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TEORIAS CONTEMPORANEAS DAS RI - APOL 1 - SEXTA TENTATIVA

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Questão 1/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leia o texto abaixo:
“A aproximação entre os Estudos de Gênero e as Relações Internacionais1 acontece no contexto do chamado "terceiro debate" em RI. Este artigo tratará da trajetória desse encontro a partir da perspectiva das RI. O objetivo será, além de construir um panorama das diversas abordagens feministas para as relações internacionais, demonstrar a forma pela qual o surgimento da reflexão pós-positivista em RI será responsável por abrir o espaço, na disciplina, necessário à aplicação do gênero como categoria de análise” (Monte, 2013, p. 59).
Fonte: Monte, Izadora Xavier do. O debate e os debates: abordagens feministas para as relações internacionais. Revista Estudos Feministas [online]. 2013, v. 21, n. 1, pp. 59-80. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100004>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, duas contribuições das teorias feministas para as teorias das Relações Internacionais:
Nota: 10.0
	
	A
	O feminismo contribuiu para a sofisticação metodológica das teorias em Relações Internacionais ao trazer o uso contínuo de análise estatística para a compreensão da violência contra a mulher e implementar o teste de hipótese como o modelo analítico disciplinar.
	
	B
	O feminismo possibilitou o aumento de estudantes em Relações Internacionais, uma vez que a sua inclusão na área acabou atraindo pesquisadoras mulheres e permitiu a inclusão dos estudos sociológicos sobre violência doméstica na alta política internacional.
	
	C
	O feminismo ampliou as possibilidades analíticas nas Relações Internacionais com o estudo dos mecanismos de invisibilização das mulheres na política internacional e com a operacionalização do gênero como categoria analítica fundamental na disciplina.
Você acertou!
Resumidamente, o feminismo ampliou as possibilidades analíticas da disciplina em duas direções: primeiramente, na do estudo dos mecanismos de invisibilização das mulheres na política internacional; em segundo lugar, na operacionalização do gênero como categoria analítica fundamental para as Relações Internacionais. Em relação ao primeiro ponto, Cynthia Enloe (1989, p. 1) lança uma pergunta e uma provocação à área: onde estariam as mulheres na política internacional? Tal ausência leva a autora a questionar os pressupostos das teorias dominantes e a maneira como elas constroem a noção de “internacional”, objeto de reflexão da disciplina. Ao excluir aquilo que é considerado “privado”, “doméstico”, “local” ou “trivial”, tais teorias apagam as mulheres – suas experiências, ações e ideias – das análises presentes na disciplina. A contribuição feminista, aqui, reside justamente na inclusão do “pessoal” e do “privado” nas agendas de pesquisa, mostrando como eles constituem e são também constituídos pelo internacional (ENLOE, 1989, p. 343). Uma segunda direção em que a abordagem feminista ampliou as possibilidades analíticas da área diz respeito à operacionalização da categoria “gênero” como dimensão central da política internacional. Os trabalhos guiados por essa preocupação compõem o que Jacqui True denominou como “segunda geração” dos estudos feministas na disciplina (TRUE, 2005, p. 216), centrados no desvelamento do caráter genderizado das estruturas e dinâmicas internacionais (TICKNER, 2001, p. 278).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 3 – Material para a Impressão. Tema 4: “Andrew Linklater”.
	
	D
	O feminismo pluralizou a atuação política das teorias de Relações Internacionais por conta da inclusão de mulheres pesquisadoras nas Relações Internacionais e pela criação de grupos de apoio para mulheres vítimas de violência de guerra.
	
	E
	O feminismo fomentou a o tom revolucionário das teorias das Relações Internacionais por meio da inclusão do termo subalterno para a pesquisa e a crítica ao papel dos processos de colonização para a constituição do patriarcado burguês.
Questão 2/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leio o texto a seguir:
“Talvez tenha ocorrido algo na história do conceito de estrutura que pudesse ser chamado de “evento”, se essa palavra não implicasse em um significado que é precisamente função da estrutura – ou da estruturalidade – pensada para reduzir ou suspeitar. Mas deixe-me usar o termo “evento” de qualquer maneira, empregando-o com cautela e como se estivesse entre aspas. Nesse sentido, este evento terá a forma exterior de uma ruptura e um redobramento. Seria fácil mostrar que o conceito de estrutura e até a própria palavra “estrutura” são tão antigos quanto a episteme – isto é, tão antigos quanto a ciência e a filosofia ocidentais – e que suas raízes estão profundamente cravadas no solo da linguagem comum, em cujos recessos mais profundos a episteme mergulha para reuni-los mais uma vez, tornando-os parte de si mesma em um deslocamento metafórico. No entanto, até o evento que desejo marcar e definir, estruturar – ou melhor, a estruturalidade da estrutura - embora sempre tenha estado envolvida, sempre foi neutralizada ou reduzida, e isso por um processo de dar-lhe um centro ou referencial a um ponto de presença, uma origem fixa” (Derrida, 1978, p. 278).
Fonte: Derrida, Jacques. Structure, Sign, and Play in the Discourse of the Human Sciences. Writing and Difference. Trans (pp. 278-294). Alan Bass. Chicago: U of Chicago.1978.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais e o trecho citado acima, análise as afirmações abaixo, que tratam das principais críticas deste ao ‘estruturalismo’:
I. Certamente, uma das principais críticas do pós-estruturalismo ao seu antecessor direciona-se à relativa ausência de coerência interna da teoria e à baixa capacidade preditiva dos modelos analíticos do estruturalismo.
II. Para o pós-estruturalismo, o privilégio concedido às análises sincrônicas no estruturalismo tende a marginalizar o questionamento sobre como os processos históricos contribuem para a formação das estruturas e das relações de poder dentro delas.
III. O pós-estruturalismo rejeita à concepção estruturalista de que o método científico permite que os indivíduos (pesquisadores) se tornem imunes aos vieses interpretativos produzidos pelas estruturas que analisa.
IV. Para os pós-estruturalistas o objetivo das teorias estruturalistas, de alcançar um conhecimento verdadeiro, deve estar no centro de toda pesquisa cientifica, rejeitando assim o excesso de reflexividade na ciência.
Agora, assinale a alternativa que indica quais afirmações estão corretas:
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
	
