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MÓDULO NEURO PROBLEMA 1 – INTENCIONALIDADE EDUCACIONAL PROBLEMA 1 – INTENCIONALIDADE EDUCACIONAL OBJETIVO 1 – DEFINIR BIOELETROGÊNESE Os neurônios também são eletricamente excitáveis. Eles se comunicam uns com os outros usando 2 tipos de sinais elétricos: (1) Os potenciais graduados – usado para curtas distancias, e (2) Os potencias de ação – usados para comunicação a longa distância. Quando você toca um objeto, por exemplo, se inicia um potencial graduado em um receptor sensitivo da pele dos dedos. Esse potencial graduado faz com que o axônio do neurônio sensitivo gere um potencial de ação nervoso se propagando pelo axônio em direção ao SNC, causando a liberação de um neurotransmissor na sinapse com interneuronio. O interneuronio é estimulado e gera um potencial graduado causando a liberação novamente de um neutransmissor na próxima sinapse com outro interneuronip até as partes mais altas do encéfalo. A partir do momento que os neurônios do córtex cerebral são ativados, acontece a percepção e você é capaz de sentir a superfície do objetivo. Ocorre um estimulo no encéfalo gerando um potencial graduado no neurônio motor superior que faz sinapse com o neurônio motor inferior (supre as fibras musculares esqueléticas) liberando neurotransmissores. Esse fator vai disparar um potencial de ação e posteriormente a liberação de um neurotransmissor na junção neuromuscular estimulando a contração muscular. Esses potenciais graduados e de ação depende da característica da membrana plasmática de células excitáveis que é a presença de um potencial de membrana de repouso (característica das células excitáveis) e existência de canais iônicos (abre e fecha em resposta a um estimulo especifico.) CANAIS IÔNICOS Os canais iônicos permitem a passagem de íons específicos pela membrana plasmática ao longo dos seus gradientes eletroquímicos. Os canais iônicos se abrem ou se fecham devido a presença de comportas, que é uma parte da proteína que pode selar o poro ou se mover para abrir. 1. CANAIS DE VAZAMENTO: São canais que se abrem e se fecham aleatoriamente. Presente em quase todas as células incluindo dendritos, corpos celulares e axônios de todos os tipos de neurônio. 2. CANAL ATIVADO POR LIGANTE: São canais que se abrem em resposta a ligação de um estimulo químico (neurotransmissor, hormônios, íons específicos). Presente nos dendritos de alguns neurônios sensitivos, como os receptores para dor, além de corpos celulares e dendritos de interneuronios e neurônios motores. 3. CANAL MECANOATIVADO: São canais que se abrem em resposta a um estimulo mecânico (toque, pressão, vibração ou estiramento tecidual) e a força desloca o canal da sua posição de repouso. Está presente nos dendritos de alguns neurônios sensitivos como os receptores táteis, para pressão ou dor. 4. CANAIS DEPENDENTES DE VOLTAGEM: São canais que se abrem em resposta a um estimulo elétrico (mudança no potencial de membrana). Presente em axônios de todos os tipos de neurônios. POTENCIAL DE MEMBRANA EM REPOUSO: Esse potencial existe devido a um o pequeno acumulo de íons negativo no citosol, na parte interna da membrana e a um acumulo igual de íons positivos no liquido extracelular. Quanto maior for a diferença de carga na membrana maior será o potencial de membrana (voltagem). Nos neurônios, o potencial de membrana em repouso varia de -40 e -90 mV. Sendo o valor comum de -70mV. Esse sinal negativo indica que a parte interna da célula esta mais negativa do que a externa. Uma célula que apresenta um potencial de membrana é considerava polarizada. O potencial da membrana varia de +5 e -100mV nos diferentes tipos de células. O potencial de membrana de repouso é gerada devido a três fatores: 1. DISTRIBUIÇÃO HETEROGÊNIA DOS IONS NO LEC E NO CITOSOL: Um fator que contribui para o potencial de membrana em repouso é a distribuição desigual de vários íons no LEC e no CITOSOL. O liquido extracelular é rico em Na+ e Cl-. No citosol o principal íon é o k+ e os ânions são os fosfatos e os aminoácidos das proteínas. Como a membrana geralmente tem mais canal de vazamento de K+ do que de Na+, ocorre mais saída de potássio e a parte interna da membrana fica mais negativa enquanto que a parte externa fica mais positiva. 