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FACULDADE DOM ALBERTO 
DISCIPLINA: SEGURIDADE SOCIAL 
PROF(a): LARA SANTOS ZANGEROLAME TAROCO 
 
 
 
1 
FACULDADE DOM ALBERTO 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURIDADE SOCIAL 
 
 
 
PROFª: M.ª Lara Santos Zangeroame Taroco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
 
FACULDADE DOM ALBERTO 
DISCIPLINA: SEGURIDADE SOCIAL 
PROF(a): LARA SANTOS ZANGEROLAME TAROCO 
 
 
 
2 
Sumário 
1. Introdução à Seguridade Social ................................................................................... 4 
2. Fundamentos, fontes e princípios da seguridade social ............................................ 14 
3. Princípios do direito previdenciário ............................................................................ 21 
➢ Princípios do direito previdenciário: .................................................................................................... 22 
I – Princípio da filiação obrigatória ................................................................................................................. 22 
II – Princípio do caráter contributivo .............................................................................................................. 22 
III – Princípio do equilíbrio financeiro e atuarial ........................................................................................... 22 
IV – Princípio da garantia do benefício mínimo ........................................................................................... 23 
V – Princípio da correção monetária dos salários de contribuição ........................................................... 24 
VI – Princípio da preservação real do benefício .......................................................................................... 24 
VIII – Princípio da indisponibilidade dos direitos dos benefícios ............................................................... 25 
4. Organização da Seguridade Social e modelos de regimes de previdência ............... 27 
Ministérios da Seguridade Social ................................................................................................................... 28 
Instituto Nacional do Seguro Social ............................................................................................................... 28 
Conselho Nacional da Seguridade Social – CNSS ..................................................................................... 29 
Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS .................................................................................... 29 
Conselho de Previdência Social – CPS ........................................................................................................ 30 
Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS ..................................................................................... 30 
Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC ..................................................................... 30 
Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS .............................................................................. 31 
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF .............................................................................. 31 
5. Regime geral da previdência social: beneficiários – segurados e dependentes ........ 43 
6. Qualidade de segurado e custeio – Financiamento da Seguridade .......................... 58 
Manutenção da qualidade ................................................................................................................................... 59 
Perda da qualidade .............................................................................................................................................. 61 
7. Concessão da prestação previdenciária .................................................................... 81 
8. Salário de contribuição e Cálculos previdenciários ................................................... 84 
9. Revisão Prova 1: ..................................................................................................... 103 
10. Juizado Especial Federal ....................................................................................... 107 
11. Acidente de trabalho e doenças ocupacionais ...................................................... 109 
12. Benefícios em espécie: Aposentadorias e ............................................................. 121 
Tempo de contribuição para fins previdenciários ........................................................ 121 
13. Aposentadoria especial rural ................................................................................. 133 
Desde que idade pode contar o trabalho rural ........................................................................................... 135 
Que documentos você precisa para comprovar o trabalho rural ............................................................ 136 
 
FACULDADE DOM ALBERTO 
DISCIPLINA: SEGURIDADE SOCIAL 
PROF(a): LARA SANTOS ZANGEROLAME TAROCO 
 
 
 
3 
14. Aposentadoria por idade e o fator previdenciário – pensão por morte, auxílio reclusão 
e LOAS ........................................................................................................................ 137 
15. Aposentadoria por invalidez – ............................................................................... 153 
Salário família e salário maternidade .......................................................................... 153 
16. Aposentadoria especial – agentes nocivos............................................................ 159 
17. Crimes contra a previdência .................................................................................. 165 
18. Revisão Prova 2: ................................................................................................... 170 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE DOM ALBERTO 
DISCIPLINA: SEGURIDADE SOCIAL 
PROF(a): LARA SANTOS ZANGEROLAME TAROCO 
 
 
 
4 
 
SEGURIDADE SOCIAL 
1. Introdução à Seguridade Social 
 
 
 
A) Conteúdo programático: Introdução à Seguridade, conceito, origem e histórico da 
proteção social, sistemas de seguridade. 
 
B) Problema 
A Seguridade Social não surgiu abruptamente, seja no mundo, seja no Brasil. Ela 
originou-se na necessidade social de se estabelecer métodos de proteção contra os 
variados riscos ao ser humano. A Seguridade Social, sob o enfoque mundial, tem origem 
nos modelos Bismarckiano (1883) e Beveridgiano (1942). No Brasil, a proteção social 
evoluiu de forma semelhante ao plano internacional, sendo inicialmente privada e 
voluntária, passando-se à formação dos primeiros planos mutualistas e, posteriormente, 
sucumbindo à intervenção cada vez maior do Estado. Pode-se afirmar que o marco 
normativo da Seguridade Social brasileira foi qual lei? 
 
 
C) Conhecimentos 
 
Conceito, origem e histórico da Seguridade Social: 
 
Os infortúnios da vida tem sido uma constante da humanidade. O ser humano 
tem evoluído no sentido de reduzir os danos da doença, acidentes, fome e velhice. É 
algo instintivo preservar alimentos para os dias difíceis, assim como muitos dos animais 
o fazem. 
Pode-se afirmar que a proteção social 1nasceu, verdadeiramente, na família. 
Porém, quando esta existia se dava de forma precária, necessitando, assim, de auxílio 
externo. Logo, começa uma vinculação do auxílio aos necessitados através da caridade. 
 
1 Um conjunto de medidas de caráter social destinadas a atender certas necessidades individuais, que, se 
não atendidas, repercutem sobre a sociedade e os demais indivíduos (Celso Barroso Leite). 
1 
 
FACULDADE DOM ALBERTO 
DISCIPLINA: SEGURIDADE SOCIAL 
PROF(a): LARA SANTOS ZANGEROLAME TAROCO 
 
 
 
5 
A pobreza era apresentada como algo necessário, um benefício divino para se alcançar 
o reino dos céus(IBRAHIM, 2015). 
 A indigência era compreendida como uma forma de punição divina, cabendo ao 
pobre arcar com todas as sequelas de sua condição. Dessa forma, muitos eram 
desprovidos de auxílio familiar e com o avanço social privilegiando ainda mais o 
individualismo, teve-se cada vez mais uma desagregação familiar, a qual desabilitou a 
proteção social/familiar até então existente. 
 O auxílio voluntário, desde a esmola até os trabalhos mais complexos em prol de 
pessoas e populações carentes têm preenchido constantemente a lacuna da proteção 
familiar. Atualmente o terceiro setor 2proporciona uma complementação das ações do 
Estado na área social (IBRAHIM, 2015). 
 Além da assistência espontânea, a sociedade se viu obrigada a organizar outras 
formas de auxílio, como os grupos de mútuo, de origem livre, sem intervenção do Estado, 
cotizando valores para o resguardo de todos. Esse modelo foi um prenúncio do sistema 
de previdência privada complementar. 
 A interferência estatal no auxílio aos necessitados apenas se dá com a Poor Law, 
editada em 1601 na Inglaterra, a qual, embora ainda com a delegação da ação para as 
paróquias da localidade, instituía uma contribuição obrigatória para fins sociais, com 
intuito assistencial (CASTRO; LAZZARI, 2015). 
Tem-se que a intervenção estatal no período do liberalismo econômico limitava-
se a prestar benefícios assistenciais, ou seja, pensões aos financeiramente carentes. 
Logo, nota-se que o primeiro tipo de proteção social existente se deu como assistência 
aos pobres do tipo de Estado Liberal. Tinha-se, portanto, um caráter de mútuo, mas não 
de seguro, conforme asseveram Castro e Lazzari (2015). A percepção apenas se altera 
com a passagem para o Estado de Bem-Estar Social, com a declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão, em 1789. 
 
2 O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado, 
responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas 
questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o 
terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como 
objetivo gerar serviços de caráter público. 
 
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PROF(a): LARA SANTOS ZANGEROLAME TAROCO 
 
 
 
6 
 Com o desenvolvimento da sociedade industrial se obtém um salto na matéria da 
proteção social, reconhecendo-se a necessidade da solidariedade estar entre os pilares 
sociais. 
 Após algumas comoções sociais dos trabalhadores e da marginalização social, de 
maneira gradativa, vai se conquistando direitos de proteção aos trabalhadores e 
proteção social. Assim, se define uma nova política, não mais de assistência, mas de 
previdência. 
 
