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Teoria e Prática da Recreação e Lazer - Matéria

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DESCRIÇÃO
Composição histórica, teorias, conceitos, características e os significados da recreação e do
lúdico.
PROPÓSITO
Incorporar a base histórica e as características da recreação e do lúdico como área de
conhecimento no contexto sociocultural para o âmbito escolar, institucional e comunitário contribui
para a formação acadêmica e atuação profissional. O reconhecimento dessas expressões do valor
da cultura popular propicia a crítica e a reflexão sobre essas práticas para a formação da
sociedade.
/
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, consulte a página do Dicionário Criativo como suporte
para compreender termos específicos da área.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar o processo histórico da recreação e do lúdico nas sociedades
MÓDULO 2
Reconhecer a origem, objetivos e características didático-pedagógicas da recreação e do lúdico
INTRODUÇÃO
A partir de agora, vamos estudar o desenvolvimento histórico da recreação em diferentes fases de
desenvolvimento das sociedades, suas principais características, conceitos e formas. Também
apresentaremos estudos desenvolvidos que envolvem o lúdico. Além disso, destacaremos
propostas relacionadas às instruções didático-pedagógicas para o desenvolvimento das atividades
recreativas em todas as faixas etárias, fazendo a junção entre teoria e prática.
/
MÓDULO 1
 Identificar o processo histórico da recreação e do lúdico nas sociedades
 
Fonte: Seahorse Vector / Shutterstock.com
REVELANDO A HISTÓRIA: NA PRÉ-HISTÓRIA
A partir de agora, vamos estudar a base histórica que envolve as atividades recreativas e a
ludicidade, buscando a conexão entre teoria e prática no decorrer do processo evolutivo.
 ATENÇÃO
De acordo com Guerra (1996) e Brasil (1997), a recreação e o lúdico têm a sua gênese no período
pré-histórico, desde o surgimento do homem na Terra, quando houve o início do desenvolvimento
da escrita e dos relatos dos momentos de diversão no dia a dia com símbolos, pinturas e
desenhos nas cavernas.
Nós sempre brincamos?
Sim! Especialmente na relação do homem nos seus primeiros tempos, quando festejava o
início da temporada para a caça, um novo sucesso ou uma nova moradia, que, naquela época,
/
era restrita às cavernas. O brincar era uma situação de cunho comum, com a cooperação
participativa das crianças, na busca dos alimentos para a manutenção familiar.
Neste sentido, as brincadeiras eram os momentos em que havia o convívio e a possibilidade
de experimentar a sensação de brincar, o contentamento e o desejo nas atividades, como
cantar e dançar em volta das fogueiras. Essa descrição também se assemelha às atividades dos
índios brasileiros.
Então, durante as várias celebrações realizadas, inclusive aquelas com características fúnebres,
vários deuses eram celebrados com muita felicidade. Quando aconteciam, as conquistas e as
derrotas também estavam inseridas nessas invocações. Dessa forma, o resultado que se revelava
nas ações estava evidente entre eles.
 
Fonte: Seahorse Vector / Shutterstock.com
/
 
Fonte: Seahorse Vector / Shutterstock.com
Portanto, nesse ponto de vista, as ações e movimentos, como os jogos coletivos, com
características religiosas para os adultos, podem ser considerados uma forma de passar de
geração para geração as brincadeiras que as crianças vão utilizar no decorrer dos tempos.
Assim, crianças iniciadas no contexto de brincadeiras e pela necessidade de uma interação social,
sentem a imposição natural de se aproximar de diferentes indivíduos. Dessa forma, são criados
momentos de socialização como uma atribuição do movimento recreativo, com a necessidade de
inserção dos adultos nesses momentos.
Huizinga (1971) estabelece que durante os vários períodos históricos, em especial nas
coletividades, desde o primeiro tempo ancestral, era preciso criar situações que abordavam as
principais carências para a sobrevivência. Por isso, havia as atividades de caçar e matar a presa,
mas em muitos momentos, as atividades mais comuns realizadas pelos homens daquela época
eram caracterizadas com configuração recreativa e lúdica.
NA ANTIGUIDADE
Nesse contexto histórico, surgiram várias civilizações, como a egípcia, grega e romana.
/
 
Fonte: AlexAnton / Shutterstock.com
Egito
Os egípcios foram importantes ao contribuir para a humanidade nos aspectos da anatomia,
quando realizavam os processos de mumificação, o que ajudou os estudos sobre a prática da
medicina. Além disso, incentivavam a natação e as lutas como forma de competição. Eles também
tinham como preferência educativa jogar damas e xadrez. Outro fator que deve ser destacado é a
forma como se expressavam no dia a dia com vários tipos de escrita, como as demóticas
(popular), hieróglifo (ilegível) e hieráticas (sagradas).
/
 
Fonte: Denis Ulyanov / Shutterstock.com
Grécia
Com a divisão social entre escravos e aristocratas, os gregos deixaram para a humanidade várias
manifestações lúdicas e recreativas, entre elas o interesse pelo esporte, a música, a dança e a
ginástica, que era utilizada como meio de formação para os jovens e, principalmente, para os
jogos olímpicos. Muitos filósofos gregos já utilizavam o brincar e as formas de jogar para transmitir
seus ensinamentos, pois percebiam que o lúdico era essencial para as crianças.
/
 
Fonte: danilosaltarelli / Shutterstock.com.
Roma
Medeiros (1975) descreve que muitas das exposições que ocorriam na Roma antiga também são
consideradas atividades recreativas. As movimentações circenses, em que os cristãos eram
lançados nas arenas para que os leões pudessem devorá-los, e a luta dos populares
combatentes, denominados pela história como gladiadores, foram, em muitos momentos,
estudados no sentido da conformação que lembra as atividades de diversão, recreativas e de
entretenimento. Os romanos também tinham o hábito praticar atividades com bola. Para os
romanos, os jogos caracterizavam-se como instrumento para as ligações sociais, pois o jogo e o
brinquedo tinham conotações educacionais e lúdicas.
NA IDADE MÉDIA
Na Idade Média houve uma predominância do feudalismo, caracterizado pelas relações entre o
servo e o senhor. Nesse período, a igreja católica passou a ter grande influência sobre o governo,
assim como sobre as manifestações da expressão, como a cultura e a própria arte. As
/
brincadeiras perderam o valor cultural e passaram a ser apenas retratadas nas atividades dos
adultos que se expressavam habitualmente, com o brincar lúdico com espadas.
 
Fonte: Nejron Photo / Shutterstock.com
RENASCIMENTO E MODERNIDADE
Seguindo na linha do tempo, na época do Renascimento, Guerra (1996) cita que, em 1774, na
Alemanha, encontramos um dado histórico interessante, que está relacionado ao movimento da
recreação propriamente dita, de maneira sistematizada: a criação do Philantropinum
(Instituição educacional com direção de filantropia) devido à determinação, ao arrojo e ao
empreendimento do ex-professor de colégios dinamarqueses frequentados por nobres, conhecido
como professor Johann Bernhard Basedow.
Qual era a metodologia de ensino na Philantropinum?
Ao criar o Philantropinum. J. B. Basedow estipulou através da metodologia de ensino que as
atividades e os conhecimentos intelectuais tinham o mesmo grau de importância que as atividades
físicas, ou seja, estavam sempre lado a lado. Nesse contexto, foram desenvolvidos diversos jogos
que mesclavam cognição e ação física.
/
Neste contexto, os jogos tinham importância nos primeiros anos de escolarização, e as
atividades físicas e mentais nos períodos de escolarização maiores. Então, temos a
inspiração desse estabelecimento que tinha uma ação regulada e sistematizada, pois
compreendia o estudo com o desenvolvimento de várias horas diárias, inclusive com o ensino das
artes. Conjuntamente, eram realizadas atividades recreativas que poderiam ser praticadas de
várias formas, tais como:
PESCARIA
HIPISMO
ESPORTES DE COMBATE
ARTE ATRAVÉS DOS MOVIMENTOS
PASSEIOS EM GRUPO
Alémdisso, havia um período maior para o estudo de assuntos e temas conceituais e
investigativos.
O professor Simon, colaborador de J. B. Basedow, é considerado o primeiro a incorporar
exercícios e tarefas motoras, com preocupação no sentido do desenvolvimento e da
maturação e de acordo com os intervalos de idade e o nível de desenvolvimento dos seus
alunos. Nesse sentido, com o decorrer do tempo, surgem várias escolas que passam a utilizar o
/
método e concepção Basedowiana, que foi expandida através das praças com seus brinquedos
infantis e era divulgada em toda a Europa e em outros continentes. Assim são introduzidas
atividades com divertimento ou recreativas de forma coordenada, com o objetivo de melhorar
a preparação física e mental para as classes escolares maiores (GUERRA, 1996).
Assim, no período do Renascimento, havia uma necessidade pelo lúdico, pois o jogar era
considerado como um desprendido modo de se comportar, que ajudava o desenvolvimento
cognitivo e contribuía para os estudos de crianças e adolescentes.
 