2. INCAPACIDADE DOS ÂNIOS SAIR DA CELULA: A maior parte dos ânions de dentro da célula não consegue sair porque estão ligadas a moléculas que não se difunde , como o ATP e proteínas. 3. NATUREZA ELETROGÊNICA DAS BOMBAS DE SÓDIO: A permeabilidade da membrana ao Na+ é muito baixa, pois existem poucos canais de vazamento de sódio. A presença de bombas de sódio e potássio ajuda a manter o potencial de membrana por meio da retirada de 3 Na+ e entrada de 2K+. POTENCIAIS GRADUADOS É um pequeno desvio do potencial de membrana que torna a membrana mais polarizada (hiperpolarizante) ou menos polarizada (despolarizante). Um potencial graduado ocorre quando um estimulo causa a abertura ou o fechamento de canais mecanicoativados ou ativados por ligantes na membrana plasmática de uma célula excitável. Esses potenciais graduados acontecem principalmente nos dendritos e no corpo celular de um neurônio. Dizer que esse sinais elétricos são graduados significa que eles variam em amplitude (tamanho) de acordo com a intensidade do estimulo. São maiores ou menores dependendo de quantos canais se abrirem ou fecharem e de quanto tempo eles permanecem abertos. Esse fluxo de íons se dissemina para regiões adjacentes e por uma curta distância e então gradualmente se dissipa, à medida que as cargas são perdidas pela membrana por meio dos canais de vazamento (condução decrescente). A somação é o processo pelo qual os potenciais graduados se agregam. Quando um potencial graduado acontece nos dendritos ou no corpo celular de um neurônio em resposta a um neurotransmissor, ele é chamado potencial pós sináptico. Por outro lado, os potenciais graduados que ocorrem em receptores e neurônios sensitivos são denominados potenciais receptores e potenciais geradores. GERAÇÃO DOS POTENCIAIS DE AÇÃO Um potencial de ação ou impulso é uma sequência rápida de eventos que diminui e reverte o potencial de membrana e posteriormente o leva novamente para seu estado de repouso. Durante a fase de despolarização, o potencial de membrana se torna menos negativo, atinge o zero e se torna positivo. Na fase de repolarização, o potencial de membrana volta ao padrão de repouso de -70mV. Após essa fase, pode ainda acontecer uma fase de pós-hiperpolarição durante a qual o potencial de membrana se torna temporariamente mais negativo do que no repouso. Dois tipos de canais dependentes de voltagem se abrem e se fecham durante um potencial de ação. Esses canais estão presentes principalmente na membrana plasmática do axônio e nos terminais axônios. Primeiramente, os canais de Na+ dependentes de voltagem se abrem permitindo a passagem de Na+ para dentro da célula o que gera a fase de despolarização. Cada canal de Na+ dependente de voltagem tem duas comportas separadas, uma de ativação e outra de desativação. Depois são os canais de K+ dependentes de voltagem que se abrem permitindo a saída de K+ e produzindo a fase da repolarização. Como os canais de K+ se abrem mais lentamente, sua abertura ocorre no momento em que os canais de Na+ estão se fechando. A fase de pós-hiperpolarização ocorre quando os canais de K+ permanecem abertos após o termino da fase despolarização. A maioria dos canais de K+ não tem um estado inativo, ao invés disso eles se alternam entre estado de fechamento (repouso) e abertura (ativação). O período refratário é o tempo após o início do potencial de ação durante a qual uma célula excitável não consegue geraroutro potencial de ação em resposta a um estimulo limiar normal. Durante o período refratário absoluto, mesmo um estimulo muito intenso não conseguira gerar um segundo potencial de ação. Esse período coincide com a ativação e inativação do canal de Na+, pois os canais inativos deve primeiro voltar a seu estado de repouso para depois reabrir. Obs.: Os potenciais graduados não apresentam período refratário. Já o período refratário relativo é o período de tempo durante o qual um segundo potencial de ação pode ser gerado mas apenas por um estimulo maior que o usual. PROPAGAÇÃO DOS POTENCIAIS DE AÇÃO Para transmitir informações, os potenciais de ação devem se propagar a partir do local em que são gerados para os terminais axônios. Ao contrário do potencial graduado, o potencial de ação não é decrescente (ele não se acaba). Em vez disso, o potencial