Evolução da Previdência3: 
 São conhecidas quatro fases da evolução da previdência social, a fase 
experimental, de consolidação, expansão e de redefinição. Na fase experimental 
encontra-se a política social de Otto von Bismarck, que durante 1883 a 1889 fez viger 
um conjunto de normas que serão o embrião do que hoje é conhecido como previdência 
social. Assegurou aos trabalhadores alemães o seguro-doença, a aposentadoria e a 
proteção às vítimas de acidentes de trabalho. 
 Na Inglaterra, foi promulgada, em 1907, uma lei de reparação de acidente de 
trabalho, e, em 1911, outra lei tratou da cobertura à invalidez, à doença, à aposentadoria 
voluntária e à previsão de desemprego, tornando-a, na época, o país mais avançado em 
termos de legislação previdenciária. 
 Já na fase da consolidação, destaca-se a constitucionalização de direitos sociais 
e políticos. A Constituição Mexicana de 1917 foi a primeira a arrolar e dar sistematização 
a um conjunto de direitos sociais, no que foi seguida pela Constituição de Weimar, no 
ano de 1919. A organização internacional do Trabalho surgiu com o Tratado de 
Versailles, em 1917. Em 1927 foi criada a associação internacional de Seguridade Social, 
com sede em Bruxelas. 
 Também são indicativos da fase de maturação, a experiência norte-americana do 
então presidente Franklin Roosevelt, ao instituir o New Deal, com forte intervenção no 
domínio econômico e injeção de recursos orçamentários. 
 
3 Tópico retirado do livro: CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito 
previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
 
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7 
 A fase de expansão é notada a partir do período pós-Segunda Guerra com o 
crescimento econômico num contexto de intervenção estatal no sentido de melhor 
distribuir a renda nacional. 
Até então, importante frisar, os planos previdenciários (de seguro social), em 
regra, obedeciam a um sistema chamado bismarckiano ou de capitalização, ou seja, 
somente contribuíam os empregadores e os próprios trabalhadores empregados, numa 
poupança compulsória. Embora o seguro social fosse imposto pelo Estado, ainda faltava 
a noção de solidariedade social, pois não havia a participação da totalidade dos 
indivíduos. 
A partir de 1944, então, foram os sistemas ingleses alterados pela adoção do 
chamado plano Beveridge, o qual criou um sistema universal, abrangendo todos os 
indivíduos, com a participação compulsória de toda a população, com a noção de 
seguridade social. Logo, surgiu o sistema Beverigeano ou de repartição, onde toda 
sociedade contribui (com a noção de solidariedade) para um fundo previdenciário, de 
onde serão retiradas as prestações para aqueles que venham a ser atingidos por algum 
infortúnio. Dessa época em diante se tem a materialização da universalização dos 
direitos sociais. 
Por fim, uma fase de crise ou redefinição do papel do Estado Contemporâneo é 
tida como iniciada com o avanço da doutrina neoliberal, que visa readequar o papel do 
Estado, a fim de que este não venha a intervir e patrocinar políticas públicas sociais com 
o gasto de verbas orçamentárias, o que seria, em seu ponto de vista, uma exacerbação 
do papel do Estado contemporâneo no campo das relações particulares, gerando 
despesas insustentáveis. 
Entretanto, países como o Brasil, que estão edificados pela lógica de proteção no 
sistema de seguro social, e, ainda, sequer realizaram o papel do prometido Bem-Estar 
Social, sem conquistar a proteção social que os países precursores de tais ideias 
conseguiram, acaba por gerar problemas de nova ordem, ou seja, a redução dos gastos 
públicos com as políticas sociais. 
 
 
 
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8 
Evolução no Brasil: 
 A evolução da proteção social no Brasil se deu da mesma forma que em âmbito 
internacional, origem privada e voluntária, formação dos primeiros planos mutualistas e 
a intervenção cada vez mais do Estado. 
Como exemplos mais antigos da proteção social brasileira, temos as “santas 
casas”, atuantes no segmento assistencial, e o montepio para a guarda pessoal de D. 
João VI (1808). Nesta mesma época, em 1975, também foi criado o plano de benefícios 
dos órfãos e viúvas dos oficiais da marinha. 
A assistência social nasce da ajuda mútua e posteriormente com a ação do 
Estado. No primeiro caso reúne integrantes que conjugam alguma afinidade profissional, 
religiosa ou mesmo geográfica, enquanto no segundo, denominados Socorros Mútuos 
pela Constituição Imperial de 1824. Daí surgiram os famosos socorros mútuos que se 
proliferaram no Brasil. 
A Constituição de 1891 foi a primeira com a expressão aposentadoria, a qual era 
concedida a funcionários públicos em caso de invalidez. Os demais trabalhadores não 
tinham nenhuma proteção. O Decreto-Legislativo 3724/19 criou o seguro de acidente de 
trabalho no Brasil, porémera incumbência do empregador. 
Ainda sob a égide da Constituição de 1891 surgiu a Lei Eloy Chaves, a qual 
determinou a criação das caixas de aposentadorias e pensões para os ferroviários, por 
empresa, também com responsabilidade da empresa. Esta lei ficou conhecida como o 
marco inicial da previdência social no Brasil. 
Vislumbrando os avanços da Lei Eloy Chaves outras categorias de trabalhadores 
também buscaram a mesma proteção. Após 1930, com o início do governo de Getúlio 
Vargas tem-se a reformulação dos regimes previdenciário e trabalhista e a formação dos 
IAP’s (Institutos de Aposentadoria e Pensão). 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
• Livro: RIFKIN, Jeremy. Sociedade com custo marginal zero. 
• 
 
 
 
 
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PROF(a): LARA SANTOS ZANGEROLAME TAROCO 
 
 
 
9 
D) REFERÊNCIAS 
 
CASTRO; Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito 
Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 18ª ed. 
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. Niterói: Impetus, 2015. 21ª ed. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 
2015. 16ª ed. 
KRAVCHYCHYN, Jeferson Luis e outros. Prática Processual Previdenciaria. São Paulo: 
Conceito, 2010. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 2008 
RIBEIRO, Julio Cesar Garcia. A previdência social do Regime Geral na Constituição 
Brasileira. São Paulo: LTr, 2001. 
ROCHA, Daniel Machado. O direito fundamental à previdência social. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2004. 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário sinopses jurídicas. São Paulo: 
Saraiva, 2016. 
VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Previdência Social custeio e benefícios. São Paulo: LTr, 
2014. 
 
 
 
 Sistema de Seguridade Social 
 
 
A) Conhecimentos 
 
Após a formação dos IAP’s a organização previdenciária se dava por categoria 
profissional que auxiliou os trabalhadores, porém surgiram outros problemas como a 
troca de categoria profissional e o baixo número de trabalhadores em cada categoria. 
Logo, teve-se a unificação das caixas em institutos, ampliando a intervenção estatal na 
área e deixando o controle público consolidado. 
Em julho de 1991 entraram em vigor os diplomas básicos da Seguridade Social, 
a Lei 8212 e 8213. Atualmente o regulamento da previdência social é o aprovado pelo 
Decreto 3048/99 que regulamenta as disposições relativas ao custeio da seguridade aos 
beneficiários da previdência (CASTRO; LAZZARI, 2015). 
 
Organização da Seguridade Social: 
 
 
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10 
Seguridade Social foi a expressão utilizada pelo constituinte de 1988 e esta 
nomenclatura gera a maior gama de ações, se enquadrando como direito social, 
conforme o art. 6º da CF. 
 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. 
 
