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1 Esteatose INTRODUÇÃO A esteatose é o acúmulo de gordura no citoplasma de células que geralmente não as armazenam. Também pode ser chamada de degeneração gordurosa, esteatose de gorduras neutras, metamorfose gordurosa ou infiltração gordurosa. OCORRÊNCIA Acomete com maior frequência no fígado, epitélio tubular renal, miocárdio. Em menor frequência pode ocorrer nos músculos esqueléticos e no pâncreas. CAUSAS Acontece devido a algum agente que interferiu no metabolismo de ácidos graxos. Aumentando a síntese de lipídios, dificultando a utilização, o transporte e a excreção. AGENTES CAUSADORES Agentes tóxicos, principalmente o álcool. Hipóxia. Alterações na dieta (hipercalóricas ou muito restritiva). Distúrbios metabólicos de origem genética. METABOLISMO LIPÍDICO Os triglicerídios provenientes da dieta ou de reservas do organismo forma emulsões com a bile e ativa a lipase pancreática, que quebra triglicerídeos formando micelas, as quais são absorvidas nas microvilosidades intestinais. No citoplasma das células epiteliais intestinais, as moléculas da micela ficam em sua forma livre. Os ácidos graxos livres junto com glicerol formam novos triglicerídeos, que juntos com o colesterol e fosfolipídeos formam complexos formando os quilomícrons. Os quilomícrons são transportados na circulação linfática e depois caem na corrente sanguínea passando pelos capilares do tecido adiposo e do tecido hepático, onde sofre ação de uma lipase lipoproteica, que quebra os quilomícrons liberando glicerol e ácidos graxos, que são absorvidos junto com monoglicerídeos nos adipócitos, havendo a formação de novos triglicerídeos. Nos hepatócitos também há absorção desses compostos, também formando novos triglicerídeos. Os ácidos graxos livres serão usados no metabolismo energético ou irão formar lipoproteínas, fosfolipídeos, colesterol. Os que não são utilizados, no retículo endoplasmático rugoso, se associam a apoproteínas para a formação de lipoproteínas estáveis que podem ser excretadas do fígado. CAUSAS DA ESTEATOSE AUMENTO DA ENTRADA DE GORDURA NO FÍGADO Devido a ingestão excessiva. Lipólise, devido a dietas pobres em proteínas e gorduras, mas ricas em carboidratos e por isso utiliza também a gordura dos adipócitos como forma de energia. Também ocorre por síndrome consumptiva, que ocorre a perda de peso rápida por aumento do metabolismo, havendo o aumento de gorduras disponíveis no fígado, como no caso da diabetes, pois a insulina inibe a liberação da gordura do tecido adiposo. Corticoides também favorecem a mobilização de gorduras para o fígado. AUMENTO DA SÍNTESE DE TRIGLICERÍDEO PLASMÁTICO O álcool estimula o aumento de triglicerídeo plasmático devido ao aumento de alfa- glicerolfosfato. Durante a ingesta abusiva de álcool, é liberada uma quantidade grande de glicerol no sangue, que 2 aumenta a produção de alfa-glicerolfosfato. Esse alfa-glicerolfosfato promove a esterificação de triglicerídeos a partir de ácidos graxos. Doença hepática gordurosa não alcóolica – esteatose não causada por álcool. Doença hepática alcólica – esteatose causada por álcool. REDUÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS Se o fígado não tiver em condições de usar os ácidos graxos, ele será esterificado em triglicerídeos que pode se acumular em grande quantidade. Essas condições de não utilização dos ácidos graxos são: Hipóxia – devido anemias, insuficiência cardíaca, insuficiência respiratória. Interferência na oxidação mitocondrial – o organismo oxida mais álcool do que outros ácidos graxos. DÉFICIT NA SÍNTESE PROTEICA Com a síntese proteica comprometida, não haverá apoproteínas para os ácidos graxos livres se ligarem para serem eliminados. Ocorre devido a: Desnutrição proteico-calórica. Deficiência de aminoácidos essenciais que formarão fosfolipídios de moléculas lipoproteicas. Álcool, outros agentes tóxicos. BLOQUEIO NA LIBERAÇÃO DE LIPOPROTEÍNAS Componentes como o álcool e ácido orótico impedem conjugação do ácido graxo com apoproteína impedindo a formação da lipoproteína. METABOLISMO DO ETANOL O álcool é oxidado em acetaldeído, produzindo o ácido acético. Ocorre por 3 vias diferentes, pela ácool desidrogenase, citocromo P450 e catalase. O acetaldeído é responsável pelos sintomas da ressaca. ASPECTOS MORFOLÓGICOS DA ESTEATOSE Aumento de peso e volume. Diminui consistência e elasticidade. Fica mais flácido. Possui coloração amarelada. ESTEATO-HEPATITE A esteato-hepatite conhecida por hepatite alcóolica é quando o álcool leva a um processo inflamatório nos hepatócitos com gordura, levando a destruição tecidual com comprometimento de matriz extracelular e consequentemente a fibrose com formação de nódulos, o que caracteriza a cirrose. EVOLUÇÃO E CONSEQUÊNCIAS Apesar de ser reversível, é mais agressiva. No coração pode levar a insuficiência cardíaca a depender da quantidade de gordura. No fígado, os hepatócitos podem ser romper, pode haver embolia gordurosa facilitada por traumatismos (gordura no sangue devido alguma 3 pancada, lesão), esteatose panlobular levando a uma insuficiência hepática.
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