é uma atividade física realizada entre pais e filhos com objetivo de vivenciar 
movimentos corporais diversos, unindo a família.
O nome matrogimnasia foi criado pelo Instituto Nacional de Educação Física de Madrid e significa 
ginástica para mães e filhos. A matroginástica surgiu da união do prefixo matro, modificado do latim 
mater, significando mãe, e do sufixo ginástica (SCHULZ, 1975 apud GUISELINI, 1985).
No Brasil, a matroginástica surgiu em 1975, num curso realizado no Parque do Ibirapuera, com o 
objetivo de torná-la conhecida pelo público (GUISELINE, 1985). Segundo o mesmo autor, a matroginástica 
ganhou seu espaço nos programas de Esporte para Todos.
Para elaborar um programa de matroginástica, Guiselini (1985) sugere alguns passos:
121
RECREAÇÃO
Primeiro passo
• O primeiro passo é a caracterização do público alvo: características gerais (faixa etária, etapa do 
desenvolvimento motor) e características específicas (experiências com o movimento ou acervo 
motor).
Segundo passo
• O segundo passo, após caracterizar a clientela, é estabelecer os objetivos que se pretendem 
alcançar com a matroginástica, em determinada situação.
Guiseline (1985) apresenta os seguintes objetivos:
• Favorecer a integração entre pais e filhos: reconhecer capacidades físicas individuais no contato 
entre pais e filhos; descobrir seu próprio corpo; integrar e aproximar; desenvolver equilíbrio 
emocional.
• Orientar os pais sobre a importância da atividade física para o desenvolvimento da criança: 
proporcionar situações em que as atividades posam ser aplicadas para propiciar o desenvolvimento 
e aprimoramento motor da criança e de toda a família.
• Estimular a utilização da atividade física entre pais e filhos como alternativa de lazer da família: 
usar as atividades da matroginástica nos momentos de lazer. Criar o hábito da prática de atividades 
físicas entre os integrantes da família.
• Incentivar a utilização criativa do espaço social e dos equipamentos adaptados: usar equipamentos 
de lazer, como praças, parques, clubes e a própria casa, para a prática de atividades em família. 
Atrair outras pessoas para essas práticas.
 Lembrete
Há necessidade urgente de democratizar o lazer, e democratizar o lazer 
implica democratizar o espaço (MARCELINO, 2006).
Outros objetivos:
• divulgar os benefícios da atividade física para crianças e adultos;
• propiciar, a um grande número de famílias, a oportunidade de participar de uma atividade de 
lazer, de forma ativa e criativa;
• favorecer a integração entre as escolas, os pais, os filhos e os professores;
• estimular as pessoas à prática da atividade física em grupo.
122
Unidade III
Terceiro passo
• O terceiro passo é a seleção das tarefas motoras e a organização do ambiente de aprendizagem.
Os movimentos devem seguir alguns princípios:
• variabilidade: movimentos de locomoção (deslocamento); manipulação (objetos em contato com 
mãos ou pés); estabilização (movimentos de equilíbrio);
• organização temporal (ritmo, fluência, velocidade);
• organização espacial (direções: para frente, para trás, diagonais, círculos, formas geométricas 
diversas); limitações individuais e em relação ao outro;
• trabalho com as capacidades físicas: força, equilíbrio, flexibilidade, velocidade, ritmo e resistência;
• consciência corporal (conhecer seus limites e suas capacidades individuais;
• relações entre todos (integração).
Seguindo esses princípios, as atividades motoras são organizadas em categorias. Apresentamos a 
seguir as categorias com exemplos de atividades, de acordo com Guiseline (1985):
• Tarefas motoras utilizando o próprio corpo.
— Formar uma roda de mãos dadas e caminhar (na ponta dos pés, com tronco flexionado) em 
vários sentidos.
— Correr pelo espaço de mãos dadas e, ao sinal, mudar de direção.
— Em coluna (formando um trem), correr pelo espaço. O professor sugere quem deve ficar à 
frente: pai, mãe ou criança.
• Pais e filhos com bexiga.
— Em pé, tocar a bexiga com as mãos.