	B
	Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas
	
	C
	Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
	
	D
	Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
	
	E
	Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
Você acertou!
Como foi possível observar no decorrer das aulas, apenas as afirmações II e III estão corretas. A apresentação do texto Structure, Sign, and Play in the Discourse of the Human Sciences, de Jacques Derrida, na Universidade John Hopkins, em 1966, foi fundamental para o surgimento do rótulo do pós-estruturalismo. O diálogo crítico que o autor estabelecia com os mestres do estruturalismo, criticando alguns de seus principais argumentos, foi o pontapé inicial para que o establishment acadêmico percebesse o surgimento de novas abordagens que procuravam superar algumas das teses então hegemônicas. Ainda que tais críticas variassem de acordo com cada autor, alguns pontos comuns podiam ser identificados: (i) o questionamento da rigidez do modelo analítico estruturalista, centrado em oposições binárias ou pares de opostos, que simplificaria a análise dos sistemas culturais a fim de obter uma imagem coerente e estável de tais sistemas (o que torna a afirmação I incorreta); (ii) ao explicar um elemento a partir de sua relação com osdemais elementos do sistema, o estruturalismo privilegiaria a análise sincrônica (quer dizer: do momento presente), em detrimento da história – análise diacrônica da estrutura ao longo do tempo – que teria produzido tais elementos e as relações entre eles (o que torna a afirmação II correta; (iii) o estruturalismo ainda estaria assentado em uma concepção de conhecimento e de ciência amplamente positivistas, pretendendo assim obter a “interpretação verdadeira” a respeito das culturas e das sociedades humanas (o que torna a afirmação III correta); (iv) como consequência dessa visão positivista, o analista estruturalista enxergaria a si próprio como estando imune aos vieses interpretativos produzidos pelas estruturas que analisa (o que torna a afirmação IV incorreta).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 1 – Material para a Impressão. Tema 1: “As Fontes Teóricas do Pós-Estruturalismo”.
Questão 3/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leia o texto abaixo:
“De acordo com Onuf, tal como Maja Zehfuss explica, a sociedade política tem duas propriedades. De um lado, há sempre regras que dão significado às atividades humanas, tornando-as socialmente inteligíveis e significativas. De outro lado, dadas as assimetrias sociais e materiais, “as regras resultam numa distribuição desigual de benefícios”, o que significa dizer que elas levam a certas condições de domínio ou governo (Zehfuss, 2002, p. 152; 2001, p. 61). Assim, Onuf correlaciona sociedade e política por meio do “nexo regras-governo”: enquanto a sociedade é baseada em regras, a “política sempre lida com relações sociais assimétricas geradas por regras, ou seja, [certas condições assimétricas de] governo” (Zehfuss, 2002, p. 152). Nas palavras de Onuf, “onde há regras (e, portanto, instituições) há governo – uma condição na qual agentes usam regras para exercer controle e obter vantagens sobre outros agentes” (1998, p. 63). Retornando ao pensamento social alemão, mais especificamente ao paradigma do Herrschaft, traduzido por ele como o “paradigma da sociedade política”, Onuf entende tal sociedade política como a expressão de “relações de superordenação e subordinação – relações mantidas por meio de regras e resultando em governo” (Onuf, 2013, p. 196)” (Herz e Yamato, 2018, p. 8).
Fonte: Herz, Monica; Yamato, Roberto Vilchez. As Transformações das Regras Internacionais sobre Violência na Ordem Mundial Contemporânea. Dados [online]. 2018, v. 61, n. 1, pp. 3-45. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/001152582018145>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, quais são os três tipos de assimetria existentes nas relações internacionais de acordo com Nicholas Onuf:
Nota: 0.0
	
