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Fisiologia da gestação Maturação e fertilização do óvulo. 1. Enquanto ainda no ovário, o óvulo se encontra no estágio de ovócito primário; 2. Pouco antes de ser liberado do folículo ovariano, seu núcleo se divide por meiose e o primeiro corpo polar é expelido do núcleo do ovócito; 3. Em seguida o ovócito primário se torna ovócito secundário; 4. O ovócito é expelido para a cavidade abdominal, penetrando se imediatamente na terminação fimbriada se uma das trompas de Falópio (tuba uterina); Entrada do óvulo na tuba uterina - Quando ocorre a ovulação, o óvulo em conjunto com as células anexas da granulosa, que continuem a coroa radiata, é expelido diretamente para a cavidade peritoneal e deve então entrar na tuba uterina para chegar a cavidade uterina; - As superfícies internas dos tentáculos fimbriados são revestidas por epitélio ciliado e os cílios são ativados pelo estrogênio ovariano, que faz com que eles batam na direção da abertura ou óstio da tuba uterina envolvida. Assim o o ulo entra em uma das tubas uterinas. Fertilização do óvulo - Depois que o homem ejacula sêmen na vagina da mulher durante a relação sexual, alguns espermatozoides são transportados em 5 a 10 minutos na direção ascendente da vagina e através do útero e das tubas uterinas até a ampola da tuba uterina. - Esse transporte de espermatozoides é auxiliado por: contrações do útero e das tubas uterinas, estimuladas por prostaglandina no líquido seminal masculino e também por ocitocina, liberada pela hipófise posterior da mulher durante o seu orgasmo. - A fertilização ocorre normalmente na ampola da tuba uterina, pouco depois do espermatozoide e o óvulo entrarem na ampola. - Entretanto para entrar no óvulo o espermatozóide precisa ultrapassar algumas barreiras, são elas: - Uma vez que o espermatozoide tenha entrado no óvulo (que ainda se encontra no estágio de desenvolvimento de ovócito secundário), o ovócito se divide mais uma vez, formando o óvulo maduro e mais um segundo corpo polar que é expelido. - O óvulo maduro ainda carrega o núcleo (agora denominado pronúcleo feminino) - 23 cromossomos; - O espermatozoide fertilizador também passa por alterações. Ao entrarei óvulo, sua cabeça incha formando o pronúcleo masculino. - Posteriormente, os 23 cromossomos sem pares do pronúcleo masculino e os 23 cromossomos sem pares do pronúcleo feminino alinham se para formar o complemento final de 46 cromossomos no ovo fertilizado. Transporte do ovo fertilizado na tuba uterina. - Desde ocorrida a fertilização, normalmente são necessários outros 3 a 5 dias para o transporte do ovo fertilizado pelo restante da tuba uterina até a cavidade uterina. 1. transporte é feito basicamente pela fraca corrente de líquido na trompa, decorrente da secreção epitelial mais a ação do epitélio ciliado que reveste a tuba uterina, os cílios sempre batem na direção do útero. 2. Contrações fracas da tuba uterina também podem ajudar a passagem do ovo. 3. As tubas uterinas são revestidas por superfície criptoide rugosa que impede a passagem do óvulo a despeito da corrente de líquido. Além disso, o istmo da tuba uterina permanece espasticamente contraído por cerca dos primeiros 3 dias após a ovulação. 4. Depois desse tempo, a progesterona secretada cada vez mais rapidamente pelo corpo lúteo ovariano primeiro promove mais receptores de progesterona nas células do músculo liso da tuba uterina; em seguida, a progesterona ativa os receptores, exercendo efeito de relaxa- mento tubular que permite a entrada do ovo no útero. - Esse transporte lento do ovo fertilizado pela tuba uterina permite a ocorrência de diversos estágios de divisão celular antes que ele - agora denominado blastocísto com cerca de 100 células - entre no útero. Durante esse tempo, as células secretoras da tuba uterina produzem grande quantidade de secreções usadas para nutrir o blastocisto em desenvolvimento. Implantação do blastocisto - Depois de atingir o útero, o blastocisto em desenvolvimento geralmente permanece na cavidade uterina por mais 1 a 3 dias antes de se implantar no endométrio; - A implantação ocorre em torno do quinto ao sétimo dia da ovulação. 