— Em pé, os pais tocam as mãos, e os filhos tocam com a testa.
— Pais e filhos em apoio dorsal, todos jogam futebol, mantendo a bola no ar.
• Pais e filhos com bastão.
— Pai e mãe em pé, lado a lado, segurando o bastão pelas extremidades; filhos sentados, braços 
elevados segurando no bastão. Juntos, devem caminhar.
123
RECREAÇÃO
— Pai e mãe deitados, em decúbito ventral, frente a frente, segurando o bastão na posição vertical. 
Os filhos saltam os pais. Ao sinal, trocar de posição.
— Filhos deitados em decúbito ventral, braços estendidos segurando o bastão, os pais tracionam 
os filhos. Ao sinal, o pai deita e é tracionado pelos filhos e mãe.
• Pais e filhos com elástico.
— Pai e mãe sentados, frente a frente, segurando o elástico pelas extremidades: filhos saltam com 
um dos pés, com os dois pés, com giros. As tarefas devem ser realizadas alternando entre pais 
e filhos.
• Pais e filhos com arcos.
— Pai em pé com o arco na cintura, mãe e filhos segurando na borda. Correr pelo espaço e, ao 
sinal, trocar o condutor.
— Pai e mãe frente a frente segurando o arco. Os filhos saltam dentro e fora do arco. Variação: 
saltar dentro e passar por baixo.
— Pais e filhos em pé, ao redor do arco. Saltar alternadamente dentro e fora do arco. Variações: 
saltar de lado, com um dos pés, de mãos dadas, dois a dois.
• Tarefas motoras com aparelhos.
— Uso dos aparelhos de ginástica, como plintos, bancos suecos, colchões, barra paralela, 
dentre outros.
— Pais e filhos experimentam movimentos sugeridos pelo professor.
Figura 32 
124
Unidade III
Figura 33 
Figura 34
Figura 35
125
RECREAÇÃO
O mesmo autor (GUISELINI, 1985) aborda os aspectos organizacionais para a aplicação da matroginástica.
Com relação ao local:
• ambientes abertos (quadras, campos de futebol, parques, praças);
• ambientes fechados (galpões, salão de festas, pátio do colégio);
• tipos de piso (gramado, cimento, asfalto).
Com relação ao material:
• equipamento de som (amplificadores, microfones);
• elementos de ginástica (bolas, arcos, fitas, bastões);
• aparelhos de ginástica (colchões, barras paralelas, plintos).
Com relação à música:
• estimular os participantes;
• fornecer o ritmo necessário para a execução dos movimentos;
• desinibir;
• favorecer o aspecto lúdico da atividade;
• adaptar-se aos objetivos, às características da clientela e aos movimentos;
• educar o ritmo;
• variar conforme movimentos e situação.
Com relação aos participantes:
• número total provável de participantes;
• número total de pessoas por família;
• faixa etária média dos participantes;
• identificação dos hábitos do público, se possível.
126
Unidade III
Com relação à época do ano:
• estação do ano: as atividades devem corresponder às estações;
• temperatura: frio, calor, umidade do ar;
• horário: respeitar a relação atividade/horário.
Com relação à participação do professor:
• colocar-se sempre de frente para o grupo, num local em que possa ser visto por todos;
• enunciar as tarefas de maneira clara e precisa;
• transmitir as atividades com entusiasmo e alegria;
• circular entre os participantes;
• estar atento às reações das famílias para dosar a intensidade das tarefas;
• procurar favorecer a formação de grupos entre famílias;
• orientar a utilização do espaço, evitando que fiquem muito próximos ou muito distantes.
Com relação à divulgação:
• na escola: carta aos pais com nome da atividade, descrição, local, data e horário;
• clube: carta aos associados, faixas, banners;
• comunidade: panfletos, rádio, TV, faixas, cartazes nos ônibus.
Quarto passo
O quarto passo proposto por Guiselini (1985) é a elaboração da atividade que deve seguir as etapas:
• introdução: preparação física e psíquica (entrada em calor, alongamento, acolhimento);
• parte principal: sequência de movimentos – exercícios de construção organizados de acordo com 
os objetivos estabelecidos;• parte final: relaxamento.