	A
	Hegemonia, Hierarquia e Heteronomia.
Nicholas Onuf afirma que podemos observar três tipos distintos de assimetria ou domínio nas relações internacionais. O primeiro tipo de domínio é chamado de Hegemonia e refere-se a um tipo de relação assimétrica em que um ator (ou conjunto de atores) monopoliza a produção dos significados a respeito da realidade, transferindo uma ideologia ou visão de mundo aos atores subordinados, que se mostram então incapazes de estabelecer programas de ação alternativos àqueles oriundos de tal ideologia ou visão de mundo (ONUF, 1989, p. 209-210). O segundo tipo de domínio é chamado de Hierarquia, e, por sua vez, descreve uma relação assimétrica entre atores situados em níveis diferentes de uma dada instituição ou organização. As regras diretivas são então transmitidas dos níveis superiores aos inferiores, tal qual nas modernas burocracias dos Estados ou dos Organismos Internacionais. Por último, o terceiro tipo de domínio é chamado de heteronomia (o oposto da “autonomia”) e envolve relações assimétricas entre atores formalmente de mesmo status (como os Estados nacionais ou os cidadãos de um país), cuja interdependência por meio de trocas gera ganhos maiores a um dos lados da relação. Aqui, predominam as regras de compromisso entre os atores envolvidos e, de acordo com Onuf, tais relações heterônomas são especialmente importantes para explicar as relações internacionais. A sociedade internacional, nos termos de Onuf, em vez de anárquica, seria, portanto, heterônoma (NOGUEIRA; MESSARI, 2005, p. 172): foram as regras de compromisso que produziram e regularam as esferas de influência durante a Guerra fria, por exemplo (ONUF, 1989, p. 225).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 2 – Material para a Impressão. Tema 3: “Nicholas Onuf”.
	
	B
	Anarquia, Império e Democracia.
	
	C
	Autarquia, Federação e Teocracia
	
	D
	Autocracia, Oligarquia e Monarquia.
	
	E
	Plutocracia, Tecnocracia e Meritocracia.
Questão 4/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leia o texto abaixo:
“A teoria crítica internacional representa uma derivação do pensamento coxiano. Seu expoente cardeal, Andrew Linklater, tem sua trajetória acadêmica marcada por uma sintonia inicial com as idéias de Cox e uma marcante evolução rumo a uma temática alternativa. Para Devetak (1995), a tarefa da teoria crítica internacional, consoante Linklater (1996), seria fornecer uma teoria social da política mundial. Trata-se do alargamento do escopo tradicional das Relações Internacionais, não mais limitado por obsessões “estatocêntricas”. Em comunhão com as preocupações atinentes à transformação da realidade social e política, essa corrente deve muito às tentativas de reconstrução do materialismo histórico, em particular ao trabalho de Jürgen Habermas” (Silva, 2005, p. 269).
Fonte: Silva, Marco Antonio de Meneses. Teoria crítica em relações internacionais. Contexto Internacional [online]. 2005, v. 27, n. 2, pp. 249-282. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-85292005000200001>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma das preocupações mais centrais na teoria crítica de Andrew Linklater:
Nota: 10.0
	
	A
	Uma das preocupações centrais da teoria crítica de Andrew Linklater era a constituição de uma organização supranacional global capaz de controlar a economia internacional.
	
	B
	Uma das preocupações centrais da teoria crítica de Andrew Linklater era a constituição de um sistema solidário e de caráter intergovernamental de proteção ao meio ambiente.
	
	C
	Uma das preocupações centrais da teoria crítica de Andrew Linklater era a promoção das condições necessárias para a revolução do proletariado e fim do capitalismo.
	
	D
	Uma das preocupações centrais da teoria crítica de Andrew Linklater era a formação de uma comunidade global regida por uma ética cosmopolita.
Você acertou!
Enquanto Cox baseia-se em um conjunto de conceitos gramscianos a fim de construir um modelo analítico que busca descrever e explicar o funcionamento e, sobretudo, as transformações da ordem mundial – salientando as possibilidades de construção de ordens alternativas –, a teoria crítica de Linklater dedica-se, como ponto de partida, a questões de caráter normativo. Sua preocupação fundamental é a de imaginar, por meio do diálogo com a Teoria Política e com as Relações Internacionais, uma outra realidade internacional, em que os princípios de emancipação universal se encontrem realizados em novas institucionalidades. Mais especificamente, Linklater preocupa-se com a possibilidade de formação de uma comunidade global regida por uma ética cosmopolita. O “cosmopolitismo” designa a defesa filosófica de uma cidadania ligada ao pertencimento à espécie humana, e não mais baseada no pertencimento a um Estado nacional. Entre seus defensores, encontram-se desde filósofos da Grécia antiga (em especial aqueles ligados ao cinismo e ao estoicismo) até autores modernos, como Immanuel Kant (1724-1804). Foi este último que deu ao cosmopolitismo sua defesa mais notória,definindo-o como um senso de responsabilidade perante a violação de direitos em geral, ainda que esta ocorra fora dos limites do Estado nacional de um determinado cidadão. Kant projeta, com isso, o ideal de uma comunidade universal de indivíduos, cujos direitos de cidadania seriam assentados sobre o pertencimento a uma humanidade comum (HELD, 1995).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 3 – Material para a Impressão. Tema 4: “Andrew Linklater”.
	