1. A implantação resulta da ação das células trofoblásticas que se desenvolvem na superfície do blastocisto. Essas células secretam enzimas proteolíticas que digerem e liquefazem as células adjacentes do endométrio uterino. Parte do líquido e dos nutrientes liberados é transportada ativamente pelas mesmas células trofoblásticas no blastocisto, dando mais sustento ao crescimento. 2. Uma vez tendo ocorrido a implantação, as células trofoblásticas e outras células adjacentes (do blastocisto e do endométrio uterino) proliferam rapidamente, formando a placenta e as diversas membranas da gravidez. Nutrição inicial do embrião. 1. A progesterona secretada pelo corpo lúteo ovariano durante a última metade de cada ciclo sexual mensal tem efeito sobre o endométrio uterino, convertendo as células do estroma endometrial em grandes células inchadas contendo quantidades extras de glicogênio, proteínas, lipídios e mesmo de alguns minerais necessários ao desenvolvimento do concerto (o embrião e suas partes adjacentes ou membranas associadas). 2. Então , quando o concepto se implanta no endométrio, a secreção contínua de progesterona faz com que as células endometriais inchem ainda mais e armazenem mais nutrientes. Essas células são agora chamadas células decíduas, e a massa total de células é denominada decídua. 3. À medida que as células trofoblásticas invadem a decídua, digerindo-a e embebendo-a, os nutrientes armazenados na decídua são usados pelo embrião para crescimento e desenvolvimento. Durante a primeira semana após a implantação, esse é o único meio pelo qual o embrião consegue obter nutrientes. Formação da placenta 1. Parte da camada externa de células do blastocisto dá origem ao cório; 2. Cório envolve o embrião e dá origem à placenta; 3. A massa celular interna do blastocisto, desenvolve -se formando o embrião e três membranas extraembrionárias: a) Âmnio = secreta líquido amniótico. b) Alantóide = parte do cordão umbilical. c) Saco vitelino: que degenera no início do desenvolvimento humano. Circulação placentária - O sangue fetal flui pelas duas artérias umbilicais, depois para os capilares das vilosidades e finalmente volta pela única veia umbilical para o feto. Ao mesmo tempo, o sangue materno flui de suas artérias uterinas para os grandes sinusóides maternos que circundam as vilosidade e, em seguida, volta para as veias uterinas da mãe; Funções da placenta - Difusão de oxigênio e nutrientes do sangue materno para o segue fetal; *O oxigênio, dissolvido no sangue dos grandes sinusóides maternos, passa para o sangue fetal por difusão simples; * A glicose (nutriente) é transportada através de GLUT-1, que está na membrana plasmática placentária. - Difusão de dióxido de carbono e resíduos do sangue materno para o sangue fetal; - Barreira placentária: evita passagem da maior parte dos microorganismos (alguns vírus, medicamentos/ drogas e álcool etílico); - Armazena nutrientes, como carboidratos, proteínas, cálcio e ferro, que serão liberados na circulação fetal conforme necessário; - Produção de hormônios para sustentação da gestação. Cordão umbilical - Possui de 50 a 60 cm de comprimento; - Composto por duas artérias umbilicais (sangue fetal desoxigenado para a placenta) e uma veia umbilical (oxigênio e nutrientes para o feto). Hormônios da gestação 1. Gonadotropina Coriônica Humana (hCG) - Simultaneamente ao desenvolvimento das células trofoblástico do ovo recém-fertilizado, o hormônio gonadotropina coriônica humana é secretado pelas células trofoblásticas sinciciais (sinciciotrofoblasto) para os líquidos maternos; - Responsável por inibir a involução do corpo lúteo, que é principal fonte de progesterona e estrogênio nas primeiras 8 semanas de gravidez. Após esse período,essa função é assumida pela placenta. - A secreção desse hormônio pode ser medida no sangue pela primeira vez, 8 a 9 dias após a ovulação, pouco depois do blastocisto se implantar no endométrio; - Tem seu pico 12 semanas de gestação e começa diminuir quando o estrogênio e progesterona começa ser secretados pela placenta; - Um hormônio peptídeo secretado pelas vilosidade coriônica e pela placenta em desenvolvimento; - Estimula maior produção de estrogênio e progesterona pelo corpo lúteo até 7 semana de gestação, após este período a placenta assume a função e o corpo lúteo degenera. - Estimula a produção de testosterona pelos testículos em embriões do sexo masculino. Na sétima semana de desenvolvimento, a placenta assume; 2. Estrogênio e Progesterona - Secreção de estrógeno e progesterona - Produzidos continuamente durante a gestação, primeiro pelo corpo lúteo sob influencia da hCG e depois pela placenta. 