de ação mantem sua intensidade durante a transmissão pela membrana, que é chamado de propagação. Em um neurônio, um potencial de ação pode se propagar apenas em uma única direção (corpo celular -> dendritos) pois qualquer região que acabou de formar potencial de ação está em seu período refratário absoluto e não pode gerar outro potencial. Os potenciais de ação servem para a transmissão em longas distancias. Um potencial de ação ocorre quando a despolarização atinge um certo nível, conhecido como limiar (acima de -55mv). A formação de um potencial de ação depende da capacidade de um estimulo especifico em elevar o potencial de ação até o seu limiar (Principio do tudo ou nada). Quanto maior for a intensidade do estimulo acima do limiar, maior será a frequência dos potenciais de ação até que seja atingida uma frequência máxima de acordo com o período refratário absoluto. OBJETIVO 2 – DEFINIR GUSTAÇÃO E OLFAÇÃO. Gustação e olfato têm uma tarefa similar: detectar substâncias químicas do ambiente. De fato, apenas pelo uso de ambos esses sentidos o SNC percebe o sabor. Gustação e olfato têm uma conexão forte e direta com as nossas mais básicas necessidades internas, incluindo sede, fome, emoção, sexo e certas formas de memória. GUSTAÇÃO Um sensível e versátil sistema de gustação foi necessário para distinguir entre novas fontes de alimentos e possíveis toxinas. Algumas das nossas preferencias gustativas são inatas. Entretanto, a experiência pode modificar fortemente nossos instintos e podemos aprender a tolerar ou a gostar de alguns sabores. SABORES BÁSICOS Embora o número de substancias seja ilimitado é provável que sejamos capazes de reconhecer apenas sabores básicos. Os 4 sabores básicos são salgado, azedo (ácido), doce e amargo. Um quinto sabor menos familiar é o Umami, que significa delicioso, é definido pelo gosto do aminoácido glutamato. Muitas substancias são doces, desde os açucares comuns até certas proteínas e os adoçantes artificiais. Substancias amargas variam de simples íons, como o K+ e o Mg+. Muitos compostos amargos podem ser percebidos mesmo em concentrações baixas, isso é uma vantagem pois geralmente as substancias venenosas são amargas. Podemos perceber os incontáveis sabores porque primeiramente, cada alimento ativa uma diferente combinação de sabores básicos, ajudando a torna-la única. Segundo, muitos alimentos tem um sabor distinto como resultado do seu sabor e aroma, percebidos simultaneamente. Terceiro, outras modalidades sensoriais podem contribuir para uma experiência gustativa única, como textura e temperatura. Portanto, para distinguir o sabor único de um alimento, nosso cérebro combina informações sensoriais acerca do seu sabor, aroma e tato. OLFAÇÃO Olfação é habilidade de reconhecer e discriminar um amplo número de moléculas do ar com grande precisão e sensibilidade. Nariz funciona como um dispositivo sensorial que permite determinar a composição química de determinado objeto, protegendo-nos de eventuais perigos. OBJETIVO 3 – CARACTERIZAR A ESTRUTURA E FUNÇÕES DA LINGUA E DO NARIZ. LINGUA Tem por função a mastigação, o paladar, a deglutição, a articulação das palavras e a limpeza oral. Partes: - Raiz ou base: é o terço posterior da língua, fixa, onde se localiza as tonsilas linguais. - Corpo: é formado pelos dois terços anteriores, extremamente móvel; - Ápice: é a extremidade anterior do corpo da língua. A superfície dorsal (dorso) da língua é caracterizada por um sulco em forma de V, o sulco terminal, cujo ângulo aponta para o forame cego (remanescente embriológico não-funcional do ducto tireoglosso). Posteriormente ao sulco terminal está a raiz da língua com as tonsilas linguais; anteriormente, temos o corpo e o ápice da língua onde encontramos as papilas linguais: o Papilas circunvaladas: grandes, situam- se diretamente anteriores ao sulco terminal e são organizadas em uma fileira em V; o Papilas folhadas: formam pregas laterais e são pouco desenvolvidas nos humanos; o Papilas filiformes: longas e numerosas, não possuem botões gustativos; o Papilas fungiformes: formato de cogumelo, estão dispersas entre as papilas filiformes. Os receptores para as sensações gustatórias estão localizados nos calículos gustatórios ou botões. A maior parte desses quase 10.000 calículos de