	E
	Uma das preocupações centrais da teoria crítica de Andrew Linklater era a criação de uma polícia internacional para proteger as pessoas.
Questão 5/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leia o texto abaixo:
“Na perspectiva de Laclau e Mouffe (2011), a linguagem é apenas um dos componentes da estrutura discursiva. O discurso possui, enquanto sistema, a sua evidente dimensão linguística, mas não se restringe aos atos de fala ou ao que está estritamente escrito, englobando também ações e relações que possuem significado social, sendo resultado de uma prática articulatória que constitui e organiza essas relações” (Oliveira, 2018, p. 6).
Fonte: Oliveira, Marcia Betânia de. Pós-estruturalismo e teoria do discurso: perspectivas teóricas para pesquisas sobre políticas de currículo*. Revista Brasileira de Educação [online]. 2018, v. 23. e230081. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-24782018230081>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais, assinale a alternativa que explica, corretamente, a importância da linguagem para a abordagem pós-estruturalista nas Relações Internacionais:
Nota: 10.0
	
	A
	A linguagem, por se conformar como o instrumento de representação das relações políticas, religiosas e sociais, é considerada como um aspecto que apenas importa nas situações nas quais os agentes internacionais manifestam, por meio de discursos formais, o seu posicionamento sobre dada temática.
	
	B
	A linguagem, por se constituir como um sistema de signos que molda a interpretação dos indivíduos sobre a realidade e o modo de se agir sobre ela, não possui uma função meramente representativa do mundo e da política, mas também é capaz de produzir e alterar a realidade internacional.
Você acertou!
A visão convencional sobre a “linguagem” a define como “qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc.” (HOUAISS, 2009). Esses “signos” (as letras e as palavras que compõem este texto, por exemplo) funcionam como representações que evocam objetos, ações e fenômenos: a palavra “cavalo” evoca, na mente do leitor ou da leitora, a imagem do animal “cavalo”, ainda que este não esteja fisicamente presente. Daí a importância da linguagem para a sociabilidade humana: ela permite que se fale a respeito daquilo que não está imediatamente presente ou mesmo sobre aquilo que existe apenas na imaginação (a ideia de “nação” ou de “Estado”, por exemplo). Essa função “representacional” da linguagem – a capacidade que ela tem de “simular” ou “evocar” os objetos e as características da realidade – tem sido salientada e analisada pela tradição filosófica ao menos desde os gregos antigos. A novidade trazida pela abordagem pós-estruturalista é a de enxergar a linguagem para além dessa função representacional, ressaltando em vez disso o papel dela como produtora de alterações na própria realidade: nomear algo é interferir ativamente na realidade; é, em certo sentido, criar realidade (GOMES, 2011). Muito da realidade internacional, por exemplo, baseia-se em atos de nomeação e renomeação – de atores, situações e fenômenos: expressões como “anarquia”, “soberania”, “crise humanitária”, “direitos humanos”, “segurança internacional”, “terrorismo” etc. funcionam como instrumentos de produção de uma maneira específica de enxergar a realidade e, por essa via, de atuar sobre ela: “a nomeação de objetos no mundo é arbitrária e, além disso, o processo de nomeação produz o objeto nomeado como algo que é separado do continuum das coisas no mundo” (EDKINS, 2007, p. 91). A abordagem pós-estruturalista atribui, assim, um papel central à linguagem, como sistema de signos que molda a interpretação sobre a realidade e, dessa forma, a maneira como se age sobre ela: “o que é dito ou pensado depende do que uma língua específica, e o seu modo de ver o mundo, tornam possível dizer ou pensar” (ibidem).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 1 – Material para a Impressão. Tema 4: “Contribuições do Pós-Estruturalismo às Relações Internacionais: Linguagem, Discurso e Textualidade”.
	
	C
	A linguagem, por se conformar como um componente essencialmente cultural e diversificado em suas formas e signos, acaba potencializando os desentendimentos e as rivalidades entre os pesquisadores da disciplina de Relações Internacionais e atrapalhando a evolução da disciplina.
	
	D
	A linguagem, por se constituir no principal de mecanismo de mediação dos diferentes interesses dos seres humanos, possui a funcionalidade de organizar as relações entre os Estados no ambiente internacional e reforçar os laços de amizade pré-existentes.
	