Fonte: Lyudmyla Kharlamova / Shutterstock.com
NA IDADE CONTEMPORÂNEA
Nesse período da história, encontramos a revolução industrial, em que o desenvolvimento
econômico e as transformações sociais são marcantes, como o movimento das famílias da zona
rural para as novas cidades. Entretanto, para aumentar a renda da família, as crianças eram
obrigadas a trabalhar. Mesmo assim, elas utilizavam o “faz de conta” como forma lúdica
vivenciando a sua realidade.
Identicamente, revelamos a participação do alemão Friedrich Froebel (1782 – 1852) que, nas
instituições criadas e denominadas na época como jardim de infância, crianças menores de oito
anos jogavam e brincavam em vários espaços, especialmente na areia. Além disso, Froebel
defendia que:
ATIVIDADES DE CARÁTER LÚDICO
/
Quando, dentro das atividades principais, a brincadeira estava presente. Por exemplo: atividades
através de melodias e cânticos, dança e rimas.
ATIVIDADES FÍSICAS
Onde eram priorizadas a marcha e a ginástica.
Similarmente, para inúmeros autores, Froebel foi conhecido como o introdutor de métodos e
sistemas para conduzir a evolução da aprendizagem, da paz e do contentamento.
Em 1885, nos Estados Unidos, na cidade de Boston, teve como partida o movimento em que
surgem os quintais ou parques (denominados com o sentido de jardim) que eram cobertos de
terra ou areia. Assim, as crianças passaram a ter um espaço de recreação. Entretanto, com o
decorrer dos anos, tais espaços tornaram-se acanhados, pois crianças mais velhas dividiam o
espaço.
Portanto, ao verificar esse fato, são criados, nos prédios escolares, os playgrounds, que mais
tarde são denominados de pátios de recreação.
 
Fonte: TAW4 / Shutterstock.com
/
O SURGIMENTO DOS PLAYGROUNDS
Ainda nos Estados Unidos, na cidade de Chicago (1892), surgiu uma área de jogos, aparelhos
para ginástica e espaços com caixa de areia que a população tinha como referência para as
atividades recreativas. Esse evento foi denominado de 1º Hull House. Guerra (1996) e Ribeiro
(2012) destacam que, no início dos anos 1900, ainda nos EUA, temos a concepção do sentido de
playgrounds, como locais específicos para públicos com idades diferentes. Assim, os
playgrounds tinham como característica a existência de espaços na proporcionalidade dos
instrumentos e aparelhos com o intuito da evolução do brincar e do jogar.
 VOCÊ SABIA
Os playgrounds foram centralizados, no primeiro momento, aos grupamentos escolares. Devido à
procura pelas pessoas, também foram inseridos nas praças e espaços públicos.
Assim, surge de forma definitiva a perspectiva da recreação e, como consequência, o lúdico.
Então, a expressão playground foi alterada para “recreação”, com o sentido da sua amplitude
de maneira a incorporar as atividades relacionadas ao brincar para crianças e adultos, com
propostas adequadas para cada faixa etária. Após essa mudança, encontramos a expansão do
interesse na “recreação”. Dessa forma, são criados os centros recreativos que tinham como
característica o funcionamento durante o ano todo.
/
 
Fonte: Breadmaker / Shutterstock.com
 
Fonte: Olesia Bilkei / Shutterstock.com
Nos centros recreativos existiam caixas de areia, escorregas, balanços, gangorra, quadras e
ginásios, além de vestiários para ambos os sexos. Esses centros eram casas campeiras com
/
características rurais que também possuíam várias salas, como sala de reuniões, teatro, biblioteca
e refeitórios.
Diante dessa evolução, tornou-se necessária a preocupação com o funcionamento de
conformação cabível e apropriada nas atividades com orientação específica. A orientação era
realizada pelos líderes, que eram treinados para exercerem as suas tarefas. Por consequência, no
ano de 1906, foi idealizado um órgão para regulamentar as ações em recreação, denominado de
Playground Association Of America. Na atualidade, essa entidade é conhecida mundialmente
como National Recreation Association.
Os fatos relacionados anteriormente vêm corroborar com estudos de Dumazedier (1979) quando
afirma que a idealização, planos e elaborações das ações recreativas tiveram como berço os
norte-americanos, onde, de certa forma, foram criados movimentos de incentivo desde os
primeiros momentos do século XIX.
Ainda neste período, houve um grande movimento de migração para as grandes cidades. Este
processo culminou no abandono de imensos terrenos que, posteriormente, foram transformados
em parques nacionais para que estes ambientes não fossem extintos. Atividades com
características de interesse e prazer realizadas nestes parques estão relacionadas à origem do
conceito de recreação.
Já no século XX, vemos que a recreação está incluída no exercício da ludicidade e do lúdico para
a educação e a cultura, sendo estes um direito intransferível do recreante infantil.
 ATENÇÃO
Para entendermos a sua relevância, em 1959, a Organização das Nações Unidas (ONU)
promulgou esses termos na Declaração Universal dos Direitos da Criança. Além disso, a
Constituição Federal Brasileira de 1988 também demonstrou sua preocupação com a criança e o
brincar. Esses marcos estabelecem a noção e a importância do direito ao tempo livre para que as
crianças possam usufruir das atividades recreativas.
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Fonte: Denis Cristo / Shutterstock.com
O LÚDICO E A RECREAÇÃO EM TERRAS
BRASILEIRAS
No Brasil, as mais variadas formas de brincar foram criadas por crianças negras, indígenas e
portuguesas em função da mestiçagem do povo brasileiro. Ao serem inseridas na rotina das
crianças, ficam sob domínio popular. Entre essas brincadeiras estão a mula sem cabeça, bicho
papão, rodar o pião, amarelinha, entre outras.
 ATENÇÃO
Os jesuítas, no período do descobrimento do Brasil, já utilizavam o lúdico como instrumento para o
processo de ensino-aprendizagem.
Quando são relatadas, as especificidades culturais de cada país, estado, município ou região
devem ser interpretadas no contexto do desenvolvimento evolutivo da humanidade. Dessa
forma, as situações que envolvem o brinquedo, as formas de jogar, as atividades lúdicas cantadas,
a arte e as danças estão ligadas à progressão dos espaços necessários para a utilização da
ludicidade para que as pessoas possam desfrutar das ações que distraem e entretém. Sendo
assim, quebram-se fronteiras para que sejam utilizados conteúdos desprendidos que geram
prazer, unido ao universo do entretimento em sua essência.
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Fonte: desdemona72 / Shutterstock.com
Então, interagindo na base conceitual com respeito ao mundo recreativo, e a prática do ludismo
estabelecida na cultura e na educação, chegamos ao Brasil.
Na sequência, veja marcos que auxiliaram na construção do recreativo e do lúdico na cultura e
educação brasileira:
LEGALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DE GINÁSTICA
Desde a inauguração da Escola Normal em 1835 até a legalização das práticas de ginástica
obrigatórias na escola em 1892, atividades eugênicas e higiênicas foram, de certa forma,
incluídas e adotadasnas ações brincadas, jogadas, formativas que tinham o cunho disciplinar e
autoritário, tão comum naquele período (PINTO et al., 1999).
SURGIMENTO DAS PRAÇAS PÚBLICAS
No Rio Grande do Sul, no ano de 1927, visualiza-se o surgimento das praças públicas, através da
iniciativa do professor Frederico G. Gaelzer. Mesmo de maneira elementar, foram criadas
várias aparelhagens. Entre elas, visualizavam-se nas árvores pneus velhos que foram amarrados
com a finalidade de que crianças tivessem um meio de divertimento prazeroso. Segundo fontes
históricas, esse evento inicial teve o nome de “Ato de Bronze”.
 
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/
Ainda nesse sentido, observa-se que as atividades nas praças para as ações brincadas têm o
seu marco em 1929. Como não existiam professores de educação física ou especialistas em
recreação, as intervenções brincadas eram preparadas e conduzidas pelos orientadores
amadores e sem formação. Nesse sentido, coube ao professor Frederico G. Gaelzer ser o
primeiro chefe dos Centros Comunitários Municipais. Além dessa nova situação, também foram
criados praças e parques de diversão e, nessa época, ele foi considerado o vanguardista da
Recreação Pública no Brasil, principalmente para a população rio-grandense do sul.
ESCOLA NOVA
Durante a era da década de 1920, temos o aparecimento do período denominado de Escola Nova,
no qual encontramos a utilização dos jogos didáticos de forma pedagógica. Como deveria ter
uma tendência bem democrática, eram realizadas atividades recreativas com enriquecimento
dos meios de expressão, em que os jogos e brincadeiras estariam ligados às ações atitudinais,
como assumir as responsabilidades, ter iniciativa própria, socializar-se e ter coragem. (SCHMIDT,
1964; BETTI, 1991)
CRIAÇÃO DOS PARQUES INFANTIS
Quando chegamos às terras paulistas, precisamente nos anos de 1930, temos a constituição do
Departamento de Cultura e Recreação, em 1935. Vieira (2004) destaca que, nesse ano, foram
criados os parques infantis, sendo que os primeiros ficaram localizados estrategicamente nos
bairros operários e industriais, como Lapa e Ipiranga. Dessa maneira, Vieira (2004), ao citar
(DECCA, 1987), analisa que os objetivos propostos pelos parques infantis estavam associados à
instrução cognitiva das crianças com o auxílio das ações e momentos recreativos de forma
estruturada e coordenada.
 