A matroginástica pode ser realizada em escolas públicas e privadas, aproximando alunos, pais, 
professores e funcionários da escola, além da comunidade circunvizinha. Ela pode acontecer em datas 
comemorativas, como dia das mães, dos pais, das crianças e outros festejos cívicos.
127
RECREAÇÃO
Ela também é muito apropriada para clubes, centros educacionais, praças, praias, parques, podendo 
acontecer aos finais de semana ou em eventos comemorativos.
8.8 Danças circulares recreativas
A dança teve origem nos tempos mais remotos da humanidade. Na era primitiva, os homens já 
dançavam, antes mesmo de desenhar ou escrever. As primeiras danças imitavam a natureza, 
representando desde a chuva e o trovão até os movimentos dos animais.
Depois vieram as danças ritualísticas associadas a passagens de um ciclo para outro, sejam eles 
internos ou externos. Assim, temos danças que marcam a entrada na vida adulta (adolescência) e outras 
relacionadas com o ciclo das estações do ano.
As danças circulares entram nesse contexto sócio-histórico e carregam consigo muitos significados 
profundos da relação do homem com seu povo, seus costumes e suas características.
As danças circulares sagradas representam toda a tradição de um povo. O sagrado da dança circular 
remete ao encontro com o outro e ao contato com a essência de cada um, nos ciclos internos e 
externos da vida. Por meio da dança, celebram-se os momentos importantes: do plantio, da colheita, do 
nascimento e dos funerais (GARAUDY, 1980).
O criador do termo danças circulares sagradas foi Bernhard Wosien, coreógrafo, bailarino, pedagogo 
da dança, desenhista e pintor alemão. Ele fez uma pesquisa pela Europa em busca de uma prática 
corporal mais orgânica e encontrou danças que se assemelhavam entre si pelas suas características 
ritualísticas, pelos passos e formações, a maioria em círculos.
Na comunidade de Findhorn, na Escócia, Wosien (2000) ensinou a um grupo de pessoas algumas das 
danças que aprendera e pesquisara. Assim, em 1976, nasce a denominação danças circulares, que foi 
ganhando espaço mundo afora, primeiro na Europa e mais tarde, na América. No Brasil, elas chegaram 
à cidade de Nazaré Paulista, São Paulo, em meados de 1980.
Atualmente, as danças circulares são dançadas nos parques, praças, escolas, centros culturais, 
mantendo as mesmas características das danças compiladas por Bernhard Wosien. Nesses lugares, 
várias pessoas se reúnem para vivenciar a experiência com essas danças de diversas partes do mundo 
e de vários gêneros musicais. Vários estudos são feitos sobre essa prática, existindo, inclusive, muitos 
materiais publicados, cursos de formação e os Encontros de Danças Circulares Sagradas, cujo primeiro 
aconteceu em 2002 e, desde então, realizam-se anualmente.
Como já dissemos, o nome danças circulares refere-se à sua formação, pois a maioria delas são 
dançadas em círculo, no entanto, elas também podem ser dançadas em fileiras ou em pares, sendo 
que geralmente as pessoas dão as mãos. A roda descreve formas variadas no espaço e pode abrir-se ou 
fechar-se, desenhando linhas ou espirais. Pela sua característica, essas danças lembram muito as danças 
de roda dançadas em festas ou ainda as danças folclóricas.
128
Unidade III
O repertório, amplo e variado, inclui, por exemplo, danças da Grécia, Albânia, Romênia, Iugoslávia, 
Bulgária, Hungria, Macedônia, Israel, Escócia, Irlanda, Índia, Brasil, países bálticos e celtas, dentre outros 
(WOSIEN, B., 2000; WOSIEN, M. G. 2002; 2004; RAMOS, 2002).
As danças circulares estão repletas de símbolos, todos muito ricos e que representam o que está 
fora (o macrocosmo) e dentro de nós (o microcosmo). Tudo se integra, tornando-se um só. Assim, os 
passos da dança, a direção do deslocamento, as formações em círculo, espirais ou fileiras, dentre outros 
símbolos, cada qual tem seu significado, dentro e fora de nós.