um adulto jovem se encontra na língua, mas alguns podem ser achados no palato mole, na faringe, na epiglote. Cada calículo gustatório é um corpo oval que consiste em três tipos de células epiteliais. - Células de sustentação: contem microvilosidades e envolvem aproximadamente 50 células receptoras gustatórias em cada calículo gustatório. As microvilosidades gustatórias se projeta a partir de cada célula receptora gustatória para a superfície externa através do poro gustatório, uma abertura do canalículo. - Células Basais: são células tronco encontradas na periferia do canalículo próximo a camada de tecido conjuntivo. Elas produzem as células de sustentação que se desenvolve em células receptoras gustatórias. Cada célula receptora gustatória possui uma vida de cerca de 10 dias, por esse motivo que os receptores da língua se recuperam muito rápido de uma queimadura por café muito quente. - Células receptoras gustatórias: faz sinapse com dendritos de neurônios de primeira ordem, que formam a primeira parte da via gustatória. Os dendritos se ramificam e formam contatos com muitas células receptoras gustatórias em vários calículo gustatórios. Os calículos gustatórios estão localizados em elevações na língua chamados de papilas: 1. Papilas circunvaladas: São em 12, circulares e grandes que formam uma fileira em formato de V invertido na parte posterior d língua. Cada uma armazena cerca de 100 a 300 canalículos gustatórios. 2. Papilas fungiformes: são elevações com formato de cogumelo espalhadas ao longo de toda superfície da língua, contendo cerca de 5000 calículos. 3. Papilas folhadas: estão localizadas em fossetas nas margens laterais da língua, porem a maior parte dos seus calículos se degenera no início da infância. 4. Papilas filiformes: são estruturas pontudas e com formato de fio que contém receptores táteis, mas nenhum calículo gustatório. Eles aumentam o atrito entre a língua e o alimento, fazendo com seja mais fácil para a língua movimentar o alimento na cavidade oral. CÉLULAS RECEPTORAS GUSTATIVAS A parte quimicamente sensível de uma célula receptora é uma região chamada de terminal apical. Esse terminal possui finas extensões, denominadas microvilosidades que se projeta ao poro gustativo, uma pequena abertura onde a célula gustativa é exposta aos conteúdo da boca. As células receptoras gustativas não são neurônios, no entanto elas fazem sinapses com os terminais dos axônios gustativos aferentes na base dos botões gustativos. Essas células também estabelecem sinapses químicas e elétricascom algumas células basais; algumas células basais fazem sinapses com axônios sensoriais e esses podem formam um circuito simples de processamento de informações dentro de cada botão gustativo. Quando os receptores gustativos são ativados por uma substancia química, seu potencial de membrana muda, geralmente por despolarização. Essa mudança na voltagem é denominada potencial do receptor. A despolarização da membrana do receptor promove abertura dos canais de Ca+ dependentes de voltagem, fazendo com que este cálcio entre no citoplasma desencadeando a liberação de substancias transmissoras. MECANISMO DE TRANSDUÇÃO GUSTATIVA O processo pelo qual um estimulo ambiental causa uma resposta elétrica em uma célula receptora sensorial é chamado de transdução. A transdução envolve diversos processos e cada sabor básico pode usar um ou mais desses mecanismos. Esses estímulos gustativos podem: 1- Passar diretamente através de canais iônicos (salgado e ácido); 2- Ligar-se bloqueando qualquer canal iônico (ácido) 3- Ligar-se a receptores da membrana acoplados a proteína G que ativam sistemas de mensageiros que abrem os canais iônicos (doce, amargo, umami) SABOR SALGADO Células gustativas sensíveis para salgado possuem um canal seletivo ao Na+ que é sensível à amilorida, esse canal é insensível a voltagem e está aberto o tempo todo. Quando ingerimos um alimento salgado, o Na+ se difunde para dentro da célula a favor do gradiente, e isso induz uma despolarização na membrana. Essa despolarização causa abertura dos canais de sódio e cálcio dependentes de voltagem, desencadeando a exocitose de vesículas contendo neurotransmissores sobre o axônio gustativo aferente. Os ânions dos sais afetam o sabor dos cátions. Pq quanto maior for