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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES
PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CAMPUS ERECHIM
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE DIREITO
MILENA LAURA BINOTTO
ANALISE DE ACÓRDÃOS – APELAÇÃO CRIMINAL
 ERECHIM
 2020
Nº 70084167543 (Nº CNJ: 0055113-31.2020.8.21.7000)
Julgador(a) de 1º Grau: CRISTIAN PRESTES DELABARY
 A denunciada Suelen da Silva de Oliveira subtraiu, para si, mediante abuso de confiança, por duas vezes, coisa alheia móvel de propriedade da vítima José Narvalis Pardo. Suelen, aproveitando-se do fato de manter um relacionamento afetivo com a vítima e de frequentar a residência desta, apropriou-se do seu cartão bancário e realizou dois saques em dinheiro da conta bancária de titularidade do ofendido um no valor de R$1.250,00 e outro no montante de R$1.500,00.
 A vítima não foi ouvida em juízo, uma vez que viera a falecer antes de ter sido iniciada a instrução do processo. A acusada Suelen Silva De Oliveira, interrogada confessou os furtos, justificando que fez isso porque precisava adquirir alimentos para seus filhos, pois que passava por dificuldades.
DOSIMETRIA DA PENA:
 Na primeira fase da dosimetria das penas, ao contrário do que foi sustentado pela defesa nas razões recursais, o sentenciante não valorou negativamente os vetores culpabilidade, circunstâncias do crime e consequências do crime.
As penas-base foram fixadas no mínimo legal, isto é, em 02 (dois) anos de reclusão para cada um dos crimes de furtos, não tendo havido a valoração negativo de qualquer vetor.
 Na segunda fase da dosimetria, mantido a compensação da agravante etária, prevista no Art. 61, do Código Penal, com a atenuante da confissão espontânea, disposta no Art. 65, I, do Código Penal, conforme feito na sentença, porquanto adequado e proporcional, ficando as reprimendas fixadas em 02 (dois) anos de reclusão.
 Na terceira fase da dosimetria, considerando que foram dois furtos praticados em continuidade delitiva, conserva-se o aumento de uma das penas, porquanto idênticas, em 1/6 (um sexto), conforme operado na sentença, ficando a reprimenda total fixada em 02 (dois) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, que assim fica em caráter definitivo, tendo em vista a ausência de outras causas modificadoras. 
 Portanto, não há como prosperar o pedido de isenção da pena de multa, pois que se trata de sanção cumulativa expressamente estabelecida no Código Penal, sendo de aplicação cogente. Ademais, não há previsão legal para a sua isenção pela falta de condições financeiras da ré. Assim sendo, mantenho a pena de multa, a qual inclusive já foi fixada no seu mínimo legal. 
 A pena imposta na sentença vai mantida, pois que foi aplicada de acordo com os critérios de necessidade e de suficiência para a prevenção e a reprovação dos crimes.
Nº 70084585843 (Nº CNJ: 0096943-74.2020.8.21.7000)
Julgador(a) de 1º Grau: MARCOS LUIS AGOSTINI
 No dia 03 de novembro de 2019, por volta das 21h50min, na Rua Vitorio Luis Zafari, em via pública, na cidade de Erechim, o denunciado, Rafael Kleimpaul, subtraiu para si, mediante grave ameaça, coisa alheia móvel consistente em 01 capacete e 01 celular pertencente à vítima Cátia Vanusa De Campos. 
 Na oportunidade, o denunciado abordou a vítima em via pública e, mediante grave ameaça, agarrou-a pelas costas e exigiu que a mesma lhe entregasse os bens. Além disso, Rafael tentou arrastar a vítima para um mato próximo ao local, contudo, Cátia conseguiu desvencilhar-se. 
 Em seguida, o denunciado empreendeu fuga em posse da res furtivae. Logo após, a Brigada Militar foi acionada e logrou êxito em localizar o denunciado, em via pública, na posse dos bens apreendidos 
DOSIMETRIA DA PENA:
 Na primeira fase da dosimetria foi relatado que o réu registra uma sentença condenatória com trânsito em julgado por fato anterior, a qual será valorada como agravante da reincidência. A pena-base ficou fixada em 04 (quatro) anos de reclusão.
 Na segunda fase de aplicação da pena, não concorrem atenuantes. De outro lado, reconhecida a agravante da reincidência, agravo a pena em 08 (oito) meses, tornando-a provisória em 04 (quatro) anos e 08 (oito) meses de reclusão.
 Na terceira fase de aplicação da pena, diante da ausência de causas de aumento e diminuição de pena, torno definitiva a reprimenda em 04 (quatro) anos e 08 (oito) meses de reclusão.
 Assim, o reconhecimento da atenuante da confissão espontânea é medida que se impõe, pois serviu à formação da convicção judicial. Por outro lado, seja porque a versão por ele deduzida foi diversa da realidade dos fatos, seja porque de pouca relevância para a elucidação do caso, arrefeço a reprimenda em dois meses.
 Assim, ausentes outras moduladoras, a pena privativa de liberdade se perfaz definitiva, nesta instância, em 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses de reclusão. Já a pena de multa, a fim de manter simetria com a análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do CP, deve ser aqui reduzida para 10 (dez) dias-multa, mantida a razão unitária mínima, diante da situação econômica do réu.

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