Esses ambientes foram criados para atender às necessidades dos operários que não tinham lugar
para deixar seus filhos. Assim, optavam pelos chamados parques ou espaços infantis para as
crianças. Mesmo sendo prédios pequenos, possuíam campo, aparelhos específicos de ginástica,
piscina, pátio para refeições e ambiente para as atividades didáticas. Quanto ao modelo didático-
pedagógico utilizado pelos seus idealizadores, tinham como fonte norteadora assistir, educar e
recrear. Dessa forma, esses parques para atividades infantis operavam regularmente seis dias
por semana, começando suas atividades às 7h30 e tinham término às 18h, de segunda-feira a
sábado.
/
 
Prestando o atendimento às crianças, estavam os guias ou orientadores amadores, além dos
profissionais de Educação Física que proporcionavam, com as suas práticas, os pequenos
torneios e jogos infantis como instrumento educacional e com o viés da fraternidade e do
companheirismo (VIEIRA, 2004). Nesta mesma época, Werneck (2000) registra a importância do
professor Nicanor Miranda, em São Paulo, ao conduzir o Clube de Menores Operários.
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
(LDB)
No ano de 1961, foi criada aquela que, para muitos, foi denominada a primeira Lei de Diretrizes e
Bases da educação nacional (LDB). Na lei nº 4024, encontramos na escola primária as
práticas de educação física, ministradas pelas docentes regentes de classes e que tinham
como objetivo as atividades recreativas e lúdicas de caráter individual e coletivo. As
atividades ocorriam através de deslocamentos com mobilidades inerentes aos alunos/crianças.
Nesse contexto, surgiu a necessidade de desenvolver os conhecimentos relativos à recreação e
ao lazer junto às docentes do curso primário do município do Rio de Janeiro (antigo estado da
Guanabara). Assim, na década de 1960, foi criado um curso de preparação de pessoal para
atividades recreativas em escolas primárias.
PROJETO RECOM
Na década de 1970, precisamente em 1972, no estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), foi
elaborado um plano de ação que consistia de propostas e iniciativas brincadoras batizado de
RECOM, estabelecido por meio da dimensão e caracterização de Recreação, Educação e
Comunicação. O projeto, em conformidade com os órgãos públicos da Secretaria Municipal de
Educação (SME) de Porto Alegre, viabilizou as ações para que fossem realizadas atividades,
movimentos físicos e recreativos com o intuito de integrar as pessoas com a sua
comunidade nas horas de lazer. A estrutura física criada para o RECOM era uma tenda parecida
com uma casa de espetáculos e um carrossel de apoio ao conhecimento, com características e
apresentações externas que tinham o objetivo de proporcionar atividades ao ar livre, como
shows e os divertimentos culturais.
/
UM BREVE HISTÓRICO DA RECREAÇÃO
A seguir, nos aprofundaremos nesse tema com um vídeo sobre as diversas fases evolutivas da
recreação.
EUGÊNICAS
/
Atividades que buscavam selecionar os mais aptos fisicamente.
HIGIÊNICAS
Atividades voltadas para a manutenção da saúde pública e ensino de hábitos saudáveis.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A PALAVRA “RECREAÇÃO”, POR VEZES É IDENTIFICADA COMO
SINÔNIMO DE LAZER, BRINCADEIRA E JOGO. NESSE SENTIDO, DE
ACORDO COM SUA LINHA DO TEMPO, A RECREAÇÃO TEVE SUA ORIGEM
QUANDO O HOMEM SE DIVERTIA FESTEJANDO O INÍCIO DA TEMPORADA
DE CAÇA OU UMA NOVA HABITAÇÃO. PARTINDO DESTA PREMISSA,
PODEMOS AFIRMAR QUE A RECREAÇÃO SURGIU:
A) No século XIX.
B) Na Idade Média.
C) Em Roma, nas manifestações circenses.
D) Na pré-história.
E) Na Grécia antiga.
2. EM RELAÇÃO À BASE HISTÓRICA QUE ENVOLVE A RECREAÇÃO,
VISUALIZA-SE QUE SUA CONTEXTUALIZAÇÃO SE DEU POR UMA
/
NECESSIDADE DO HOMEM, E QUE VÁRIOS MOMENTOS FORAM
IMPORTANTES PARA SUA CONSTRUÇÃO. SENDO ASSIM, ENTENDEMOS
QUE A RECREAÇÃO SEMPRE EXISTIU E MANIFESTOU-SE DE FORMA
DIFERENCIADA EM DIVERSOS PERÍODOS HISTÓRICOS. NO ENTANTO,
COM A EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE, A RECREAÇÃO TORNOU-SE UMA
AÇÃO SISTEMATIZADA, QUE TEVE INÍCIO:
A) Nos Estados Unidos da América com os prédios escolares, os playgrounds.
B) Com os gregos, que deixaram para a humanidade várias manifestações lúdicas e recreativas.
C) Através de Friedrich Froebel (1782-1852), pelos estabelecimentos criados e denominados na
época como jardim de infância.
D) Por Johann Bernhard Basedow ao criar o Philantropinum (Instituição educacional com direção
de filantropia).
E) No Brasil, devido à introdução das praças e parque públicos.
GABARITO
1. A palavra “recreação”, por vezes é identificada como sinônimo de lazer, brincadeira e
jogo. Nesse sentido, de acordo com sua linha do tempo, a recreação teve sua origem
quando o homem se divertia festejando o início da temporada de caça ou uma nova
habitação. Partindo desta premissa, podemos afirmar que a recreação surgiu:
A alternativa "D " está correta.
 
Como forma de comemorar, as conquistas eram traduzidas através das brincadeiras, das danças
em volta da fogueira. A celebração das vitórias tinha relação com o interesse e prazer das
atividades praticadas naquele período da história.
2. Em relação à base histórica que envolve a recreação, visualiza-se que sua
contextualização se deu por uma necessidade do homem, e que vários momentos foram
importantes para sua construção. Sendo assim, entendemos que a recreação sempre
existiu e manifestou-se de forma diferenciada em diversos períodos históricos. No entanto,
/
com a evolução da humanidade, a recreação tornou-se uma ação sistematizada, que teve
início:
A alternativa "D " está correta.
 
A sistematização surgiu através de Johann BernhardBasedow, ex-professor das escolas nobres
da Dinamarca ao criar o Philantropinum (Instituição educacional com direção de filantropia).
Nessa metodologia de ensino, as atividades e os conhecimentos intelectuais tinham o mesmo
grau de importância que as atividades físicas, ou seja, estavam sempre lado a lado.
MÓDULO 2
 Reconhecer a origem, objetivos e características didático-pedagógicas da recreação e
do lúdico
ORIGEM DA PALAVRA RECREAÇÃO
Existem muitos estudos sobre a recreação, onde muitas vezes, ela é descrita como sinônimo de
lazer, brincadeira e jogo. No entanto, estudos recentes denotam uma significação específica,
criando espaços para a sapiência em diversas áreas, podendo especificar e diferenciar a área
através das condutas, atitudes, com visão instrutiva e educacional e estabelecendo a base
científica e artística.
Dessa forma, vários autores, como Marinho et al (1957), Dumazedier (1979), Marcellino (1987),
Guerra (1996), Brêtas (1997), Cavallari e Zacharias (2004), têm procurado cientificamente uma
base etimológica de recreação.
É consenso que a palavra recreação se origina do latim recreativo, que traduz a ideia de recreio e
divertimento, e vai de encontro a derivação do vocábulo recreare, com sentido claro para o
entendimento de reproduzir/restabelecer e recuperar (adaptado de MARINHO et al, 1957).
/
Em outro momento, observamos que a palavra recreação pode também ser entendida como
estabelecer um estado anterior, vocábulo renovaire, quando recorremos a novas habilidades para
as atividades (RIBEIRO, 2012).
Portanto, por tudo que foi citado pelos autores anteriores, entendemos que a recreação, além de
dar prazer e divertir, estando junto à ação das pessoas com o mundo, tem como significado
brincar, recrear, recriar, reproduzir, recuperar, diversão, renovar, passar o tempo, restabelecer,
distrair, criar de novo, dar novo vigor. Então:
 
Fonte: dmontessi / Shutterstock.com
RE
Retomar, reprisar e bisar.
CRIAR
Fabricar, constituir e compor.
/
AÇÃO
Mobilidade, dinâmica, energia, práticas.
RECRIAR
Restabelecer e reinventar o feitio e a condição de algo.
RECREAR
Empregar e aplicar o feitio e a condição de algo.
 
Fonte: suerz / Shutterstock.com
FUNDAMENTAÇÃO CONCEITUAL
Com o intuito de pesquisar, detectar e verificar as ações recreativas, temos em nossas buscas
duas causas: interesse e prazer. Veja um comparativo entre esses dois:
Interesse
/
Quando pensamos sobre o interesse nas práticas recreativas, devemos levar em consideração a
relação entre o indício e a carência, a falta do ambiente psicológico e fisiológico.

Prazer
O prazer está relacionado aos momentos de resultado e consequência, quando realizamos as
atividades sonhadas e aspiradas, com a intenção do seu complemento, tendo avanço no
aprimoramento pessoal.
Dumazedier (1979) acredita que a recreação no sentido do divertimento tem relações com as
funções do lazer, entre elas relaxamento, a folga e o próprio desenvolvimento.
Quanto aos conceitos, podemos indicar vários que se alinham no seu processo de
contextualização. Contudo, de maneira emancipada, temos a proporção textual das ações
recreativas, que se relacionam ao se ligar aos processos em atuações do realizar, com a sua
vontade própria. Assim, são determinantes para tal as formas de jogar, as atividades de
brincar e os momentos dos brinquedos por meio das inúmeras exigências educacionais, que
influenciam na necessidade e na espontaneidade da atividade. Veja o conceito de recreação
abordados por óticas distintas:
Para Barbante (2011), pode ser explicado como uma atividade de natureza distinta, que vai
proporcionar aos seus praticantes prazer, divertimento, entretenimento etc. Dependendo da
sua forma de execução, pode ser uma atividade física ou mental que os indivíduos executam com
espontaneidade para satisfazer necessidades psíquicas, físicas ou sociais.