O círculo representa uma imagem do espaço cósmico. Todos nós temos a 
origem nesse círculo. Cada ponto no círculo é um ponto crucial. Cada um 
está a igual distância do centro. Ao dançarmos no sentido dos ponteiros 
do relógio (o relógio nos mostra o percurso do nascer ao pôr do sol), nós 
dançamos em direção ao pôr do sol, em direção à luz. Nossa mão direita é a 
mão que recebe, com a palmas para cima; nossa mão esquerda é a mão que 
doa, as palmas para baixo. Esta mão passa a diante a luz e nos assegura, ao 
mesmo tempo, do nosso elo com o passado que em latim é religio. Dessa 
forma fazemos uma corrente que mostra a origem sagrada (WOSIEN apud 
BISCONSIN; MIZUMOTO, 2008, p. 6).
Quando desenhamos, com passos, a cruz no círculo da dança, estamos dançando os quatros 
quadrantes do ano: primavera, verão, outono e inverno. O lugar onde todo o círculo e as duas linhas 
da cruz se encontram é o centro do círculo, o ponto. Esse centro pode representar o que há em comum 
entre todos, para onde se direcionam nossos olhares, nosso foco.
Para a personalidade total, esse centro corresponde ao self, e para a consciência, o centro é marcado 
pelo ego, ao qual relacionamos tudo o que vivenciamos. Por exemplo, quando dizemos “eu gosto de 
algo”, associamos o sentimento gostar ao ego, e o relacionamos a conteúdos similares já presentes 
na consciência (na nossa história de vida), formando uma rede que interliga e organiza o que vamos 
vivendo, tanto interna quanto externamente, e o centro organizador dessa rede é o ego (BERNARDO, 
2012, p. 47).
Esses aspectos apresentados resumidamente sobre a origem, as características e toda a simbologia 
das danças circulares nos servem para mostrar a complexidade contida nessas danças e nos dão a ideia 
sobre seus benefícios nos primeiros ciclos de vida (infância e adolescência). Assim, essas danças trabalham 
de forma integrada todos os aspectos, promovendo o desenvolvimento físico, motor, cognitivo, afetivo 
e social de crianças e jovens.
Num contexto geral, o valor das danças circulares está em proporcionar reações afetivas, 
subjetivas e educativas de construção de uma cultura da paz, na qual os corpos em movimento se 
tocam e se confraternizam, repensando e reposicionando formas de sociabilidades e de práticas 
culturais na contemporaneidade. Em gestos simples, todos em círculo dançam em comunhão 
consigo, com os outros participantes da roda, despertando sentidos e sentimentos de acordo com 
a proposta apresentada. Mesmo sem conhecer a origem e a história dessas danças, tudo que está 
129
RECREAÇÃO
contido nela é vivenciado por quem a experimenta. Algo realmente mágico que não se consegue 
explicar: tem que praticar para sentir.
Alguns educadores, ao perceberem o potencial das rodas de danças para colocar as pessoas em 
contato com suas origens mais ancestrais e sua essência de aprendiz, trouxeram essa prática para dentro 
das salas de aula.
A prática das danças circulares favorece a introspecção, o trabalho em 
conjunto, a escuta do silêncio e a escuta de si mesmo. Assim, o trabalho 
de danças circulares sagradas integra um “novo movimento da educação 
intitulado transdisciplinaridade” (PIAZZETA, 2009, p. 4).
Para dançar as danças circulares, é preciso estar atento para aprender os passos e executá-los de 
acordo com a música e com o grupo, com sintonia, ritmo e harmonia. Nesses momentos, é preciso 
afastar-se do mundo exterior e olhar para si e para os outros que estão na roda.
Só esse aspecto já seria justificativo o suficiente para incluir essas danças na escola, como uma 
ferramenta eficaz que desenvolve na criança e no adolescente a percepção de sua individualidade 
no grupo.
Conhecendo a si e ao outro de forma divertida e simples, dançando e fazendo girar a roda da alegria, 
a criança e o jovem mantêm sua energia direcionada a um foco, um objetivo em comum, em que todos 
são convidados a estarem juntos.