o ânion mais ele inibirá o sabor salgado do cátion. SABOR AZEDO Ácidos como o Hcl, dissolvem-se em agua e liberam íons hidrogênio. Portanto, os prótons são os agentes causadores da sensação de acidez e do azedume. Primeiro o H+ pode entratr pelos canais de sódio sensíveis a amilorida. Isso causa uma despolarização na célula. Segundo, os íons hidrogênio podem ligar-se e bloquear canais seletivos para K+. Quando a permeabilidade da membrana ao K+ decresce, a membrana despolariza. SABOR AMARGO Foi descoberto duas famílias de genes para receptores gustativos (denominados T1R E T2R). Esses genes codificam uma variedade de receptores gustativos acoplados a proteínas G. Substancias amargas são detectadas por cerca de 30 tipos diferentes de receptores T2R. Receptores para o sabor amargo usam uma via de segundos mensageiros para transferir o sinal ao axônio aferente gustativo. Os receptores para os sabores amargo, doce e umami parecem todos utilizar exatamente a mesma via de segundos mensageiros para transferir seus sinais aos axônios aferentes. Quando uma substancia química se liga a um receptor para o sabor amargo (ou doce ou umami), ativa uma proteína G a qual estimula a enzima fosfolipase C, com posterior produção do mensageiro intracelular (IP3). As vias do IP3 são sistemas de sinalização celular presentes em todo o corpo. Nas células gustativas o IP3 ativa um tipo especial de canal iônico, particular para essas células, o qual se abre permitindo a entrada de Na+ causando uma despolarização que induz a abertura dos canais de Cálcio e consequente entrada dos mesmos. O IP3 também pode induzir a liberação do Ca+ dos estoques intracelulares. Essas duas fontes de Ca+ ajudam a desencadear a liberação de neurotransmissores, estimulando o axônio aferente gustativo. SABOR DOCE Os receptores para o estimulo doce assemelha-se aos receptores para o estimulo amargo, por serem eceptores acoplados a proteína G, mas eles diferem pelo fato de que os receptores para o estimulo doce são formados por duas proteínas firmemente associadas, enquanto que o receptor para o estimulo amargo consiste em uma única proteína. A ligação de substancias químicas ao receptor T1R2 + T1R3 ativa exatamente o mesmo sistema de mensageiro que o receptores para o estimulo amargo. Nós não confundimos esses sabores porque as proteínas que formam o receptor estimulado pelo sabor amargo e aqueles que formam o receptor para o sabor doce são expressas em células gustativas diferentes, além de conectarem a axônios diferentes. SABOR UMAMI O receptor para o estimulo umami assim como para o doce, é composto por dois membros da família de proteínas T1R, nesse caso é a T1R1 + T1R3. NARIZ Possui uma parte externa denominada Nariz Externo e outra interior conhecida como cavidade nasal. Funções: olfação, respiração, filtração de poeira, umidificação do ar inspirado, recepção e eliminação de secreções dos seios paranasais e dos ductos lacrimonasais. O esqueleto do nariz é formado por osso e cartilagem; O septo nasal divide o nariz em duas cavidades nasais. Também é formada por osso mais cartilagem. A cavidade nasal é dividada em 2 compartimentos, um direito e outro esquerdo. Cada um dispõe de um orifício anterior que é a narina e posterior denominada de coano. Os cóanos fazem a comunicação da cavidade nasal com a nasofaringe. Na parede lateral da cavidade nasal encontramos as conchas nasais que são divididas em superior, media e inferior. Sob cada concha há um recesso ou meato. Assim, a cavidade nasal é dividida em 5 passagens. Os seios paranasais são expansões cheias de ar e compreendem os seios maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal. O ser humano consegue reconhecer cerca de 10.000 odores diferentes. Isso é possível porque o nariz contem entre 10 e 100 milhões de receptores para o sentido do olfato, contidos numa região chamada de epitélio olfatório. O epitélio olfatório ocupa a parte superior da cavidade nasal, cobrindo a face da lamina cribiforme e se estendendo ao longo da concha nasal superior. O epitélio olfatório é composto de 3 células: 1- Receptores Olfatórios: são os neurônios de primeira ordem da via olfatória. Cada receptor olfatório é um neurônio bipolar com um dendrito exposto com formato de calículo e um axônio que se projeta através da placa cribiforme e termina no bulbo olfatório. Estendendo-se a partir do dendrito encontra- se vários cílios olfatórios imóveis que são locais de transdução olfatória. Os receptores olfatórios que detectam as substancias químicas inaladas além de respondem ao estimulo químico de uma molécula odorífera produzindo um potencial gerador e iniciando assim a resposta olfatória. 