 O objetivo do constituinte originário foi criar um sistema protetivo até então 
inexistente em nosso país. O Estado, pelo novo conceito seria responsável pela criação 
de uma rede de proteção, capaz de atender aos anseios e necessidades de todos na 
área social. 
A seguridade social brasileira pode ser definida como o conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos à saúde, previdência e assistência. 
Entende-se que a seguridade é uma rede protetiva formada pelo Estado e por 
particulares, com contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiários dos direitos, 
no sentido de estabelecer ações para o sustento de pessoas carentes, trabalhadores em 
geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida 
digna. A intervenção estatal na seguridade social é obrigatória. 
O bem-estar social, materializado pela legislação social, traz a ideia de 
cooperação, ação concreta do ideal de solidariedade, superando-se o individualismo 
clássico do estado liberal. De acordo com o art. 3º da Constituição, o bem-estar pode ser 
também definido como a erradicação da pobreza e desigualdades, mediante a 
cooperação entre os indivíduos. 
A justiça social é a equânime distribuição de benefícios sociais, baseada no 
princípio da seletividade e distributividade. Tanto a justiça social como o bem-estar social 
são legitimadores das políticas públicas. 
A seguridade se divide em três ramos: 
 
 
 
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DISCIPLINA: SEGURIDADE SOCIAL 
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11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Saúde: A saúde é o direito de todos e dever do Estado, ou seja, independe 
de contribuição prévia e qualquer pessoa pode usufruir e obter um atendimento na rede 
pública. 
Mesmo uma pessoa que possua condições financeiras de receber atendimento 
privado pode se utilizar da rede pública. A administração não pode negar atendimento à 
ninguém. 
A saúde é o segmento autônomo da seguridade social, com organização 
distinta. Tem o escopo mais amplo de todos os ramos protetivos. Por isso, a saúde é 
garantida por políticas sociais e econômicas, visando a redução de riscos de doenças. 
➢ Assistência Social: a assistência social será prestada a quem dela 
precisar (art. 203 CF), ou seja, para aquelas pessoas que não possuem condições de se 
manter, independentemente de contribuição. O requisito essencial é a necessidade de 
auxílio. 
A lei própria da assistência social é a lei 8742/93: 
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade 
Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto 
integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às 
necessidades básicas. 
 
Seguridade Social 
Assistência Previdência Saúde 
 
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12 
Os objetivos da assistência são: 
Art. 2º A assistência social tem por objetivos: 
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da 
incidência de riscos, especialmente: 
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; 
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à 
vida comunitária; e 
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso 
que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família; 
 
Apesar de serem denominados na Constituição como objetivos, são entendidos 
como verdadeiros princípios, descrevendo as normas elementares da seguridade, as 
quais direcionam toda a atividade legislativa e interpretativa da seguridade social. 
 
➢ Previdência Social: A previdência é definida como seguro sui generis, 
visto que é de filiação compulsória para os regimes básicos (RGPS e RPPS), além de 
coletivo, contributivo e de organização social, amparando seus beneficiários contra os 
riscos sociais. O ingresso também poderá ser voluntário no RGPS para aqueles que não 
exercem atividade remunerada. 
A seguridade social, como última etapa ainda a ser plenamente alcançada, 
abrangendo a previdência social, busca a proteção máxima, a ser implementada de 
acordo com as possibilidades orçamentárias (IBRAHIM, 2015). 
 
Princípios Constitucionais:4 
 O direito previdenciário é um ramo autônomo do direito, por isso possui princípios 
próprios, os quais norteiam a aplicação e a interpretação das regras constitucionais e 
legais relativas ao sistema protetivo. Algunsprincípios são exclusivos da seguridade 
social, o que revela sua autonomia didática enquanto outros são genéricos. 
 
4 Tópico retirado do livro: IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. Rio de Janeiro: 
Impetus, 2015. 
 
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13 
Entre os princípios gerais, merecem destaque no âmbito da seguridade social os 
da igualdade, legalidade e direito adquirido. A igualdade aqui tratada não é mera 
isonomia funcional, mas sim a material, na qual os iguais são tratados de modo igual e 
os desiguais de modo desigual, dentro dos limites de suas desigualdades. 
É a isonomia material que justifica, por exemplo, alíquotas diferenciadas de 
contribuição para diferentes espécies de segurados e faixas distintas de remuneração. 
A legalidade se refere a que, qualquer nova obrigação, como um aumento de 
contribuição, somente poderá ser feito por meio de lei em sentido formal, isto é, aprovada 
pelo Congresso Nacional ou, excepcionalmente, por medida provisória. 
Naturalmente, por ser ramo de Direito Público, o direito previdenciário sofre 
influencia do principio da legalidade, já que a autonomia de vontade é muito restrita no 
campo previdenciário. 
O direito adquirido também assume extrema importância no direito previdenciário, 
em especial devido às constantes alterações da legislação e até da própria Constituição. 
O direito adquirido é aquele que já existe e se integrou ao patrimônio jurídico do 
indivíduo, sendo defeso ao Estado sua exclusão por qualquer meio. No entanto, o direito 
somente é adquirido quando o individuo preencheu todos os requisitos necessários para 
a concessão daquele direito postulado. 
A legislação previdenciária, como regra, respeita a expectativa de direito e por 
isso cria normas transitórias para as pessoas que já se encontravam no sistema antigo 
mas sem direito adquirido. 
Os princípios particulares da seguridade social estão espalhados pela 
Constituição e leis securitárias. Dentro os mais importantes, tem-se os abordados pelo 
texto constitucional no parágrafo único do art. 194 que, apesar de serem denominados 
objetivos, são verdadeiros princípios, descrevendo as normas elementares da 
seguridade, as quais direcionam toda a atividade legislativa e interpretativa da 
seguridade social. 
 
 
B) RESOLUÇÃO DE QUESTÕES 
 
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14 
 
(SEDS – 2014) NÃO é direito social expressamente previsto na Constituição Federal: 
a) Saúde. 
b) Previdência social. 
c) Moradia. 
d) Proteção à juventude. 
 
 
 
c) REFERÊNCIAS 
CASTRO; Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito 
Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 18ª ed. 
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. Niterói: Impetus, 2015. 21ª ed. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 
2015. 16ª ed. 
KRAVCHYCHYN, Jeferson Luis e outros. Prática Processual Previdenciaria. São Paulo: 
Conceito, 2010. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 2008 
RIBEIRO, Julio Cesar Garcia. A previdência social do Regime Geral na Constituição 
Brasileira. São Paulo: LTr, 2001. 
ROCHA, Daniel Machado. O direito fundamental à previdência social. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2004. 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário sinopses jurídicas. São Paulo: 
Saraiva, 2016. 
VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Previdência Social custeio e benefícios. São Paulo: LTr, 
2014. 
 
 
 
2. Fundamentos, fontes e princípios da seguridade social 
 
A) Conteúdo programático: Fundamentos, dignidade humana, fontes do direito 
previdenciário e princípios da seguridade social 
 
B) Problema 
 
O Estado tem importante papel a desempenhar não só no que diz respeito a 
garantir a segurança material para todos e a buscar outros objetivos sociais, mas 
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também como promotor do desenvolvimento econômico. Nesse modo, questiona-se qual 
o principal princípio que serve como alicerce de todo sistema protetivo e por quê? 
 
C) Conhecimentos 
 
➢ Fundamentos da previdência social/ Dignidade Humana: 5Nota-se 
como característica marcante do Estado, tem importante papel a desempenhar não só 
no que diz respeito a garantir a segurança material para todos e a buscar outros objetivos 
sociais, mas também como promotor do desenvolvimento econômico. 
O seguro social caracteriza uma intervenção do Estado na economia e na 
relação entre os particulares. E não é outra função do poder estatal, senão a de 
assegurar o bem comum da sociedade a que serve. A ação estatal se justifica a partir da 
constatação de que as relações de trabalho estabelecem, em regra, cláusulas para 
vigorarem enquanto o trabalhador as pode executar. A ausência de previsão para a 
hipótese de impossibilidade de execução dos serviços pelo obreiro, em face de sua 
incapacidade laborativa – temporária ou permanente - , acarreta a este a possibilidade, 
sempre presente, de vir a ser colocado à margem 6da sociedade, como um ser não útil, 
e, por esta razão, ignorado pelos detentores dos meios de produção. 
O Estado utiliza a regulamentação e a prestação de serviços no campo 
previdenciário para fazer frente às falhas do mercado, a fim de garantir um regime que 
trate isonomicamente a todos os trabalhadores. 
Os direitos sociais são considerados Direitos Fundamentais partindo-se da 
concepção de que o Estado não deve manter inerte diante dos problemas decorrentes 
das desigualdades causadas pela conjuntura econômica e social. Os direitos sociais se 
legitimam também em função da construção de um mínimo de condições existenciais do 
ser humano, como retrata Robert Alexy7. 
A solidariedade é outro fundamento basilar da seguridade, visto que não se 
trata de uma capitalização para o próprio segurado, ao passo que se o segurado sofre 
 
5 Baseado no livro: CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito 
previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
6 Note-se o conceito de marginalidade cidadã de Boaventura Santos. 
7 Indicação da obra para leitura em “Saiba mais”. 
 
