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GASTRITE CRÔNICA E AUTOIMUNE, DOENÇA ULCEROSA, PÓLIPOS E ADENOMAS GÁSTRICOS (Robbins cap17) Gastrite crônica: é uma reação inflamatória na mucosa gástrica com infiltrado de leucócitos mono e polimorfonucleares, sua causa mais comum é infecção por H.pylori - FATORES DE VIRULÊNCIA DA H.PYLORI: Flagelos: permitem locomoção no muco; Urease: enzima que degrada ureia e amônia em HCO3- → eleva o pH gástrico para a bactéria se proteger do ácido; Toxinas: as citotoxinas associadas ao gene A (CagA) ajudam na progressão da doença e impedem que a bactéria seja fagocitada Adesinas: promovem maior aderência bacteriana na camada foveolar; Lipase e protease degradam o muco → urease gera bicarbonato → aumento do pH gástrico → a célula adere a camada foveolar pelas adesinas → toxinas CagA protegem contra macrófagos e neutrófilos → a camada foveolar vai perdendo sua continuidade e sendo degradada - SINTOMAS: menos graves ou assintomáticos, se comparado com a gastrite aguda. Em casos sintomáticos, há hematêmese, náuseas e dores abdominais características dessa doença - PATOGENIA: a gastrite por H.pylori ocorre na região antral → pode levar a hipersensibilidade e acidificação do duodeno. A infecção pode levar a 2 casos: a) Baixa produção de ácido: eleva o pH gástrico e pode gerar uma pangastrite (gastrite mais global) no corpo e fundo do estômago. Se não tratada, leva a atrofia das células parietais e câncer gástrico. b) Alta produção de ácido: necrose das células D (baixa produção de somatostatina e alta produção de gastrina) e causa úlceras pépticas no antro pelo aumento de HCl. - MORFOLOGIA: Macro: mucosa antral eritematosa e nodular Micro: - H.pylori observada em forma de bastonete ou espiralada e encontrada no muco epitelial; - Grande quantidade de neutrófilos intraepiteliais e na lâmina própria; - Agregados linfóides com centros germinativos e células plasmáticas subepiteliais na lâmina própria Gastrite crônica autoimune: É caracterizada por desregulações que envolvem linfócitos T e autoanticorpos contra as células parietais, que são degradadas. - SINTOMAS: anemia, diarréia por má absorção de nutrientes e neuropatias periféricas/neurológicas. - PATOGENIA: 1) Destruição das células parietais por LTCD4+, levando a acloridria e anemia perniciosa; 2) Diminuição do HCl eleva o pH gástrico; 3) Células G são estimuladas para produzirem gastrina na região antral como meio de feedback negativo → hipergastrinemia e hiperplasia das células G Células parietais: responsáveis por produzir HCl e auxilia na absorção da vitamina B12 ao produzir o fator intrínseco. Acloridria: fenômeno em que não há ácido clorídrico suficiente no estômago Anemia perniciosa: é uma subdivisão da anemia megaloblástca, em que há falta de vitamina B12. Como há uma deficiência de fator intrínseco devido a atrofia das células parietais, a vitamina não consegue ser absorvida no intestino delgado. Gastrina: hormônio que estimula a secreção de HCl pelas células parietais → como as células estão atrofiadas, ocorre hipergastrinemia para tentar compensar a falta de H+. obs.: Caso não tratada, essa gastrite torna-se um risco para tumores neuroendócrinos e adenocarcinomas, podendo ter metaplasia intestinal (a região antral localiza-se perto do duodeno). - MORFOLOGIA: Macro: atrofia do corpo do estômago com formação de pseudopólipos no corpo e fundo. Micro: mucosa com atrofia e presença de folículos linfóides; infiltrado inflamatório de linfócitos; atrofia glandular; metaplasia intestinal → presença de células caliciformes no epitélio foveolar gástrico Úlcera péptica: ocorre ulceração crônica da mucosa duodenal ou gástrica, em que há aumento da produção de ácido e desequilíbrio entre os fatores protetores da mucosa. São mais comuns no corpo e antro do estômago. - FATORES DE RISCO: H.pylori (principal); uso contínuo de AINES; cigarro → provoca hipóxia celular gástrica - SINTOMAS: dor epigástrica, pirose, anemia por deficiência de ferro e hemorragia - TIPOS DE ÚLCERA: Superficial: <0,3cm de diâmetro, lesão bem demarcada e com hiperemia ao redor Profunda: >0,6cm de diâmetro, lesão ovalada com inflamação aparente e descontinuidade do tecido gástrico - MORFOLOGIA: Macro: presença de hemorragia e deposição de fibrina (deixa a parede da úlcera mais espessa); cicatriz fibrosa ou colagenosa; base limpa como resultado da digestão de exsudato Micro: tecido de granulação com infiltrado de leucócitos mononucleares; ulceração bem delimitada; perda da continuidade tecidual Camada foveolar saudável Vasos sanguíneos hiperêmicos sofrendo hemorragia na base da úlcera Pólipos: - TIPOS: Séssil → é grudado na mucosa Pediculado → possui uma base de sustentação fora da mucosa - PÓLIPO HIPERPLÁSICO: Ocorre quando há hipergastrinemia e hiperplasia glandular parietal e são mais comuns e associados a processos inflamatórios crônicos → infecção por H.pylori ou gastrite crônica hiperplasia reativa. Morfologia macro: ovoides com superfície lisa, sésseis e podem apresentar úlceras Morfologia micro: sem atipia celular, glândulas foveolares alongadas e irregulares e edema na lâmina própria - PÓLIPO DE GLÂNDULA FÚNDICA: Ocorre em indivíduos com PAF (polipose adenomatosa familiar → vários pólipos intestinais) por uso inadequado de inibidores de prótons, gerando hipergastrinemia e hiperplasia das glândulas parietais Morfologia macro: lesões bem circunscritas com superfície lisa no corpo e fundo gástrico Morfologia micro: glândula parietal dilatada e irregular, sem sinal inflamatório. - ADENOMA GÁSTRICO: representa uma menor porcentagem dos pólipos gástricos. Associado a gastrite crônica com atrofia e metaplasia intestinal (lesões pré-cancerígenas), aumentando as chances em pacientes com PAF Morfologia macro: lesões únicas menores que 2cm de diâmetro, compostas por epitélio colunar intestinal Morfologia micro: a) Baixo grau: pseudoestratificação, aglomeração epitelial e hipercromasia do núcleo das células epiteliais b) Alto grau: arquitetura irregular e brotamento glandular Pode ser classificado de acordo com sua arquitetura: tubular, viloso, túbulo-viloso e epitélio displásico
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