3. Lactogênio placentário humano (hPL) - Somatomamotrofina Coriônica humana (hCS) - Hormônio peptídeo produzido pela placenta; - Está relacionado com o hormônio do crescimento e com a prolactina; - Papel de alteração do metabolismo da glicose e dos ácidos graxos da mãe para sustentar o crescimento fetal; - Elevação do hPL pode indicar diabetes gestacional; Diabetogenicidade da gestação - A glicose materna move-se através da membrana placentária por difusão facilitada e entra na circulação fetal. - Aumento da passagem de glicose pela placenta, gerando um feto GIG. - Aumenta o risco de hipoglicemia após nascimento e diabetes na vida adulta. - Resistência à insulina semelhante a Diabetes do tipo 2. Alterações no organismo materno. Alterações endócrinas • A hipófise aumenta a produção de corticotrofina, tireotropina e prolactina e diminui a produção de FSH e LH; • As glândulas paratiróides maternas geralmente aumentam durante a gravidez caso a mãe esteja sob deficiência em cálcio ou em fase de amamentação. Estrogênio Progesterona Proliferação do endométrio Proliferação, vascularização e desenvolvimento das glândulas secretoras no endométrio Aumento da genitália externa Diminui contratilidade uterina, evitando abortos Relaxam ligamentos pélvicos Estimula secreção de nutrientes nas tubas uterinas, para nutrir o embrião até chegar no útero Aumento do útero materno Torna o muco cervical mais espesso, evitando infecções Prepara as mamas para a lactação Auxilia o estrogênio na preparação das mamas Crescimento das mamas e ductos mamário - O aumento dessas glândulas causa absorção de cálcio dos ossos maternos, mantendo assim a concentração normal de íons cálcio no líquido extracelular materno, mesmo quando o feto remove cálcio para ossificar seus próprios ossos. - Essa secreção do hormônio paratireóideo é ainda mais intensificada durante a lactação após o nascimento do bebê, porque o bebê em crescimento requer mais cálcio do que o feto. • A glândula suprarrenal aumenta a produção de glicocorticoides (mobilização de aminoácidos da mãe) e de aldosterona (para maior reabsorção de Na+ nos ductos coletores); • Secreção de relaxina pelos ovários e pela placenta que causa relaxamento dos ligamentos pélvico e amolece o colo uterino da gestante no momento do parto. Ganho de peso na gestante • Durante a gravidez, a mulher normalmente sente mais vontade de comer, em parte como consequência da remoção de substratos alimentares do sangue materno pelo feto e em parte devido a fatores hormonais; • Ganho de peso - cerca de 11a 15Kg em média: - Feto = aproximadamente 3,5 kg - Placenta e líquido amniótico: 2kg - Útero: 1,3kg (50g não gravídico) - Mamas: 1k - Sangue: 2kg - O restante é acúmulo de gordura (1,3 a 5,6 kg) Sistema circulatório na gestante • Volume sanguíneo aumenta em 30%; • 1 a 2 L a mais no final da gestação; • Débito cardíaco aumenta de 30 -50%, a redução de 20% ocorre na reta final da gestação. • A PA cai durante a gestação devido vasodilatação periférica gerada alteração hormonal até 22 semanas. • Todos os componentes do sistema renina -angiotensina – aldosterona, além do plasma estão elevados na gestação e ajudam na manutenção da PA. Respiração na gestação • Necessidade/consumo de oxigênio aumenta 20% no final da gestação; • Crescimento do útero proporciona pressão ascendente contra o diafragma; • Aumento na frequência respiratória; • Aumento de progesterona, sensibilidade do centro respiratório ao CO2; • Aumento da ventilação/minuto 50%. Função renal na gestante • Ação da aldosterona = maior reabsorção renal de Na+, Cl- e água nos ductos coletores (50%); • Aumento de 50% da filtração glomerular e fluxo sanguíneo; • Ação da relaxina; • A compressão da bexiga pelo útero ampliado pode produzir sinais/sintamos urinários, como polaciúria, urgência para urinar e incontinência urinária de esforço. Mamas na gestação • Se tornam mais volumosas, mais sensíveis ao contato e crescem durante a gestação; • Ocorre influência do estrogênio e progesterona produzidos pela placenta; - Estrogênio ( ramificação dos ductos lactíferos); - Progesterona ( formação dos lóbulos mamários); • A vascularização também aumenta, tornando mais sensíveis sobre a pele.
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