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um acidente no inicio da vida laboral não poderia receber um beneficio previdenciário, 
por isso, é importante que haja solidariedade entre os segurados, para que um mantenha 
o outro através de um pacto intergeracional, conforme preceitua art. 3º da CF/88 
(CASTRO; LAZZARI, 2015). 
CF Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 
Sobre a compulsoriedade das contribuições deve-se dizer que nem sempre 
o trabalhador tem condições de, voluntariamente, separar um valor mensal para sua 
poupança pensando em seu futuro. Por isso, o regime previdenciário estabelece o 
caráter compulsório à filiação, a fim de que se evite o efeito danoso da imprevidência do 
trabalhador. Não se pode falar em previdência social se cada trabalhador puder escolher 
se vai ou não contribuir para o fundo, pois estaria contrariando o ideal da solidariedade. 
A Proteção aos previdentes tem a mesma premissa da compulsoriedade das 
contribuições, ou seja, a previdência, em razão do principio da solidariedade, deve 
promover a dignidade humana à todos. Logo, se apenas os previdentes contribuíssem e 
os imprevidentes usufruíssem junto, acabaria por prejudicar os previdentes. Por essa 
razão serve como proteção aos previdentes, visto que todos devem contribuir, sejam 
previdentes ou não. 
A Redistribuição de rendaé acrescentada às razoes de mantença da 
previdência pelo fato de não existir igualdade entre os indivíduos, sendo meramente uma 
igualdade jurídico-legal. Assim, cabe à previdência também a incumbência da redução 
das desigualdades sociais e econômicas, mediante uma política de redistribuição de 
renda. 
O Risco social é a possibilidade do individuo ser acometido por uma doença, 
velhice, acidente e sofrer um dano patrimonial em decorrência disso. Logo, a teoria do 
risco social diz que não cabe ao individuo suportar esse infortúnio sozinho, visto que não 
deu causa a isso. Assim, a sociedade deve auxiliar e se responsabilizar pela subsistência 
deste cidadão, garantindo dignidade humana a este. 
 
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➢ Fontes do direito previdenciário8: Qualquer fonte do direito na acepção 
formal, inclusive na área securitária decorre de uma estrutura de poder, a qual traz a 
necessária garantia de cumprimento de determinada norma imposta à sociedade. Ainda, 
que seja esperado o cumprimento espontâneo da lei por parcela da população, a certeza 
da sanção pelo descumprimento deve existir. 
A norma legal é dotada de coercibilidade, pois imposta a todos, mesmo contra 
nossa vontade. Devido a este requisito, pode-se afirmar que temos, como fonte do 
direito, e, por consequência, da legislação previdenciária, as leis e demais atos 
normativos, além da jurisprudência. 
Também pode-se reconhecer que os demais ramos do direito funcionam como 
fontes do direito previdenciário. Por exemplo, o direito constitucional é uma importante 
fonte quando se trata de contribuições sociais. O direito administrativo também é de 
fundamental importância, regendo os atos internos da administração previdenciária e o 
contencioso administrativo previdenciário, assim como o direito tributário é evidente fonte 
de aplicação às relações de custeio, referente às contribuições sociais. 
Hoje, temos como fontes formais principais do direito previdenciário a 
Constituição de 1988, as Leis 8212 e 8213 e o Regulamento da Previdência, aprovado 
pelo declaro 3048 com suas alterações. 
 
➢ Princípios Constitucionais da Seguridade 9(art. 194 CF): 
 
✓ Universalidade da cobertura de atendimentos: 
Para Cláudio Rodrigues Morales (2009) o princípio da universalidade de cobertura 
do atendimento significa: 
 
“a extensão a todos os fatos e situações que geram as necessidades básicas das pessoas. 
Ex. Maternidade, velhice, doenças, acidente, invalidez, reclusão, morte etc. A 
 
8 Tópico retirado do livro: IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. Rio de Janeiro: 
Impetus, 2015. 
9 Extraído do site: https://gilvaniarodrigues.jusbrasil.com.br/artigos/125945645/principios-de-direito-previdenciario. 
 
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universalidade subjetiva significa que deve albergar todas as pessoas indistintamente. 
Segundo as lições, o professor titular de Direito do Trabalho na Universidade de São 
Paulo, Juiz do Trabalho em São Paulo, Dr. Sergio Pinto Martins, significa a universalidade 
que todos no país farão jus às prestações do sistema, sejam nacionais ou estrangeiros. 
Faz referência o inciso Ido parágrafo único do art. 194 da Constituição à universalidade de 
cobertura e do atendimento. Universalidade de cobertura quer dizer que o sistema irá 
atender às necessidades das pessoas que forem atingidas por uma contingencia humana, 
como a impossibilidade de retorno ao trabalho, a idade avançada, a morte etc. Já a 
universalidade do atendimento refere-se às contingências que serão cobertas, não as 
pessoas envolvidas, ou seja, as adversidades ou aos acontecimentos em que a pessoa 
não tenha condições próprias de renda ou de subsistência”. 
 
✓ Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais: Para Cláudio Rodrigues Morales (2009), este princípio significa “a 
concessão dos mesmos benefícios de igual valor econômico e de serviços da mesma 
qualidade”. 
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços: Para Cláudio 
Rodrigues Morales (2009), o princípio da seletividade e distributividade, compreende; 
 “O atendimento distintivo e prioritário aos mais carentes: alguns benefícios são pagos 
somente aos de baixa renda. Podemos em síntese apertada que o princípio da equidade 
de participação no custeio sugere solidarismo, ou seja que os ativos contribuem para 
sustentar os inativos. O sistema é de caráter social, já que, objetiva distribuir a renda aos 
desprovidos”. 
 
Irredutibilidade do valor dos benefícios: os benefícios previdenciários não podem ter 
o seu valor reduzido pela inflação. A instituição nacional responsável pela administração 
previdenciária (INSS) calcula a renda mensal inicial dos benefícios previdenciários 
concedidos. O fundamento deste princípio está no artigo 201§ 4º da CF, que preceitua 
que é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o seu valor real. 
Uma vez que, o salário é substituído pela aposentadoria, a sua função será a de 
manter o poder de compra do segurado – afinal, reduzir o valor do benefício é reduzir o 
padrão de vida do segurado. Lembremos que o benefício tem caráter alimentar. 
O princípio da irredutibilidade conjugado ao art. Artigo 201§ 3º e § 4º da CF, é o 
fundamento das ações revisionais de benefícios. Este princípio é a base de qualquer 
revisão de benefício e deverá ser objeto de prequestionamento em toda e qualquer ação 
que venha discutir a revisão de renda mensal inicial (RMI) de benefícios previdenciários 
e a aplicação de índices inflacionários”. 
 
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✓ Equidade na forma de participação no custeio: 
Para Juliana Ribeiro: 
“é corolário do princípio da isonomia e da capacidade contributiva dos contribuintes (art. 
145, § 1º da CF/88). 
Cada segurado terá a obrigatoriedade de efetuar contribuições para a manutenção do 
sistema, segundo a sua capacidade econômica. Entretanto, quanto maior for a capacidade 
econômica do contribuinte, maior será a contribuição que deverá proceder para o fundo 
de custeio da seguridade social. 
A equidade no custeio significa igualdade material no financiamento, cuja finalidade é 
proporção entre as quotas com que cada um dos contribuintes irá contribuir para a 
satisfação da seguridade social”. 
 
✓ Diversidade da base de financiamento: 
Este princípio está inserido no art. 195§ 4º da Constituição Federal brasileira, com 
os seguintes dizeres “A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.”. 
Quando o autor Cláudio Rodrigues Morales, aborda sobre o princípio da 
diversidade de base de financiamento, afirma: “o custeio provém de toda sociedade, de 
forma direta e indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. 
 
✓ Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão 
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do governo em órgãos colegiados: 
 
Este princípio se encontra no Capítulo II cujo título é Dos Direito Sociais, 
especificamente no seu art. 10,... O qual dispõe, “a participação dos trabalhadores e 
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais 
e previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação”. 
Posteriormente, a nossa Carta Magna, quando trata de um dos objetivos da 
seguridade social aborda o princípio do caráter democrático e descentralizado da 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641674/artigo-4-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10668839/artigo-154-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10668801/inciso-i-do-artigo-154-da-constituição-federal-de-1988
 
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administração, no Título VIII cujo título é Da Ordem Social, no seu Capítulo II, cujo título 
é Da Seguridade Social, no seu art. 194, que dispõe: 
 
“A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social”; Parágrafo único, “Compete ao Poder Público, nos 
termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: VII, “ 
caráter democrático da administração da seguridade social, mediante gestão quadripartite, 
com a participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e governo nos órgãos 
colegiados”. 
 
