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LESÕES DO Tronco encefalico

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LESÕES DO BULBO 
Lesão da base do bulbo (hemiplegia cruzada com lesão do hipoglosso) 
Lesões da base do bulbo geralmente acometem a pirâmide e o nervo hipoglosso. A 
lesão da pirâmide compromete, principalmente, o tracto córtico-espinhal e como este se cruza 
abaixo do nível da lesão, ocorre paresia do lado oposto ao lesado. Quando a lesão se estende 
mais dorsalmente, atingindo os demais tractos descendentes que transitam nas pirâmides, temos 
um quadro de hemiplegia. A lesão do hipoglosso causa paralisia dos músculos da metade da 
língua situada do lado lesado, que no caso se manifesta por hipotrofia destes músculos. Como a 
musculatura de uma das metades da língua está paralisada, quando o paciente faz a protrusão da 
língua, a musculatura normal desvia a língua para o lado lesado. 
Síndrome bulbar medial (Síndrome de Dejerine) 
A parte medial do bulbo é suprida pela artéria vertebral. A trombose do ramo bulbar 
produz os seguintes sinais e sintomas: hemiparesia contralateral (acometimento do tracto 
piramidal), comprometimento sensorial contralateral da posição do movimento e da 
discriminação tátil (acometimento do lemnisco medial) e paralisia ipsilateral dos músculos da 
língua (com desvio para o lado paralisado quando a língua é estendida) por lesão do nervo 
hipoglosso. 
Síndrome da artéria cerebelar inferior posterior (Síndrome de Wallemberg) 
A artéria cerebelar inferior posterior, ramo mais superior da A. vertebral, irriga a 
parte dorsolateral do bulbo. Lesões desta região geralmente ocorrem por trombose desta 
artéria. As principais estruturas lesadas com os respectivos sintomas são: 
 Lesão do pedúnculo cerebelar inferior: incoordenação de movimentos na metade do 
corpo situada do lado da lesão. 
 Lesão do tracto espinhal do trigêmeo e seu núcleo: perda da sensibilidade 
térmica e dolorosa na metade da face situada do lado da lesão. 
 Lesão do tracto espino-talâmico lateral: perda da sensibilidade térmica e 
dolorosa na metade do corpo situada do lado oposto da lesão. 
 Lesão do núcleo ambíguo: perturbações da deglutição e da fonação por paralisia dos 
músculos da faringe e da laringe. 
 Lesão das vias descendentes que do hipotálamo dirigem-se aos neurônios pré-
ganglionares relacionados com a inervação da pupila: síndrome de Horner (ptose palpebral, 
miose, vasodilatação e anidrose ou deficiência de sudorese na face). 
 
LESÕES DA PONTE 
Lesões do nervo facial 
O nervo facial origina-se no núcleo do facial, situado na ponte. Suas fibras emergem da 
parte lateral do sulco bulbo-pontino, próximo, pois, ao cerebelo (ângulo ponto-cerebelar). 
Penetra, logo então, no osso temporal por meio do meato acústico interno (juntamente ao nervo 
vestíbulo-coclear) e emerge do crânio pelo forame estilomastóideo, para se distribuir aos 
músculos mímicos após trajeto profundamente à glândula parótida. 
Lesões do nervo, em qualquer parte deste trajeto, resultam em paralisia total dos 
músculos da expressão facial na metade lesada. Estes músculos perdem o tônus, tornando-se 
flácidos e, como isto ocorre também com o músculo bucinador, há, frequentemente, vazamento 
de saliva pelo ângulo da boca do lado lesado. Como o músculo elevador da pálpebra (inervado 
pelo N. oculomotor) está normal, a pálpebra permanece aberta, predispondo o olho a lesões e 
infecções, uma vez que o reflexo corneano está abolido. 
O tipo de paralisia descrito 
caracteriza lesão do neurônio motor 
inferior do facial e pode ser 
denominada paralisia facial periférica. 
Deve ser distinguido das paralisias 
faciais centrais ou supranucleares por 
lesão do neurônio motor superior, 
como ocorre, por exemplo, nas lesões 
do tracto córtico-nuclear. 
 As paralisias 
periféricas são homolaterais, ou seja, 
ocorrem do mesmo lado da lesão. As 
paralisias centrais ocorrem do lado 
oposto ao da lesão, ou seja, são 
contralaterais. 
 
