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IMUNOLOGIA - LESÕES CELULARES

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Lesão celular ocorre quando as células são estimuladas 
tão intensamente que não são mais capazes de se 
adaptar, quando são expostas a agentes naturalmente 
nocivos ou quando são prejudicadas devido a 
anormalidades intrínsecas. 
Catástrofe energética é a obliteração das moléculas de 
ATP, a molécula que veicula a energia de maneira 
transiente dentro da célula. 
Hipóxia é um dos principais fatores que desencadeiam a 
morte celular. 
Bomba de Na+ e K+: cria uma diferença de concentração 
muito grande do meio intra para o meio extra, a saída 
de sódio aumenta muito a concentração no meio 
extracelular. Esse sódio tenta entrar na célula, a partir 
de co-transportadores, entram aminoácidos, glicose,... 
que aproveitam da energia potencial do sódio para 
também entrar. 
“Aonde o sódio vai a água vai atrás” 
 
Hipóxia e Envenenamento 
 HIPOXIA: pode ser resultado de uma isquemia, um 
embolo obstrui o vaso, deixando as células 
desprovidas de oxigênio (cadeia respiratória- 
produção de água), sem produção de ATP. Sobra de 
NAD+ que irá parar o ciclo de Krebs parando 
também o complexo piruvato desidrogenase, 
deixando um excesso de piruvato. A célula só tem 
como obter energia, agora, através da glicólise, 
precisando reciclar as moléculas de NAD, 
convertendo o piruvato em lactato. O lactato faz o 
pH diminuir (dissociação do ácido lático), causando 
assim o desacoplamento dos ribossomos do RER e 
condensação do DNA. 
 
 
 
Blackout da bomba de Na+ e K+ 
Gera a tumefação da célula: aumenta a quantidade de 
sódio dentro da célula, entra água e a célula começa a 
ficar turgida causando lesões hidrópicas e 
consequentemente morte por necrose. 
 
 
 
Blackout bomba de cálcio 
Excesso de cálcio (segundo mensageiro) de forma 
descontrolada no citoplasma, interage com proteínas 
que ativam uma cascata de reações gerando um efeito 
biológico. Promove a saída do citocromo c da membrana 
mitocondrial interna, que faz o translado de elétrons do 
complexo III para o IV – desencadeando vias metabólicas 
como a das caspases (enzimas proteolíticas) que causa 
a proteólise (destruição interna da célula). 
Pode ativar as Endonucleases que causam a cariolise, 
picotam o material genético. 
Ana Flávia Arantes 
Pode ativar também as fosfatases que degradam a 
membrana. Ambos os 3 promovem destruição interna e 
digestão de seus componentes internos. 
Desacopla a DDP= não produção de ATP 
 
Ca2+: segundo mensageiro mais importante. 
O primeiro mensageiro é aquele que leva o primeiro 
estímulo a célula, como hormonal, age então com um 
receptor específico que culmina, a partir da ativação de 
uma cascata, na geração de um efeito biológico. A partir 
da cascata de reações, o receptor de superfície induz 
a abertura de canais de cálcio, ativando uma série de 
moléculas que vão ativando outras até o efeito biológico, 
o cálcio é quem transmitirá a informação ao meio 
intracelular. 
Ex.: Neurotransmissor-- receptores adrenérgicos--- 
abre canais de cálcio--- cálcio entra e interage com a 
tropomiosina e expõe o sítio de interação – actina 
interage com a miosina--- filamentos deslizantes—
contração muscular 
 
Mitocôndrias: 
A mitocôndria pode ser danificada por: 
- Aumento de Ca2+ citosólico 
- Espécies reativas de oxigênio 
- Privação de oxigênio 
- São sensíveis a todo tipo de estímulo nocivo, incluindo 
hipóxia e tóxicos 
 
Estresse Oxidativo 
- Os radicais livres são espécies químicas altamente 
reativas 
- “Atacam” e modificam moléculas adjacentes, tanto 
substâncias inorgânicas quanto orgânicas- proteínas, 
lipídios, carboidratos, ácidos nucleicos 
Hipóxia 
 Hipóxia: Falta de oxigênio nos tecidos 
 Hipoxemia: baixa de oxigênio no sangue 
 Causas: Anemia, altitude, DPOC, obstrução, isquemia, 
hemorragia, parada cardíaca, envenenamento por 
CO, ... 
- Células neurais: 
3 minutos: lesões irreversíveis 
5 minutos: morte celular 
- miocardiócitos: 20-40min 
- túbulos renais:60-180min 
 
Se um tecido apresenta maior demanda de oxigênio são 
produzidos fatores angiogênicos (mais vasos). 
O aumento da necessidade de hemácias é reconhecido 
pelas células mesangiais (rins) liberam eritropoetina, 
estimula a medula óssea a produzir mais eritrócitos. 
 