Quando Cláudio Rodrigues Morales (2009) trata do princípio do caráter 
democrático e descentralizado da administração afirma ”que os atores sociais devem 
participar da administração do sistema, escolhidos na sociedade cível através de meios 
democráticos”. 
 
 
 
 
D) RESOLUÇÃO DE QUESTÕES 
 
(MPE-AM 2013) Segundo a literalidade da Constituição Federal de 1988, a 
universalidade da cobertura e do atendimento, a irredutibilidade do valor dos benefícios 
e a diversidade da base de financiamento são: 
 
a) fundamentos da seguridade social. 
b) princípios da seguridade social. 
c) elementos da seguridade social. 
d) valores da seguridade social. 
e) objetivos da seguridade social. 
 
 
E) REFERÊNCIAS 
 
CASTRO; Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito 
Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 18ª ed. 
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. Niterói: Impetus, 2015. 21ª ed. 
SAIBA MAIS 
 
Livro: ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. 
• 
• 
 
 
 
 
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MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 
2015. 16ª ed. 
MORALES, Cláudio Rodrigues. O Direito Previdenciário Moderno e sua Aplicabilidade 
ante o princípio da segurança Jurídica. São Paulo: LTR, 2009. 
KRAVCHYCHYN, Jeferson Luis e outros. Prática Processual Previdenciaria. São Paulo: 
Conceito, 2010. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 2008 
RIBEIRO, Julio Cesar Garcia. A previdência social do Regime Geral na Constituição 
Brasileira. São Paulo: LTr, 2001. 
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito Previdenciário Esquematizado. São Paulo: 
Quartier Latin, 2011. 
ROCHA, Daniel Machado. O direito fundamental à previdência social. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2004. 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário sinopses jurídicas. São Paulo: 
Saraiva, 2016. 
VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Previdência Social custeio e benefícios. São Paulo: LTr, 
2014. 
 
 
 
3. Princípios do direito previdenciário 
 
 
A) Conteúdo programático: Princípios do direito previdenciário 
 
 
B) Problema 
 
É correto afirmar que se encontra dentre os princípios específicos da previdência 
social o princípio da vinculação entre o valor da contribuição do segurado e o benefício 
que venha a perceber? 
 
 
 
B) Conhecimentos 
 
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➢ Princípios do direito previdenciário: 10 
I – Princípio da filiação obrigatória 
Este principio (art. 201, CRFB/88) refere-se a compulsoriedade da contribuição, 
ou seja, todo trabalhador devidamente segurado será amparado pelo regime desde que 
não esteja fazendo parte de outro regime previdenciário. 
II – Princípio do caráter contributivo 
Encontra respaldo na Constituição Federal de 1988 (art. 40 e art. 201), os quais 
dizem que independentemente do regime ao qual o segurado seja filiado o caráter deverá 
ser contributivo. Igualmente, todos aqueles que recebem remuneração no mercado 
formal são segurados de forma compulsória da Previdência Social. Portanto este 
segurado terá direitos previdenciários na medida das suas contribuições, caso contrário 
este poderá arcar com os mais diversos indeferimentos previdenciários realizados pelo 
INSS. 
Ademais, não há uma conexão direta entre o valor das contribuições e o valor do 
provável benefício que este possa receber. Ou seja, um segurado com menos tempo de 
contribuição pode receber o mesmo que um outro segurado que contribui há anos, 
significa dizer que pessoas que contribuírem por menos tempo poderá se valer do 
mesmo valor de um provável benefício em caso de uma invalidez quanto aquele 
segurado que contribuiu o dobro do tempo do segurado mais jovem. Tudo isto gera uma 
grande despesa para os cofres da Previdência Social. 
III – Princípio do equilíbrio financeiro e atuarial 
Este princípio ficou explícito no texto constitucional (art. 201) após a introdução 
da Emenda Constitucional nº 20/98. A ideia deste princípio é justamente manter afinidade 
 
10 Tópico retirado de: https://guilhermetelesadv.jusbrasil.com.br/artigos/267107846/principios-
norteadores-da-previdencia-social. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1160355/artigo-201-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103849/emenda-constitucional-20-98
 
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entre os benefícios e o custeio do sistema, com a observância de que a Previdência 
Social trabalhe com superávit com base na expectativa de vida da população. 
Para Stephanes (1998, p. 135) mesmo quando ainda tramitava a EC nº 20/98 no 
Congresso Nacional já existia então uma necessidade para que houvesse a adoção 
deste princípio, sobretudo pelo fato do Brasil possuir um sistema de repartição simples, 
o qual é relevante para que se mantenha o equilíbrio das contas do sistema 
previdenciário. Diante disso, além das diferenças demográficas do país outro ponto 
fundamental trata-se da questão etária, isto é, a população economicamente ativa 
(contribuintes) e os demais beneficiários inativos (na maioria das vezes idosos). 
Cabe ressaltar, ainda sobre este princípio, outro ponto extremamente polêmico 
diz respeito sobre a criação do fator previdenciário, utilizando a média dos valores das 
contribuições a partir de julho de 1994. Este tema passou a ganhar corpo a partir da 
modificação existente no regime geral da previdência por meio do Decreto nº 3.048/99, 
sendo assim uma nova forma de regulamentação da Previdência Social, em parceria 
com a Lei 9.876/99, estas medidas modificaram as Leis 8.213/91 e 8.213/91, no que diz 
respeito à forma diferenciada do cálculo dos benefícios previdenciários. 
IV – Princípio da garantia do benefício mínimo 
Através deste princípio tentou-se fazer com que o trabalhador possa ter garantido 
o direito a uma renda mínima, a qual possa atender às necessidades deste e da sua 
família. Por esta razão a Constituição Federal de 1988 diz que nenhum benefício que 
substitua o salário de contribuição poderá ter valor mensal inferior ao salário mínimo (Art. 
201, § 2º, CRFB/88). 
No entanto, quanto aos efeitos práticos deste princípio Freitas (1998, p. 41) alerta 
que: 
Evidente que o Estado brasileiro tem fracassado nessa sua obrigação nessa sua 
obrigaçãode promover ao trabalhador e ao beneficiário da Previdência Social com o 
mínimo dispensável a sua dignidade, à erradicação da fome e da pobreza, à construção 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109253/regulamento-da-previdência-social-decreto-3048-99
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/110061/lei-9876-99
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benefícios-da-previdência-social-lei-8213-91
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benefícios-da-previdência-social-lei-8213-91
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1160355/artigo-201-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652112/parágrafo-2-artigo-201-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
 
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de uma sociedade livre, justa e solidária, e evidentemente que terminamos incentivando 
a marginalização daqueles que recebem valores tão ínfimos, não no sentido criminal, é 
bom que se saliente, mas no sentido da exclusão social mesmo. 
Pois bem, trazendo para a realidade brasileira é possível verificar que as 
necessidades da sociedade são cada vez maiores ante o ínfimo valor da renda do 
trabalhador. Ora, o salário mínimo não consegue atender as reais necessidades da 
classe trabalhadora nem tampouco dos aposentados, pois há um decréscimo 
significativo na renda do trabalhador no momento que este se afasta das suas atividades 
laborativas e isso interfere diretamente na qualidade de vida principalmente daquelas 
pessoas que tanto necessitam do seu benefício previdenciário para que possam levar 
uma vida minimamente digna. 
V – Princípio da correção monetária dos salários de contribuição 
Este princípio encontra respaldo no artigo 201, § 3º, CRFB/88, o qual diz que os 
salários de contribuição considerados no cálculo do benefício sejam corrigidos 
monetariamente. Para o legislador ordinário, a média dos salários de contribuição deve 
sempre estar em consonância com o cálculo do benefício previdenciário, bem como é 
necessário adotar um cálculo que faça a correção nominalmente da base de cálculo do 
sistema previdenciário. (CASTRO e LAZZARI, 2008, p. 107). 
VI – Princípio da preservação real do benefício 
De acordo com os critérios devidamente definidos em Lei, este princípio quer dizer 
exatamente que os valores dos benefícios devem manter o valor real. Como preconiza 
o art. 201, § 4º, CRFB/88 quando diz que “Assegurado o reajustamento dos benefícios 
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos 
em lei”. 
Portanto, na prática há uma grande disparidade entre a preservação dos 
benefícios e as reais necessidades dos beneficiários, desta forma a suposta preservação 
real do benefício não segue a mesma realidade econômica do país e em contrapartida o 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1160355/artigo-201-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652070/parágrafo-3-artigo-201-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1160355/artigo-201-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652018/parágrafo-4-artigo-201-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
 
