Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Extensões das Análises Mendelianas – Genética I @bomdialaura Extensões das Análises Mendelianas • Podem ser classificadas em duas categorias: 1- Interações dos alelelos de um locus, falando amplamente, variações de dominância. ➢ Nos cruzamentos de Mendel, lidamos com a dominância total e a recessividade total, mas existem outros tipos de dominância. 2- Interações de dois ou mais loci. • Na dominância completa, o alelo totalmente dominante é expresso no fenótipo quando apenas uma cópia estiver presente, como nas heterozigotas. Ex: cruzamentos de Mendel; • Na dominância completa, o homozigoto dominante não pode ser distinguido do heterozigoto, ou seja, no nível fenotípico, A/A = Aa; • Relações de dominância a nível celular; ֍ No heterozigoto, a cópia do tipo selvagem gera proteína funcional suficiente para produzir o fenótipo tipo selvagem; • Ocorrência do fenótipo intermediário; • Cruzamento entre linhagens puras tipo selvagem (pételas vermelhas) x pétalas brancas: ֍ F1: pétalas cor-de-rosa; ֍ Autofecundação da F1, na F2 as plantas serão: ➢ ¼ pétalas vermelhas ➢ .½ pétalas cor-de-rosa; ➢ .1/4 pétalas brancas; • Pela proporção de 1:2:1, podemos deduzir que o padrão de herança é baseado em dois alelos de um único gene; • Entretanto, os heterozigotos (da F1 e da metade da F2) apresentam um fenótipo intermediário; • A ocorrência do fenótipo intermediário sugere uma dominância incompleta; • O fenótipo de um heterozigoto intermediário ao de dois homozigotos, em alguma escala quantitativa de medida; • Explicação ao nível molecular: Extensões das Análises Mendelianas – Genética I @bomdialaura ֍ Cada alelo selvagem produz uma dose estabelecida de seu produto proteico; ֍ O número de doses de um alelo tipo selvagem determina a concentração da proteína, tal como um pigmento; • Expressão de ambos os alelos de um heterozigoto. Ex: grupos sanguíneos ABO em humanos; ֍ Determinados por três alelos de um locos ( i, IA, e IB), que interagem para produzir os quatro tipos de sistema sanguíneo ABO; ֍ Codominância entre os alelos IA e IB; • Ex: doença autossômica recessiva (anemia falciforme) ֍ Gene HBB: defeito na hemoglobina que afeta a função das hemácias; ֍ Mutação de ponto (CAG → GTG) do gene da beta-globina; ֍ Alelos HbA e HbS e três genótipos tem fenótipos diferentes ֍ Com relação à presença ou ausência de anemia, o alelo HbA é dominante: ➢ Heterozigoto: um único alelo HbA produz hemoglobina funcional suficiente para impedir a anemia; ֍ Com relação à forma da hemácia, entretanto, há dominância incompleta: ➢ Heterozigoto, algumas células são levemente falciformes; ֍ Com relação à hemoglobina em si, há codominância: Extensões das Análises Mendelianas – Genética I @bomdialaura ➢ Os alelos HbA e HbS codificam formas diferentes de hemoglobina e ambas são produzidas pelo heterozigoto; ֍ Codominância dos HbA e HbS a nível molecular; ֍ A anemia falciforme ilustra a arbitrariedade na classificação de dominância: ➢ Nível sistêmico (doença), o alelo HbA é dominante; ➢ Nível celular, entretanto, há dominância incompleta; ➢ Nível molecular, ocorre a codominância; Hb A /Hb A: normal, os eritrócitos nunca se tornam falciformes; Hb S /Hb S: anemia grave, com frequência fatal; a hemoglobina anormal faz com que os eritrócitos apresentem um formato falciforme; Hb A /Hb S: nenhuma anemia; os eritrócitos se tornam falciformes apenas sob baixas concentrações de oxigênio. • Capaz de causar a morte de um organismo; • Cruzamento: camundongo yellow x homozigoto tipo selvagem: ֍ Proporção de 1:1; • Cruzamento entre dois camundongos yellow: ֍ 2/3 yellow, 1/3 selvagem; • Cruzamentos entre dois camundongos heterozigotos para o