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Biofísica Pressão Venosa Noções Gerais • Resultado da força exercida pelo sangue sobre a parede vascular venosa. • Veias: conduto que serve para o retorno do sangue dos tecidos para o coração (sentido inverso ao do sistema arterial). • Parede venosa: o Bem mais delgada do que a parede das artérias – isso porque o sangue circula em seu interior com uma pressão bem menor. o Providas de musculatura – contraem e distendem para armazenar maior ou menor quantidade de sangue dependendo da necessidade do organismo. • 59% da volemia (termo que expressa o volume total de sangue circulante no corpo) se encontra dentro do sistema venoso. • Como o sangue venoso tem uma coloração mais escura, as veias se apresentam com uma cor meio verde escura/arroxeada. >> as artérias têm uma parede mais espessa, não tem como ver a coloração do sangue, por isso se apresentam com uma cor mais esbranquiçada. • Ruptura vascular: o Artérias – o sangue sai em jato → pressão no interior é muito alta. o Veias – o sangue escorre/goteja → pressão no interior é baixa. • Retorno venoso: quantidade de sangue que flui por minuto das veias para o AD. o Indivíduo adulto em repouso – 5L/min. • Como a volemia tem valor constante, a única maneira de aumentar o fluxo sanguíneo é aumentar a frequência cardíaca ou a força contrátil do coração (regulado pelo sistema nervoso) → VS DC. o Sistema circulatório é fechado – o mesmo volume que sai do coração deve voltar para ele → se houver um aumento do débito cardíaco, há um aumento do retorno venoso. • Fatores contrários à circulação venosa. o A maior parte do sangue venoso tem que subir (contra a gravidade) para retornar ao coração. o Na ponta do pé, não há nenhuma bomba para auxiliar o retorno venoso. o Ação da pressão hidrostática – quanto maior a altura, maior o volume e, portanto, maior o peso da coluna líquida sobre a sua base; a PH tende a empurrar o sangue para baixo! Mecanismos que Favorecem o Retorno Venoso › “vis a tergo” do latim, significa “força vinda de trás”. O sangue caminha sob a pressão do VE por todo o sistema arterial e também pelo venoso até o nível das vênulas. Os capilares venosos e as vênulas ainda sofrem ação de resquícios de pressão exercida pela força contrátil do VE. › “bomba muscular” + coração periférico. Mecanismo que funciona em todos os locais que possuírem musculatura estriada esquelética – as veias sempre caminham entre os músculos. A cada contração feita pelo músculo esquelético, há uma compressão das veias, impulsionando o sangue em direção ao coração. Mecanismo importante principalmente ao nível dos membros inferiores. Destaca-se nessa função dois grupamentos musculares: a palmilha plantar (na planta do pé) e a panturrilha (face posterior da perna) → juntos, constituem o coração periférico >> um indivíduo paralítico não conta com a bomba muscular, pois não contrai seus músculos dos MMII. › “bomba torácica” – diafragma. Músculo que divide tórax do abdome. O diafragma apresenta movimentos de báscula – como um basculante, sobe e desce. Quando inspiramos, o diafragma desce (para ampliar a penetração do ar). Ao ampliar o tórax, ele comprime o abdome → forma-se uma pressão maior no abdome e uma menor no tórax. A menor pressão do tórax “aspira” o sangue das veias abdominais para as veias torácicas – um líquido é sempre impulsionado do local de maior pressão para o de menor pressão. › Existência de válvulas nas veias periféricas (abaixo do nível do coração). Mecanismo mais importante. Disposição das válvulas impede o fluxo retrógrado do sangue que seria causado pela ação da gravidade e da pressão hidrostática. As válvulas só permitem o fluxo sanguíneo em direção ao coração. Formadas por bolsas de tecido elástico presentes regularmente dentro das veias → quando o sangue esbarra nas válvulas, elas sobem junto com o sangue, se abrindo, para que ele consiga passar. Quando o sangue tende a descer, ele esbarra nessas bolsas, que descem com ele, se fechando, impedindo sua passagem. Isso explica o porquê de nas bombas muscular e torácica o sangue não desce, porque ele se encontra com as válvulas. Na expiração, por exemplo, o diafragma sobre, comprimindo o tórax, deixando a pressão maior no tórax – o sangue só não retorna ao abdome por conta dessas válvulas! Tipos de Pressão Venosa › Pressão venosa central (PVC). É a pressão que o sangue faz nas paredes do átrio direito. O AD é o ponto central da circulação venosa. › Pressão venosa periférica Pressão do sangue dentro de qualquer veia periférica do corpo. Pressão Venosa Central – PVC › Depende do equilíbrio entre dois fatores: a capacidade do coração de bombear sangue e a tendência do retorno venoso. Bombeamento com força excepcional: o coração fica mais vazio, e quanto menor o volume, menor a pressão. Logo, PVC (comum em atletas). Debilidade da bomba cardíaca: o coração manda um volume