	E
	A linguagem, por se conformar no veículo de transmissão das informações e representações acerca dos países em organismos internacionais, não possui uma função meramente descritiva do mundo, mas também o papel de conduzir interesses conflitantes.
Questão 6/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leia o trecho a seguir:
“Uma abordagem construtivista pode avançar muito em direção a uma explicação sistemática da mudança nas relações internacionais. Até um certo ponto, a construção social da realidade que leva a mudanças no significado e propósito coletivo aos objetos físicos é ela mesma um componente importante do processo de mudança. Tome-se como exemplo o fim da Guerra Fria, um poderoso evento que as abordagens tradicionais têm tido dificuldade de explicar, e certamente não previram. Torna-se cada vez mais claro que os eventos e fenômenos que pareciam ser "sistematicamente" sem importância, tal como o movimento de dissidência soviético e o acidente nuclear em Chernobyl, que tornou familiar os horrores do poder nuclear sem controle, deram espaço em poucos anos para consequências amplas e não previstas” (Adler, 1999, p. 231).
Fonte: Adler, Emanuel. O construtivismo no estudo das relações internacionais. Lua Nova: Revista de Cultura e Política [online]. 1999, n. 47, pp. 201-246. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-64451999000200011>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais e o trecho citado acima, análise as afirmações abaixo que tratam dos pontos de divergência do construtivismo com o a teoria realista:
I. A caracterização realista do Estado, como um agente monolítico e de atuação universalmente orientada pelo autointeresse e pela garantia da própria sobrevivência, é rechaçada pelos autores construtivistas.
II. O construtivismo adota uma posição crítica à concepção realista de que a política mundial e as políticas domésticas dos Estados podem ser enquadradas como uma continuum de atuação, sem uma fronteira divisória clara.
III. O privilégio analítico concedido pelos realistas aos aspectos materiais da realidade internacional é criticado pelos construtivistas, uma vez que a compreensão sobre as relações entre os atores sociais também envolve incidência de constrangimentos econômicos.
IV. A compreensão realista de que a anarquia é uma condição natural e permanente do sistema internacional é negada pelos construtivistas, que entendem que os interesses e as identidades dos Estados podem se alterar e, como consequência, promover mudanças na estrutura internacional.
Agora, assinale a alternativa que indica as corretas:
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
	
	B
	Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
	
	C
	Apenasas afirmativas I e IV estão corretas.
Você acertou!
A resposta correta é aquela que indica que apenas as afirmações I e IV estão corretas. A afirmação I está correta porque os construtivistas se diferem dos realistas na maneira como os Estados são caracterizados pela visão tradicional, quer dizer, como atores cuja ação tem como princípio fundamental a sobrevivência e o autointeresse, sendo a segurança e a defesa os aspectos fundamentais de suas políticas. Os construtivistas, como Onuf e Kratochwill, colocam em xeque a própria centralidade dos Estados como unidades de análise básicas das relações internacionais. Wendt aceita essa premissa tradicional de centralidade, ainda que discorde da caracterização dos atores estatais como entidades guiadas universalmente pela sobrevivência e autointeresse e focadas nas questões de segurança e defesa, em detrimento da cooperação. A afirmação II está incorreta porque Onuf rompe com a separação estanque entre a política mundial e as políticas domésticas dos países, tal como apresentada pela teoria neorrealista de Kenneth Waltz, para quem a primeira seria caracterizada pela anarquia, e a segunda, pela hierarquia (PEREIRA; BLANCO, 2021). A afirmação III está incorreta porque, por mais que os construtivistas discordem da caracterização realista e neorrealista da realidade internacional, que privilegia os aspectos materiais dela (o poder e os recursos bélicos dos atores), os construtivistas não se concentram nos aspectos econômicos. Para Wendt, os “mundos material, subjetivo e intersubjetivo interagem na construção social da realidade” (ADLER, 1999, p. 216, grifado no original). O que significa dizer que não é possível, como fazem os realistas, tratar a dimensão material da realidade internacional, a do poder e das armas, como “um ponto de partida esvaziado de ideias” (WENDT, 2014, p. 53), quer dizer, como uma realidade imune à necessidade de interpretação típica das relações intersubjetivas. Assim como a relação entre duas subjetividades individuais demanda um processo de mútua interpretação, de entendimento comum a respeito do que está acontecendo, também a relação entre atores estatais envolve a incidência de elementos ideacionais – crenças, conjecturas, conhecimentos prévios etc. A afirmação IV está correta porque os construtivistas discordam da naturalização da “anarquia” como princípio imutável desta realidade internacional e, portanto, como principal variável explicativa do comportamento dos atores estatais – o que significa, na prática, a negação de qualquer “agência” ou autonomia de ação aos Estados, reduzidos por essa via a meros efeitos da estrutura (anárquica e desigual) do sistema internacional (PEREIRA; BLANCO, 2021).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 2 – Material para a Impressão. Tema 1: “O Construtivismo nas Relações Internacionais”.
	