2- Células de sustentação: são células epiteliais colunares da túnica mucosa que reveste o nariz. Elas fornecem sustentação física, nutrição e isolamento elétrico para os receptores olfatórios e ajudam a desintoxicar substâncias químicas que entram em contato com o epitélio olfatório. 3- Células Basais: são células tronco localizadas entre as bases das células de sustentação. Elas sofrem divisão celular continuamente para produzirem novos receptores olfatórios, que vivem cerca de 1 mês. Esse é um processo interessante, visto que esses receptores são neurônios e geralmente eles não são repostos. No tecido conjuntivo que sustenta o epitélio olfatório encontram-se glândulas olfatórias ou glândulas de Bowman produtoras de muco, que é transportado para a superfície por meio de ductos. A secreção umedece a superfície do epitélio e dissolve os odoríferos de modo que possa ocorrer a transdução. Tanto as células de sustentação quanto as glândulas são inervadas por neurônios parassimpáticos dos ramos do nervo facial. Impulso desses nervos, podem estimular glândulas lacrimais e glândulas mucosas nasais, o resultado são lagrimas e coriza após a inalação de substancias como pimenta ou vapores de amônia. NEURÔNIOS RECEPTORES OLFATIVOS Os neurônios receptoresolfativos tem um único dendrito fino que termina com uma pequena dilatação na superfície do epitélio. A partir dessa dilatação há vários cílios longos e finos que se estendem para dentro da camada de muco. As substancias odoríferas no muco ligam-se a superfície dos cílios e ativam o processo de transdução. Os axônios olfatórios constituem o nervo olfativo (I), e quando eles deixam o epitélio, pequenos grupos de axônios penetram em uma fina placa óssea denominada placa cribiforme e então seguem para o bulbo olfatório. TRANSDUÇÃO OLFATIVA Todas as moléculas de transdução estão nos cílios. E a via olfatória segue assim: As substancias odoríferas difundidas no muco se ligam à porção extracelular de proteínas receptoras presente na membrana de cada cílio, enquanto que a porção intracelular esta acoplada a proteína G. Quando o receptor é estimulado, a subunidade da proteína alfa se separa da proteína G e ativa o Adenil Ciclase, que por sua vez converte moléculas de ATP em AMPc. Esse AMPc ativa o canal iônico de sódio, que permite a entrada de Na+ e Ca+. O cálcio ativa canais de cloreto que pode amplificar o potencial do receptor olfativo. Esses fatores promovem uma despolarização transmitindo o potencial de ação pelo nervo olfatório para o SNC. Mesmo na presença continua de substancias odoríferas, a resposta olfativa diminui, Isso porque a resposta do receptor se adapta a substancia em cerca de um minuto. A diminuição da resposta apesar da presença de um estimulo é chamada de adaptação. OBJETIVO 4 – DESCREVER AS VIAS NEUROLOGICAS SENSITIVAS RELACIONADOS À GUSTAÇÃO E A OLFAÇÃO. VIAS CENTRAIS DA GUSTAÇÃO O fluxo de informação gustativa segue dos botões gustativos para os axônios gustativos primários, e daí para o tronco encefálico, depois subindo ao tálamo e finamente chegando ao córtex cerebral. Três nervos cranianos contém os axônios gustativos primários: - Nervo facial (VII): inerva os calículos gustatórios nos dois terços anteriores da língua; - Nervo Glossofaríngeo (IX): inerva os calículos gustatórios no terço posterior da língua. - Nervo vago (X): inerva os calículos gustatórios na garganta e na epiglote. Todos os axônios gustativos vindo desses nervos entram no tronco encefálico, reunidos em um feixe estabelecendo sinapses dentro do núcleo gustativo delgado, que é parte do trato solitário do bulbo. A experiência consciente do gosto é presumivelmente mediada pelo córtex cerebral. O caminho para o neocortex via tálamo é uma via comum para a informação sensorial. Neurônios do núcleo gustativo estabelecem sinapses com neurônios do Núcleo ventral póstero-medial (VPM), que é uma porção