alelo dominante de cor de pelagem yellow (bege). O alelo é letal em dose dupla; • Proporção de 2:1; Extensões das Análises Mendelianas – Genética I @bomdialaura • Relações de Dominância na F1: ֍ Alelo Y (amarelo) em reação ao alelo y (verde); ֍ Alelo R (lisa) em relação ao alelo r (rugosa); ֍ Não eram afetadas pela condição do outro par de genes no diíbrido; ֍ Autocruzamento da F1 diíbrida produziu uma F2 na proporção de 9:3:3:1; • Na F2, Mendel observou que as ervilhas podiam ser agrupadas em quatro classes (características descontinuas); • Se Mendel havia proposto que as partículas hereditárias existiam, elas não podiam ter desaparecido ou se misturado; • As proporções estão “embutidas” nas novas proporções observadas; 1- Existência de partículas hereditárias (genes); 2- Os genes estão aos pares nas células; ֍ Cada membro do par é representado por um “alelo” – forma alternativa; ֍ Os alelos mantem uma relação de dominância e recessividade; 3- Cada gameta carrega consigo metade do par do gene (meiose); 4- Cada gameta tem a chance receber um ou outro membro do par – segregação igual; 5- Cada gameta, com seu membro par, tem chance igual de se fundir com um gameta que carrega consigo o mesmo membro do par ou outro – fertilização aleatória; Extensões das Análises Mendelianas – Genética I @bomdialaura • Via metabólica da fenilalanina em humanos, incluindo doenças associadas a bloqueios enzimáticos; • Fenilcetonúria: mau funcionamento da enzima fenilalanina hidroxilase (mutações gene PKU). O acúmulo de fenilalanina resulta em aumento de ácido penilpirúvico, que interfere no desenvolvimento do sistema nervoso; • Alcatonúria (AKU): ácido homogenístico em altas concentrações é secretado na urina em pacientes com AKU; • Interações epistáticas surgem quando duas (ou mais proteínas diferentes participam da mesma via. • Exemplo: mesma via enzimática para cor da pétala: Epistasia Recessiva • Alelos do tipo selvagem de dois genes (w+ e m+) codificam enzimas que catalisam etapas sucessivas na síntese de um pigmento das pétalas de Collinsia parviflora; ֍ m+/-: intermediário (magenta) > pigmento (azul); ֍ w+/-: percursor (branca) > intermediário (magenta); ֍ w/w: percursor (branca) X; ֍ Homizigotas m/m: flores magenta; ֍ Homozigotas w/w: flores branca; ֍ Mutante duplo w/w; m/m: flores brancas, indicando que o branco é epistático em relação ao magenta; • Quando um alelo mutante de um gene mascara a expressão de um alelo mutante de outro gene e expressa seu próprio fenótipo; • Mutação que “predomina sobre” é epistática; Extensões das Análises Mendelianas – Genética I @bomdialaura • Mutação que “fica sob” é hipostática; • Situação na qual o mutante duplo demonstra o fenótipo de uma mutação, mas não de outra; • Mutação epistática é carreada por um gene que está mais upstream (inicialmente na via) do que o gene da mutação hipostática; • O fenótipo mutante do gene upstream predomina, não importa o que esteja ocorrendo posteriormente na via; • Cor amarela da pelagem em cães labradores: ֍ Alelos B e b: produzem melanina preta e marrom, respectivamente; ֍ Alelo e de outro gene é epistático em relação aos alelos B e b; ֍ Alelos E e e: permitem, ou não, a deposição do pigmento nos pelos; ֍ ee impede a deposição > fenótipo dourado; • A epistasia é deduzida quando um alelo mutante de gene mascara a expressão de um alelo mutante de outro gene e expressa seu próprio fenótipo; Epistasia Dominante • Em dedaleiras (Digitalis purpúrea), dois genes interagem na via que determina a coloração das pétalas; ֍ D e d causam pigmentos escuros e claros, respectivamente; ֍ W epistático restringe o pigmento às manchas na garganta; ֍ Em dedaleiras, um gene afeta a intensidade do