 Sinais clássicos da hipóxia: 
- Cianose (vasoconstricção na periferia e extremidades, 
hipercapenia) 
- Hiperventilação 
- Taquicardia 
- Agressividade 
- Dispneia 
- Fadiga 
- Náusea 
- Sensação de frio 
- Formigamento (parestesia antes da morte dos 
neurônios) 
 
Agentes físicos que geram morte celular 
- Traumas mecânicos 
- Extremos de temperatura 
- Radiação 
- Choque elétrico 
- edema, hematoma, amputação, laceração, 
queimaduras,... 
 
 
 
Agentes químicos que geram morte 
celular 
- Glicose, sal, altas concentrações de O2, venenos, 
arsênio, cianeto, mercúrio, chumbo, inseticida, herbicida, 
cocaína, álcool,... 
Glicose tóxica porque reage com as proteínas, alterando 
a estrutura conformacional fazendo com que elas 
percam sua função. Por isso a importância de fosforilá-
la em glicose-6-fosfato, perde sua capacidade reativa 
 
Agentes infecciosos que geram morte 
celular 
- Vírus, bactérias, protozoários, fungos, helmintos 
 
Sistema imunológico 
- Reações imunes causam lesões celulares (via das 
caspazes) 
 
Lesões Celulares Reversíveis 
 Tumefação: 
Resultante da falência das bombas de íons dependentes 
de energia na membrana plasmática (sódio e potássio) 
- Células se tornam incapazes de manter a homeostase 
hidroelétrica 
- Aumento do volume e peso da célula 
- Aumento do tugor e do peso do órgão 
Fica turgida, ainda reversível 
- Alteração hidrópica ou degeneração vacuolar 
- Aumento da eosinofilia no citoplasma devido a 
degradação dos componentes celulares, vacúolos 
pequenos e claros e RE destacados. 
- Vacuolização do citoplasma (acúmulo de água) 
 
 
 
 
 Esteatose - degeneração gordurosa: 
Acúmulos anormais de triglicerídeos dentro das células 
parenquimatosas 
Relacionado a deficiência proteica: acúmulo de gordura 
no fígado 
- Observada em células envolvidas e dependentes do 
metabolismo da gordura.. Ex: hepatócitos e as células 
miocárdicas. 
 Desnutrição proteica Kwashiorkor, não sintetiza 
ApoB-100 do VLDL e sem ela a gordura sintetizada 
não vai ser enviada dos hepatócitos para o tecido 
adiposo—esteatose —hepatite—cirrose 
 Alcoólatra converte todo o seu piruvato em lactato, 
proteínas usadas como fonte de piruvato. A 
carência proteica causa deficiência de ApoB-100 e 
de VLDL, acumulando gordura no fígado 
- Esteatose nos hepatócitos e fibras cardíacas 
- Distribuição difusa dos vacúolos lipídicos nos 
hepatócitos. Vacuolização extensa dos hepatócitos. 
- Vacúolos maiores se formam por confluência dos 
menores, deslocando o núcleo e citoplasma do 
hepatócito para a periferia. 
- Causas de esteatose hepática: desnutrição, DM e 
alcoolismo crônico 
 
Lesões Celulares irreversíveis 
 Necrose 
Resultado da desnaturação de proteínas intracelulares e 
da digestão enzimática da célula lesada letalmente 
Infarto: morte decorrente de uma isquemia total 
- Fragmentação das células com perda do seu conteúdo 
- Mitocôndrias acentuadamente tumefeitas 
- Presença de depósitos densos: cálcio e proteínas 
precipitas 
- Ruptura da membrana plasmática e fragmentação 
das organelas 
Célula vai se degenerando: núcleo se fragmenta devido 
endonucleases, fosfatases degradam as membrana das 
organelas 
 
 Necrofanerose 
- Picnolise: retração nuclear e aumento da basofilia no 
núcleo, resultado da degradação das proteínas 
Importância: pistas sobre sua causa básica 
Degradação do DNA 
Eosinofilia no citoplasma e basófilia no núcleo 
-Cariólise: aumento da degradação do núcleo 
(degradação enzimática por endonucleases), diminuição 
da afinidade pelo pigmento (esmaecimento da basofilia 
da cromatina) 
-Cariorexe: completo desfacelamento do núcleo (núcleo 
picnótico sofre fragmentação) antes do completo 
desaparecimentonuclear. 
 