	D
	Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
	
	E
	Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
Questão 7/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leia o texto abaixo:
“A crítica coxiana não leva a supor que a busca por um conhecimento neutro ou imparcial deva inspirar o teórico. Ao contrário, afirma que todo conhecimento refletirá particularidades de quem o produz, e das quais o teórico não pode se julgar imune. A perspectiva deve ser compreendida como o contexto histórico a partir do qual a produção teórica ocorre [...] Uma teoria sempre serve a alguém e a algum propósito. É imprescindível conhecer o contexto em que é gerada e usada; igualmente imperativo é conhecer se o objetivo do teórico e de quem se utiliza da teoria é manter a ordem social existente ou mudá-la. Esses dois propósitos levam a duas espécies de teoria” (Silva, 2005, p. 261-262).
Fonte: Silva, Marco Antonio de Meneses. Teoria crítica em relações internacionais. Contexto Internacional [online]. 2005, v. 27, n. 2, pp. 249-282. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-85292005000200001>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais e a divisão entre Teorias Críticas e Teorias de Solução de Problemas feita por Robert Cox, assinale a alternativa que descreve, corretamente, como o autor define as teorias de solução de problemas nas Relações Internacionais:
Nota: 10.0
	
	A
	As teorias de solução de problemas podem ser caracterizadas pela ênfase dada ao controle dos processos discursivos e aos debates meta-teóricos na disciplina de Relações Internacionais.
	
	B
	As teorias de solução de problemas podem ser descritas como abordagens que se voltam para a realização da análise de situações consideradas problemáticas e de difícil resolução política e social.
	
	C
	As teorias de solução de problemas podem ser caracterizadas a partir do seu repertório crítico e problematizador sobre os processos políticos e históricos de transformações em um país em particular.
	
	D
	As teorias de solução de problemas podem ser descritas como teorias de ordem prática, isto é, direcionadas a estudar situações concretas e cotidianas que se repetem continuadamente em uma sociedade.
	
	E
	As teorias de solução de problemas podem ser caracterizadas pela adoção de uma visão naturalizada acerca da realidade internacional, de modo que tendem a reproduzir os pressupostos do próprio objeto a ser estudado.
Você acertou!
A teoria crítica nas Relações Internacionais contrapõe-se às teorias dominantes da área, em especial aos pressupostos positivistas em que elas se embasam. A crítica a esses pressupostos segue a linhagem argumentativa do marxismo clássico e do já citado texto de Horkheimer: realismo e liberalismo seriam teorias “tradicionais”, no sentido de serem incapazes de problematizar a própria atividade de teorização, pertencente – como todas as atividades humanas – ao processo global de produção material da vida e, também, à constituição de uma certa ordem social. Nesse sentido, Robert Cox nomeia as teorias tradicionais da área como “teorias de solução de problemas”, ou seja, como produções intelectuais que se deixam guiar de maneira irrefletida por problemas e questões de pesquisa oriundos do senso comum ou de uma visão naturalizada acerca da realidade internacional. De
maneira intencional ou não, argumenta Cox, elas acabariam por sustentar a ordem existente, ao reproduzir, de maneira acrítica, pressupostos e vieses oriundos do próprio objeto a ser estudado (COX, 1986). Tal tendência pode ser notada em teorias como o neorrealismo de Kenneth Waltz, que naturaliza e, por essa via, eterniza, características – do comportamento dos Estados e da estrutura da realidade internacional – que são na verdade o produto de processos históricos específicos e que podem, portanto, ser alteradas no futuro.
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 3 – Material para a Impressão. Tema 2: “Pressupostos Fundamentais da Teoria Crítica nas Relações Internacionais”.
Questão 8/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leio o texto abaixo:
“É a partir de problematizações que um projeto de pesquisa se inicia. A atividade de pensar/construir a realidade implica interrogar o que se encontra instituído historicamente. Tal um arqueólogo, o pesquisador explora estratos teóricos com o intuito de encontrar restos que, quando atualizados, possam imprimir um movimento de virtualização aos estudos realizados. Um arqueólogo não sabe exatamente o que vai encontrar. Há a procura. Não se trata de encontrar uma verdade, mas de atualizar uma virtualidade. Nesse caso, a pesquisa busca a identificação de certas regras de formação dos enunciados, das proposições, de certa forma de colocação do problema. O procedimento de pesquisa é, ao mesmo tempo, produção de saber, construção de metodologia, elaboração de princípios, estabelecimento de resultados e invenção/construção processual do seu caminho, abandonando certas vias e criando outras. Tem-se associado a concepção de metodologia à utilização de estratégiasformais que têm como modelo o campo das ciências naturais ou exatas. Mas o que entendemos por metodologia? A metodologia fala do como pesquisar. Mais do que uma descrição formal dos métodos e técnicas a serem utilizados, indica as opções e a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro teórico utilizado” (Aragão, Barros e Oliveira, 2005, p. 19-20)
Fonte: Aragão, Elisabeth Maria; Barros, Maria Elisabeth Barros de; Oliveira, Sonia Pinto de. Falando de metodologia de pesquisa. Estudos e Pesquisa em Psicologia. 2005, vol.5, n.2, pp. 18-28. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812005000200003&lng=pt&nrm=iso>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais e a importância da metodologia para a pesquisa científica, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, quatro estratégias metodológicas introduzidas nas Relações Internacionais pela abordagem pós-estruturalista:
Nota: 10.0
	
	A
	Análise de Conteúdo, Método Dedutivo, Análise Documental e Análise Bibliográfica.
	
	B
	Análise do Discurso, Método Descritivo, Técnica Estatística, Behaviorismo.
	
	C
	Método Hipotético Dedutivo, Estudo de Caso, Comparação e Bibliometria.
	