Por outro lado, Cavallari e Zacharias (2004) manifestam nas dinâmicas recreacionais através do
instante ou da própria circunstância que a pessoa decide com naturalidade como vai satisfazer
seus ânimos, vontades e anseios relacionados ao próprio lazer.
/
Quando pensamos em relação aos atos recreacionais, entendemos uma possibilidade da ação,
de lazer e, de forma negativa, a percepção de ser concebida unicamente como uma atividade sem
ser postada concomitante de natureza criticista. Sendo por muitos estudos, valiosos instrumentos
na idealização coletiva, na companhia de inúmeros conhecimentos e guiados em padrões
humanos amplos (adaptado de BRÊTAS, 1997).
Então, como poderíamos conceituar recreação?
 RESPOSTA
Recreação é a compreensão de práticas variadas e múltiplas de simbolizar e exprimir de forma
própria ou em grupo, no qual se aceitam de modo livre: meninas e meninos, adolescentes,
adultos, bem informados culturalmente ou rudes, pessoas de diferentes condições sociais, nos
campos ou nas cidades.
Assim, temos espaço para explicar os momentos recreacionais por meio de uma mobilidade,
exercício com característica físico-motora ou como atividade mental, a qual a pessoa é levada
pelo interesse para satisfazer a sua necessidade física, intelectual, moral, emocional e social,
tendo como resultado o prazer em participar de atividades de forma direta e indireta.
/
 
Fonte: Oksana Kuzmina / Shutterstock.com
Portanto, denota-se que a natureza do ser humano é exclusiva para o criar. Nesse sentido, os
atos recreativos surgem da ação criadora. Dessa forma, identificamos que a práxis das
atividades recreativas norteiam a interação do indivíduo com o meio social e suas habilidades do
consciente, ao ter as funções de recuperação e divertimento nas suas ações de companheirismo e
solidariedade.
Isto posto, o significado de recrear tem sentido com educar, ao ofertar as mais variadas
possibilidades culturais, espirituais e estéticas das pessoas. Recrear também contraria as
formas agressivas e ansiosas que são normais quando estão em seguimento de amadurecimento
em crianças e adultos (GOUVÊA, 1969).
Ao verificar a sua variedade, entende-se os modelos que proporcionam a interação agitada e
movimentada entre meninas e meninos e adultos. Nesse sentido, às atividades recreacionistas,
deve ser negado o tratamento dado como um processo de desinteresse e arbitrário, mas sim na
reflexão consciente e buscando o processo educacional contemporâneo (MARCELLINO,
1987).
Ainda no tocante à aprendizagem das tarefas, podemos citar alguns objetivos da recreação, tais
como:
/
FÍSICOS OU MOTORES
Abrangem a coordenação, velocidade, resistência e a força.
INTELECTUAIS E COGNITIVOS
Abrangem criatividade, raciocínio, observação e a atenção.
INTERAÇÃO E RELAÇÕES SOCIAIS
Abrangem a cooperação, integração, espírito de grupo e o relacionamento.
EMOCIONAIS
Abrangem a motivação, afetividade e a satisfação.
MORAL E DEONTOLÓGICO
Abrangem a honestidade, disciplina, respeito e a lealdade.
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Fonte: suerz / Shutterstock.com
CONTEXTUALIZANDO O LÚDICO
Qual é a origem e o significado da palavra lúdico?
Como destaca Negrine (2001), a eficiência lúdica vem desde a pré-história. A palavra “lúdico” tem
origem no latim ludus, que significa brincar. Portanto, devemos incorporar o lúdico às
brincadeiras, ao jogo e a ao divertimento.
Então, esse conceito está relacionado ao aperfeiçoamento da natureza humana, ao seu estado
de espírito e aos seus impulsos de sentimentos, que podem ser de ordem biológica, uma
necessidade que envolve o corpo e a mente. Assim, ele apresenta como característica
abrangente a sua espontaneidade, ser satisfatório, levando à funcionalidade (CAVALLARI e
ZACHARIAS, 2004).
Darido e Rangel (2005) fazem referência aos momentos quando estamos em uma ação conectada
ao ato de jogar ou também no próprio movimento do brincar, controlando as formas do advir das
fases de uma “ilusão”. Nesse sentido, entende-se que o vocábulo, “ilusão”, com origem no latim
tem sentido de in ludereou “no lúdico”, em língua portuguesa.
/
[...] AOFALAR DO LÚDICO, VISUALIZAM-SE AS
CONDIÇÕES DA VIVÊNCIA DE UMA FABULAÇÃO OU DE
UMA FORMA SONHADORA, ALGO QUE ESTÁ LONGE DA
EXISTÊNCIA E DO CONCRETO, QUE PROPORCIONA
AOS BRINCANTES SATISFAÇÃO E CONTENTAMENTO.
Darido; Rangel, 2005.
Por que o ludismo é importante para a humanidade?
Nesse sentido, o ludismo enriquece, incrementa e torna-se importante para o ser humano,
motivando o cognitivo amplo e facilitando a aprendizagem evolutiva. Também proporciona
vários recursos didático-pedagógicos e, quando utilizado na escola, insere contextos naturais ao
processo de ensino-aprendizagem (MARINHO, 2007).
 ATENÇÃO
Ao visualizar os parâmetros estabelecidos na contextualização do espaço lúdico, encontramos
cinco particularidades básicas que norteiam todo o processo evolutivo. São eles: A descoberta
em ter o prazer utilitário; tornar-se provocante; arquitetar alternativas bem criativas; dispor
do espaço simbólico e manifestar a forma de se relacionar (MACEDO, 2005).
Nesse contexto, Huizinga (1971) estabelece que, na relação e na intervenção aliadas ao lúdico,
está a proporcionalidade em antiguidade maior do que as atividades de âmbito cultural, incluindo
as sociedades arcaicas. Nesse sentido, por ser um dos principais espaços da criança, o ludismo
intervém no prazer em si mesmo ao divertir. Estabelece as suas forças quando a criança se
socializa, na imaginação e, principalmente, na abordagem da sua criação e, portanto,
nascendo a criatividade. Com isso, o indivíduo passa a entender a forma do mundo em que está
situado (CAVALLARI; ZACHARIAS, 2004).
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Fonte: Oksana Kuzmina / Shutterstock.com
Consequentemente, entendemos que os atos com visão lúdica se tornam verdadeiros
dispositivos vigorosos, especialmente quando se referem ao exercitar lúdico, surgem de forma
desobrigada, despretensiosa e descontraída, ou seja, são livres de pressões. Além disso,
auxiliam no equilíbrio psicológico, ajudam de forma agradável no contexto escolar, criam
configurações grupais que facilitam a suavidade dos impasses e dilemas que vão aparecer
aleatoriamente e, ocasionalmente, ao serem avaliadas durante as suas rotinas.
Barbante (2011) estipula, quando faz referência à ação lúdica, a associação entre a brincadeira ou
jogo, sendo uma capacidade, um procedimento, ligada à oportunidade, atrelada à ação do jogo e
às situações brincadas.
[...] DESSA FORMA, PROJETAMOS A EXERCITAÇÃO DO
LUDISMO COM OS BRINCANTES INFANTIS, POIS ELE
PROPORCIONA O DESENVOLVIMENTO E A AMPLIAÇÃO
/
DA CRIATIVIDADE, ALÉM DE ESTABELECER O
CONHECIMENTO CORPORAL E A IDENTIFICAÇÃO DA
COMPLEXIDADE DA EXPRESSÃO CORPORAL GRAÇAS
À EVOLUÇÃO E AO APERFEIÇOAMENTO NO CONTEXTO
DA AÇÃO MOTRIZ QUANDO OCORRE O EXERCÍCIO
FÍSICO NA ESTABILIDADE DA SAÚDE FÍSICA E MENTAL.
Rosa e Di Nisio, 2011.
Nesse sentido, uma criança consegue enxergar e se descobrir na condição de entender o seu
próprio corpo. Assim, a atividade lúdica está frontalmente ligada ao entreter, divertindo e
dando, no contexto geral, o prazer.
 
Fonte: sirtravelalot / Shutterstock.com
Ao falar sobre as ações lúdicas, analisamos sempre inúmeras formulações e caracterizações das
performances sobre o tema. Nesse sentido, corroboramos com Vargas (1990), quando ressalta
que essas ações são recursos que auxiliam e melhoram o desenvolvimento intelectual das
crianças, e não apenas um momento de entreter ou despender energia. Nesse contexto, as
atividades lúdicas surgem com muitas competências que vão ser incluídas na sua trajetória de
/
vida, como a socialização e a autognose, pois envolvem os conceitos motores, intelectuais e os
psicológicos quando atinge as emoções.
Por consequência, autores como Cruz (1997) e Pines Junior e Silva (2013) descrevem que as
atividades que dão prazer e diversão estão diretamente associadas às carências e à
indispensabilidade do homem, seja criança ou adulto, e vão acompanhá-lo até a terceira
idade.
Assim, destacamos a possibilidade de a criança viver em sociedade sem as dificuldades
impostas pelo mundo, imaginário e real, como forma de convivência, na comunicação e
expressão que estabelecem as abordagens da construção do conhecimento.
É necessário que todos os profissionais envolvidos com o lúdico identifiquem a importância do
significado desse vocábulo e da ludicidade, pois, através da sua carência, o homem,
independentemente da sua faixa etária, esquece das práticas do ludismo em vários ambientes.
Nesse sentido, entende-se que a valorização dos conteúdos lúdicos facilita em muito a
aprendizagem, em especial nas crianças, pois reconhecem que o aprender também é divertido.
Assim, elas levarão esse ato lúdico às ações criativas, como a pintura. Esta, por exemplo, é
considerada por alguns especialistas como uma ação lúdica completa, no sentido da amplificação
da coordenação motora, pois sai do “faz-de-conta” para “fazendo arte”.
A exercitação do lúdico mostra inúmeras facetas quando está focada no propósito de alcançar
metas e objetivos na fabricação do contentamento e do deleite, na execução da variação das
condutas movimentais, nas ações recreativas, nos jogos de competição, nas liturgias e nas
representações teatrais. Além disso, também é possível citar as várias formas de jogar, incluindo o
jogar do brincante infantil e os jogos de azar.
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Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock.com
 ATENÇÃO
Podemos dizer que o lúdico entra diretamente na própria formação do homem.
Através dos impulsos lúdicos, a arte e os jogos são fatores constituintes dos caminhos do
conhecimento, pois dão liberdade e satisfação prazerosa, equilibrando os impulsos e os conflitos
que possam surgir, fazendo-se precisos e refinados durante o dialogar. Tais impulsos se
manifestam no artesanato, na música e na dança. Nesse panorama, o procedimento lúdico lembra
em muito o nascimento artístico.
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Fonte: GraphicsRF.com / Shutterstock.com
DIFERENTES CONTEXTOS DA RECREAÇÃO
O exercitar recreacional liberta, aceita e acredita na manifestação e no pensar da pessoa ao ser
caracterizada na sua criatividade, no prazer, e, principalmente, quando dispõe da livre escolha em
participar. Sendo assim, a recreação proporciona aos seus praticantes aspectos psicológicos
inteiramente positivos, como clima agradável, entusiasmo e alegria. Nesse sentido, o ato
recreacional não deve ser posicionado somente como complementação e ocupação do momento
livre do povo, mas como o caminhar motivacional para o lazer (CAVALLARI e ZACHARIAS,
2004).
Assim, vários contextos envolvem o mundo da recreação. Ribeiro (2012) faz as seguintes
afirmativas em relação aos objetivos da recreação:
Suscitar costumes nos brincantes em consonância com a sua comunidade em torno dos
momentos de lazer.
Favorecer o sentido do engrandecimento afetivo, abrangendo as emoções, criando um poder de
autodomínio frente às ansiedades, com alegria e contentamento.
Oportunizar aos recreantes a diversão e, como consequência, o deleite quando estão à procura
por incentivo das suas intervenções escolhidas como atividades inteiramente do seu próprio
desígnio.
Entender quando aparecem as modificações dos esforços energéticos primitivos em esforços
energéticos de convergência, concedendo a convivência sem acolhimento, mesmo com toda a sua
/
complexidade.
Produzir a relação que queremos objetivar na pessoa ou no recreante de forma plena e completa,
ou seja, nos aspectos comunitários, da alma e da mente, como também nos aspectos motores e
físicos.
Estabelecer o valor de juízo no desenvolvimento da sua essência inicial, através da aptidão de
examinar, observar e realizar.
Nesse sentido, quando partimos para discorrer as finalidades e objetos que permeiam os atos
recreativos em momentos da sua aplicabilidade e determinadas ações na sua execução como
instrumento educacional e social, encontramos as suas quatro formas de realização e
participação. Veja a seguir cada uma delas:
PASSIVA
 