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benefício previdenciário no Brasil passa a não ser preservado conforme preza a própria 
Lei. Os aumentos concedidos aos benefícios previdenciários possuem legislação própria 
para tanto, por meio do art. 41 da Lei 8.213/91, bem como pela Lei 10.699/2003, no 
entanto ainda que exista amparo legal as variações no quadro econômico do país nem 
sempre mantêm o valor real dos benefícios. A história se repete após anos no Brasil, 
tanto que na análise seguinte Freitas (1998, p. 42 e 43) aduz que: 
Na realidade, como está disposto na atualidade, não se trata de princípio 
constitucional e eficácia própria, porque, por mais absurdo que possa parecer, depende 
de legislação ordinária, portanto inferior, não apenas para lhe atribuir meios eficazes de 
recomposição dos valores, mas mesmo de definição do que seja o próprio conceito de 
valor real. 
VII – Da facultatividade da previdência complementar 
 Admite-se a participação do segurado de sistemas de previdência complementar, 
sendo esta desvinculada do sistema de regime de previdência oficial. 
VIII – Princípio da indisponibilidade dos direitos dos benefícios 
Através deste princípio é que se garante uma maior segurança jurídica aos 
benefícios (garantindo efetivamente os direitos adquiridos pelo trabalhador), uma vez 
que o entendimento é que os benefícios previdenciários devem ser preservados sem que 
sofram sanções tais como penhora ou sequestro, impedindo também que haja qualquer 
desconto indevido, uma das poucas exceções é a que trata o artigo 115 da Lei 8.213/91, 
quando permite que nos casos de empréstimos consignados os descontos são 
autorizados pela Previdência Social desde que não ultrapassem a margem de 30% do 
valor do benefício. 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Livro: CASTRO; Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João 
Batista. Manual de Direito Previdenciário. Rio de Janeiro: 
Forense, 2015. 18ª ed. 
 
• 
• 
 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11352699/artigo-41-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benefícios-da-previdência-social-lei-8213-91
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98488/lei-10699-03
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11343204/artigo-115-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benefícios-da-previdência-social-lei-8213-91
 
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C) RESOLUÇÃO DE QUESTÕES 
 
(TRT 1 ª Região - Juiz do Trabalho – 2011) Está(ão) entre os princípios da seguridade 
social: 
a) o caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão 
quadripartite, com necessária participação de trabalhadores, empregadores, 
aposentados e Governo em órgãos públicos colegiados e de execução direta das 
prestações. 
b) a irredutibilidade do valor dos benefícios, restrita ao aspecto nominal. 
c) a uniformidade e equivalência dos benefícios, à exceção dos oferecidos à população 
rural. 
d) a seletividade e contributividade na prestação dos benefícios e serviços. 
e) a universalidade da proteção, quanto aos eventos sociais cobertos e ao atendimento 
da população. 
 
 
E) REFERÊNCIAS 
 
CASTRO; Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito 
Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 18ª ed. 
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. Niterói: Impetus, 2015. 21ª ed. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 
2015. 16ª ed. 
MORALES, Cláudio Rodrigues. O Direito Previdenciário Moderno e sua Aplicabilidade 
ante o princípio da segurança Jurídica. São Paulo: LTR, 2009. 
KRAVCHYCHYN, Jeferson Luis e outros. Prática Processual Previdenciaria. São Paulo: 
Conceito, 2010. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 2008 
RIBEIRO, Julio Cesar Garcia. A previdência social do Regime Geral na Constituição 
Brasileira. São Paulo: LTr, 2001. 
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito Previdenciário Esquematizado. São Paulo: 
Quartier Latin, 2011. 
ROCHA, Daniel Machado. O direito fundamental à previdência social. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado,2004. 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário sinopses jurídicas. São Paulo: 
Saraiva, 2016. 
TELES, Guilherme. Princípios norteadores da previdência social. Disponível em: 
https://guilhermetelesadv.jusbrasil.com.br/artigos/267107846/principios-norteadores-da-
previdencia-social. Acesso em: 18 jan. 2018. 
VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Previdência Social custeio e benefícios. São Paulo: LTr, 
2014. 
 
 
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 4. Organização da Seguridade Social e modelos de regimes de 
previdência 
 
 
A) Conteúdo programático: Estrutura interna da previdência e organização dos 
Ministérios. Tipos de previdência, processo administrativo e judicial. 
 
B) Problema 
 
Sabendo-se que são objetivos da assistência social a proteção à família, à 
maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, incluído o amparo a crianças e 
adolescentes carentes; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação 
e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a garantia de um salário-mínimo 
de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não 
terem meios de fazê-lo por si ou por suas famílias. Seria correto afirmar que em razão 
do princípio da universalidade todos fazem jus a este benefício? 
 
 
 
C) Conhecimentos11 
 
Embora não exista uma disciplina adequada para tratar tal tema é certo que 
existe uma estrutura no Sistema Nacional de Seguridade Social que precisa ser 
compreendido por meio de suas atribuições para executar as políticas nacionais no 
âmbito de segurança social (CASTRO; LAZZARI, 2015). 
É sabido que a Previdência social ocupa um papel de vital importância e 
entender a organização da Seguridade Social ajudará a você contribuinte a tomar as 
decisões pertinentes a respeito de sua aposentadoria. 
 
11 Extraído do site: https://www.consignados.com.br/duvidas/organizacao-da-seguridade-social/ 
4 
https://www.consignados.com.br/duvidas/organizacao-da-seguridade-social/
 
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A Seguridade Social depende de um conjunto de ações de poderes públicos, e 
da sociedade nas área de saúde, previdência e assistência social, apesar de não haver 
uma disciplina adequada do que a legislação chama de Sistema Nacional de Seguridade 
Social (Lei 8.212/91, art.5º) existe certa estrutura administrativa que tem por atribuição 
executar politicas no âmbito da segurança social. 
A Estrutura da Seguridade Social é feita da seguinte forma: 
• Conselhos Setoriais de Previdência (CNPS) 
• Conselho Nacional da Saúde (CNS) 
• Conselho Nacional da Assistência Social (CNAS) 
• INSS 
• Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) 
• DataPrev 
• Central de Medicamentos (CEMI) 
Dentro da estrutura do Poder Executivo, os ministérios da área social são os 
responsáveis pelo cumprimento das atribuições que competem a União em matéria de 
Seguridade Social. 
Ministérios da Seguridade Social 
Se tratando de uma das maiores conquistas do povo brasileiro e de forma que 
haja uma proteção a tal conquistas, vários ministérios atual diretamente nas políticas e 
regras da Seguridade Social, os quais destacamos: 
• Ministério do Trabalho e Previdência Social 
• Ministério da Saúde 
• Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome 
Instituto Nacional do Seguro Social 
 
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O Instituto Nacional do Seguro Social é uma autarquia federal vinculada ao 
ministério do Trabalho, o INSS foi instituído com base na Lei. 8.029 de 12/04/1990 tendo 
como atribuições as seguintes funções: 
• Conceder e manter os benefícios e serviços previdenciários; 
• Emitir Certidões relativas a tempo de contribuição perante o RGPS; 
• Gerir os Recursos do Fundo do Regime Geral de Previdência Social; 
• Calcular o montante das contribuições incidentes sobre a 
remuneração e demais rendimentos dos trabalhadores, pelos empregadores, 
domésticos e pelas empresas com vistas a concessão ou revisão de benefício 
requerido. 
Com a Lei 11.457/2007 o INSS foi transferido do Ministério da Previdência Social 
para a Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão este subordinado ao Ministério da 
Fazenda. 
Conselho Nacional da Seguridade Social – CNSS 
O CNSS, até ser extinto pela medida provisória n. 1.799-5/99, era um órgão 
superior de deliberação colegiada, composto por representantes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil. 
Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS 
O CNPS é um órgão de deliberação colegiada, composto de representantes do 
Governo Federal e da sociedade civil, num total de quinze (15) membros, conforme 
previsto no art. 3º da Lei n. 8.213/91, divididos da seguinte maneira: 
• (6) Seis Membros Representantes do Governo Federal 
• (9) Nove Membros Representantes da sociedade civil 
• (3) Três Membros Representantes dos Aposentados e Pensionistas 
• (3) Três Membros Representantes dos Trabalhadores 
• (3) Três Membros Representantes dos Empregadores 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8029cons.htm
 