	D
	Historiografia, Método Dialético, Método Indutivo e Análise Cartesiana.
	
	E
	Leitura Dupla, Desconstrução, Análise Estética e Genealogia.
Você acertou!
Além das já elencadas contribuições do pós-estruturalismo à problematização de alguns dos pressupostos subjacentes às teorias tradicionais das Relações Internacionais, autores como Derrida e Foucault também oferecem valiosas sugestões às estratégias metodológicas que pesquisadoras e pesquisadores da área podem empregar em suas pesquisas. Tais estratégias afastam-se, contudo, dos parâmetros positivistas de pesquisa e de ciência, guiando-se, ao contrário, pela tarefa de crítica e de desestabilização da presumida objetividade dos discursos acerca da realidade internacional, tendentes a naturalizar e universalizar características contingentes produzidas por processos históricos particulares. Entre tais estratégias metodológicas pós-estruturalistas, destacam-se as estratégias textuais propostas por Derrida, notadamente a “desconstrução” e a “leitura dupla”; a análise genealógica, presente nas obras finais de Michel Foucault; e a análise estética, elaborada sobretudo a partir dos trabalhos do também francês Jacques Rancière (2004).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 1 – Material para a Impressão. Tema 5: “Metodologias Pós-Estruturalistas para as Relações Internacionais”.
Questão 9/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leia o texto abaixo:
“O estruturalismo, que sofre influências do pensamento dialético, da fenomenologia existencial e até da geologia (Lévi-Strauss, 1971), mas que nasce das pesquisas de campo e não do raciocínio especulativo, é uma tentativa de reconciliar a teoria com a prática. Lévi-Strauss procurou uma ponte entre o lógico e o empírico, um fundamento que pudesse dar conta da diversidade do mundo, um instrumental que fosse deduzido, ele também, do real. Algo que não fosse a simples descrição do empírico imediato, que não resvalasse para o devaneio, para a pura abstração. Que fosse uma teoria do possível. A base científica criada por Lévi-Strauss, se propõe justamente isto: desenvolver uma teoria do logicamente possível, construída a partir do real concreto” (Thiry-Cherques, 2006, p. 16).
Fonte: Thiry-Cherques, Hermano Roberto. O primeiro estruturalismo: método de pesquisa para as ciências da gestão. Revista de Administração Contemporânea [online]. 2006, v. 10, n. 2, pp. 137-156. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1415-65552006000200008>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, qual é o argumento central da teoria estruturalista:
Nota: 10.0
	
	A
	Para o estruturalismo, a maneira como os indivíduos se organizam em sociedade parte de uma lógica de contingências e acasos, não havendo relações robustas entre os diferentes modos de vida.
	
	B
	Para o estruturalismo, o modo como as comunidades humanas se organizam e se relacionam entre si só pode ser compreendido por meio da observação das diferenças culturais, religiosas e étnicas.
	
	C
	Para o estruturalismo, a maneira como os seres humanos pensam e agem organiza-se a partir de uma lógica subjacente, baseada especialmente na relação entre pares de opostos.
Você acertou!
O estruturalismo é uma abordagem teórica e metodológica presente em diversas disciplinas das ciências humanas, tendo destaque sobretudo na Antropologia e na Linguística. Seu argumento fundamental é o de que a maneira como os seres humanos pensam e agem organiza-se a partir de uma lógica subjacente, baseada especialmente na relação entre pares de opostos (também chamados de “oposições binárias”), como masculino/feminino, céu/terra, cru/cozido, seco/úmido, interior/exterior etc. Por consequência, o objetivo básico do estruturalismo é o de analisar os artefatos da cultura humana para além da diversidade de aparência e de conteúdo, buscando em vez disso as estruturas profundas (ou seja: as diversas combinações entre pares de opostos) comuns a todos eles. Os precursores do estruturalismo, como o sociólogo Émile Durkheim (1858-1917) e o linguista Ferdinand de Saussure (1857-1913), já defendiam a importância de se tratar a sociedade – no caso do primeiro – e a língua – no caso do segundo – como sistemas de relações entre um conjunto de elementos determinados. Durkheim procurava compreender a sociedade como uma espécie de “organismo”, em que cada parte (a escola, por exemplo) só poderia ser compreendida a partir da função que cumpriria “em relação” às demais partes (a de socializar as crianças, preparando-as para os papéis da vida adulta) (DURKHEIM, 2003). Saussure, por sua vez, em seu seminal Curso de Linguística Geral, publicado em 1916, defendia que se estudasse a língua como um sistema de relações, em que palavras e letras só adquiririam significado pelas relações (de proximidade, de oposição etc.) mantidas umas com as outras: assim, uma determinada palavra (“alto”, por exemplo) só se tornaria inteligível – quer dizer: passível de ter seu significado compreendido – a partir da sua relação de oposição a outras palavras (“baixo”, seguindo o mesmo exemplo) (SAUSSURE, 2011).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 1 – Material para a Impressão. Tema 1: “As Fontes Teóricas do Pós-Estruturalismo”.
	