Fonte: Marco Iacobucci Epp / Shutterstock.com
Assume o papel de uma pessoa que assiste a um espetáculo,uma peça de teatro ou vai a um
evento esportivo, como uma partida oficial de voleibol, basquetebol, handebol ou futebol. Guerra
(1996) estabelece os conteúdos da recreação passiva em atividades sensoriais, que têm uma
ação participativa com a atividade. Quando uma torcida assiste a um jogo no estádio de futebol
ou em um ginásio, ela vibra, grita, mexe os braços, pula e salta, participando de forma emocional,
e corporalmente de forma a expressar essas emoções.
ATIVA
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Fonte: NDAB Creativity / Shutterstock.com
Ocorre quando o praticante se envolve totalmente na atividade que escolheu. Nesse caso,
podemos citar a pessoa que, ao invés de assistir a uma partida de voleibol ou qualquer outro
esporte, participa ativamente do evento esportivo (jogando), o que abrange o seu interesse e o
prazer em executá-lo. Para Guerra (1996), os seguintes conteúdos das atividades na recreação
ativa devem ser destacados:
 
• Atividades motoras 
Exemplo: exercitação do jogar dos brincantes infantis e a prática desportiva de uma forma
frequente e habitual. 
• Dinâmicas racionais e intelectivas 
Exemplo: jogos de tabuleiro e caça-palavras. 
• Prática com as artes e criativas 
Exemplo: pintar, desenhar, arte cênica e musical etc. 
• Execuções de perigo 
Situadas na qual o brincante se posiciona em sua própria ação de vida. 
LIVRE
/
 
Fonte: Nina Buday / Shutterstock.com
O praticante escolhe se quer se envolver nas atividades de forma livre ou se unir a algum
grupo específico (nesse caso, vamos denominar de método sem a participação ativa do
recreacionista). Os meios e procedimentos indiretos estão no panorama do brincante em participar
das atividades, quando recebe vários estímulos dos recreadores, com ou sem materiais à
disposição, criando a sua forma de se recrear. Assim, os recreacionistas são os moderadores do
processo de exercitação. Como exemplo, executar vários tipos de corridas.
COORDENADA OU DIRIGIDA
 
Fonte: DGLimages / Shutterstock.com
/
O método direto está associado a uma função pedagógica específica do recreador ou
recreacionista quando ele dirige toda a atividade proposta no processo de ensino-aprendizagem.
Nesse caso, deverão ser levadas em consideração as práticas corporais e cognitivas que
abrangem as faixas etárias dos recreantes. Como exemplo, podemos citar tarefas que lembrem os
jogos ou brincadeiras coletivas.
Quando falamos sobre ministrar os conteúdos de recreação, estudos de Verderi (1999)
estabelecem que as aulas devem ser fundamentadas em múltiplos instantes. Na
exemplificação, encontramos a teoria e a dinâmica prática, abrangendo conexões no brincar, no
jogar, na reflexão, no lazer e nas ações das práticas corporais, sendo inseridos na sociedade em
que os direitos e deveres são específicos dos seres humanos. Nas temáticas das ações
recreantes, há ações que vão do brincar ao jogo durante a sua práxis.
 EXEMPLO
Jogos, motores, didáticos, de salão, várias formas de gincanas, os brinquedos cantados,
estafetas, contestes etc.
Galzer (1979) descreve que a atividade recreativa não tem uma recompensa, a não ser a sua
própria execução e que ela auxilia o praticante a se desenvolver de forma criativa,
estabelecendo as forças físicas no seu foro íntimo.
 
Fonte: Lyudmyla Kharlamova / Shutterstock.com
/
CARACTERÍSTICAS DA RECREAÇÃO
Quanto às características das atividades recreativas no contexto geral, Cavallari e Zacharias
(2004) categorizaram dois importantes pontos:
O aderente precisa entendê-las como um final nela mesma.
O aderente não pode aguardar vantagem ou efeitos e frutos especiais.
Vamos ver as outras características?
Ao ser designada como livre e exercida com pureza, a atividade recreativa deve atender aos
aspectos motivacionais e individuais dos praticantes, incluindo os brincantes em momentos
de formação psicológica e mental de forma positiva, na condição e no cunho da força moral,
quando atrelados aos momentos prazerosos.
 
Fonte: conrado / Shutterstock.com
Essas atividades devem propiciar ao praticante estímulo para criar ao máximo quando são
designadas com motivação, através do estímulo dos brincantes nos diversos espaços
comunitários, com conotação cultural, política e econômica. Dessa forma, entendemos que as
características das atividades recreativas estão pautadas na atitude intelectiva do
participante, tendo a liberdade na sua execução e espontaneidade na relação com a ação. Outras
/
características também se tornam importantes aos praticantes de atividades recreativas, como o
interesse e o prazer. Estes podem ser considerados como o fim em vista da própria atividade, pois
ativam a participação do ser humano, ao estabelecer o contentamento na vontade no participar de
uma exercitação recreacional, contribuindo para a ludicidade e, como consequência, a ocupação
do lazer.
Mostra-se bem interessante lembrar das características recreativas nomeadas por Awad (2011),
ao ressaltar, na atividade de lazer, aspectos de práticas lúdicas, onde acontecem envolvimentos
de vários grupos, que podem ser na forma ativa ou passiva, no decorrer do seu tempo livre.
Por conseguinte, Ribeiro (2012) propõe a divisão da recreação em atividades motoras, físicas e
utilitárias. Entre elas, podemos citar a práxis das atividades que englobam os jogos, entre eles os
desportivos, além dos vários elementos dançantes e os próprios exercícios físicos. Destacamos
também as práticas que lembram as ações e formas do teatro, como atividades artesanais e
manuseáveis. Além disso, são bem relacionadas as atividades que servem para a divisão, desde
que tenham o contato com a natureza e com as características que envolvem a cognição, a
escrita, a leitura e os jogos que despertam e provocam conhecimentos diversos. Outro fator que
deve ser enunciado está na relação das práticas comunitárias e sociais, abrangendo vários
lugares, como associações religiosas e desportivas.
 
Fonte: Robert Kneschke / Shutterstock.com
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Nesse contexto, podemos destacar as informações de Gaelzer (1979), que relaciona as atividades
que envolvem a recreação às concepções e aos rendimentos para os ciclos e períodos dos
indivíduos. Veja:
INFÂNCIA
Quando abrange as crianças e adolescentes, tem como intenção o lado pedagógico.
JUVENTUDE
No período da juventude, a recreação atinge a ótima praxe dos hábitos quando normalmente
acelera e combate as ações antissociais, que mais tarde vão ser essenciais para a estabilidade
harmônica do emocional e, como consequência, a integração para a construção do
desenvolvimento do ser cultural, que é chamada de formativa.
TERCEIRA IDADE
Ao chegar à idade madura, temos como concepção a recreação que atua de forma
compensadora, pois leva o ser humano a desenvolver as suas necessidades, essencialmente
quando cria estímulos e realiza a sua ação social. Portanto, a constância em praticar estará
ligada à regulação do bem-estar.
Nesse sentido, identificamos o modo de agir para a participação nas atividades recreativas.
E a recreação na prática educacional?
No desenvolvimento educacional, que abrange os aspectos didático-pedagógicos das aulas ou
atividades recreativas, torna-se imprescindível lembrar que a nossa clientela no primeiro momento
são as crianças. Nesse caso, o planejamento dos educadores na função de recreador,
recreacionista ou líder recreacional deverá estar voltado especialmente para o estímulo
psicomotor, cognitivo e afetivo, como o objetivo imediato para ser desenvolvido durante a sua
práxis.
Dessa maneira, como finalidade específica na elaboração das aulas ou atividades recreativas,
destaca-se a educação do movimento, através da cultura e da prática corporal,
estabelecendo a consciência do seu corpo e o pensar em agir. Assim, devem-se criar meios
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lúdicos de ajudar especialmente a criança com o brincar e jogar, pois isso contribui para a
formação de um adulto feliz e equilibrado.
ELABORAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PARAS ASAULAS OU SESSÕES DE
RECREAÇÃO
Agora, veremos orientações práticas sobre como elaborar aulas ou sessões de recreação em suas
turmas. Vamos lá?
ELABORAÇÃO INICIAL, INTRODUÇÃO OU
PREPARAÇÃO PARA AS ATIVIDADES
Deve ser introduzida pequena e breve forma de “aquecimento”, com a duração máxima de 1/6
do tempo de aula ou da sessão recreativa. Tem como objetivo a preparação dos aspectos
fisiológicos e psicológicos para as atividades propostas.
E quais atividades são recomendadas para esse início?
As atividades com características locomotoras devem ser utilizadas nesse primeiro momento
como uma ação prática para os variados gêneros de deslocamentos e evoluções (marchas),
alternando as suas direções, independentemente de serem ritmadas ou não, como também em
momentos distintos das configurações harmoniosas e cadenciadas.
 EXEMPLO
Andar, correr, saltar etc.
/
Ainda como complemento para a primeira parte, sugerimos atividades restauradoras e
vivificantes de correr e pegar. Nesse caso específico, estamos falando dos famosos “piques”
também conhecidos em alguns lugares como “pega-pega”.
 EXEMPLO
Pique tá, pique cola, pique linha, pique cola americano, pique corrente, pique tartaruga etc.
Veja como funcionam alguns tipos “pique” e “pega-pega”?
 