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As indicações dos Membros dos Aposentados e Pensionistas, Trabalhadores e 
Empregadores é realizada através das centrais sindicais e confederações nacionais, 
conforme art. 3º, § 2º, da Lei n. 8.213/91. 
Conselho de Previdência Social – CPS 
O Conselho de Previdência Social tem previsão no art. 296-A do Regulamento 
da Previdência Social, sendo representado por representantes do Governo e da 
Sociedade. 
Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS 
O CNAS é o órgão da administração pública federal responsável pela 
coordenação política Nacional da Assistência Social, composto por 18 membros. 
Criado pela Lei n. 8.742/93 tem como objetivo a participação do Governo e da 
sociedade civil de forma igualitária, descentralizada e participativa. 
Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC 
O CNPC é o órgão com função de regular o regime de previdência complementar 
operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, é presidido pelo 
Ministro da Previdência Social e composto por : 
• Representantes da Superintendência Nacional de Previdência 
Complementar (PREVIC); 
• Secretaria de politicas de Previdência Complementar (SPPC); 
• Casa Civil da Presidência da República; 
• Ministérios da Fazenda e do Planejamento; 
• Orçamento e Gestão; 
• Entidades Fechadas de Previdência Complementar; 
• Patrocinadores e Instituidores de planos de benefícios das entidades 
fechadas de Previdência complementar e dos participantes e assistidos de Planos 
de benefícios das referidas entidades. 
 
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Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS 
O CRPS é um órgão de controle jurisdicional das decisões do INSS, nos 
processos referentes a benefícios a cargo desta autarquia, o CRPS é também um 
tribunal administrativo que tem por atribuição solucionar no âmbito não judicial, os 
conflitos entre a Autarquia Previdenciária e os beneficiários do Regime Geral da 
Previdência Social. 
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF 
O CARF faz parte da estrutura do Ministério da Fazenda, constituído por seções 
e pela Câmara superior de Recursos Fiscais, foi pela medida provisória n. 449, de 
3.12.2008, convertida na lei n. 11.941/2009, para atuar com atribuição de julgar recursos 
de oficio voluntários de decisão de primeira instancia, bem como recursos de natureza 
especial. 
Tipos de previdência:12 
O sistema cognominadoBismarckiano de previdência, se desenvolve da 
seguinte forma; trabalhadores empregados e empregadores contribuem em poupança 
compulsória de forma que apenas estes fariam jus à proteção. Esse modelo pode ser 
resumido pela expressão: “Plano de Seguradora”, pois, somente recebe quem contribui. 
O sistema denominado Beveridgiano abrange a universalidade dos indivíduos 
de uma sociedade em razão da contribuição de todos os nacionais. 
O Brasil adota sistema misto, pois, embora haja contribuição compulsória dos 
nacionais, aqueles que se encontram em hipossuficiência econômica e não contribuem 
também farão jus aos benefícios. 
❖ Saúde e Assistência Social: 
 
12Extraído do texto: https://rizeriohl.jusbrasil.com.br/artigos/354368360/bismarck-e-beveridge 
 
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Saúde: 13Especificamente quanto à saúde, apontam-se como fundamentos 
específicos os arts. 196 a 200, da CF/88, e as Leis n. 8.080/90, 8.142/90 e 8.689/93, que 
tratam respectivamente do Sistema Único de Saúde (SUS); da participação da 
comunidade na gestão deste; e da extinção do INAMPS e da assunção de suas funções, 
competências, atividades e atribuições pelas instâncias federal, estadual e municipal 
gestoras do SUS. 
No que diz respeito às ações da seguridade, estas ações e serviços públicos de 
saúde estruturam-se por meio de um sistema único, com rede regionalizada e 
hierarquizada, além da descentralização e participação da sociedade. 
Sobre o SUS, saliente-se que é integrado por órgãos e instituições públicas 
federais, estaduais e municipais, da Administração direta e das fundações mantidas pelo 
Poder Público, atuando de forma descentralizada, hierarquizada e regionalizada, 
podendo a iniciativa privada dele participar de forma complementar (art. 4º, Lei n. 
8.080/90). 
Como se depreende do art. 196, da CF/88, as políticas sociais e econômicas 
atinentes à saúde têm como objetivos (i) reduzir o risco da doença e ouros agravos e (ii) 
garantir acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção 
e recuperação. Em síntese, visa-se à prevenção da doença e à recuperação da saúde. 
Disso se infere a amplitude de sua abrangência: a universalidade do acesso e à 
cobertura da prestação. Em outras palavras: a clientela protegida é a totalidade da 
população, independentemente de contribuição. 
A desnecessidade de contribuição para auferir as políticas e ações destinadas à 
saúde, entretanto, não significa que esta não tenha fontes de financiamento 
determinadas constitucionalmente, sem o que inviabilizadas restariam qualquer proteção 
e, consequentemente, a efetividade de tal direito subjetivo público. 
Tais fontes emergem de recursos provenientes do orçamento da seguridade 
social, oriundos das contribuições sociais previstas no art. 195, bem como de aportes da 
 
13 Extraído do site: https://jus.com.br/artigos/17737/anotacoes-sobre-as-caracteristicas-e-especificidades-
dos-segmentos-da-seguridade-social-no-brasil-saude-assistencia-e-previdencia-social 
 
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União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observados inclusive 
percentuais de aplicações mínimos (art. 198, §§ 1º a 3º, CF/88). 
Sobre este ponto, saliente-se que a Lei n. 8.080/90 especifica outras fontes de 
custeio, no art. 32. São elas provenientes de recursos de (i) serviços que possam ser 
prestados sem prejuízo da assistência à saúde; (ii) ajuda, contribuições, doações e 
donativos; (iii) alienações patrimoniais e rendimentos de capital; (iv) taxas, multas, 
emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do SUS; e (v) rendas eventuais, 
inclusive comerciais e industriais. 
Considerando que são ações a cargo dos integrantes do SUS aquelas 
constantes do art. 200, da CF/88, por via de consequência, são exemplos de benefícios 
a serem auferidos por toda a população, extraídos do texto da própria Lei n. 8.080/90: (i) 
assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; (ii) serviços de vigilância 
sanitária, epidemiológica e nutricional; (iii) ações de saneamento básico; (iv) ações de 
proteção ao meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; (v) ações relacionadas à 
política de sangue; (vi) ações direcionadas à saúde do trabalhador (art. 6º). 
Assistência Social: Por sua vez, a assistência social encontra fundamento nos 
arts. 203 e 204, da CF/88, bem como na Lei n. 8.742/93, denominada Lei Orgânica da 
Assistência Social (LOAS), consolidada com a Lei n. 12.101/09, tendo aquela criado o 
atual Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), que fixa normas para a atuação 
de entidades e organizações sem fins lucrativos na área. Vale ainda destacar a Lei n. 
9.649/98, a qual dispôs sobre a organização da Presidência da República e dos 
Ministérios, resultante da conversão de Medida Provisória, e que extinguiu a LBA e o 
Centro Brasileiro da Infância e Adolescência (CBIA), sucessor da FUNABEM. 
São seus objetivos (i) a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice, incluído o amparo a crianças e adolescentes carentes; (ii) a 
promoção da integração ao mercado de trabalho; (iii) a habilitação e reabilitação das 
pessoas portadoras de deficiência e (iv) a garantia de um salário-mínimo de benefício 
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não terem meios 
de fazê-lo por si ou por suas famílias (art. 203, da CF/88). 
 