Necrose coagulativa 
Necrose coagulativa: a arquitetura básica dos tecidos 
mortos é preservada por um intervalo de tempo maior, 
uma vez que a lesão desnatura proteínas estruturais e 
enzimas, bloqueando a proteólise das células mortas, 
dificultando a remoção das células necróticas. 
 
1- Infarto 
Necrose por falta de irrigação de um tecido: Isquemia 
absoluta e prolongada 
- Células fagocíticas não acessam a área necrosada 
- Células mortas permanecem por longo tempo 
- Área em forma de cunha, é firme e pálida, bem 
delimitada do tecido normal 
 
2- Tumores 
- O crescimento rápido de certos tumores supera a 
capacidade de suprimento pelos vasos do próprio tumor, 
pois devido rapidez não há drenagem suficiente 
(melanoma maligno amelanócito) 
 
3- Necrose caseosa {queijo} 
- Instala-se no centro do granuloma inflamatório 
- Tendem a sofrer calcificação 
Ocorre no centro dos Granulomas caseosos: tecido 
necrosa no centro devido falta de drenagem 
Granulomas: agregados de células imunológicas 
 
4- Gangrena 
-Tecido necrótico sofre modificação por agentes 
externos como ar ou bactérias 
- Cor escura se deve a degradação da hemoglobina que 
vai oxidando e liberando hematina ou metaheme livre, 
que tem cor negra 
 
GANGRENA SECA: área necrótica perde água para o 
ambiente ficando seca, retraída e com aspecto 
mumificado 
 
GANGRENA ÚMIDA (gangrena de fournier): tecido 
necrótico se contamina com bactérias saprófitas 
- Ocorre a digestão do tecido, amolecendo-o 
- Bactéria anaeróbicas e produzem enzimas 
proteolíticas e fosfolipases 
 
GANGRENA GASOSA: bactérias do gênero Clostridium, 
produção de gases 
 
5- Esteatonecrose 
Necrose do tecido adiposo; mais comum na pele 
(hipoderme), mama, retroperitônio 
- Causada por lesões traumáticas, isquêmicas ou 
químicas 
Formam agregados de gordura: ácido graxo mais cálcio 
a necrose faz liberar ácidos graxos dos adipócitos 
mortos, que reagem com íons cálcio dos líquidos 
intersticiais formando sabões insolúveis de cálcio, que 
tem aspecto semelhante a cera de vela. 
Lesão não proliferativa, m.e. possa se assemelhar a 
cânceres 
- Nódulo duro, arredondado, mal definido, espiculas, 
eritema, retração da pele 
 
6- Fibrinóide 
- As vasculites imunologicamente mediadas 
- Ocorre tipicamente quando complexos de antígenos e 
anticorpos são depositados nas paredes das artérias 
(capa proteica) 
 
Necrose Liquefativa 
Necrose liquefativa: Caracterizada pela digestão das 
células mortas, resultando na transformação do tecido 
em uma massa viscosa líquida. 
É dividida em: 
 
1. Infarto cerebral 
Não costuma haver parada completa 
- Há uma redução acentuada da circulação suficiente 
para matar os neurônios 
- Não impede a chegada de células sanguíneas ao local 
da lesão (sistema imunológico) 
- Fagócitos removem em poucos dias o material 
necrótico 
Lesões no SNC se configuram como liquefativas já que 
tem ali muitas células do sistema imune (neuroglia -
micróglia (macrófagos) entrelaçadas aos neurônios. 
- Macrófagos em parte provenientes da micróglia e em 
parte do sangue 
 
2. Abscesso 
- São áreas de infecção bacteriana purulenta que 
produzem uma nova cavidade no tecido 
- O tecido necrótico é liquefeito em razão das enzimas 
proteolíticas das bactérias e dos neutrófilos atraídos 
para combatê-las. 
Produção de pus (exudato – células de defesa) e 
membrana piogênica ao redor do abcesso 
 