Fonte: Syda Productions / Shutterstock.com
PIQUE TÁ (DOMÍNIO POPULAR)
Desenvolvimento: recreantes correndo à vontade, sendo perseguidas por um pegador escolhido
pelo recreador. Ao tocar um dos recreantes, o pegador fala: “pique tá” e o brincante passará a ser
o novo pegador. (Não precisa de material.)
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Fonte: Syda Productions / Shutterstock.com
PIQUE ALTO (DOMÍNIO POPULAR)
Desenvolvimento: participantes correndo à vontade, sendo perseguidos por um pegador escolhido
pelo recreacionista. Para escapulir e não ser pego, o participante que está fugindo deverá subir
em murinhos, bancos ou degraus. Quem não conseguir subir e for tocado, passa, portanto, a ser o
novo pegador. (Não precisa de material.)
 
Fonte: Samuel Borges Photography / Shutterstock.com
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PIQUE BAIXO (DOMÍNIO POPULAR)
Desenvolvimento: participantes correndo de forma livre, sendo perseguidos por pegador. Para não
ser pego, o participante que está fugindo deverá se abaixar. Quem não conseguir se abaixar
totalmente e for tocado, passará a ser o novo pegador.
 
Fonte: Oksana Shufrych / Shutterstock.com
ELABORAÇÃO PRINCIPAL
Representam 4/6 do tempo de aula. São inseridas as atividades de formação da prática corporal.
O objetivo é a transportar os participantes para a execução das ações dos pequenos e
grandes jogos e que podem ser adaptados, além dos brinquedos cantados, sempre respeitando o
processo de maturação que abrange cada faixa etária.
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ENCERRAMENTO, ELABORAÇÃO FINAL OU A
TRADICIONAL “VOLTA À CALMA”
Representa atividades propostas para 1/6 do tempo de aula. Ao final das sessões ou aulas
recreativas, encontramos como objetivo a caracterização em serenar psicologicamente e
fisiologicamente os participantes, liberando a socialização entre os alunos participantes das
ações recreativas, reduzindo a agitação e a ansiedade relativa à disputa e competição. Por
isso, nessa parte, as atividades sensoriais têm como proposta alegrar e, como consequência,
educar.
 EXEMPLO
Relaxamentos, pequenas marchas e brincadeiras calmantes que englobam os cantos.
Vamos ver o desenvolvimento de uma atividade que pode ser utilizada nesta etapa?
QUEM É O MAESTRO? (DOMÍNIO POPULAR)
Desenvolvimento: os participantes formam um círculo, exceto uma, que se afasta. O recreador
escolhe um dos participantes que será o “maestro”.
Ao sinal do recreador ou o recreacionista, a pessoa escolhida e denominada de “maestro” começa
a fazer uma série de movimentos, tais como bater palmas, sacudir a cabeça, bater com os pés no
chão etc., sendo imitado pelos seus outros colegas.
Quando todos estiverem fazendo o primeiro movimento, a pessoa que foi destacada é chamada
para observar os companheiros e tentar descobrir quem está comandando o grupo, ou seja, o
“maestro”.
Então, o “maestro” tem a função de mudar os gestos de forma contínua, sem que o observador
consiga descobrir quem é o comandante (maestro).
/
Quando for descoberto, o “maestro” passa a ser o observador e escolhemos um novo participante
para ser o comandante (“maestro”). (Não precisa de material.)
OUTRAS AÇÕES
Entre algumas ações, destacamos as atividades de entrosamento e desinibição, que vamos
denominar de “quebra-gelo”. Elas deverão ser utilizadas quando os participantes não se
conhecem. São jogos ou brincadeiras que devem possuir boa aceitação e nenhuma
dificuldade.
O desenvolvimento do origami no contexto recreativo possui uma excelente aceitação. De origem
japonesa, cujo significado é arte de dobrar papel, essa prática tem um cunho educativo primordial,
pois necessita que os participantes estejam atentos à memorização e ao incremento da
coordenação motora fina.
 
Fonte: Africa Studio / Shutterstock.com
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ELABORAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DAS
AULAS E ATIVIDADES DE RECREAÇÃO
No vídeo a seguir, abordaremos com mais detalhes os objetivos e as atividades propostas aqui.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
/
1. DURANTE A PRÁTICA DE RECREAÇÃO, EXISTEM VÁRIAS DIMENSÕES
QUE O DOCENTE OU RECREACIONISTA, EM SUA AÇÃO PEDAGÓGICA,
DEVERÁ DESENVOLVER COMO PRINCÍPIO NORTEADOR DAS ATIVIDADES.
MARQUE A RESPOSTA QUE REPRESENTA ESSA DIMENSÃO:
A) Técnica dos gestos motores.
B) Desportiva principalmente através dos jogos esportivos.
C) Biológica nas condições do conhecimento físico-motor.
D) Lúdica.
E) Combate.
2. QUANDO O RECREACIONISTA TEM A MISSÃO DE DESENVOLVER
ATIVIDADES RECREATIVAS E LÚDICAS, INCLUINDO JOGOS,
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS, ELE VERIFICA A NECESSIDADE DE
PROPICIAR AOS ALUNOS EXPERIÊNCIAS CONCRETAS. ASSIM, TORNA-SE
NECESSÁRIO A UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE ENSINO E DE RECURSOS
DIDÁTICOS RECREATIVOS BEM ESTIMULADORES PARA DESENVOLVER O
INTERESSE DA CRIANÇA. QUAIS CONHECIMENTOS ESSE PROFISSIONAL
DEVERÁ TER PARA O BOM DESEMPENHO EM SUAS ATIVIDADES
RECREATIVAS?
A) Deverá ter somente conhecimentos sobre as estratégias dos esportes de competição.
B) Sobre técnicas de ensino programadas e com pouca criatividade dos alunos.
C) Conhecer valências biológicas para a execução perfeita das atividades lúdicas e recreativas.
D) Conhecimento das atividades lúdicas para o processo de aprendizagem.
E) Conhecimento das valências físicas.
GABARITO
/
1. Durante a prática de recreação, existem várias dimensões que o docente ou
recreacionista, em sua ação pedagógica, deverá desenvolver como princípio norteador das
atividades. Marque a resposta que representa essa dimensão:
A alternativa "D " está correta.
 
A atividade lúdica na educação infantil é utilizada em sua dimensão por ser de origem
descontraída e livre de pressões, principalmente por não ter o parâmetro avaliativo.
2. Quando o recreacionista tem a missão de desenvolver atividades recreativas e lúdicas,
incluindo jogos, brincadeiras e brinquedos, ele verifica a necessidade de propiciar aos
alunos experiências concretas. Assim, torna-se necessário a utilização de técnicas de
ensino e de recursos didáticos recreativos bem estimuladores para desenvolver o interesse
da criança. Quais conhecimentos esse profissional deverá ter para o bom desempenho em
suas atividades recreativas?
A alternativa "D " está correta.
 