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34 
A clientela protegida fica restrita às pessoas carentes, que efetivamente 
comprovem suas necessidades, independentemente de qualquer contribuição. Percebe-
se, pois, que o âmbito de abrangência é o do universalidade, porém mitigado. 
Quanto ao financiamento, diga-se que também por disposição constitucional os 
recursos advêm do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras 
fontes, sendo facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a tal fim até cinco 
décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos 
ao pagamento de despesas com pessoal e encargos sociais; serviço da dívida ou 
qualquer outra despesa não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados 
(art. 204, da CF/88). 
São benefícios ofertados, nos termos da LOAS, o de caráter continuado, 
consistente no pagamento de um salário-mínimo ao idoso, com 65 anos ou mais, ou ao 
portador de deficiência, e os de natureza eventual, referentes ao auxílio-natalidade e 
auxílio por morte, em qualquer caso a pessoas carentes, assim entendidas aquelas que 
tenham renda familiar per capita inferior a um quarto do salário mínimo (arts. 20 e 22, da 
Lei n. 8.742/93, e art. 34, da Lei n. 10.741/03). 
Com relação ao requisito da renda familiar, diga-se que a questão foi levada ao 
Supremo Tribunal Federal, o qual decidiu pela constitucionalidade da norma, no 
julgamento da ADI n. 1.232/1. A despeito disso, posteriormente foram editadas as Leis 
n. 9.533/97 e 10.689/03, as quais prescreveram a presunção da miserabilidade com o 
parâmetro de renda familiar per capita de meio salário-mínimo (arts. 5º, I, e 2º, § 2º, 
respectivamente). A questão encontra-se novamente na Corte Suprema, no RE n. 
567.985/MT, no qual já foi reconhecida repercussão geral. 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Livro: CASTRO; Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João 
Batista. Manual de Direito Previdenciário. Rio de Janeiro: 
Forense, 2015. 18ª ed. 
 
• 
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REFERÊNCIAS 
 
CASTRO; Carlos Alberto Pereira; LAZZARI, João Batista.Manual de Direito 
Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 18ª ed. 
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. Niterói: Impetus, 2015. 21ª ed. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 
2015. 16ª ed. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 2008 
RIBEIRO, Julio Cesar Garcia. A previdência social do Regime Geral na Constituição 
Brasileira. São Paulo: LTr, 2001. 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário sinopses jurídicas. São Paulo: 
Saraiva, 2016. 
VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Previdência Social custeio e benefícios. São Paulo: LTr, 
2014. 
 
 
Processo Administrativo 
a) Conhecimentos:14 
No processo administrativo previdenciário podemos classificar os princípios em 
gerais e específicos. Princípios gerais são aqueles conhecidos por todos e bastante 
explorado na doutrina pátria, insculpidos no art. 37 da Constituição Federal e art. 2º da 
Lei 9.784/99: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica e interesse público. 
Alguns princípios específicos aplicáveis à relação jurídica previdenciária podem 
ser extraídos da legislação, dentre os quais: a obrigatoriedade da concessão do benefício 
mais vantajoso; a primazia da verdade real; a oficialidade na atuação dos órgãos para a 
realização de requerimentos administrativos e produção de provas; e a presunção de 
veracidade dos dados constantes nos sistemas corporativos da Previdência Social. 
O princípio da obrigatoriedade da concessão do benefício mais vantajoso 
destina-se a oferecer ao beneficiário a situação jurídico-financeira mais favorável 
 
14 Extraído de: BARROS, Allan Luiz Oliveira. Linhas gerais sobre o processo administrativo previdenciário 
https://jus.com.br/artigos/17278/linhas-gerais-sobre-o-processo-administrativo-previdenciario/3 Acesso em 19 fev. 
2018. 
https://jus.com.br/artigos/17278/linhas-gerais-sobre-o-processo-administrativo-previdenciario/3
 
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possível. No momento do julgamento administrativo, mesmo que o segurado ou 
dependente requeiram espécie de benefício diversa, ou mesmo seja possível duas ou 
mais interpretações jurídicas sobre o caso concreto, devem os servidores do INSS 
verificar as provas produzidas nos autos e, caso constatado o direito a benefício diverso 
do requerido e/ou mais vantajoso economicamente, informar ao interessado e, no caso 
de anuência deste, proceder à concessão do benefício. 
O princípio da primazia da verdade real pretende orientar os órgãos da 
Previdência Social a não ficarem adstritos aos documentos apresentados pelos 
interessados quando possível a obtenção de outras provas que auxiliem no 
esclarecimento do direito alegado, aproximando a conclusão do processo administrativo 
ao que verdadeiramente ocorreu no mundo dos fatos. 
O princípio da oficialidade exige uma atuação proativa por parte dos órgãos 
previdenciários. Diferentemente do que ocorre no Judiciário, devem os órgãos públicos: 
atuar em busca de provas independentemente da provocação do interessado; formular 
requerimento administrativo em favor do interessado nos casos previstos na legislação; 
e reconhecer automaticamente o direito ao benefício quando os sistemas corporativos 
da Previdência Social indicarem a presença dos requisitos legais para sua concessão. 
Os dados e informações constantes nos sistemas corporativos da Previdência 
Social, como todo ato administrativo, gozam da presunção de veracidade, presumindo-
se verdadeiros enquanto não apresentadas outras provas que infirmem o seu valor 
probatório (STJ. EREsp 519988/CE ). 
O processo administrativo previdenciário é deflagrado mediante pedido 
formulado pelo segurado ou dependente e, em algumas situações específicas, pelo 
empregador ou de ofício pela Administração. 
A relação jurídica processual possui, no pólo ativo, o segurado ou dependente 
que mantêm relação de seguro social com o Estado. No pólo passivo, o Instituto Nacional 
do Seguro Social – INSS, autarquia federal, com personalidade jurídica de direito público 
interno e, na fase recursal, o Conselho de Recursos da Previdência Social, órgão do 
Ministério da Previdência Social (União Federal). 
Os segurados e dependentes podem postular perante a Previdência 
pessoalmente, por meio do seu representante legal (pais, tutores, curadores, etc.), por 
 
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terceiros com poderes de representação (procuração) ou pelo administrador provisório. 
Os maiores de 16 (dezesseis) anos de idade possuem legitimidade para postular perante 
a Previdência. 
O INSS tem admitido a formulação de requerimentos administrativos por 
administrador provisório, considerando como tal o parente ou qualquer pessoa que se 
apresentar, independentemente da apresentação de termo de curatela judicial, quando 
o requerente seja portador de doença mental, mediante entrega de simples declaração 
alegando a situação peculiar que passa o interessado e o impede de formular o 
requerimento pessoalmente. Embora de legalidade duvidosa, já que a tutela dos 
interesses dos incapazes possui disciplina normativa específica na legislação civil, 
exigindo-se a intervenção jurisdicional obrigatória para a designação do representante 
legal do interdito (o curador) e participação do Ministério Público, o entendimento do 
INSS que dispensa a apresentação da sentença judicial de interdição tem sido adotado 
para simplificar e facilitar o acesso dos segurados aos benefícios e serviços da 
Previdência Social. 
A própria Lei nº 8.213/91, nos artigos 110 e 111, admite o pagamento de 
benefício devido ao incapaz para o herdeiro necessário, por um período de 6 (seis) 
meses, mediante termo de compromisso firmado no ato do recebimento. Da mesma 
forma confere legitimidade ao ato jurídico de pagamento realizado ao menor de idade, a 
partir dos 16 anos, independentemente da presença dos pais ou do tutor. 
A Previdência Social deve processar de ofício o benefício quando tiver ciência 
da incapacidade do segurado, sem que este tenha requerido auxílio-doença, sendo 
facultado à empresa protocolizar requerimento de auxílio-doença ou documento dele 
originário de seu empregado ou de contribuinte individual a ela vinculado ou a seu 
serviço. 
A Previdência Social oferece como meios à formalização do requerimento 
administrativo: acesso pela rede mundial de computadores (endereço eletrônico 
www.previdencia.gov.br), pelo telefone (Central 135) ou diretamente nas unidades de 
atendimento do INSS (Agências de Previdência Social). 
Como regra geral, realiza-se o agendamento do atendimento do segurado ou 
dependente por contato telefônico ou pelo acesso à página da internet da Previdência 
 
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Social, comparecendo o interessado na Agência da Previdência Social na data e hora 
agendadas. 
A apresentação de documentação incompleta às unidades da Previdência Social 
não é motivo suficiente para a recusa ao processamento do pedido formulado, devendo 
o requerimento ser recebido pelo servidor e, no caso de insuficiência documental, deve 
o interessado ser intimado para a complementação das informações, com a emissão de 
carta de exigências para seu endereço residencial, fixando-se prazo mínimo de 30 (trinta) 
dias para cumprimento. 
 
• Os principais meios de prova utilizados no processo administrativo 
previdenciário: prova documental, testemunhal e pericial, e principais 
procedimentos adotados pelo INSS para a produção probatória: 
entrevista, pesquisa externa e justificação administrativa.

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