De maneira simples e direta, a dança preserva a identidade pessoal dentro da coletividade. 
E com a individualidade garantida, em comum-unidade com os outros, é possível haver uma 
conexão maisclara do meio em que o indivíduo vive, conscientizando-o de sua importância como 
parte desse meio.
Existem rodas e brinquedos cantados que podem ser incluídos no contexto das danças, inseridos 
também como atividades lúdicas ou recreativas.
O exercício a seguir envolverá atividade física, artística e manual, brincando com diversos ritmos e 
expressões corporais, além de desenvolver o imaginário, a criatividade e a expressão artística.
Dança dos pontos
O exercício deve ser realizado em grupo.
Os materiais necessários são: uma cartolina branca; canetas hidrográficas ou giz de cera; um aparelho 
de som; e oito músicas de diferentes ritmos.
Cada participante deve estar segurando uma caneta ou giz.
130
Unidade III
Posicionados em volta da cartolina devem dançar conforme o ritmo da música.
Assim que a música parar, todos devem fazer pontinhos na cartolina, no ritmo da música que 
estavam dançando.
Após a dança das oito músicas programadas, os participantes devem observar os pontos e tentar 
achar figuras ligando os pontos.
A partir das figuras encontradas, os participantes devem inventar uma história.
8.9 Colônia de férias
Agora estamos diante de um tema que devemos entender como o mais desafiador para o professor 
de Educação Física. O desafio se dá pelo fato de estarmos diante da recreação em tempo integral. Não 
pensaremos na recreação como um meio, mas como um fim, em que o principal objetivo está em 
entreter as crianças por um extenso período do dia.
As colônias de férias são assim chamadas por serem programadas no período das férias escolares, 
quando as crianças ficam com seus dias livres para fazerem suas escolhas de lazer.
Para os pequenos, entre 3 e 7 anos, a iniciativa vem dos pais, que valorizam a experiência da 
colônia de férias pelo seu valor socioeducativo e também acham uma alternativa para deixarem 
as crianças bem amparadas enquanto trabalham. Já as crianças maiores de 8 anos fazem as suas 
próprias escolhas e, ao escolher preencher seu tempo livre em uma colônia de férias, já sabem 
que irão participar de atividades divertidas com crianças da sua idade, portanto, ficam muito 
motivadas a participarem.
Atualmente, temos uma grande oferta de atividades como essa em clubes, condomínios, 
centros recreativos, ONGs, igrejas, porém a demanda ainda é muito grande. Nessa perspectiva, 
vemos aqui uma grande oportunidade para os futuros profissionais de Educação Física criarem 
seu próprio negócio. Para isso, precisamos estar prontos e sermos competentes em montarmos 
uma estrutura organizacional e uma boa programação que atenda às necessidades e expectativas 
das crianças e dos pais também.
A fim de caracterizarmos a colônia de férias, vamos deixar claro que não nos atentaremos aos 
acampamentos, e sim ao acantonamento.
 Observação
Acampar = estabelecer-se em campo.
Acantonar = estabelece-se em um “canto”.
131
RECREAÇÃO
A seguir, veremos os pontos básicos que irão fazer parte do seu planejamento.
Temos dois tipos de colônia de férias:
• sem hospedagem: as crianças passam o dia na colônia de férias e voltam para casa no final do dia;
• com hospedagem: as crianças passam o dia e a noite na colônia de férias.
A seguir, estudaremos os pontos básicos para o planejamento, mas dependendo do tipo da colônia 
de férias, alguns itens não serão necessários.
Todos os pontos são importantes e devem ser tratados com a mesma dedicação por parte dos 
organizadores.
Quando nos referimos aos organizadores, estamos incluindo todos os profissionais envolvidos na 
colônia de férias, como coordenadores, professores e monitores.