O profissional deverá ter a percepção das atividades lúdicas que devem ser contextualizadas no
processo de aprendizagem das atividades recreativas, bem como na cognição e socialização dos
alunos envolvidos nas práxis desenvolvidas.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando iniciamos o estudo das ações recreativas e lúdicas, devemos considerar as diferenças
individuais e o processo de maturação de cada criança. Isto posto, sabemos que, durante a fase
escolar, as crianças são imaginativas e dão um colorido especial às ações. Dessa forma, contam
os seus momentos de inventividade com papéis falados e cantados, ou seja, estão se/
expressando de maneira despretensiosa, além de serem receptivas e afetivas aos vários
estímulos recebidos.
Dentre tantos aspectos que são observados e estão interligados ao bom desempenho participativo
nas sessões de recreação de uma forma geral, destacam-se as necessidades encontradas na
estruturação social. Em vista disso, alguns exemplos importantes devem ser analisados pelos
recreadores no decorrer do seu trabalho.
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MIRANDA, Nicanor. 200 Jogos Infantis. 12. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1991.
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PINES JR, Alípio R., SILVA, Tiago Aquino da Costa e. Jogos e Brincadeiras: Ações lúdicas nas
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WERNECK, Christianne. Lazer, trabalho e educação: relações históricas, questões.
Contemporâneas. Belo Horizonte: UFMG, 2000.
EXPLORE+
Sugestão de leitura e procura na Internet: Constituição da República Federativa do Brasil, de
1988, e o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990.
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• Assistir à entrevista na internet com Gilles Brougère.
CONTEUDISTA
Luiz Antonio Leitão
 CURRÍCULO LATTES
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DESCRIÇÃO
Apresentação de conceitos sobre o profissional que atua na recreação, bem como sua relação
com a animação cultural e o desenvolvimento de brinquedos e brincadeiras.
PROPÓSITO
Conhecer os aspectos que definem o recreador como profissional que atua no âmbito do
desenvolvimento humano a partir do movimento, proporcionando vivências lúdicas para os
diversos públicos a serem atendidos, um importante fator para a formação dos profissionais que
utilizam a recreação como meio de atuação.
OBJETIVOS
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MÓDULO 1
Identificar a relação entre o profissional da recreação, os brinquedos e a animação cultural
MÓDULO 2
Reconhecer as diversas possibilidades da brincadeira com bebês e crianças
MÓDULO 3
Identificar o processo de busca de identidade na adolescência e as vivências recreativas
promotoras do senso de coletividade
MÓDULO 4
Descrever atividades recreativas para a prática espontânea e em grupo por parte de adultos e
idosos
INTRODUÇÃO
A partir de agora, identificaremos os recursos práticos para atuação do recreador, os brinquedos e
as brincadeiras e sua relação com a animação cultural.
Além disso, você irá compreender como a recreação pode ser uma importante ferramenta
pedagógica para o desenvolvimento humano, a partir do conhecimento de um repertório prático,
organizado e sistematizado, de maneira a atender diferentes públicos.
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MÓDULO 1
 Identificar a relação entre o profissional da recreação, os brinquedos e a animação
cultural
O PROFISSIONAL DA RECREAÇÃO
Recreador é o profissional que utiliza a recreação como recurso para se conectar ao seu público,
seja ele formado por crianças, jovens, adultos, idosos ou pela mescla entre eles. O recreador deve
ter em mente que o brincar pode se configurar como uma importante estratégia didático-
pedagógica, no sentido de que o ser humano, por essência, sente necessidade de buscar o prazer
e a realização pessoal e, na brincadeira, isso pode ser alcançado.
 
Fonte: Shutterstock.com
O recreador tem conhecimento sobre cada fase da vida e daquele grupo específico. Para se tornar
um recreador, o profissional deve desenvolver habilidades, hábitos e comportamentos como:
simpatia, boa comunicação, educação, ludicidade, criatividade e, principalmente, gosto pelo que
faz. Tendo atenção a esses elementos e aprimorando cada um deles, o recreador pode avançar
em sua formação e atuação na carreira.
Para falar de recreação, vamos nos apoiar nas palavras de Gouveia (1963), que define essa
prática como tudo aquilo que promove divertimento e entretenimento às pessoas.
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Fonte: Shutterstock.com
É importante também que o recreador entenda que a recreação pode ser orientada de acordo com
o nível de participação das pessoas. Segundo Machado e Nunes (2017), esse nível de
participação se divide em recreação ativa e recreação passiva.
RECREAÇÃO ATIVA
Refere-se à pessoa que participa física e diretamente da atividade,sendo sujeito do jogo, como no
jogo de queimado, pique, entre outras formas. Será ativa sempre que o participante estiver se
movimentando em virtude da realização da atividade.
RECREAÇÃO PASSIVA
Ocorre quando o participante está envolvido assistindo a outras pessoas, como ao assistir a um
jogo de futebol pela TV ou a uma peça de teatro.
Ao citar essas formas de recreação, imediatamente podemos considerar que o recreador é o
profissional responsável por pensar, elaborar, aplicar e avaliar um programa recreativo. Esse
programa precisa estar ligado diretamente aos interesses de determinado público ou comunidade.
Os programas recreativos levam em consideração aquilo que o ser humano deseja realmente
fazer no seu momento de descontração. Nesse sentido, faremos a reflexão sobre a animação
cultural, que se estabelece por meio da observação do profissional a respeito do que determinada
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comunidade ou grupo demonstra ter intenção de praticar. A partir daí, o recreador organiza ações
sistematizadas.
Essa animação deve ter o objetivo de levar os sujeitos a desenvolverem uma postura justa e de
igualdade, tendo em vista que os indivíduos devem se respeitar em suas diferenças, incentivando
as potencialidades individuais e proporcionando um momento de prazer. Pontes (2009) ressalta,
ainda, a importância desse comportamento, pois, assim, os participantes desenvolverão uma
postura “crítica e reflexiva perante a sociedade”.
 ATENÇÃO
É importante destacar que a animação cultural deve ser estruturada a partir de uma proposta
pedagógica que vislumbre a arte-educação, como a apresentação de oficinas que envolvam, por
exemplo, artes visuais e plásticas, a dança e o cinema.
OS BRINQUEDOS E SUAS POSSIBILIDADES
PARA O RECREADOR
Na recreação, o recreador tem um recurso (material ou não material) que proporciona vivências
importantes para os praticantes. Esse recurso é o brinquedo, entendido mais popularmente como
todo objeto que a criança (principalmente ela) manipula para se divertir. Esses brinquedos podem
ser desde aqueles que encontramos em lojas, como carrinhos, bonecas e bolas, até diversos
outros, como aqueles que podemos construir com os participantes.
Essa interação com o brinquedo acontece naturalmente, e não apenas com crianças, mas com
qualquer pessoa que esteja envolvida em um momento recreativo.
A abordagem de construir o brinquedo com os participantes torna a atividade ainda mais
significativa. O brinquedo ganha valor não apenas de objeto, mas de algo que foi construído pelo
sujeito. Isso aumenta a relação entre sujeito e objeto, sendo prática comum na Educação Infantil e
no Ensino Fundamental.
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Existe também o brinquedo não material, sendo tudo aquilo que nos transporta para o mundo da
imaginação, seja uma lembrança de algo que ocorreu, seja o que é construído apenas na
imaginação da brincadeira. Porém, Vygotsky (2007) entende que esse brinquedo, que aqui
chamamos de não material, está muito mais associado a uma lembrança de alguma coisa que
realmente vivemos do que à criação de novas situações.
 
Fonte: Shutterstock.com
A seguir, veremos algumas possibilidades de brinquedos materiais para serem utilizados e
construídos com a participação dos sujeitos envolvidos.
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Fonte: Shutterstock.com
 Tapete de exploração.
EXPLORAÇÃO EM TAPETES VARIADOS
Há brinquedos em que o bebê é colocado embaixo de uma estrutura de exploração, conhecida
como “ginásio de atividades” ou “tapete de exploração”, no qual se penduram objetos coloridos
que fazem sons, movimentam-se, encantam e envolvem os pequenininhos que ainda
permanecem deitados.
EXPERIMENTAÇÕES COM DOIS OU MAIS OBJETOS
Pegar dois brinquedos/objetos ao mesmo tempo é uma tarefa mais complexa para os bebês. A
partir do sétimo mês, pode-se oferecer dois objetos iguais, como blocos, bolas de pingue-pongue
ou contas de madeira, para observar se eles seguram um em cada mão. No início, os bebês
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largam um objeto para pegar outro, depois, percebem que não precisam largar e pegam um bloco
em cada mão a fim de bater para fazer ruído.
A observação sistemática e a gradual complexidade de situações a serem oferecidas aos bebês
ampliam suas experiências.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Experimentação utilizando as duas mãos.
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Fonte: Shutterstock.com
 Adaptação de um rolo para estimulação.
ROLO DE TOALHA
Produzir um rolo feito com toalha e colocá-lo embaixo do bebê, que deve estar de barriga para
baixo. O rolo de toalha servirá de eixo, e o estimulador fará movimentos para frente e para trás.
Dessa forma, o bebê se apoiará nas mãos. Esse tipo de rolo também é vendido pela internet, feito
de material emborrachado ou de espuma.
EMPILHANDO E BRINCANDO
Os brinquedos de empilhar fazem parte da construção, que implica montar. No entanto, o grau de
complexidade é o empilhamento sem derrubar. Costuma-se oferecer “peças” construídas com
materiais de reciclagem, como caixas de papelão ou copos de iogurte, alternativos aos brinquedos
produzidos pela indústria de massa.
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 Brincando de empilhar.
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Fonte: Shutterstock.com
CAIXA DE SAPATO NOS PÉS
Cada criança deverá pisar em uma caixa de sapato (uma para cada pé) e caminhar livre pelo
espaço. O estimulador deverá orientar a dinâmica, mostrando maneiras mais tranquilas e lúdicas
de percorrer os diversos espaços existentes.
BILBOQUÊ E SUAS VARIAÇÕES
A imagem a seguir mostra um bilboquê tradicional. Porém, esse brinquedo pode ser facilmente
criado a partir de materiais recicláveis, como garrafas PET. Basta cortar uma garrafa, amarrar uma
das pontas de um pequeno barbante no local da tampa e, na outra extremidade, uma bolinha feita
de jornal, folha de papel, ou até mesmo a tampa da garrafa. A atividade consiste em tentar acertar
a bolinha dentro da garrafa.
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Uma variação é o bilboquê sem o barbante. Jogam duas crianças, cada uma com uma garrafa
PET cortada. Nessa variação, uma criança utiliza uma das garrafas cortadas e impulsiona uma
tampinha ou uma bola pequena de dentro da garrafa para outra criança, de forma que esta pegue
o objeto com a outra garrafa.
 