do tálamo. Os neurônios gustativos desse núcleo enviam axônios ao córtex gustativo primário (localizado no córtex). Além disso, a informação gustativa é distribuída ao hipotálamo e ao sistema límbico, estando envolvidos na palatabilidade dos alimentos e na motivação para comer. Lesões no núcleo VPM do tálamo ou no córtex gustativo, como resultado de um acidente vascular cerebral, por exemplo, podem causar ageusia (ou ageustia), a perda da percepção gustativa. VIAS CENTRAIS DA OLFAÇÃO Os neurônios receptores olfativos projetam seus axônios para os dois bulbos olfatórios. A camada que recebe os sinais em cada bulbo contem cerca de 2000 estruturas esféricas denominadas glomérulos olfativos. Dentro de cada glomerulo cerca de 25000 terminais de axônios olfativos primários convergem e fazem contato com dendritos de cerca de 100 neurônios olfativos se segunda ordem. Cada glomérulo recebe axônios de uma grande região do epitélio olfativo. Por fim, cada glomerulo recebe sinais de apenas um tipo determinado de células receptoras expressando um tipo particular de gene para uma proteína receptora. Os axônios de saída dos bulbos olfatórios estendem-se através dos tratos olfatórios e projetam-se diretamente para vários alvos, entre eles o mais importante é o Córtex olfativo. Portanto, os axônios do trato olfatório ramificam e entram em muitas regiões do prosencéfalo. O primeiro caminho é aquele indo diretamente para o córtex olfativo. Enquanto que outro passa pelo tubérculo olfatório até o núcleo medial dorsal do tálamo e daí para o córtex orbito frontal. OBJETIVO 5- CARACTERIZAR A INTEGRAÇÃO SENSORIAL ENTRE OLFAÇÃO E GUSTAÇÃO. Os sentidos gustativo e olfativo são chamados sentidos químicos, porque seus receptores são excitados por estimulantes químicos. Os receptores gustativos são excitados por substâncias químicas existentes nos alimentos, enquanto que os receptores olfativos são excitados por substâncias químicas do ar. Esses sentidos trabalham conjuntamente na percepção dos sabores. O centro do olfato e do gosto no cérebro combina a informação sensorial da língua e do nariz. O olfato e o paladar estão intimamente relacionados. As papilas gustativas da língua identificam os sabores, ao passo que os nervos localizados no nariz identificam os odores. Ambas as sensações são transmitidas ao cérebro, que integra as informações para que os sabores possam ser reconhecidos e apreciados. Alguns sabores - como o salgado, o amargo, o doce e o ácido - podem ser reconhecidos sem que o sentido do olfato intervenha. No entanto, sabores mais complexos (como o da framboesa) requerem ambos os sentidos, paladar e olfato, para serem reconhecidos. Para distinguir a maioria dos sabores, o cérebro precisa da informação sobre ambos, cheiro e sabor. Essas sensações são transmitidas ao cérebro a partir do nariz e da boca. São várias as regiões do cérebro que integram a informação, permitindo às pessoas reconhecer e apreciar os sabores. Uma pequena área da membrana mucosa que reveste o nariz (o epitélio olfativo) contém células nervosas especializadas, denominadas de receptores olfativos. Estes receptores contêm prolongamentos pilosos (cílios) que detectam os odores. As moléculas transportadas pelo ar, que entram pelas fossas nasais, estimulam os cílios, desencadeando um impulso nervoso nas fibras nervosas contíguas. As fibras prolongam-se para cima, através da estrutura óssea que forma o teto da cavidade nasal (placa cribriforme), e conectam-se aos prolongamentos das células nervosas (bulbos olfativos). Estes bulbos formam os nervos cranianos do olfato (nervos olfatórios). O impulso viaja através dos bulbos olfativos e ao longo dos nervos olfatórios até o cérebro. Este interpreta o impulso como um odor específico. Além disso, a área do cérebro onde se armazena a memória dos odores - o centro do olfato e da gustação na parte medial do lobo temporal - é estimulada. A memória permite a uma pessoa distinguir e identificar muitos odores diferentes, assimilados ao longo da vida. Milhões de pequenas papilas gustativas cobrem a maior parte da superfície da língua. Uma papila gustativa contém diversos tipos de receptores gustativos ciliados. Cada tipo detecta um dos cinco sabores básicos: doce, salgado, ácido, amargo ou saboroso (também chamado