	D
	Para o estruturalismo, a modo como as sociedades se organizam parte de uma lógica de interação caótica e dificilmente apreensível pela pesquisa científica.
	
	E
	Para o estruturalismo, a maneira como as estruturas sociais estão organizadas baseia-se na construção de significados coletivos universais e consistentes.
Questão 10/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais
Leia o texto abaixo:
“O pensamento frankfurtiano imprimiu um impacto profundo sobre a produção científica nas ciências sociais já nas primeiras décadas do século XX. Contudo, as discussões epistemológicas que vieram à tona há muito se mantiveram além das fronteiras das Relações Internacionais. Desde sua gênese, as controvérsias que nutriam o desenvolvimento desse campo de estudo eram assaz estreitas, se vistas a partir das questões a serem levantadas pela teoria crítica. O primeiro debate (realismo político versus idealismo) foi protagonizado por correntes que talvez tivessem muito mais semelhanças do que diferenças no que se refere aos fundamentos epistemológicos. O chamado segundo debate (tradicionalistas versus comportamentalistas/cientificistas), embora também conhecido como um debate metodológico, só fez sentido por apartar metodologias que também traziam similitudes epistemológicas. Por fim, o terceiro debate é, ele próprio, motivo de debate: para uns, divideneo-realistas e neoliberais; para outros, neo-realistas e globalistas; para outros ainda, epistemologias positivistas e pós-positivistas. Portanto, não seria exagero afirmar que um verdadeiro debate metateórico se inicia com a teoria crítica” (Silva, 2005, p. 255).
Fonte: Silva, Marco Antonio de Meneses. Teoria crítica em relações internacionais. Contexto Internacional [online]. 2005, v. 27, n. 2, pp. 249-282. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-85292005000200001>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais, análise as afirmações abaixo, que tratam dos pressupostos fundamentais da Teoria Crítica nas Relações Internacionais:
I. Para a Teoria Crítica, o realismo e o liberalismo são teorias “tradicionais”, ou de resolução de problemas, uma vez que não são capazes de problematizar a atividade de teorização como parte do processo de produção material da vida e de constituição de uma certa ordem social.
II. Segundo os teóricos críticos, é preciso enfatizar o fato de que as teorias sempre são relativas a um determinado tempo e lugar, carregando consigo – ainda que de forma não intencional – uma visão de mundo ou normatividade inerentes.
III. De acordo com a Teoria crítica, uma análise sobre a estrutura da ordem mundial precisa incorporar o estudo sobre os processos históricos e dar ênfase aos processos de mudança.
IV. Na Teoria Crítica, a análise da ordem mundial deve ser empreendida de cima para baixo, observando como as elites transnacionais impõem à sua ideologia e o seu modo de produção às classes sociais mais periféricas.
Agora, assinale a alternativa que indica as corretas:
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas as afirmativas I e II estão corretas
	
	B
	Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
	
	C
	Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
	
	D
	Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
Você acertou!
A afirmação I está correta, uma vez que a teoria crítica nas Relações Internacionais se contrapõe às teorias dominantes da área, em especial aos pressupostos positivistas em que elas se embasam. A crítica a esses pressupostos segue a linhagem argumentativa do marxismo clássico e de Horkheimer: realismo e liberalismo seriam teorias “tradicionais”, no sentido de serem incapazes de problematizar a própria atividade de teorização, pertencente – como todas as atividades humanas – ao processo global de produção material da vida e, também, à constituição de uma certa ordem social. Nesse sentido, Robert Cox nomeia as teorias tradicionais da área como “teorias de solução de problemas”, ou seja, como produções intelectuais que se deixam guiar de maneira irrefletida por problemas e questões de pesquisa oriundos do senso comum ou de uma visão naturalizada acerca da realidade internacional. De maneira intencional ou não, argumenta Cox, elas acabariam por sustentar a ordem existente, ao reproduzir, de maneira acrítica, pressupostos e vieses oriundos do próprio objeto a ser estudado (COX, 1986). Em resumo, as premissas básicas da teoria críticas nas Relações Internacionais podem ser agrupadas da seguinte forma: (1) a análise da estrutura da ordem mundial deve incorporar a pesquisa histórica e a ênfase nos processos de mudança – como, por exemplo, na natureza dos Estados, de modo que a afirmação III está correta; (2) essa estrutura histórica constitui-se de condições materiais, mas também de padrões de pensamento e de instituições criadas pelos atores. A análise dela, portanto, deve ser feita “a partir de baixo”, olhando para os processos socioeconômicos e para as dinâmicas internas dos países, cujos efeitos produzem mudanças na ordem internacional, de modo que a afirmação IV está incorreta; (3) as teorias produzidas na área serão sempre relativas a um determinado tempo e lugar, carregando, de maneira mais ou menos explícita, uma visão de mundo ou normatividade inerentes, de modo que a afirmação II está correta (PEREIRA, BLANCO, 2021).
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 3 – Material para a Impressão. Tema 2: “Pressupostos Fundamentais da Teoria Crítica nas Relações Internacionais”.
	
	E
	Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

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