Esôfago de Barret 
- É um tipo de esofagite (inflamação no esôfago) por 
refluxo de conteúdo gástrico 
- Faz com que o esôfago apresente um aspecto 
avermelhado, visto que a mucosa escamosa sofreu 
alterações morfológicas (metaplasia gástrica) 
- Passa a existir um epitélio colunar contendo células 
caliciformes no interior de um epitélio metaplásico 
- Logo, quando o epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado da porção inferior do esôfago sofre 
transformação metaplásica em um epitélio simples 
colunar (semelhante ao do intestino) contendo células 
caliciformes, dizemos que o paciente tem esôfago de 
barret. 
2 
CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 
É a deposição anormal de sais de cálcio nos tecidos, junto 
com quantidades menores de ferro, magnésio e outros 
sai minerais. Quando a deposição ocorre em tecidos 
mortos é chamada de: calcificação distrófica, já a 
deposição em tecidos normais é chamada: calcificação 
metastática 
 
1. Calcificação distrófica 
- Encontrada em áreas de NECROSE 
- Sinal de lesão celular previa, é causa da disfunção do 
órgão 
- Cálcio sérico tem níveis normais 
Camadas lamelares – corpos de psamoma: calcificação 
- Necrose tipo coagulativa ou liquefativa 
- Sais de cálcio exibem aparência granular, amorfa e 
basófila, podendo formar GRUMOS 
- Pode formar, com o tempo, um osso heterotópico no 
foco da calcificação. 
 OBS: broncólito = ponto de calcificação no pulmão para 
encarcerar patógeno e impedir sua disseminação: 
Tuberculose. 
ONDE OCORRE: 
- Necroses antigas 
- Linfadenite caseosa da tuberculose, infartos antigos 
- Ao redor de parasitas e larvas mortas 
- Abcessos crônicos 
- Trombos venosos crônicos e vasos envelhecidos (> PA, 
essa pressão abaixa quando o coração já não tem mais 
força, placas de ateroma com deposição de Ca2+ ) 
 
 
 
CÁLCULOS/ CONCREAÇÕES/ LITÍASES 
- Precipitações sucessivas de sais inorgânicos ao redor 
do núcleo orgânico formando camadas concêntricas dos 
elementos depositados. 
- Núcleo orgânico: agregados de células descamadas, 
grumos bacterianos, massa de fibrina, corpos 
estranhos. 
CRISTAIS DE ESTRUVITA: estímulo bacteriano (ureia, 
magnésio e fosfato) 
- Cálculos biliares (colelitíase), urinários (urolitíase), 
Bronquicos (bronquiolitiase), Salivares (sialolitiase), 
vasculares (flebólitos – a partir de trombos) 
 
2- Calcificação metastática 
- Ocorre nos tecidos normais sempre que há 
hipercalcemia (excesso de cálcio no plasma sanguíneo) 
Causas da hipercalcemia: 
 Aumento de PTH com reabsorção óssea 
 Destruição de tecido ósseo, tumores primários da 
medula óssea 
 Distúrbios de Vit D 
 Insuficiência renal, causa retenção de fosfato, 
provocando o hipertireoidismo secundário. 
 
- Pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, 
principalmente: estroma dos rins e pulmões, estomago, 
coração, parede das artérias e a córnea. Todos esses 
tecidos excretam acido e por isso têm um 
compartimento interno alcalino que predispõe a 
calcificação. 
- pH alcalino ao longo das membranas basais dos vasos 
desses órgãos favorece a precipitação de sais. 
- Ocorrem como depósitos amorfos não cristalinos ou 
com cristais de hidroxiapatita. 
 
HIPERPARATIREÓIDISMO ----mais reabsorção óssea ----
-- saturação (calcemia e fostatemia) --- deposição: 
fosfato e cálcio nos tecidos 
 
Metaplasia óssea 
(Ossificação heterotópica: onde não devia ocorrer): com 
deposição de cálcio nos tecidos os fibroblastos 
diferenciam-se em osteoblastos e formam tecido 
osteóide. 
- Deposição de cálcio lamelar devido a estímulos 
celulares, ocorre pois em necroses recrutam-se muitos 
fibroblastos ------ osteoblastos e depositam osteóide, 
com osteócitos e trabéculas.

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