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 Bilboquê tradicional.
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Fonte: Shutterstock.com
FOLHA MÁGICA DA FADA
Dar uma folha para cada criança e brincar por meio da contação de pequenas histórias, dizendo
que a folha foi dada por uma fada e que tem poderes mágicos, trabalhando a criatividade e a
imaginação. A partir de algumas palavras mágicas, a folha se transforma em vários objetos, como:
Chapéu: todos os alunos colocam o papel na cabeça e passeiam pelo ambiente.
Barco: os alunos se sentam em cima da folha e iniciam uma navegação guiada pela história
contada.
Animal de estimação: os alunos aprendem os cuidados básicos, como higiene e alimentação.
BEXIGAS DA EXPRESSÃO
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Cada participante deve receber uma bexiga, na qual o recreador ou o próprio participante possa
desenhar algumas expressões fisionômicas que indiquem uma pessoa alegre, triste, assustada,
dormindo etc.
No lado oposto do local onde é realizada a atividade, deve-se desenhar, no chão, pequenos
círculos com as mesmas expressões fisionômicas dentro. Ao som de uma música, todos dançarão
jogando as bexigas para o alto, e, quando a música parar, todos deverão pegar uma bexiga
qualquer e correr para entrar no círculo correspondente à expressão que está desenhada naquela
que pegou.
 
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 Bexigas permitem múltiplas possibilidades de atividades.
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Fonte: Shutterstock.com
BRINQUEDOS QUE ENCAIXAM
Brinquedos de encaixar que formam torres, carros feitos com blocos para montar e, depois, serem
derrubados, são oferecidos aos bebês que já se sentam com firmeza. Típicos brinquedos de
desafio e lógica propiciam atividades de grande concentração. Peças de encaixar em locais
adequados fazem as crianças analisarem tal dinâmica de maneira mais concentrada.
GARRAFAS COLORIDAS
Garrafas PET podem ser decoradas com fitas adesivasbem coloridas, com pequenas pedrinhas
dentro ou conchas. Os bebês podem manusear o material, colocando as garrafas em pé ou
deitadas, balançando-as, produzindo sons e tudo mais que a imaginação permitir.
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NESTE VÍDEO, VOCÊ CONHECERÁ UM POUCO SOBRE
O RECREADOR E AS POSSIBILIDADES DE
BRINQUEDOS.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DENTRE AS OPÇÕES A SEGUIR, IDENTIFIQUE AQUELA QUE NÃO ESTÁ
DE ACORDO COM A ATUAÇÃO DE UM PROFISSIONAL DE RECREAÇÃO:
A) Atividades de integração social são indicadas para idosos em busca de convívio e novas
amizades.
B) Um recreador pode atuar na estimulação de bebês por meio de atividades condizentes com seu
nível de desenvolvimento.
C) A recreação para crianças pode ser realizada por meio de brincadeiras e brinquedos que
podem ser adquiridos ou construídos de material reciclado.
D) As atividades recreativas podem ser desenvolvidas com qualquer faixa etária a partir de ações
estratégicas e adequadas à realidade.
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E) A atividade recreativa necessita de planejamento e organização do recreador e acontece a
partir da separação total por faixa etária.
2. A PARTIR DA REFLEXÃO APRESENTADA NO TEXTO, O BRINQUEDO
NÃO MATERIAL É AQUELE QUE:
A) Apresenta características físicas.
B) Pode ser construído pelo recreador.
C) Pode ser construído pela criança.
D) Está relacionado ao que podemos lembrar e ao mundo da imaginação.
E) Na recreação ativa, representa os objetos de cada jogo.
GABARITO
1. Dentre as opções a seguir, identifique aquela que não está de acordo com a atuação de
um profissional de recreação:
A alternativa "E " está correta.
 
O recreador pode desenvolver suas atividades em qualquer faixa etária, em qualquer lugar e com
todos os tipos de público. Entretanto, há necessidade de um planejamento prévio e de se utilizar
estratégias para atender às necessidades de cada grupo.
2. A partir da reflexão apresentada no texto, o brinquedo não material é aquele que:
A alternativa "D " está correta.
 
Dentre os tipos de brinquedos apresentados, encontramos o brinquedo material e o não material.
Os brinquedos não materiais são aqueles imaginários ou que remetem a uma lembrança.
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MÓDULO 2
 Reconhecer as diversas possibilidades da brincadeira com bebês e crianças
A CRIANÇA E AS BRINCADEIRAS
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criança é toda pessoa que tem
idade entre seu nascimento e os 12 anos incompletos (BRASIL, 1990). Partindo desse parâmetro,
podemos entender que a criança é percebida como o ser que se encontra dentro de uma faixa
etária, que tem o seu momento de transição e que, ao concluir a idade indicada, deixa essa fase
da vida.
O profissional da recreação deve estar atento a essa primeira fase da vida, pois os
comportamentos apresentados pelas crianças, geralmente, são a verdadeira base para que as
entendamos.
 EXEMPLO
Uma criança que chega à escola muito quietinha ou muito agitada pode estar trazendo a história
de alguma alteração na sua rotina, algum fato diferente que pode ter ocorrido no dia anterior,
como um desentendimento entre os pais ou uma noite mal dormida, ou até no próprio dia da aula,
como um aborrecimento que ocorreu no caminho entre a casa e a escola.
Essa percepção é fundamental, pois, ao planejar suas atividades, o recreador deve levar sempre
em conta as características do grupo e a individualidade de seus alunos e, principalmente, estar
pronto para agir diante das necessidades apresentadas por eles.
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COMO, ENTÃO, PLANEJAR ATIVIDADES
RECREATIVAS PARA OS PEQUENOS?
 
Fonte: Shutterstock.com
Se pensarmos em uma criança em idade de creche, as atividades propostas devem ser orientadas
para auxiliar o desenvolvimento de seus movimentos básicos, como rolar, engatinhar, levantar-se,
dar os primeiros passos e correr. Porém, antes de tudo isso, como estamos falando de creche,
cabe ressaltar também a importância das brincadeiras que estimulam os sentidos.
Machado e Nunes (2016), baseados no Manual de orientação pedagógica, do Ministério da
Educação, apresentam uma estrutura para a fase inicial dessa faixa etária, que compreende:
atividades para bebês que ficam deitados; atividades para bebês que sentam; atividades para
bebês que engatinham; atividades para bebês que andam.
 ATENÇÃO
A cada atividade mencionada, observe os comentários acerca dos aspectos da recreação e do
desenvolvimento infantil.
A seguir, veremos exemplos de atividades direcionadas às crianças de até dois anos de idade, o
que não impede que se oferte também àquelas um pouco maiores, desde que essas atividades
/
sejam apropriadas ou adaptadas.
ATIVIDADES PARA BEBÊS QUE FICAM
DEITADOS
Bebês que ficam deitados: trata-se de crianças que ainda estão em seus primeiros meses ou,
até mesmo, em seus primeiros dias de vida. Essas crianças necessitam das brincadeiras para
introduzir as estimulações fundamentais aos seus sentidos.
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Fonte: Shutterstock.com
 Móbile de berço.
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ATIVIDADES VISUAIS E MOTORAS
Móbiles coloridos, sonoros e que se movimentam e criam cintilações encantam os bebês, que se
envolvem prestando atenção e evidenciando prazer pelo movimento dos braços e das pernas.
Essa atividade é rica, pois estimula não só os sentidos, mas a coordenação de movimentos entre
pernas e braços, além da movimentação ocular, que acompanha o brinquedo.
PRODUÇÃO DE SONS
Emitir sons com diversos objetos, sejam eles brinquedos, instrumentos musicais, ou até mesmo
com as palmas, do lado esquerdo e direito do bebê, fazendo pequenos comentários para observar
o quanto ele presta atenção ou não à dinâmica.
 
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Fonte: Shutterstock.com
BOLAS MUSICAIS
Colocar o bebê em cima de uma bola e movimentá-lo, acompanhando o ritmo da música. Essa é
uma atividade que requer muita atenção do adulto, estimulando diversos movimentos. Por ser algo
novo para o bebê, deve-se iniciar a atividade com movimentos simples, cantando e tornando a
dinâmica agradável e segura.
BALANÇO SUAVE NO COBERTOR
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Balançar suavemente o bebê na rede, suspensa por duas pessoas, ou em uma colcha ou
cobertor. Deve-se utilizar redes ou cobertores firmes, com muito cuidado, por se tratar de
movimentos novos para o bebê.
 
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 Bebê em decúbito ventral e manipulando objeto.
ATIVIDADES TÁTEIS
Disponibilizar objetos de tamanhos, formas e cores diferentes, com texturas diversas, para que os
bebês possam manuseá-los e explorá-los. Com o bebê deitado em decúbito ventral (barriga para
baixo), permitir que ele explore esses objetos. Quanto mais coloridos, melhor!
CHOCALHOS VARIADOS
Chocalhos são brinquedos que produzem sons ao serem balançados, chocalhados. Em geral,
contêm bolinhas ou outros objetos que se movem e fazem som em seu interior. Deve-se lembrar
que os chocalhos construídos com latinhas, garrafas PET ou embalagens de iogurte não são
adequados aos bebês, que colocam tudo na boca para morder e correm o risco de ingerir as
partes da embalagem.
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As produções feitas pelas professoras e mães servem para crianças maiores. Nesse caso, deve-
se observar se o som produzido não está muito estridente (atentar para o conforto acústico do
ambiente) e se a criança pode manusear o brinquedo com segurança (sem que peças internas se
soltem ou vazem do brinquedo).
 
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ATIVIDADES PARA BEBÊS QUE FICAM
SENTADOS
Bebês que ficam sentados: nesta fase, os bebês já desenvolveram equilíbrio e tônus muscular
suficientes para se sentarem. Importante destacar que esse é um grande avanço no
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desenvolvimento dos bebês, pois lhes confere a capacidade de interagir ainda mais com as
pessoas e com os brinquedos à sua volta.
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ESCONDENDO OBJETOS
Brincar de esconder pequenos objetos embaixo de um pano é muito estimulante, e os bebês
adoram. O recreador deverá mostrar o brinquedo e escondê-lo na frente do bebê.
MORDEDORES
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Todo bebê leva

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