de umami, o sabor do glutamato monossódico). Estes sabores podem ser detectados em toda a língua, mas certas áreas são mais sensíveis a cada sabor. A doçura é mais facilmente identificada pela ponta da língua, enquanto que o salgado é melhor apreciado nas laterais anteriores da língua. A acidez é mais apreciada ao longo das laterais da língua e as sensações amargas são facilmente detectadas no terço posterior da língua. Os alimentos colocados na boca estimulam os cílios, desencadeando um impulso nervoso nas fibras nervosas contíguas, que estão ligadas aos nervos cranianos do paladar (o nervo facial e o glossofaríngeo). O impulso viaja ao longo desses nervos até o cérebro, que interpreta a combinação de impulsos originados nos diferentes tipos de receptores gustativos como um sabor distinto.A informação sensorial a respeito do cheiro, sabor, textura e temperatura da comida é processada pelo cérebro para produzir um sabor distinto quando a comida entra na boca e é mastigada. As moléculas químicas de um alimento, em geral, são voláteis. As partículas, quando deglutidas, são impulsionadas pela faringe até a cavidade nasal e, desse modo, as vias sensoriais para a gustação e a olfação podem ser acionadas ao mesmo tempo. Isso promove uma integração importante entre os dois sentidos e acaba auxiliando na percepção do sabor. “Os receptores olfatórios apresentam proteínas variadas, que são ativadas por diferentes moléculas odoríferas, promovendo, então, estímulos nervosos que auxiliam a distinguir os diferentes tipos de cheiro e sabor OBJETIVO 6 – IDENTIFICAR CAUSAS PARA ALTERAÇÕES DOS SENTIDOS DA OLFAÇÃO E DA GUSTAÇÃO. As alterações do olfato e do paladar podem estar relacionadas com deformidades nasosseptais, polipose nasal e congestão nasal crônica decorrente de rinites alérgicas e não-alérgicas. Um dano ao sistema olfatório, como resultado de um traumatismo craniano, ou mesmo, um resfriado comum, o qual impede a condução de moléculas transportadas pelo ar nas cavidades nasais, pode atenuar a percepção do sabor, ainda que as sensações básicas do gosto doce, ácido, salgado e amargo estejam preservadas. O olfato pode ajudar, também, no diagnóstico precoce de algumas doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson. O resultado indica que o comprometimento do olfato, e, consequentemente, do paladar, é um indicativo importante para o diagnóstico precoce da doença, em uma fase na qual os sintomas motores típicos (como tremores, rigidez e lentidão na execução dos movimentos) ainda não se manifestaram Diversas entidades nosológicas cursam com alterações olfatórias e gustativas: doença nasal e sinusal obstrutiva, infecções de vias aéreas superiores, traumatismo cranioencefálico, envelhecimento, causa congênita, exposição a tóxicos, algumas medicações, neoplasias nasais ou intracranianas, alterações psiquiátricas, doenças neurológicas, iatrogenia e idiopática A obstrução é a causa mais comum de distúrbio olfatório. Se a obstrução é total, o indivíduo apresenta anosmia (moléculas odoríferas não atingem o epitélio olfatório), liberando a obstrução a habilidade olfatória retorna. O paladar pode ser afetado em casos de lesões do nervo facial proximais à saída da corda timpânica. Disfunções do paladar e do olfato frequentemente ocorrem juntas, pois as anormalidades do paladar se devem geralmente a disfunção olfativa. Disgeusia pode ser um efeito direto ou indireto de condições malignas. Hipergeusia e parageusias podem ocorrer em psicoses e no transtorno de conversão OBJETIVO 7 – DISCUTIR ACERCA DA IMPORTÂNCIA DOS ORGÃOS SENSORIAIS PARA O BEM ESTAR BIOPSICOS SOCIAL. Os sentidos fundamentais do corpo humano: visão, audição, tato, gustação ou paladar e olfato constituem as funções que propiciam o nosso relacionamento com o ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos. Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é diversa. Pelo tato: Sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc Pela gustação: Identificamos os sabores Pelo olfato: Sentimos o odor ou cheiro Pela audição: Captamos os sons Pela visão: Observamos as cores, as formas, os contornos, etc. Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de receber estímulos externos.
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