 As paralisias periféricas acometem toda uma metade da face; as centrais 
manifestam-se apenas nos músculos da parte inferior de uma metade da face, poupando os músculos 
da parte superior como o M. orbicular do olho. Isto se explica pelo fato de que as fibras córtico-
nucleares que vão para os neurônios motores do núcleo do nervo facial que inervam a parte superior 
da face serem homo e heterolaterais, ou seja, essas fibras terminam no núcleo do seu próprio lado e 
no do lado oposto. Já as fibras que controlam os neurônios motores para a metade inferior da face 
são todas hetero-laterais. Deste modo, quando há uma lesão do tracto córtico-nuclear de um lado, há 
completa paralisia da musculatura da mímica da metade inferior da face do lado oposto. Em outras 
palavras, a paralisia ou a manutenção dos quadrantes superiores (músculos do olho) indicam o tipo 
da lesão: incapacidade de piscar o olho indica lesão periférica; manutenção do piscar indica lesão 
central. 
 As paralisias periféricas são totais. Nas paralisias centrais, entretanto, pode haver 
contração involuntária da musculatura mímica como manifestação emocional (no ato de rir ou 
chorar, por exemplo). Isto se explica pelo fato de que os impulsos que chegam ao núcleo do facial 
para iniciar movimentos decorrentes de manifestações emocionais não seguem pelo tracto córtico-
nuclear, mas por conexões do núcleo motor do facial com a formação reticular. 
Convém lembrar ainda que lesões do nervo facial antes de sua emergência do forame 
estilomastóideo estão, em geral, associados a lesões do N. vestibulococlear (VIII par de nervos 
cranianos) e do nervo intermédio. Neste caso, além dos sintomas já vistos, há uma perda de 
sensibilidade gustativa nos 2/3 anterior da língua (lesão do nervo intermédio), alterações do 
equilíbrio, enjôos e tonteiras decorrentes da parte vestibular do VIII par e diminuição da audição 
por comprometimento do componente coclear deste nervo. 
Lesão da base da ponte (Síndrome de Millard-Gubler) 
Uma lesão da base da ponte acomete, principalmente, o tracto córtico-espinhal e as 
fibras do nervo abducente. A lesão do tracto córtico-espinhal resulta em hemiparesia do lado 
oposto ao lesado. A lesão do nervo abducente causa paralisia do músculo reto lateral do mesmo 
lado da lesão, o que impede o movimento do olho em direção lateral (abdução do olho), 
caracterizando um estrabismo convergente (desvio do bulbo ocular em direção medial). É por 
este motivo que o indivíduo vê duas imagens, fenômeno este denominado diplopia. 
Lesão da ponte em nível da emergência do N. trigêmeo 
Lesões da base da ponte podem comprometer o tracto córtico-espinhal e as fibras do 
nervo trigêmeo. Além da hemiplegia do lado oposto (com síndrome do neurônio motor superior) 
devido à lesão do tracto córtico-espinhal, os sinais da lesão do N. trigêmeo incluem as seguintes 
causas motoras e sensitivas: 
 Perturbações motoras: lesão do componente motor do trigêmeo causa paralisia 
da musculatura mastigatória do lado da lesão. Por ação dos músculos pterigóideos do lado 
normal, ocorre desvio da mandíbula para o lado paralisado; 
 Perturbações sensitivas: ocorre anestesia da face do mesmo lado da lesão, no 
território correspondente aos três ramos do trigêmeo. 
 
LESÕES DA BASE 
Lesões da base do pedúnculo cerebral (síndrome de Weber) 
Uma lesão da base do pedúnculo cerebral geralmente compromete o tracto cârtico-
espinhal e as fibras do nervo oculomotor. 
Da lesão do nervo oculomotor, resultam os seguintes sintomas do mesmo lado da 
lesão: 
 Impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, para baixo ou em direção 
medial por paralisia dos músculos retos superior, inferior e medial; 
 Diplopia: visualização de dois campos visuais distintos; 
 Desvio do bulbo ocular em direção lateral (estrabismo divergente), por ação do 
músculo reto lateral (inervado pelo N. abducente) não contrabalanceada pelo reto medial; 
 Ptose palpebral (queda da palpebra), decorrente da paralisia do músculo levantador 
da pálpebra; 
 Dilataçãoda pupila (midríase) por ação do músculo dilatador da pupila (inervado 
pelo SN simpático), não agonizada pelo M. constrictor da pupila cuja inervação parassimpática foi 
lesada. 
Lesão do tegmento do mesencéfalo (síndrome de Benedikt) 
Uma lesãoo no tegmento do mesencéfalo pode facilmente acometer o nervo 
oculomotor, o núcleo rubro e os lemniscos medial, espinhal e trigeminal, resultando nos 
sintomas descritos a seguir: 
 Lesão do oculomotor: estrabismo divergente; 
 Lesão dos lemniscos medial, espinhal e trigeminal: anestesia da metade oposta 
do corpo, inclusive da cabeça (por causa do lemnisco trigeminal); 
 Lesão do núcleo rubro: tremores e movimentos anormais do lado oposto á lesão.

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