Os pontos básicos do 
acantonamento socioeducativo
Programa
Infraestrutura
Transporte
Alimentação
SegurançaSaúde
Figura 36 
O transporte dos participantes deve ser de boa procedência, ou seja, a empresa contratada deve estar 
em dia com a documentação do veículo e assegurar o conforto e segurança dos passageiros, e o veículo 
deve possuir cinto de segurança, toalete, ventilação adequada e higiene. O motorista tem que estar a par do 
trajeto até o destino. Não devemos arriscar caminhos alternativos para evitar atrasos e imprevistos, por isso os 
organizadores devem checar antes da partida se o motorista já planejou a rota até o destino.
Ao transportar os participantes, os organizadores devem providenciar uma lista dos nomes, para 
checar se todos estão presentes, e fazer uma chamada a cada saída para o próximo destino.
Para tornar o trajeto mais divertido, podemos planejar atividades recreativas, como: cantorias, 
gincanas, brincadeiras, que irão distrair os participantes, principalmente se a distância for longa. 
Devemos informar ao motorista sobre o desenvolvimento das atividades.
132
Unidade III
As atividades em que precisamos levantar do assento e ficar sem cinto devem ser realizadas somente 
no momento em que o motorista autorizar a soltura do cinto de segurança.
Os organizadores devem estar munidos de água potável para servir aos participantes durante o trajeto.
Figura 37 – Principais itens que devem atender a colônia de férias
Toda infraestrutura deve ser checada antes, para garantir um bom andamento da programação.
Também deve proporcionar a sensação de bem estar, pois de outra forma, haverá um conflito com 
a proposta lúdica. Estamos nos referindo principalmente aos serviços relacionados ao conforto e à 
segurança dos participantes.
Dormitórios, banheiros e refeitórios devem estar sempre limpos e arrumados. Podemos contar com a 
colaboração de todos nesses aspectos, pois se trata de uma atividade recreativa socioeducativa, porém 
uma boa equipe de apoio será necessária para que tudo ocorra bem. Na equipe de apoio, contaremos 
com faxineiros, cozinheiros e monitores.
No caso do telefone, podemos contar com telefones celulares, mas o mais indicado é que se 
disponibilize também um telefone fixo em caso de necessidade.
Os organizadores devem saber onde fica o hospital ou pronto-socorro mais próximo para eventuais 
acidentes e ainda estarem preparados para os primeiros socorros com todo o material básico testado e 
de fácil acesso.
133
RECREAÇÃO
 Saiba mais
Você pode acessar o manual de primeiros socorros:
SÃO PAULO (Cidade). Secretaria da Saúde. Manual de prevenção de acidentes 
e primeiros socorros nas escolas. São Paulo: SMS, 2007. Disponível em: <http://
ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/saude/crianca/0005/Manual_
Prev_Acid_PrimSocorro.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2016.
Devemos sempre lembrar que as pessoas têm hábitos diferentes de alimentação. Alguns seguem 
dietas específicas, outros podem ter algum tipo de restrição. Para podermos nos adequar a essas 
diferenças, devemos elaborar o cardápio diário da colônia de férias que será apresentado anteriormente 
aos participantes. Caso alguém se manifeste em relação às suas restrições, o cardápio poderá ser 
adaptado, caso contrário, o participante corre o risco de não se alimentar adequadamente, causando 
transtorno para os organizadores.
Na programação devem estar previstas refeições e lanches, de acordo com o horário programado 
para as atividades.
É adequado que se façam intervalos de no máximo três horas para os lanches e refeições.
Figura 38 
O cardápio pode ser elaborado pelos próprios organizadores, professores de Educação Física, ou por 
um nutricionista, que irá ajudar na melhor adequação dos alimentos de acordo com a faixa etária e a 
programação das atividades do dia.
Em casos particulares, os responsáveis devem avisar aos organizadores sobre as restrições.
A higiene deve ser um item de grande atenção, pois se cada um cuidar da sua, todos serão beneficiados 
com o bem estar.
134
Unidade III
Os organizadores devem deixar um espaço de tempo, principalmente após as refeições, para que 
cada um faça sua higiene.
Manter as mãos limpas sempre que possível, usar desodorante e escovar os dentes são tarefas básicas 
que devem ser previstas pelos organizadores durante a programação.
Cada participante deve ser orientado por escrito sobre o materialbásico de higiene pessoal que deve 
ser levado para a colônia de férias, por isso é importante fazer uma lista.