pigmento vermelho na pétala: ➢ Alelo d resulta na cor vermelho-clara; ➢ Alelo D é um alelo mutante que produz a cor vermelho-escura; ֍ Outro gene determina em quais células o pigmento é sintetizado: ➢ Alelo w possibilita asíntese do pigmento por todas as pétalas assim como no tipo selvagem; ➢ Alelo mutante W confina a síntese do pigmento às pequenas manchas na garganta; ֍ Se fecundarmos um diíbrido D/d; W/w, a proporção F2 será: ➢ A proporção nos informa que o alelo dominante W é epistático, produzindo a proporção 12:3:1; ֍ O componente 12/16 da proporção inclui obrigatoriamente a classe mutante dupla (9/16), que é claramente de fenótipo branco, estabelecendo a epistasia do alelo dominante W. • Na análise da herança monogênica: tendencia de escolher mutantes que produzem proporções mendelianas claras; - O fenótipo permite distinguir os genótipos mutantes e do tipo selvagem com quase 100% de certeza. Nesses casos, dizemos que a mutação é 100% penetrante no fenótipo; • Mas muitas mutações demonstram penetrância incompleta: nem todos os indivíduos com o genótipo expressam o fenótipo correspondente; • Penetrância: porcentagem de indivíduos com um determinado alelo que exibem o fenótipo associado àquele alelo; • Por exemplo, uma determinada doença autossômica dominante tem penetrancia de 80%. Quer dizer que um indivíduo com o genótipo em questão tem 80% de chance de vir a desenvolver a doença; Extensões das Análises Mendelianas – Genética I @bomdialaura • No caso da análise de uma suposta prole nascer afetada, calculamos a probabilidade de o individuo receber o alelo e multiplicamos pelo valor da penetrancia; • Por que um organismo apresentaria um determinado genótipo e ainda assim não expressaria o fenótipo correspondente? 1- Influência do ambiente → indivíduos com o mesmo genótipo podem demonstrar uma diversidade de fenótipos, dependendo do ambiente. O fenótipo de um indivíduo mutante que cresceu em um conjunto de circunstância pode corresponder (podem não ser distinguidos) ao fenótipo de um individuo do tipo selvagem que cresceu em circunstâncias diferentes; 2- A influência de interação com outros genes → modificadores não caracterizados, genes epistáticos ou supressores no restante do genoma atuam para prevenir a expressão do fenótipo típico; 3- A sutileza do fenótipo mutante → os efeitos sutis ocasionados pela ausência de uma função gênica podem ser de difícil mensuração em uma situação de laboratório; • Exemplo com penetrância incompleta demonstrado no heredograma: fenótipo herdado normalmente de modo dominante desaparecendo na segunda geração, apenas para reaparecer na próxima. - Alelo dominante que não é totalmente penetrante: a pessoa Q não demonstra o fenótipo, mas transmitiu o alelo dominante para no mínimo dois descendentes. Tendo em vista que o alelo não é totalmente penentrante, o restante da progênie (por exemplo R), pode ter herdado o alelo dominante ou não. • Mede o grau no qual um determinado alelo é expresso no nível fenotípico, ou seja, a expressividade mede a intensidade do fenótipo; - Em relação à penetrância, a expressividade variável pode ocorrer em virtude da variação na constituição alélica do restante do genoma ou de fatores ambientais; • Expressividade variável em cães: - Dez gradações de padrões de manchas não pigmentadas em beagles. Cada um desses cães apresenta o alelo SP, responsável pelas machas não pigmentadas nos cães. A variação é causada pela variação em outros loci. • Todos os indivíduos possuem o mesmo alelo de um pigmento (P) e o mesmo potencial de produzir pigmento. Os efeitos do restante do genoma e do ambiente podem suprimir ou modificar a produção do pigmento em qualquer indivíduo.
Compartilhar