de sangue menor para frente, há retenção de volume no coração. Logo, PVC (comum em indivíduos cardiopatas, que têm insuficiência cardíaca). Aumento da volemia: enquanto estiver chegando mais sangue do que saiu, o coração acaba retendo mais sangue. Logo, PVC (ocorre quando recebemos transfusão sanguínea). Diminuição da volemia: quando chega ao coração um volume menor de sangue, o coração diminui o sangue retido pós-contração PVC (ocorre quando há hemorragia, já que o sistema circulatório é fechado). › Naturalmente, ocorre mais de um fator ao mesmo tempo – deve-se observar todos que estão atuando no momento. Ex. quando um indivíduo que tem insuficiência cardíaca sofre uma hemorragia, há dois fatores antagônicos atuando sobre a PVC. O valor da PVC depende da intensidade com que os fatores estão atuando. › Valor normal, quando medida no eixo flebostático. No transdutor: 0 a 8mmHg. No manômetro de H2O: 5 a 10 cmH2O. mmHg = cmH2O/1,36. › Num indivíduo com insuficiência cardíaca, pode-se encontrar uma PVC em torno de 10 a 15mmHg. Costumam ser doadores de sangue constantemente – funciona como hemorragia, diminuindo a volemia, o coração trabalha melhor. › Já num atleta, é possível encontrar uma PVC negativa, cerca de -2 a -4mmHg. Pressão Venosa Periférica › PVC: quanto maior for o valor da PVC, maior o valor da PVP. Para o sangue sair da veia e entrar no átrio direito, é preciso que a pressão na veia seja maior do que a pressão no AD. › Resistência ao fluxo sanguíneo das veias para o AD. Durante o trajeto das veias até o coração, em muitos locais elas são comprimidas (entre músculos, entre vísceras) – nesses, há uma grande resistência ao fluxo sanguíneo. Isso faz com que o sangue comece a se acumular nas veias distais a esses locais de resistência. Quanto maior o número de resistência a ser enfrentada pelo sangue circulante, maior será a PVP ( sangue acumulado nas veias). Quanto mais distante do coração, PVP -> maior o número de resistências a serem enfrentadas. O valor da PVP vai diminuindo da periferia em direção ao coração, até se tornar mínima dentro do AD. › Taxa de fluxo sanguíneo na veia. Volume de sangue dentro da veia. volume PVP. › Pressão hidrostática (PH). Quanto maior a altura, maior a pressão hidrostática. PH PVP (para poder empurrar essa coluna de líquido). PH elevada – indivíduo em pé (maior altura) e parado (sem as bombas dos MMII). PH elevada – quando uma condição patológica destrói as válvulas das veias. PH alta – o sangue se acumula, produzindo a dilatação das veias → levando ao aparecimento da condição veia varicosa ou varizes. › Bomba muscular. Impede PVP muito elevadas que seriam causadas pela ação da PH e da gravidade. Tende a diminuir a PVP (o único). Medida das Pressões Venosas › PVC – importante, pois é uma medida hemodinâmica. Usualmente utilizada em pacientes em terapia intensiva – nos fornece informações importantes sobre a função cardíaca e sobre a volemia. › PVP – raramente é utilizada. Quando você olha para os MMII do indivíduo e vê uma dilatação das veias, você já sabe que a PVP está elevada, é indiferente saber o seu valor – a pessoa apresenta uma insuficiência vascular venosa – o que é preciso fazer é indicar o que ela deve fazer. Um exemplo de medição: quando as veias da mão estão numa posição inferior à do coração, ficam cheias de sangue e fazem proeminência sob a pele – quando a mão é elevada a 9cm acima do plano do coração as veias colapsam-se → pressão nas veias da mão, quando ela se encontra ao nível do coração é ~9cmH2O. Orientações: realizar exercícios físicos rotineiramente; elevar os membros inferiores acima do nível do coração (dormir com os pés para cima); utilizar as meias de compressão (deve colocar a meia deitado). >> encontrar o eixo flebostático: paciente em decúbito dorsal, encontar o cruzamento entre a linha média e o 4º espaço intercostal; com a régua de nível delimitar a linha “zero”, marcando no suporte de soro a altura encontrada; colocar o zero da régua milimetrada -> procede a medida da PVC Medida da PVC › Manômetro de coluna de água. Material necessário: equipo de monitorização de PVC, frasco de soro fisiológico isotônico, fita adesiva e régua de nível. Método invasivo, se faz a partir da dissecção de uma veia, se faz em um paciente internado. Valor em cmH2O. › Transdutor eletrônico Material utilizado: cateter para acesso de veia central, transdutor de pressão, monitor para registro. Mensuração: posicionamento do catetor em veia central (julgular interna o subclávia); depois faz-se a conexão com o transdurtor de pressão que deve estar localizado ao nível do eixo flebostático. A onda de pressão dentro de sistema venoso é captada pelo diafragma dentro do transdutor → transforma o impulso mecânico num impulso elétrico – será amplificado e registrado. Valor em mmHg. Só utilizado em terapia intensiva!
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