Em colônia de férias para crianças menores, devemos lembrar que acidentes podem acontecer, como 
xixi na cama, xixi na calça, diarreia, nariz escorrendo, entre outros. Por isso, é importante pedir para que 
as crianças tragam mais uma “muda de roupa” na bagagem do dia.
A limpeza do ambiente deve ser garantida e mantida pelos organizadores e participantes, portanto, 
lixeiras devem estar bem localizadas.
Os organizadores devem saber onde ficam os materiais de limpeza, bem como os funcionários que 
estarão à disposição em caso de necessidade.
A programação das atividades deve ser feita prestando atenção às intempéries que poderão ocorrer 
de acordo com a estação do ano.
A hidratação é muito importante em qualquer estação climática, portanto, devemos garantir e 
permitir a ingestão de água quantas vezes os participantes solicitarem. A sede é um sinal que o corpo 
dá quando precisa de água.
 Observação
As pessoas sedentárias devem tomar no mínimo 1,5 litros de água por 
dia. As pessoas ativas devem ingerir pelo menos 2 litros, já os esportistas 
precisam de 3 litros por dia para se manter saudáveis.
Ainda sob responsabilidade dos organizadores, estão as providências de material de apoio nos casos 
de imprevistos climáticos, por exemplo: lanterna para imprevistos com a falta de luz elétrica devido a 
temporais, guarda-chuva, radio ou telefone celular.
A fim de promover o bem estar dos participantes e de evitar exageros por parte dos responsáveis, os 
organizadores devem providenciar uma lista de objetos que ajudarão a manter o clima lúdico da colônia 
de férias com itens como:
• boné;
• repelente;
135
RECREAÇÃO
• protetor solar;
• roupas e assessórios ideais com a quantidade sugerida, baseada na programação diária.
Como já vimos anteriormente, cada fase do desenvolvimento está motivada para um tipo de diversão.
A idade mínima para a participação em uma colônia de férias deve ser de 4 anos, pois nessa fase 
a criança já está no meio da segunda infância e já é capaz de entender grande parte das regras, das 
atividades e do clima lúdico da colônia de férias.
A divisão das turmas fica a critério dos organizadores, que vão planejar toda a programação da 
colônia de férias, e o número de participantes deve ser compatível com aspectos como capacidade de 
acomodação e número de pessoas envolvidas na organização.
A divisão de turmas deve ser feita principalmente para facilitar o desenvolvimento da programação 
e servir também como motivação para a participação nas atividades propostas.
Sugestões:
• nomes;
• cores;
• canções/gritos de guerra.
Idade: 4, 5 e 6 anos
• participantes: de 10 a 15 por turma;
• monitores: no mínimo 2 por turma e 1 coordenador geral.
Idade: 7 anos em diante
• participantes: no máximo 15 por turma;
• monitores: no mínimo 1 por turma e 1 coordenador geral.
A programação do dia pode contar com períodos livres em que os participantes irão escolher o que 
querem fazer. É importante dar esse espaço para a criança. Os organizadores não precisam interagir 
nesse momento, porém devem estar atentos para alguns detalhes, como:
• Não deixar que as crianças se distanciem – é importante mantê-los em seu campo de visão.
• Ficar atento ao tipo de brincadeira escolhida para que a criança não corra riscos.
136
Unidade III
• Perceber os comportamentos tanto de isolamento como de atitudes agressivas físicas ou verbais.
• Controlar os excessos de carinhos por parte dos adolescentes que estão namorando.
• Perceber as fugas e orientar para estarem sempre junto com o grupo.
Outras situações podem acontecer, porém é sempre importante lembrar que se trata de uma atividade 
recreativa, e esperamos que tudo corra bem.
No caso da colônia de férias com hospedagem, os organizadores podem montar um esquema de 
revezamento de vigília noturna para que sempre haja alguém de prontidão durante a noite caso haja 
algum imprevisto.
Organizadores e monitores
• Devem procurar conhecer e conversar com todos os integrantes de sua turma (saber os nomes).
• Devem estar sempre junto com a turma, ser pacientes, amigos e bem-humorados com todos.
• Devem fazer reuniões diárias ao fim das atividades.
Quadro 5 – Plano da programação
Horário Sexta Horário Sábado Horário Domingo
7:30 Alvorada 7:30 Alvorada
8:00 Café (música) 8:00 Café (música)
9:00 Atividade I 9:00 Atividade I
10:00 Atividade II 10:00 Atividade II
12:00 Almoço (música) 12:00 Almoço (música)
 13:00 Atividade III 13:00 Atividade III
 14:00 Atividade IV 14:00 Atividade IV
` 16:00 Lanche (música) 16:00 Lanche (música)
18:00 Chegada acomodação 16:30 Atividade V 16:30 Atividade V
19:00 Regulamento 18:30 Livre/banho 18:30 Livre/banho
20:00 Jantar 20:00 Jantar (música) 20:00 Volta
21:00 Atividade I 21:00 Atividade VI
22:00 Ceia 22:00 Ceia (música)
22:30 Recolher 22:30 Recolher
Azul = atividade calma
Verde = atividade de média intensidade
Vermelho = atividade intensa
137
RECREAÇÃO
A figura mostra um exemplo de plano de programação para uma colônia de férias com a duração de 
um fim de semana e com hospedagem.
A partir do plano, os organizadores irão determinar quais serão as atividades de acordo com a turma.
Recursos físicos e materiais recreativos
Os recursos físicos são todos os espaços disponíveis para a realização das atividades que serão 
programadas, os quais devem ser observados antes da montagem da programação quanto a sua 
capacidade e condições de segurança.
Os recursos materiais são aqueles que serão usados para a realização das atividades recreativas, 
como bola, arco, corda etc. Devem ser providenciados e separados com antecedência.
 Lembrete
O material didático do professor de Educação Física é um brinquedo 
para a criança.
Além dos jogos e brincadeiras, podemos incrementar a programação com atividades diversificadas 
como as seguintes:
• concursos;
• bailes;
• shows;
• imitações;
• piquenique;
• combate H2O (com bexigas cheias d’água);
• plantar;
• pescar;
• ouvir histórias;
• culinária;
• escultura com argila;
• pintar pedras;
• fogueira da amizade;
• futebol maluco:
138
Unidade III
— três pernas;
— com vassoura;
— de casal (só mulher faz gol).
• vôlei:
— às cegas, com lençol na rede;
— na piscina (biribol).
Ficha de inscrição
Os organizadores devem elaborar uma ficha de inscrição completa, contendo, no mínimo, as 
seguintes informações:
• dados pessoais: nome, endereço e telefone;
• filiação e seus contatos;
• contato de emergência (na ausência dos responsáveis diretos);
• pessoas autorizadas a buscar a criança;
• restrições ou recomendações dos responsáveis;
• período de permanência na colônia de férias;
• assinatura do responsável pelas informações.
Além das informações citadas, cada colônia de férias terá sua característica própria, portanto os 
organizadores devem elaborar a ficha de inscrição pensando na sua realidade e acrescentar toda a 
informação que achar necessária para garantir a segurança e a tranquilidade de todos.
As fichas devem ser feitas em duas vias; uma via ficará sob posse da coordenação e a outra ficará 
sob a responsabilidade de um monitor que acompanhará o grupo nas atividades.
Divulgação
A divulgação deve informar de forma clara e divertida, com ilustrações e fotos, os principais itens 
referentes à colônia de férias:
• Dia.
• Hora.
• Local.
139
RECREAÇÃO
• Quem pode participar.
• Período de inscrições.
• Local e horário das inscrições.
• Limite de vagas.
• Valor e forma de pagamento (opcional).
8.10 Ação comunitária: lazer
Devem ser considerados:
• Conhecimento da situação da comunidade:
— Realidades.
— Interesses.
— Aspirações.
• Participação efetiva da comunidade:
— Planejamento.
— Organização.
— Realização.
— Avaliação.
• Integração com órgãos e instituições locais:
— Apoio político.
— Recursos (para manutenção e ampliação da ação).
Ação socioeducativa: modelo para construção de um plano

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